Hoje trago-vos o comparativo entre o primeiro volume da série Mattéo, de Jean-Pierre Gibrat, recentemente editado pela Ala dos Livros, e a primeira edição portuguesa da obra, de 2009, pela editora Vitamina BD que, infelizmente, acabou por deixar de existir.
E devo ser-vos franco: não existem substanciais diferenças entre uma e outra edição.
E isso prova que, de facto, o trabalho que a Vitamina BD tinha feito com esta obra era de excelente qualidade. E, claro, de excelente qualidade também é o trabalho que a Ala dos Livros coloca na suas edições. Mas isso já não é, creio, novidade para ninguém.
Olhando então para os dois livros, lado a lado, os mesmos apresentam o mesmo formato. Bem, o da Vitamina BD parece ser uns milímetros (um ou dois milímetros, se tanto) maior do que o da Ala dos Livros.
Ambas as edições apesentam a mesma ilustração de capa, embora, se olharmos com atenção, o corte da ilustração, em termos de margens, é ligeiramente diferente entre os dois livros.
A versão da Ala dos Livros conta com detalhes a verniz, na capa e na contracapa, enquanto que a versão da Vitamina BD não tem este pequeno detalhe de requinte. A Vitamina BD optou por colocar o logótipo da editora na capa, enquanto que a Ala dos Livros o colocou na contracapa.
Em termos de lombada, os livros são praticamente iguais, excetuando o facto do sentido do texto ser oposto. Para quem está a fazer a coleção pela Ala dos Livros, mesmo que até já tenha a edição da Vitamina BD, talvez este seja um detalhe importante e positivo.
Detetei que o nome do autor na lombada da Ala dos Livros está ligeiramente desfocado. Não é algo que chame muito a atenção, mas é um pequeno erro, provavelmente de impressão - ou de preparação do ficheiro para impressão.
As próprias guardas dos dois livros são praticamente iguais, tal como também o são as folhas de rosto de cada um dos livros.
Talvez a edição da Ala dos Livros tenha os níveis de cor e luz mais bem equilibrados do que a edição da Vitamina BD. Mas nada que seja sobejamente visível.
O que é diferente é, para além da tradução da obra, o tipo de letra utilizado nos balões e legendas.
Ambas as fonts são bem escolhidas, se bem que até sou capaz de preferir - mas talvez por uma questão de afinidade à primeira edição que tive da obra - a font utilizada no livro da Vitamina BD.
E isso é especialmente verificável na carta. Ora vejam:
Seja como for, compreendo que a Ala dos Livros esteja a uniformizar, como é óbvio, as fonts utilizadas em todos os livros, tendo em conta que já publicou toda a série, excetuando o segundo tomo que há de chegar até nós brevemente.
Mesmo em termos de extras, nenhum dos livros os contém, pelo que, também neste cômputo, as duas edições são iguais.
Em suma, não há nesta nova edição do primeiro tomo de Mattéo, por parte da Ala dos Livros, grandes diferenças, para melhor ou para pior, face ao trabalho que já havia sido feito com a edição da Vitamina BD. Portanto, a questão mais importante a reter é que este primeiro volume, que estava completamente esgotado, volta a estar disponível no mercado nacional. Essa é a boa notícia!
Foram bastantes as pessoas que me escreveram a queixarem-se de que não podiam encontrar os dois primeiros volumes da série, o que era dissuasor para investirem em Mattéo. Agora que este primeiro volume da série volta a ser publicado - e tendo noção que já não faltará muito até que o segundo volume também o seja - ainda há menos razões para que os leitores de BD de qualidade superior não apostem neste trabalho de Gibrat, pois é fantástico é totalmente aconselhável.







Na minha avaliação, e no que diz respeito á parte da produção gráfica, tomando a edição original como referência, a versa da Ala dos Livros parece-me mais aproximada, embora não fiel. Os meios tons estão mais abertos, as sombras menos fechadas, mas a saturação de azuis não apresenta os mesmos valores. Vê-se isto no casaco do personagem principal (em primeiro plano) e nos olhos da mulher em 2º plano. Na versão da Vitamina os azuis estão completamente “esmagados” por um excesso de magentas e preto. Quanto á balonagem, os tipos gráficos estāo próximos do original, com destaque para a versāo da Ala - alguém esteve atento, coisa pouco comum nas nossas editoras. Só lamento a oportunidade perdida de se ter acrescentado alguns extras para fazer valer a pena um reinvestimento nesta obra. Outra coisa que a Ala poderia ter feito seria oferecer alguns ex-libris exclusivos e limitados aos primeiros, por exemplo, 100 compradores obra. Uma prática comum em outros mercados.
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