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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Já ganhei o dia!!! Sambre vai ser continuado em português!!!


É a notícia do dia e uma das notícias do ano para mim! Sambre, a magnífica série de Yslaire, vai ser editada em Portugal, pela Arte de Autor!!!!!

Esta é uma notícia que me acaba de ser dada pela editora, Vanda Rodrigues, e que me deixou felicíssimo da vida! E provavelmente não serei apenas eu a ficar assim feliz, se tivermos em conta que no recente BD Censos 2022, efetuado aqui no Vinheta 2020, a série Sambre ficou em 4º lugar na categoria de séries parcialmente editadas em Portugal que os leitores portugueses mais gostariam de ver reeditadas por cá

Posso, portanto, avançar que em 2023, a Arte de Autor irá lançar um álbum duplo que reunirá os volumes 5 e 6, Maudit soit le fruit de ses entrailles... e La mer vue du Purgatoire..., respetivamente.

A editora apresenta, portanto, a mesma tática editorial que apresentou aquando o (re)lançamento de Armazém Central. Na altura, a editora também começou por abordar a série lançando o primeiro álbum que se encontrava inédito em Portugal, tendo, depois, acabado por lançar os álbuns anteriores e os restantes e, desse modo, editar a totalidade dos 9 volumes.

Se Sambre obtiver sucesso comercial (e como não, dada a sua qualidade?!) estou certo que a editora lançará os primeiros quatro volumes para que os novos leitores da série a possam adquirir na totalidade. 

Para quem não conhece a série, deixem-me dizer-vos que se trata de um drama histórico que foi originalmente criado por Yslaire e Balac (também conhecido por Yann) em 1986. Devido a divergências entre os autores, Balac abandonou o projeto e Yslaire passou a assumir o argumento e os desenhos de Sambre. Esta é capaz de ser a banda desenhada mais romântica, melancólica e charmosa que li na minha vida. Conta-nos a história de uma família francesa da burguesia do século XIX e da enorme paixão - arrebatadora! - que une Bernard Sambre a Julie, uma vagabunda de olhos vermelhos. Se a história é bela e impactante, as ilustrações são maravilhosas.

Relembro que os primeiros quatro tomos foram lançados em Portugal. O primeiro, pela Baleia Azul e os três álbuns seguintes pela Witloof. Entretanto, todas estas editoras acabaram e a série foi deixada a meio, para mal dos pecados de muitos leitores! Por vezes, ainda encontro alguns volumes da Witloof à venda mas vão escasseando cada vez mais. E acho que já é virtualmente impossível encontrar o primeiro volume da Baleia Azul.

Entretanto, em França, já foram lançados oito volumes da série principal e, se não estou em erro, essa mesma série está planeada para ter nove volumes.

Isto, na série principal. Porque também há uma série paralela, denominada, La Guerre des Sambre que reúne 3 ciclos diferentes, cada um com 3 tomos: Hugo & Iris (3 volumes); Maxime & Constance (3 volumes) e Werner & Charlotte (3 volumes). Esta série paralela não conheço tão bem e só li dois volumes. Mas, mesmo não sendo desenhada por Yslaire, parece-me de elevada qualidade, também.

Fazendo uma nota pessoal, relembro com um enorme sentido de satisfação um dos primeiros artigos que escrevi no Vinheta 2020, logo nos primórdios do blog, em que falava das 3 séries que mais gostaria de ver integralmente publicadas em Portugal mas que, lamentavelmente, tinham sido descontinuadas. 

Eram elas Armazém Central que, entretanto, já foi totalmente publicada; Peter Pan (Loisel) que também já foi integralmente publicada e era Sambre. Portanto, em pouco mais de dois anos, estas três séries de tão grande relevância nos meus gostos e na minha paixão pela banda desenhada ficaram (ou, mais propriamente, ficarão) integralmente editadas em Portugal.

Não sei se terei ou não alguma responsabilidade para que isto tenha acontecido mas o que é certo é que hoje, quando soube desta notícia relativa a Sambre, não pude deixar de sorrir e de ficar quase emocionado. Gozem à vontade, se quiserem, mas é a verdade.

Estou felicíssimo! Só me resta agora esperar que Sambre receba o carinho que merece por parte dos leitores portugueses de boa banda desenhada!

11 comentários:

  1. Não sou comprador mas, mais uma vez, a questão impõe-se: porque não relançar, desde o início a série? Estará a editor a "apalpar" terreno a ver se ainda há interesse na série em Portugal? Contará apenas com aqueles que, longinquamente, adquiriram os primeiros 4 volumes e ainda estariam, pacientemente, a aguardar o resto da série? Confesso que a lógica destas decisões escapa-me...

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    1. Sim, António. Acho que é isso mesmo: a editora está a auscultar o mercado. Eu também preferia que a editora começasse logo a partir do primeiro tomo mas compreendo que, devido a ser uma editora pequena, devido a ser uma série com alguma dimensão, a Arte de Autor se veja na necessidade de ver se o mercado responde. É melhor isso do que começar a lançar séries "à maluca" como era feito há alguns anos e que, invariavelmente, acabavam deixadas a meio. Até à data a Arte de Autor não deixou nenhuma série a meio e acredito que isso também não acontecerá com Sambre.

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    2. Pois Hugo, entramos de novo na teoria da pescadinha de rabo-na-boca. Licenciar um título a meio de uma série pode ser menos arriscado, mas também se pode revelar como um falso arranque. Pessoalmente julgo que faria mais sentido se as editoras dessem um sinal ao leitor de haver um compromisso para a série inteira ou então, como diz o Ricardo Amaro abaixo, perder de vez os complexos e lançar edições integrais. Sou da opinião que o comprador regular de BD adulto em Portugal mais facilmente investiria em edições integrais ou semi-integrais do que obriga-lo a retalhar o seu investimento por diversos volumes. Mas mais de que assumirem o papel de "completadoras" de coleções as editoras deveriam apostar em novos títulos e novos autores.

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    1. Que pena! Mas espero que sejam muitos os que irão comprar!

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  3. Excelente notícia .Tenho os 4 primeiros volumes, o 1º da Baleia Azul e os outros 3 da WitLoof. Excelente série

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  4. Era lançar o integral e estava feito... 230 pag.... 40 euros... E venham os próximos!

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    1. Gosto muito de integrais e acho que, particularmente nesta série, faria muito sentido. Mas também compreendo que, do ponto de vista comercial da editora, tal opção poderia não ser tão viável.

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  5. Confiando, sempre, na opinião da Vinheta 2020, não posso deixar de dizer que é sempre um risco adquirir um volume (neste caso o 4º) e depois a editora acabar por não editar os primeiros volumes. Para mim a questão não está na qualidade da série, mas na possibilidade de a Arte de Autor não publicar os primeiros volumes, quando se sabe que é impossível encontrar no mercado esses volumes...

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    1. Obrigado pelo comentário. Percebo perfeitamente as suas reservas. Isto é um pau de dois bicos, bem sei. Por um lado o leitor até quer comprar a série mas, por outro, tem receio de ficar "pendurado" como, há uns anos, acontecia tantas vezes. Não há certezas que as editoras não abandonem as série mas também posso afirmar que, pelo menos nos últimos anos, as editoras não têm deixado séries a meio.

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