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quinta-feira, 11 de maio de 2023

É uma das notícias editoriais do ano: A Levoir vai editar Moby Dick de Chabouté!



Ontem, quando soube desta notícia, estava a comer um rissol e cuspi-me todo, tal não foi a emoção de saber desta fantástica novidade!

É mesmo verdade! Chabouté, um autor que, lamentavelmente, (ainda) é pouco publicado em Portugal, vai ter a sua obra Moby Dick, uma adaptação magistral do original de Herman Melville, editada pela Levoir! Relembro que a mesma editora editou Acender uma Fogueira, também de Chabouté, na última edição da sua Coleção de Novelas Gráficas.

A Levoir não avança ainda com uma data concreta para o lançamento de Moby Dick porque, segundo informações veiculadas pela mesma, se encontra ainda a fechar datas e prazos com gráficas e com o Jornal Público, mas é garantido que esta obra será lançada durante este verão.

E isto também nos dá a confirmação de que a coleção Novelas Gráficas da Levoir vai mesmo regressar. Avanço, aliás, essa informação aqui, no Vinheta 2020, em primeira mão. Como sempre disse, considero esta coleção o "acontecimento editorial da BD nacional" anual, portanto, não poderia estar mais feliz.

Moby Dick, de Christophe Chabouté será lançado em dois volumes. Face a esta questão, deixem-me tecer um comentário:

Tenho lido alguns disparates por essa internet fora acerca deste suposto erro da editora em dividir Moby Dick em duas partes. Em primeiro lugar, não foi a Levoir que se lembrou de dividir a obra em dois. A obra foi originalmente lançada em dois volumes. Portanto, se há coisas de que, neste ponto, não se pode acusar a Levoir, é de que está a cometer algum erro perante a obra original. Mais fiel ao lançamento original é impossível, na verdade.
Também é verdade que a obra foi entretanto lançada numa versão integral, num só volume. Se eu iria preferir essa opção? Sim, possivelmente. Eu prefiro (quase) sempre integrais. No entanto, mais do que nunca, aceita-se a opção da Levoir. Já para não falar de que esta obra será lançada na coleção das Novelas Gráficas e que, por esse motivo, tem uma gestão de custos muito acrobática por parte da editora, como garantia de um preço bastante simpático. Não se pode ter tudo.

Portanto, digo-vos: estou muito, muito, muito satisfeito com esta notícia! Não só pela obra, fantástica, que merecia chegar aos leitores portugueses; não só pelo regresso da Coleção das Novelas Gráficas; como, também, com o retorno da Levoir à relevância na edição de banda desenhada em Portugal que, lamentavelmente, esteve mais intermitente nos últimos anos. É que Moby Dick poderá muito bem ser um dos melhores livros de BD lançados em Portugal durante 2023!

Por agora, enquanto não há mais novidades, e para vos deixar com água na boca, deixo-vos com as duas capas originais da obra e com algumas pranchas da edição original da obra.

12 comentários:

  1. Infelizmente retalhado em 2 volumes. Os editores nacionais não aprendem. Irei para a edição brasileira...

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    1. Retalhado? Foi editado originalmente assim... retalhado.

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    2. Aconselho-o a que confirme a forma como esta obra foi editada em vários mercados (EUA, Espanha, Itália, Alemanha, etc...) e perceberá o meu comentário. Remeto-o igualmente para o comentário abaixo.

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    3. António, desta vez não acho que se possa "apontar armas" à Levoir. Como escrevi acima, talvez eu preferisse uma edição premium integral. No entanto, a Levoir achou por bem não se basear nessas edição integral e basear-se na edição original em dois volumes. Aceita-se perfeitamente a opção, quanto a mim.

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    4. Discordo. Uma obra fechada há muito pode e deve ser editada na integral (e esta tem apenas 2 volumes). Todos sabemos o que está por detrás desta decisão e as circunstâncias que a condicionam. Uma obra desta dimensão e importância deveria ser disponibilizada fora da Coleção Novela Gráfica, com acabamentos, papel de qualidade e respeitando o projecto gráfico original o que, mais uma vez, dificilmente irá acontecer pelas limitações impostas pelo modelo de distribuição. Facilmente pagaria os €33 por um formato semelhante á obra de Juan Giménez agora editada pela Arte de Autor do esta Moby Dick "retalhada". O que diria o Hugo a um "Relatório de Brodeck" separadinho e 2 ou 3 volumes?...

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    5. Pois, são opiniões. Há que perceber que a coleção de Novelas Gráficas da Levoir não se direcional (apenas) ao público mais acérrimo de BD, como nós os dois. Destina-se a um público mais casual. E, respondendo à sua questão, eu preferia que o Relatório de Brodeck tivesse sido editado pela Levoir em dois volumes do que se não tivesse sido editado. Prefiro - e acho que já disse isso - edições integrais. E essa do Relatório de Brodeck é um mimo. Mas, na impossibilidade de haver uma edição integral, eu quero é que exista uma edição portuguesa.

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    6. Hugo, concordamos no que seria o formato ideal e fechado para estas obras seminais, no entanto entendo que as Coleções Novelas Gráficas nunca foram para o público casual - os títulos e autores são demasiadamente desconhecidos do leitor habitual (e ainda mais do casual...) com algumas excepções, claro. Entendo no entanto, que o modelo por detrás desta coleção é errado porque nivela por baixo em termos de qualidade de edição. Os exemplos são muitos e comentei-os por aqui atempadamente. Também desejo que mais obras deste nível sejam publicadas por cá mas não quero coleções para "pobrezinhos" ou remediadas. Se esse for o preço por uma edição nacional, não obrigado. Abraço.

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  2. Aqui no Brasil temos Moby Dick uma publicação da editora Pipoca e Nanquim capa dura formato grande e de um acabamento requintado na verdade uma edição definitiva e melhor ainda um volume único. Procurem conhecer vale muito a pena.

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  3. Sim, Moby Dick foi lançado originalmente em duas partes. Portanto, não vem ´´mal ao mundo´´ ser editada em dois volumes. Quanto ao regresso das NOVELAS GRÁFICAS, não podia ouvir melhor noticia. Como foi dito no artigo em cima, era só o acontecimento editorial de BD do ano,... fico muito feliz, mesmo, pelo regresso desse ´´acontecimento´´.

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    1. Estou totalmente de acordo, Miguel!

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    2. Miguel, a Coleção Novelas gráficas tem lugar no panorama editorial nacional (e saúdo e seu reaparecimento), mas existem certas obras que deveriam ter a dignidade e tratamento editorial á altura da sua importância e todos sabemos que esta coleção nunca a poderá oferecer.

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