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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Está a chegar uma das BDs do ano!!!



É um livro há muito desejado pelos leitores portugueses de (boa) banda desenhada e está próximo de chegar até nós!

Falo de O Meu Irmão, de Jean-Louis Tripp (co-autor do maravilhoso Armazém Central), que é uma autêntica obra prima da banda desenhada! Um daqueles livros de uma vida, que fica connosco para todo o sempre!

A história é real e fala-nos do modo como o autor perdeu o seu irmão. É um livro comovente, chocante, deprimente e, ao mesmo tempo, imensamente belo e impactante. 

Na altura do lançamento original da obra, tive a oportunidade de ler a versão original da mesma, intitulada Le Petit Frère, e escrever sobre ela aqui.
Ao contrário da edição original da obra da editora Casterman, que é em capa mole, a edição portuguesa da editora Ala dos Livros é em capa dura e com lombada em tecido. Além disso, a capa é diferente (e, quanto a mim, mais bela) e o livro ainda inclui um caderno de extras com o relato do autor sobre o processo de feitura da obra.

Um livro indispensável e candidato a livro do ano que deverão colocar na vossa lista de compras. 

O lançamento está previsto para o mês de Maio. Se não estiver já disponível no próximo Maia BD, deverá estar pronto para venda no Festival de Beja.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

O Meu Irmão, de Jean-Louis Tripp

«Não se morre a meio das férias de Verão, quando se tem onze anos e meio.»


A 5 de agosto de 1976, na Bretanha, durante uma viagem nas férias de Verão da família, um condutor atropelou o irmão mais novo de JeanLouis Tripp e fugiu. Gilles não tinha ainda doze anos e não sobreviveria ao acidente. 

O autor volta atrás no tempo, desde aquele instante em que a sua vida e a dos seus familiares mudou completamente. Ao reconstituir as suas memórias, explora as emoções pessoais provocadas por este drama comovente e testemunha, através desta sua odisseia, a dor e a sua busca por apaziguamento.

A edição portuguesa, agora publicada pela Ala dos Livros, inclui um caderno adicional com o relato do autor, na primeira pessoa, das suas memórias do trágico episódio e do processo de realização de um livro comovente e impressionante que consegue marcar e tocar o leitor.

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Ficha técnica
O Meu Irmão
Autor: Jean-Louis Tripp
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 352, a cores
Encadernação: Capa dura, com lombada em tecido
Formato: 210 x 285 mm
PVP: 47,00€

8 comentários:

  1. Capa infeliz, no mínimo. A capa original, não sendo uma maravilha do design, funcionava melhor num jogo hábil de escalas tipográficas e sobreposição de imagem com abundante espaço negativo, distribuindo o olhar e impacto por uma área significativa da capa frontal. Muito desiludido com a escolha da Ala dos Livros. Já agora o preço dos livros de BD estão a atingir valores absurdos. Vejam lá isso..

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  2. Olá, António.
    É uma opinião que respeito, mas penso que esta capa mostra muito mais a essência do livro e do sentimento que o acompanha.
    Em relação a preços, talvez se deva fazer um comparativo ponderado com outras edições (nacionais) - nº páginas, formatos, objecto. Os livros ao serem lançados têm um PVP definido e fixo, mas acabam por ser comercializados em campanhas com 10 a 20% de desconto (durante os 24 meses desde a data de publicação) com as vantagens e desvantagens que isso causa a leitores, livreiros e editores. Porque também tem desvantagens sobretudo para os dois últimos.
    Poderíamos fazer - como já vi e começa a ser habitual - e anunciar este livro a 42,30€ (que é o preço que vai vigorar na grande maioria dos pontos de venda com 10% desconto), sem falar nas diversas campanhas de 20% (que o editor suporta em grande parte...) a 37,60€
    A sermos justos, faça-se a comparação, também nesses casos com desconto, com o PVP da edição original de 2022 e compare-se o resto dos custos, tiragens e produção. E com a questão da distribuição.
    Como já comentei, é um facto que o mercado nacional tem várias limitações e especificidades que limitam as opções do que/como gostaríamos de publicar. E que influenciam (muito) o preço. Mas continuamos a fazer o que podemos e arriscar o investimento. E sim, os livros estão no geral caros para o leitor nacional. Analisar isso sem olhar às causas e estrutura do mercado em si e assumir que os editores não gostariam de poder praticar preços bem mais acessíveis (e não são também prejudicados...) é que não me parece correcto.

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    Respostas
    1. É verdade, o mercado moderno liberalizado e globalizado tem aspetos injustos e ingratos, sobretudo para uma editora pequena num país e mercado pequenos. Os grandes dominam e canibalizam. Mas, perante isso, acho que é possivel uma atitude mais alinhada com a realidade social do mercado. Esta vossa edição só é mais "luxuosa" por iniciativa vossa. Respeito a vossa opção editorial, mas creio (já o disse antes) que ela não ajuda a produzir os efeitos que procuram (mais leitores e mais compradores), e talvez faça o contrário e aprofunde o nicho.

      O consumidor não tem "culpa" das leis do mercado e não pode ser "julgado" por fazer as compras quando sabe que é mais barato, perante o mercado que tem à frente. E o mercado do livro em Portugal até tem crescido. Sei que a BD é um caso particular, mas também há BD a crescer por aí.

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    2. Boa tarde Ricardo Magalhães. Agradeço o seu comentário. Parte do que iria ser minha resposta está reflectida no comentário anterior do (outro) Ricardo. Tenho perfeita consciência das limitações e características do mercado português e se refiro os valores de capa de muitas das edições não é porque reconheça alguma tipo prática intencional menos correcta por parte dos editores mas sim que o mesmo pode ser um factor adicional de afastamento de leitores actuais e futuros. Chegar a um preço de equilíbrio é uma acto de malabarismo, acredito. Relativamente á capa e não conheçendo a obra apenas reflecti a minha impressão profissional de designer de mais de 30 anos de actividade. Desejo os melhores sucessos á Ala e aos seus colaboradores. Precisamos de bons editores e edições.
      PS - se não fôr pedir muito invistam numa obra de ficção científica que isto por cá isto está quase um deserto...

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    3. A ideia de que é mais "luxuosa" é por vezes enganadora quando não se tem noção das alternativas que foram equacionadas. O facto é que perante as opções que tinhamos (capa mole vs capa dura) estas seriam sempre muito próximas destes valores. Os elementos de "luxo" que estão a apontar, neste caso, não têm neste livro grande peso no preço final. Compreendo que até possa ser difícil de acreditar, mas entre uma edição em capa mole (como a original) e esta, não ficou nem 10% mais cara. E com uma diferença de 4-5eur, num livro que estaria de qualquer forma na casa dos +40eur... Porque se não tem nada de diferente da original da "concorrência" (de discutível leal(gali)dade) das diversas edições estrangeiras no tal mercado globalizado, uma coisa posso garantir, não é no preço que podemos competir - em igualdade de produto. Quando se prefere ocupar parte do mercado potencial a vender edições estrangeiras semanas antes das nacionais, com as mesmas ou até piores margens... Também podemos questionar/criticar? Ou vale apenas para um lado? E mais vale ficarmos por aqui.
      A questão é que com as tiragens do nosso mercado (e as nossas até não são assim tão pequenas), ou se reduzem formatos, papel e qualidade ou não há milagres. Há quem faça mais barato outros livros, mas também o facto é que não fazem "alguns" ou da mesma forma. Ou fazem uns com um preço alvo e outros parecidos com outro ou mudam características dos livros. E essa é uma escolha dos leitores, se querem apoiar quem vá fazendo livros/BD em português ou comprar só as edições estrangeiras e se querem edições "razoáveis" ou se aceitam/preferem apenas que se edite de qualquer forma. E não deixo de achar curioso não ver esses mesmos comentários/críticas sobre os preços de outras edições até bem recentes e que nem essa parte de alegado "luxo" apresentam e até são mais caras em preço de capa. Eu faço essa comparação regularmente e é curioso acharem que é a AL a puxar os preços. Há uma diferença entre ser "caro" e ter um "preço elevado". Um depende da percepção (expressão tão na moda...), outro da comparação de produtos/características. Temos de facto um princípio, não baixamos o nível das edições originais e só isso já nos coloca em desvantagem. Se entendermos que em alguns casos e já com essa desvantagem a diferença de preço não compensa fazer igual, tentamos fazer melhor em alguns aspectos. Quando conseguimos fazer melhor e até mais barato não costumam haver elogios (um exemplo claro e directo: O Burlão nas Indias). A LPFL em França prevê descontos de 5%, por cá são 10% mas comparam-se até preços com desconto lá de preços sem desconto cá. Alguma cadeia aceita vender sem esse desconto sobre o PVP? Que o editor paga? Fazemos assim, eliminamos os 10% de desconto da praxe e o PVP deste livro são menos 4,70€. Está melhor assim?
      Eu respeito mesmo muito o esforço que os leitores fazem para comprar livros - nossos e outros - e achar que aumentamos preços por desporto não é justo. E normalmente ignoro, mas chega a um ponto em que não me apetece ignorar mais especialmente quando são análises sempre para o mesmo lado um bocado à treinador de bancada sem considerar muitos dos factos, bastante complexos até, do mercado editorial. Que não interessam nada ao leitor, mas esse faz a sua escolha no momento de decidir o que compra e não está a discutir nem preciso de economia sectorial para a justificar.
      Quem manda são os leitores que, em última análise, até podem ler os livros de graça nas bibliotecas. Desde que... alguém os faça.
      Continuo a não perceber como temos tão poucas editoras a funcionar. Afinal parece tão fácil ter todas as respostas certas de como fazer bem/melhor.

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    4. Olá, António.
      Penso que parte também estará respondido na minha resposta anterior. Serei sempre dos primeiros a querer fazer livros com preços mais acessíveis, mas quando se pega num livro de + 300p a cor o que é acessível no nosso mercado? E nem estou a entrar e estratégia de preço/concorrência que vejo serem usadas em alguns livros. Percebo-as, percebo o objectivo e percebo de onde vem.
      Não podemos comparar com o PVP francês ou espanhol, nem com outras edições que cá chegam quando as tiragens são 10-30x inferiores.
      Mas tenho de ser directo, a edição brasileira está a ser vendida por cá, em capa mole, ao mesmo preço. É justa a crítica? Não é por ai que definimos os preços, mas se uma edição portuguesa, em capa mole, ficaria perto desse preço qual é a vantagem do produto para o leitor? E qual a vantagem para o ponto de venda?
      Em relação à capa, respeito a opinão. Eu gosto mais desta e desde que li o livro achei que esta poderia ser uma boa capa. Neste caso foi possível e o autor concordou. Muitas vezes quando se tenta pedir alterações não é possível.

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    5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    6. Ricardo Magalhães a versão brasileira da Nemo está à venda por 37€ na casa que costuma importar o material do Brasil. Sobre a capa, estou de acordo, a capa da Ala dos Livros está excelente. Depois de lerem o livro vão entender melhor a escolha. Parabéns pela edição desta obra e que venha o próximo livro do Jean-Louis Tripp.

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