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sexta-feira, 14 de abril de 2023

À Conversa Com: ASA - Novidades para 2023!



Hoje trago-vos, finalmente, as novidades de banda desenhada que a ASA tem preparadas para este ano 2023!

Alguns destes títulos já são conhecidos por aqueles que andam mais atentos ao meio mas, ainda assim, esta é uma entrevista que vão querer ler.

Estive à conversa com Luís Saraiva, o novo responsável pela área da banda desenhada no Grupo LeYa, que, amavelmente, me respondeu a algumas das questões que lhe fiz chegar e deu o mote para a nova estratégia da editora face a novas apostas em banda desenhada.

Não deixem de ler.


Entrevista

1. Apesar da "crise anunciada" para 2022, com a crise do papel a encarecer a produção e custo final dos livros, em paralelo com o aumento do custo de vida dos portugueses, a vossa atividade editorial manteve-se robusta ao longo do ano. Mesmo sendo cedo para uma análise profunda ao volume de vendas, considera que 2022 foi um ano positivo para a editora?

Sim, foi um ano positivo. Apesar de todas as adversidades relacionadas com o aumento do custo da matéria-prima devido à inflação, custo de transporte, etc, temos sentido que o mercado editorial em Portugal tem vindo a ser reforçado de ano para ano. 

A Pandemia trouxe muitas coisas más, mas penso que em sentido positivo tem vindo a atrair mais públicos para a leitura e para os livros em particular.


2. E como olha para 2023? Como um ano de contenção editorial da vossa parte, de continuidade ou de novas apostas?

Apesar de se ter registado esse crescimento, estamos cientes do risco inerente à conjuntura económica atual. 

Nesse sentido, continuaremos em 2023 a apostar e a reforçar o plano editorial de forma gradual, consistente, mas sempre com muita prudência. 

Posso adiantar, que o segmento da Banda Desenhada, onde se inserem as subcategorias da “Mangá” e “Graphic Novels”, será uma forte aposta da LeYa. 

Motivados pelo crescimento que este segmento tem registado nos últimos 3 anos, tanto em Portugal, como fora, pensamos ter chegado o momento de apostar nesta área.


3. Mesmo admitindo que ainda não tenha dados finais, relativamente à banda desenhada, qual foi o vosso campeão de vendas de 2022?

O campeão de vendas continua a ser o Astérix. Não só pelo volume de vendas que representa uma novidade desta personagem, mas também por todo o catálogo extenso que vende sempre muito bem. 

A nova versão do Spirou, elaborado por Émile Bravo, foi um grande sucesso.


4. 2022 foi o ano em que para além dos habituais novos lançamentos de Lucky Luke, Michel Vaillant, ou Blake e Mortimer, a ASA/LeYa apostou numa obra de qualidade inquestionável que são os "Spirou de autor". Tivemos, pois, o lançamento de "Diário de um Ingénuo" e do primeiro e segundo volumes de "A Esperança nunca Morre". Ambos de Émile Bravo. Poderão os leitores portugueses esperar que os dois volumes que faltam de "A Esperança nunca Morre" sejam lançados ainda em 2023? E, para além dos álbuns de Émile Bravo, estará a ASA/LeYa a ponderar lançar mais "Spirou de autor"?

Recentemente publicámos o livro Spirou – A Esperança nunca morre - Parte 2 e contamos publicar até outubro a Parte 3. 

Posso adiantar que este ano iremos ter o privilégio de receber por cá o autor Émile Bravo, durante o Amadora BD 2023.


5. A parceria entre a ASA e o jornal Público tem-nos proporcionado o lançamento de muitas obras de banda desenhada de excelente qualidade. Como, por exemplo, Peter Pan (Loisel), Long John Silver, Rio ou Grão Duque. Poderemos esperar por uma continuidade nos lançamentos de banda desenhada, por parte da ASA e do Público em 2023? E que séries serão lançadas durante este ano, para além de Black Crow, de Yves Delitte?

As coleções Asa Público são desde 2006 um canal essencial para a Banda Desenhada em Portugal, temos publicado por esta via inúmeras obras de enorme qualidade, permitindo alargar a oferta de livros de BD em língua portuguesa, compondo coleções esgotadas ou mesmo inéditas no nosso mercado.

Será, pois, um canal onde iremos apostar em 2023. No próximo dia 19 abril, iremos iniciar uma coleção com o mote dos Piratas – Black Crow de Jean-Yves Delitte (o mesmo da recente coleção U-Boot), composta por 6 títulos e saídas semanais.


6. Recentemente, a ASA voltou a apostar na edição de séries mangá, como Stray Dog ou Cagaster. Como está a ser a adesão do mercado a estes títulos? E isso quer dizer que os leitores de BD portugueses podem esperar que a ASA aposte em mais séries mangá? Quais?

O sub-segmento de Mangá é claramente uma das nossas apostas. A LeYa foi uma das pioneiras neste género no mercado português, porém talvez tenha estado numa fase prematura e os resultados não foram os esperados e durante algum tempo estivemos a aguardar por melhor momento.

Pensamos que esse momento chegou e a prova disso é que mesmo regressando ao segmento pela via da Mangá feita na Europa (França) tivemos resultados muito interessantes. Tanto o Cagaster, como o StrayDog, foram grandes sucessos no nosso catálogo em 2022. 

Para este ano, estamos a trabalhar fortemente para publicar mais séries de mangá, mantendo a aposta nas mangá francesas, mas também provenientes da Coreia do Sul, de Taiwan e como é obvio do Japão. 

Para já e no início do 2º semestre teremos uma nova coleção intitulada Horion, de Aienkei e Enaibi.



7. Já foi tornado público que a série O Árabe do Futuro voltará às livrarias portuguesas com a publicação do 5º tomo. Que outras séries do género de novela gráfica poderemos esperar?

“Graphic Novels” (Romances Gráficos) será outra das grandes apostas. O Árabe do Futuro 5, a ser publicado em maio e reimpressão de todos os títulos anteriores que se encontram esgotados no mercado, será o ponto de partida. 

Estamos a trabalhar em inúmeros livros neste segmento, acreditando que a partir do 2º semestre muitas novidades irão aparecer. O nosso objetivo é publicar dentro deste subsegmento livros que tenham qualidade e pertinência nos tempos que correm, tanto pela sua plástica, como pelo tema e forma de o interpretar. O racismo, a igualdade de género, as doenças terminais e as doenças limitativas ou a velhice, são alguns dos temas que estamos a trabalhar para publicar em breve.


8. Dentro dos autores portugueses, a ASA já tem pensada a publicação de alguma obra?

No que diz respeito aos autores portugueses estamos também de volta ao mercado. 

Já no mês de maio iremos publicar um livro intitulado Crónicas de Lisboa da autoria do jornalista Ferreira Fernandes e do ilustrador Nuno Saraiva, livro com todas as histórias que ambos foram escrevendo e desenhando nos últimos anos para A Mensagem de Lisboa

Também para breve a versão em língua inglesa da obra Pontas Soltas - Lisboa, do Ricardo Cabral, pois acreditamos que também em Portugal existe muita qualidade que pode e deve ser promovida.



9. Uma pergunta de caráter mais pessoal: das obras que lançaram durante o ano 2022 qual a sua preferida?

Pessoalmente, sou um fã dos clássicos e ver os clássicos crescer com os tempos é sempre um gosto acrescido. Como tal, não posso deixar de destacar a nova saga do Spirou, por Émile Bravo, como a obra de BD do ano 2022.

3 comentários:

  1. Mais do mesmo fb e manga mesmo sendo "pioneiro" adiantou muito ao Dragon ball.Comics vai ser igual nada das majores.A nao ser gn titulo pomposo a lembrar as gn marvel.dc.image.idw.$alvat,levoir a lembrar o criador dos bonecos gijoe que os chamou action figures.

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  2. Como já referi noutro forum nada de particularmente entusiasmante e as intenções em relação ás "novelas gráficas" deixam-me inquieto. Tendo em conta as "linhas" seguidas pela editora nos últimos anos estou pouco optimista. Espero estar enganado, mas duvido...

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