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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Já está disponível um dos lançamentos de BD do ano!



Chama-se Pele de Homem, é da autoria de Hubert e Zanzim, e trata-se de um dos livros de banda desenhada mais comentados e idolatrados dos últimos 2 anos, desde a data do seu lançamento original, que ocorreu em 2020. A partir daí conquistou crítica, público e venceu importantes prémios. Já por várias vezes tive a tentação de o ler em francês mas, como sabia da aposta d' A Seita nesta obra, esperei até agora.

Posso dizer que estou muitíssimo curioso com esta leitura.

O livro já está disponível nas livrarias especializadas.

Abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa e com algumas imagens promocionais.
Pele de Homem, de Zanzim e Hubert

“Nós, as mulheres da nossa família, temos um grande segredo. Possuímos uma pele de homem. Chamamos-lhe Lorenzo. Uma vez vestida, ninguém duvidará de que és um rapaz.”

Assim começa um dos mais notáveis e premiados romances gráficos da banda desenhada contemporânea, uma fábula que coloca em cena temas universais como o género, a compaixão ou a sexualidade, levando o leitor a questionar ao mesmo tempo o seu conceito de moralidade, e a seguir esta busca intemporal, nobre, e louca, pelo amor.

Bianca, uma jovem que vive na Itália renascentista, está noiva de Giovanni, destinada a um casamento com uma família abastada que os seus pais lhe arranjaram.
Mas descobre que as mulheres da sua família têm um segredo, uma “pele de homem” que lhes permite transformarem-se em homem. Munida desse objecto mágico e transgressor, irá descobrir o mundo masculino fechado às mulheres da época, e na busca de conhecer aquele que lhe está prometido como marido, irá também descobrir o amor entre homens, bem como o seu desejo como mulher, e todas as alegrias, frustrações e tristezas que esse amor e esse desejo podem trazer... Bianca vai ser o espelho em que o leitor contemporâneo poderá ter uma perspectiva diferente sobre sexo e género, numa história de amor louco e libertador. 
Um dos mais aclamados romances gráficos franceses recentes, originalmente publicado em 2020, que acumulou um número impressionante de prémios no mercado francófono, mas que, apesar do seu êxito imenso, chegou ao mercado com um sabor amargo: tragicamente, o escritor Hubert pôs fim aos seus dias uns meses antes, terminando uma carreira brilhante e torturada, em que o autor nunca reconciliou completamente a sua origem, estritamente católica, e a sua homossexualidade crescentemente aceite, mas que sempre lhe deixou uma aura de “exclusão”, e de que Pele de Homem parece ser o manifesto, com um final que clama pela “aceitação” e por uma atitude de tolerância.


“Manifesto anti-homofobia”, segundo a France Inter, “percurso iniciático da sua protagonista” (BD Gest), convite aos leitores modernos para questionarem a sua época através do prisma de outra era, de acordo com a editora (Glénat), contendo “uma crítica social virulenta por trás das suas situações divertidas” (Télérama), Pele de Homem é uma das obras-primas da BD contemporânea.

Hubert foi uma das estrelas da BD francesa recente. Nascido numa família católica tradicionalista, que nunca tolerou a sua homossexualidade, sofreu por isso de uma depressão profunda durante a sua infância, depressão que sublimou nas obras que escreveu, em que colocou em cena “monstros e personagens marginais”. Iniciou a sua carreira escrevendo histórias para publicações mais independentes, mas rapidamente se tornou num argumentista de sucesso. Hubert suicidou-se pouco antes do lançamento de Pele de Homem, o seu maior sucesso de sempre. 

Frédéric Leutelier, aliás Zanzim, é um desenhador de BD francês, e um dos mais frequentes colaboradores do escritor Hubert. O seu estilo cartunesco, algo naïf, inspirado em autores como Quino ou Sempé, granjeou-lhe fama em álbuns diversos, mas foi com Pele de Homem que o público acabou por descobrir a riqueza da sua obra.

“Mas que se desengane a/o leitor/a: Pele de Homem não é uma história previsível. Mas, ainda assim – ou talvez justamente por essa razão – consegue essa proeza sublime de nos lembrar que esta é, afinal, a história de cada um/a de nós.”
Ana Cristina Santos, in Prefácio (Ana Cristina Santos é uma das principais especialistas nacionais em estudos de género, e investigadora principal no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.)
Pele de Homem venceu os seguintes prémios: Grande Prémio RTL de BD, Prémio de BD do jornal Le Point, Prémio Landerneau 2020, Grande prémio ACBD da crítica de BD francófona, Prémio das Livrarias de BD, e Prémio dos Jovens no Festival de Angoulême. 

Este livro beneficiou de um apoio do Programa de Apoio à Edição do Instituto Francês, e foi a obra seleccionada para representar a França na Noite da Literatura Europeia em Lisboa, 2022, uma iniciativa da Representação da Comissão Europeia em Portugal, que transforma a capital portuguesa numa babel europeia com a apresentação de obras de treze países.

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Ficha técnica
Pele de Homem
Autores: Zanzim e Hubert
Editora: A Seita
Páginas: 160, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 21 a 28 cms
PVP: 28€

2 comentários:

  1. Excelente título que já tinha tido a oportunidade de apreciar em digital. Esperemos que este não siga o mesmo caminho que Gus, mas €28, admitamos, é um valor um pouco “salgado”… Já agora e dentro do mesmo registo, quando é que alguma editora nacional volta à pegar na obra do luso- francês Cyril Pedrosa?…

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    1. De facto, os preços dos livros estão mais caros. Mas também não me parece que sejam as editoras a carregar, só porque sim. Tem havido escassez de materiais e consequente aumento do preço dos mesmos. Sim, concordo que gostaria de ver mais obras do Cyril Pedrosa por cá.

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