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terça-feira, 30 de maio de 2023

Comparativo: Sambre pela Arte de Autor, pela Baleia Azul e pela Witloof


Creio que os seguidores do Vinheta 2020 já saberão bem o quão feliz fiquei quando a Arte de Autor anunciou que ia lançar a série Sambre, de Yslaire. É uma das minhas séries favoritas de banda desenhada e tinha muita pena que a mesma permanecesse parcamente editada em português.

Como costumo fazer quando há reedições, hoje trago-vos um comparativo entre a edição da Arte de autor e as edições da Baleia Azul e da Witloof. A Baleia Azul apenas editou o primeiro tomo da série. A Witloof publicou os volumes 2, 3 e 4.

Portanto, é motivo ideal para colocar as 3 edições em cima da mesa e compará-las entre si.

Em primeiro lugar, em termos de edição, convém relembrar que a Arte de Autor optou por lançar a série em álbuns duplos. Coisa que não tinha sido feita pelas outras editoras.

A edição da Baleia Azul é a mais diferente. Não só porque é a única lançada em capa mole mas, também, porque a própria conceção visual da capa e contracapa, naqueles tons escarlate que são emblemáticos para a série, também não existe. Parece, portanto, um livro mais "normal" e menos diferenciado. 

A edição da Arte de Autor acaba por ser bastante semelhante à edição da Witloof. São poucas as diferenças que se encontram entre ambas as capas. A edição da Arte de Autor tem uns vermelhos mais vivos e a capa tem uma textura aveludada - comum nos lançamentos da Arte de Autor - mais agradável ao toque. Mas, tirando isso, ambos os livros são muito similares.




Tendo em conta que a edição da Arte de Autor é em capa dura e que se trata de um álbum duplo, não é de admirar que o livro seja muito mais grosso dos que os outros, especialmente do que a edição da Baleia Azul.




Olhando para as contracapas, todas elas são bonitas mas tenho que dizer que a contracapa da Arte de Autor acaba por ser a mais bela. A editora optou por usar as duas ilustrações das capas do tomo 1 e do tomo 2. A capa do tomo 2 foi usada como capa deste volume e a capa do tomo 1 foi usada como contracapa. 

Devo dizer que, apesar disso, também gostava bastante da contracapa da edição da Witloof que tinha as capas dos cinco volumes do início da série (o 5º acabaria por nunca ser editado pela editora), com um pormenor delicioso: o volume em questão recebia um tratamento a verniz para o diferenciar dos demais.




Olhando para o interior da obra, quando comparamos a edição da Baleia Azul com a edição da Arte de Autor, há uma grande diferença ao nível do tratamento das cores. É que a impressão da Baleia Azul apresentava cores demasiado esbranquiçadas que tiravam algo do ambiente escuro e misterioso da série, como pode ser visto na imagem acima.
 



A questão das cores foi resolvida com a redição da Witloof, diga-se, que acaba por ficar bastante equiparada à edição da Arte de Autor, como pode ser visto acima. Nalguns casos parece-me que as cores da Witloof talvez sejam ligeiramente escuras em demasia. Mas a diferença é diminuta, admito.

Olhando para o todo, a edição da Arte de Autor parece-me melhor do que todas as restantes embora a edição da Witloof apresente uma qualidade bastante boa, também.




A única coisa onde não me parece que a edição da Arte de Autor tenha sido tão feliz, é na escolha das fonts para o texto manuscrito que aparece em algumas cartas. Mesmo assim, também aceito que esta seja uma opção mais estética porque, convenhamos, ambos os tipos de letra têm boa leitura.




Nota ainda, positiva, para a inclusão de uma belíssima ilustração na edição da Arte de Autor. A capacidade ilustrativa do autor Yslaire é verdadeiramente impressionante.



Por fim, a edição da Arte de Autor também inclui uma árvore genealógica das várias personagens e gerações que fazem parte da família Sambre. Um bom pormenor. Não sei se isto é, ou não, um compromisso da Arte de Autor para os leitores de que, além do arco principal da série, a editora ponderá publicar, no futuro, o restante arco de A Guerra dos Sambre que, embora sob a batuta de Yslaire, é desenhada por outros autores e que inclui 3 ciclos de 3 livros. 

Da minha parte, posso dizer que adoraria que isso acontecesse. Mas também considero que talvez ainda seja muito cedo para pensar, sequer, nessa hipótese. Para que isso pudesse, eventualmente, acontecer, acho que a série principal teria que vender muito bem. Fica o desejo, por agora.

Em suma, sendo verdade que a edição que a extinta editora Witloof fez de Sambre era muito boa, a Arte de Autor volta a não desiludir e apresenta-nos uma bela edição para uma obra absolutamente obrigatória. Já não há razões plausíveis para não se apostar nesta obra prima da banda desenhada europeia!

3 comentários:

  1. Excelente artigo! Tenho gostado bastante do tratamento a esta série por parte da Arte de Autor, tal como já nos vinha a habituar, particularmente com Armazém Central. A compilação em 2 volumes faz todo o sentido e os detalhes são uma delícia.
    Há previsão de data de lançamento do volume 3+4?
    Abraço

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    1. Concordo em absoluto e obrigado pelo comentário! Sim, a Arte de Autor espera editar o volume 3+4 ainda durante este ano. Provavelmente sairá no segundo semestre.

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    2. Será um por trimestre? Parece-me muito bem!

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