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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

À Conversa Com: Ala dos Livros - Novidades para 2021


Hoje no, À Conversa Com..., é altura de ficarmos a conhecer as principais novidades editoriais que a Ala dos Livros tem estado a preparar para 2021.

Estive à conversa com um dos responsáveis da editora, Ricardo M. Pereira, que, através de uma interessante entrevista, falou sobre os efeitos da pandemia na editora, sobre o novo prémio anual de BD Jorge Magalhães e, claro, sobre os novos livros a editar.

Entre as novidades, há uma que me deixou especialmente eufórico! A confirmação do lançamento de Les Indes Fourbes, de Alain Ayroles e Juanjo Guarnido. Este último autor, responsável pela magnífica série Blacksad. Acredito que este lançamento poderá ser um dos mais especiais do ano!

Mas a Ala dos Livros não fica por aqui. A série O Mercenário - que até estava programada para 2020 - deverá ser finalmente lançada. E as continuações das séries em curso, Mattéo, Undertaker e Os Escorpiões do Deserto deverão ocorrer. Além disso, também o novo livro de O Corvo, de Luís Louro, e a edição em livro da série Covidiotas, do mesmo autor poderão ver a luz do dia em 2021. Embora, sobre estas obras, o editor não tenha feito comentários.

Sem levantar o véu diretamente, Ricardo M. Pereira permitiu, no final da sua entrevista, que pudéssemos tomar nota de séries já contratadas que, mais cedo ou mais tarde, deverão ser lançadas pela Ala dos Livros. Estas deverão chegar mais tarde - algumas delas talvez até só sejam lançadas depois de 2021. Vejam que obras são essas, mais abaixo, no final da entrevista.
    

Entrevista

1. Qual é o balanço que a Ala dos Livros faz de um ano tão atípico como o de 2020? Foram muitos os adiamentos e as consequências financeiras desta pandemia na editora, ou até se pode considerar que os efeitos desta doença não foram assim tão maus para vós? 

A pandemia é um fenómeno mundial, com consequências a nível global, mas sejam quais forem as épocas, todas as actividades económicas têm riscos. 2020 foi um ano com riscos agravados para todos os agentes económicos, em que apesar de tudo não deixámos de avançar com algumas iniciativas e propostas diferentes e até arrojadas que tinhamos planeado. Como já referi, optámos logo em Abril, perante os sinais de “incerteza” por ir ajustando o programa editorial, sendo que tentámos sempre manter a edição de cerca de um livro por mês e terminámos este ano com mais títulos editados do que no ano anterior.

Todos sabemos que o mercado vive do que é lançado no momento, a novidade tem cada vez menos duração, e sabíamos que quando os grandes pontos de venda reabrissem as portas, as vendas dos “velhos” títulos lançados nos primeiros meses do ano teriam de competir com o “boom” de edições, mas foi tranquilo. As nossas expectativas não eram desmedidas e os resultados estão dentro do que esperávamos para os títulos que escolhemos. Além disso, orgulhamo-nos por ter contribuído dentro das nossas possibilidades para que algumas livrarias do país, as que optaram por continuar abertas, tivessem novidades para oferecer aos seus clientes.



2. Qual foi o vosso campeão de vendas?

Só em Março, quando apurarmos as vendas, será possível termos dados sobre os títulos mais recentes, pois o que conta são as vendas confirmadas e não as colocações. Conseguimos ter dados com fiabilidade apenas sobre os títulos colocados no primeiro semestre, sendo que grande parte desse período foi vivido em confinamento dos pontos de venda. Os títulos mais vendidos foram, nesse contexto, os que lançámos ainda antes da pandemia, nomeadamente: O Pacto da Letargia e Comanche 3.
 

3. E qual o livro em que as vendas ficaram aquém do esperado?

Em termos de colocação, que tem sempre as suas consequências nas vendas, pensámos que o livro do nosso avô - que não é BD -, pudesse atrair mais atenção dos pontos de venda para além dos grandes clientes. Mas a verdade é que fizemos este seu “primeiro” livro, tal como ele queria, e tem para nós uma grande importância, muito maior do que o sucesso comercial. 


4. Recentemente, foi anunciado que a Ala dos Livros irá criar um prémio anual de BD destinado a reconhecer o melhor argumento e que será, também, uma forma de homenagear o teu avô, Jorge Magalhães, que é uma personalidade incontornável na banda desenhada portuguesa. Podes dar-nos mais informações acerca desta iniciativa? Será um prémio monetário? O vencedor terá chances de ver lançado o seu trabalho através da Ala dos Livros? E quando e como será feita a escolha do vencedor?
 

Achamos que é uma forma de tentar perpetuar o seu nome. O nosso avô era uma pessoa reservada, nada dada a puxar de “galões” ou “sobrancerias”. Provavelmente até era capaz se não achar muita piada a esta coisa do prémio... Para além de ser uma pessoa com um conhecimento incrível em diferentes áreas, tinha uma memória que não reconheço em nenhum outro membro da família: sabia, por exemplo, exactamente em que número de determinada revista tinha sido publicada esta ou aquela história.

Gostaríamos de ter um prémio monetário, e não descartamos essa hipótese, mas para já não vamos garanti-lo, até porque não depende só de nós e ainda temos a possibilidade de várias parcerias em análise.

A nossa intenção é dar a conhecer os regulamentos no próximo mês de Março, no dia do seu aniversário, e o nome do premiado a 1 de Dezembro, no aniversário da sua morte.


5. Quais serão as próximas obras a serem editadas nos meses vindouros?

Estamos ainda, também este ano, a gerir as publicações consoante o desenvolvimento da situação actual. Se podemos encontrar uma vantagem com todo este período conturbado foi a preparação de muito trabalho para os títulos que optámos por adiar em 2020. Nesse sentido mantivemos o nosso trabalho de produção inalterado o que nos permite uma gestão flexível do calendário. Mas não deixamos de reconhecer algum grau de incerteza em relação ao que vai acontecer a seguir. 

É nossa intenção publicar cerca de um livro por mês, sendo como eu já referi várias vezes, dada prioridade à continuação/fecho de séries em curso – Undertaker, Escorpiões do Deserto, Mattéo… -, à publicação de novas séries que foram adiadas o ano passado – O Mercenário, Les Indes Fourbes -, e a outros títulos que julguemos oportuno.

Les Indes Fourbes
de Ayroles e Guarnido

Undertaker - Vol. 2
de Xavier Dorison e Ralph Meyer


O Mercenário
de Vicente Segrelles

Mattéo - Vol. 4
de Jean-Pierre Gibrat



Os Escorpiões do Deserto - Vol. 3
de Hugo Pratt



6. Que novidades, ao nível de novas apostas editoriais da vossa parte podem ser partilhadas, em primeira mão, com os leitores do Vinheta 2020?

Só comentamos , como sabes, edições que temos contratadas. As novidades que poderia dar-te e que se referem a contratos assinados já foram quase todas divulgadas ou por nós ou pelos leitores mais ávidos, que visitam com frequência o site das editoras estrangeiras que divulgam o nome das editoras a quem vendem as obras - como a Mediatoon - onde aliás encontram essas "novidades já conhecidas" para qualquer editora, nacional e não só.

[A título de curiosidade, e fazendo eu, Hugo Pinto, o trabalho pelos leitores que, ao lerem esta última resposta de Ricardo M. Pereira, certamente iriam pôr mãos à obra para conhecer quais são as tais séries a que o Editor se refere, tomei a liberdade de colocá-las abaixo, para vosso conhecimento.

Mas como não sou dado a "especulações de notícias" e só partilho aquilo que os editores me autorizam a partilhar, faço a ressalva que nenhuma data de publicação em Portugal é conhecida para as seguintes séries, à data desta publicação. Aliás, se Ricardo M. Pereira não tivesse mencionado o Mediatoon, eu nem falaria disto.

São elas: Wild West, de Lamontagne e Thierry Gloris; Giant (2 volumes), de Mikaël; Le Rapport de Brodeck (2 volumes), de Larcenet; O Gato do Rabino (13 volumes), de Sfar; Orwell, de Christin e Verdier; e Little Tulip, de Boucq e Charyn, a obra que antecede New York Cannibals, livro recentemente lançado e analisado no Vinheta 2020.]

Wild West
de Lamontagne e Thierry Gloris

Le Rapport de Brodeck (2 Volumes)
de Larcenet

Orwell
de Christin e Verdier


Giant (2 Volumes)
de Mikaël

O Gato do Rabino (13 Volumes)
de Sfar

Little Tulip
de Boucq e Charyn






4 comentários:

  1. "O Gato do Rabino (13 volumes), de Sfar" fogo ainda me lembro de ler isso quando saiu 0 1 volume duplo pela ASa/Publico achei bem secante tanto que nem comprei o 2 volume da ASa.Ainda faltam 9 volumes lol

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    1. É uma série que não conheço. Lembro-me de folheá-la numa loja há uns anos mas nunca a li.

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  2. Porque não publicar "O Relatório de Brodeck" num só volume em caixa arquivadora á semelhança da edição brasileira (da Pipoca e Naquim - 332 páginas) e em formato horizontal? Faria mais sentido e valorizava, em muito, a obra.

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    1. Julgo que ainda não se conhecem os moldes em que O Relatório de Brodeck será publicado. Aguardemos mais algumas semanas.

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