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terça-feira, 28 de novembro de 2023

À Conversa Com: Gorila Sentado - Novidades para 2024!



Hoje trago-vos as novidades referentes a uma editora independente portuguesa! 

Refiro-me à Gorila Sentado que, após se iniciar, em 2018, de forma tímida no mercado de banda desenhada nacional, prepara-se para um ano de 2024 com mais lançamentos.

Falei com o simpático Daniel da Silva Lopes, autor e responsável do projeto editorial. 

Conversámos sobre esse lado de se ser verdadeiramente independente na edição de banda desenhada, com as vantagens e desvantagens que daí resultam, e também, e claro, das novas obras que a Gorila Sentado tem projetadas para o próximo ano!

Não deixem de ler a entrevista, mais abaixo.



ENTREVISTA


1. A Gorila Sentado é uma editora independente que tem vindo a lançar, de forma espaçada, obras da tua autoria, como Beep Boop ou In The Dust of Our Planet. Como tem sido esta caminhada e que dificuldades e vantagens existem em ser-se verdadeiramente independente no lançamento de banda desenhada em Portugal?

Primeiro de tudo, muito obrigado por esta entrevista, não podíamos estar mais radiantes em poder participar. 

Sim, a Gorila foi criada em 2018 com o lançamento de algumas obras, com o intuito de terem um fim, mas infelizmente tudo mudou com a pandemia, com grandes mudanças na vida das pessoas envolvidas, o que acabou por culminar numa paragem forçada. Após a pandemia e com o regresso ao chamado novo normal, decidi recomeçar o projecto da Gorila Sentado com o lançamento de trabalhos que sempre quis publicar.

2023 está a ser um ano importante para a editora e 2024 será ainda mais. A caminhada tem sido dura mas, na minha opinião, bastante recompensadora. Adoro o que faço e dou 200% aos projectos. Só desejo que isso se sinta quando o leitor pega numa das revistas. 

Sobre as dificuldades e vantagens, sinceramente, não consigo ver dificuldades. Apenas vantagens. Claro que me podem dizer que o nosso trabalho não se encontra disponível no grande mercado livreiro, mas a verdade é: Onde é que as revistas iam estar nessas lojas? Metidas num canto, lançadas ao esquecimento até alguém tropeçar nelas? Acho que prefiro andar com o material de um lado para o outro, participar em mercados, lançamentos em loja e ter um contacto muito mais pessoal com o público ou com uma loja de especialidade. Só temos que nos esforçar muito mais do que o normal em tentar passar a palavra e tentar expor o nosso trabalho. No fim, AMO esta arte e universo e adoro o caminho que estamos a seguir enquanto editora.


2. Como tem estado a ser a adesão à série In The Dust of Our Planet? Quantos números deverá a mesma ter?

Não podia estar mais contente com a adesão ao projecto. Acho que tem sido bem recebido e os leitores perguntam sempre quando sai o próximo número que creio ser um sinal positivo. 

A série principal In the Dust of Our Planet vai contar com seis números e a série spinoff desse universo Sweet Wind vai contar com 5. 

Existem planos para continuar de outra forma o universo, mas quando chegarmos lá, vamos poder falar melhor sobre isso.


3. Para o lançamento desta obra, a Gorila Sentado tem lançado pequenos números em formato comic, com poucas páginas. Algo que é cada vez mais raro de ver em Portugal. Consideras que a existência deste tipo de histórias curtas, lançadas deste modo, é algo que faz falta ao mercado nacional?

Existem vários fatores a ter em conta para conseguir responder a esta questão. Um deles é o factor financeiro. Para nós, como pequena editora, é mais fácil controlar lançamentos e custos, uma vez que, como editora independente, somos nós que fazemos tudo. E quando digo tudo, é mesmo tudo. ´

Depois, vem o lado da visão que temos. Eu cresci com comics. Adoro a ideia de seguir uma história e ter que esperar pelo próximo número para saber como ela vai continuar. Foi esse sentimento que quis trazer para as nossas revistas. 

Por fim, vem o factor da apresentação das obras. Para um leitor que não nos conhece, é muito mais acessível para o mesmo dar um valor mais baixo por uma revista, do que valores como quando falamos de um Trade ou Hardcover.


4. E, no futuro, consideras lançar um volume que compile toda a história de In The Dust of Our Planet?

Sim, existe um plano para compilar as histórias de uma forma um bocado diferente do que o habitual. Mas ainda não será em 2024. 

Neste momento, estamos focados em continuar os projectos e em dar o nosso melhor.


5. Até agora, a Gorila Sentado só se tem concentrado no lançamento das tuas obras. Há espaço para a entrada de outros autores nacionais na editora? Existe uma porta aberta na Gorila Sentado para que um autor português emergente possa submeter o seu trabalho com o intuito de ser publicado pela editora?

Sem dúvida alguma. Quando criei a Gorila, foi sempre com o desejo de publicar outros autores, que já conheça e admire, ou novos autores que ainda não conheça e que acabe por me apaixonar pelo seu trabalho. 

Temos feito convites e andamos sempre à procura de novos projectos. Um dos projectos novos que temos planeado e anunciado já para o início do ano é o número #1 do título Last Call escrito e desenhado pelo Gonçalo Fernandes, com legendagem pelo Tiago Rodrigues, edição por Miguel Gonçalves e design por mim. Trata-se de um trabalho bastante interessante onde cada número irá trazer duas histórias e os leitores irão poder votar na que gostaram mais, decidindo qual delas irá continuar no número seguinte. Espero que este projecto faça as pessoas olharem para a editora, não como um veículo de publicar os meus trabalhos pessoais, mas sim, uma casa onde podem publicar as suas obras. 

Temos outros projetos a serem planeados e espero que 2024 revele um pouco mais a nossa visão para o futuro.


6. E há a possibilidade da editora vir a lançar obras de autores internacionais ou a ideia é ser apenas uma editora nacional?

Não irei fechar a porta a nenhum autor independentemente da sua nacionalidade se o projecto estiver ao nosso alcance e for ao encontro da nossa visão. Todos na equipa adoramos Banda Desenhada seja qual for a sua forma e feitio.


7. O facto de os livros estarem cada vez mais caros torna-se uma desvantagem ou uma vantagem para as editoras independentes? É que, por um lado, há menos rendimento disponível nas carteiras dos leitores, mas, por outro lado, as edições independentes costumam ter preços mais em conta...

Acho que não existe muito a fazer. Tal como aprendemos a navegar nestes tempos enquanto consumidores, também temos que aprender a fazer o mesmo enquanto editores. 

O nosso desejo e plano, é fazer o melhor trabalho possível e dar ao leitor trabalhos de qualidade onde ele nem sequer pense se somos indie ou não.


8. Até ao final do ano 2023, ainda serão lançadas algumas novas obras? Quais?

Não. Até ao final de 2023 estamos apenas focados em mercados e apresentações.


9. E que novas obras poderemos esperar para 2024?

Estamos neste momento a apresentar os nossos primeiros seis meses de 2024. 

Nestes primeiros meses iremos lançar o já falado Last Call #1, criado por Gonçalo Fernandes, e um novo trabalho meu de nome Kael and the Red Cavern #1

Juntamente com estes lançamentos, iremos apresentar e lançar o Sweet Wind #2 e o In The Dust of Our Planet #3

É nosso desejo que estes quatro lançamentos sejam os melhores até hoje e que os leitores continuem a apreciar o nosso trabalho.

Temos planos para os outros seis meses, mas preferimos falar deles quando chegarmos lá.

Last Call #1, de Gonçalo Fernandes

Prancha de Last Call #1, de Gonçalo Fernandes

Prancha de Last Call #1, de Gonçalo Fernandes

Preview de Kael and The Red Cavern #1, de Daniel da Silva Lopes



Preview de Kael and The Red Cavern #1, de Daniel da Silva Lopes



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