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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Lançamento: Armazém Central #4 e #5 - Confissões e Montreal



Há uma semana anunciou-se a espetacular notícia de que Armazém Central, uma das séries de banda desenhada da minha vida, continuará a ser editada em Portugal!

A série, da autoria de Régis Loisel e de Tripp, é constituída por 9 tomos e viu os seus primeiros 3 números a serem editados em Portugal pela editora ASA. Infelizmente, a editora acabou por deixar cair esta série, deixando os fãs portugueses em suspenso.

Mas, a partir de agora, a Arte de Autor começa a editar a partir do quarto tomo. E o álbum é duplo e tudo! Traz-nos os volumes 4 e 5 da série, intitulados, respetivamente, Confissões e Montreal.

Para os que não chegaram a continuar a leitura desta série, têm agora uma oportunidade de ouro para o fazer! Para os que, tal como eu, se viram forçados a continuar a leitura numa outra língua, podem finalmente ler e colecionar esta série na nossa língua materna. E para os que ainda não conhecem esta fantástica série, afirmo que há grandes possibilidades de virem a adorá-la!

Soberbamente desenhada, em conjunto, por ambos os autores, num processo raro de encontrar na banda desenhada esta é, acima de tudo, uma história sobre pessoas. Não se trata de uma história de ação ou com uma narrativa muito rápida. Antes pelo contrário. Ler esta banda desenhada é quase como nos mudarmos, se não física, pelo menos psicologicamente, para o sítio onde decorre a ação. Diria que é como se fosse uma novela televisiva, com personagens que parecem reais e que não mais esqueceremos. A história passa-se em Notre-Dame-des-Lacs, uma pequena aldeia da província do Quebeque, no Canadá. Mas mesmo sendo geograficamente longe de Portugal, acho que podíamos substituir o nome de Notre-Dame-des-Lacs por qualquer pequena aldeia de Portugal - ou de qualquer outra parte do mundo - tendo em conta que a história não é bem sobre um lugar mas sim sobre as personagens universais que habitam esse lugar. É uma série que nos permite aproveitar e prestar tributo às coisas boas e simples da vida mas também à necessidade de crescer e ganhar maturidade, evoluindo intelectualmente e na aceitação do outro, tal como ele é. Um verdadeiro tratado sobre as relações humanas.

Sou um fã de Régis Loisel desde sempre mas afirmo peremptoriamente que esta é a melhor série da sua autoria que já li. A sua obra prima.

Resta-me a mim, e aos leitores portugueses, agradecer à Arte de Autor por uma aposta que emana tanta qualidade.

Praticamente todas as editoras portuguesas têm feito boas apostas - e algumas, surpreendentes - na bd durante este ano sui generis. Mas o regresso de Armazém Central é mesmo a notícia do ano para a edição de banda desenhada em Portugal!

Fiquem com a nota de imprensa e imagens promocionais.


Armazém Central #4 e #5 - Confissões e Montreal, de Régis Loisel e Tripp

É muito raro que dois autores consagrados, com uma experiência profissional de cerca de 30 anos, ponham de parte a sua individualidade e desenhem juntos, fundindo-se num estilo comum onde sobressai o melhor de cada um.

Quebeque, 1926

Em Notre-Dame-des-Lacs, todos estão bem acomodados à presença de Serge e do seu restaurante, “La Raviole”.

Mas agora, é Marie que vai quebrar os códigos e fragilizar o equilíbrio da pequena comunidade…

Nesta procura universal da felicidade, Loisel e Tripp proporcionam, com sensibilidade e optimismo, um relato de uma emancipação que passa pela redescoberta de si própria e pelo direito ao prazer.

Uma narrativa saborosa e profundamente humana a favor da tolerância.

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Ficha técnica
Armazém Central #4 e #5 - Confissões e Montreal
Autores: Régis Loisel e Tripp
Editora: Arte de Autor
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 26,00€

  


3 comentários:

  1. Boa tarde
    Dá para ler sem ter lido os volumes anteriores?
    Obrigado

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    1. Bom dia, Berto. E obrigado pelo seu comentário.

      Respondendo à questão, eu diria que sim, que dá para mergulhar na história e entendê-la, mesmo sem ter lido os álbuns anteriores. Ainda assim, e porque se trata de uma série que vai decorrendo aos poucos, revelando timidamente a sua história, diria que é bastante recomendável que os volumes anteriores sejam lidos.

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