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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Lançamento: Fishing Memories




Saiu recentemente a obra Fishing Memories, do português Miguel Peres (autor de Random e de Cemitério dos Sonhos) e da brasileira Majory Yokomizo. 

Inicialmente editada em inglês, é esperado que a obra receba uma versão portuguesa, que deverá ser lançada em Portugal e no Brasil, ainda durante o ano de 2021. A legendagem e design do livro é feita por outro português, bem conhecido dos leitores portugueses de bd: Mário Freitas.

Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

Fishing Memories, de Miguel Peres e Majory Yokomizo
Lethe está preso numa ilha deserta, sem se lembrar de como chegou até lá. A única esperança que ele tem de se salvar é pescar memórias que flutuam no mar e tentar recuperar a sua identidade para escapar. 

Uma alegoria sobre aqueles que sofrem os seus últimos dias com a doença de Alzheimer.

"Pescador de Memórias" é uma história sensível sobre o significado da memória e da família. 

Miguel Peres é um dos mais promissores escritores da nova cena da BD portuguesa e juntou-se à emergente artista brasileira Majory Yokomizo para contar uma história que também é um lembrete, agora mais do que nunca, de que devemos aproveitar os bons momentos da vida, pois o amanhã pode trazer um mundo imprevisível de caos.
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Ficha técnica
Fishing Memories
Autores: e Miguel Peres e Majory Yokomizo
Editora: Blue Fox Comics
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 15,14€ (£12.99)

É lançado hoje o BDinder - a nova plataforma onde um argumentista de BD pode encontrar um ilustrador e vice-versa!

 

Hoje é mais um dia importante para o Vinheta 2020! É lançado o segundo grupo de facebook desta página. Considero os grupos de facebook como uma ferramenta indispensável para a comunicação, convergência e conetividade entre os elementos que compõem o setor da banda desenhada em Portugal: leitores, autores, editoras e bloggers. Mas já existem vários - e bons - grupos de BD no facebook e, portanto, não quererei, de forma alguma, criar apenas "mais um grupo" com as mesmíssimas informações que os outros grupos já apresentam. Não precisamos de mais redundância.

Nesse sentido, relembro que foi criado em Março deste ano, o primeiro grupo de facebook do Vinheta 2020, intitulado Procura-se BD perdida! O objetivo, conforme expliquei no artigo que escrevi na altura, foi o de criar um grupo onde os leitores de BD pudessem colocar imagens dos livros que procuram e que não têm encontrado. Ou seja, um grupo mais centrado na procura do que na oferta, ao contrário dos grupos de venda e de leilões que já populam no facebook. Na altura, foi um projeto-piloto. Caso o grupo não tivesse sucesso, seria cancelado por mim. Felizmente, tem havido um sucesso razoável nesse grupo, com os membros a colocarem praticamente um post diário acerca de um livro de BD que têm procurado sem sucesso. E - melhor ainda! - já são vários os casos de membros que, graças ao grupo, encontraram livros, que pareciam impossíveis de localizar! Isso é, por si só, um sucesso e a razão de ser desse grupo.

E hoje, como escrevia acima, o Vinheta 2020 arranca com uma nova iniciativa, assente no seu segundo grupo de facebook, que terá o nome de BDinder. Sim, perceberam bem, o nome resulta de uma paródia à famosa aplicação Tinder que, basicamente, serve para ajudar os seus utilizadores a encontrarem a sua cara-metade. A sua paixão. Parto então desse princípio mas aplicando-o à banda desenhada e retirando a parte do engate. O objetivo do BDinder não serão os engates mas sim, ser uma plataforma de contacto entre criadores de banda desenhada (os que já o são e os que ambicionam sê-lo).

Para tal, o BDinder procura ser um grupo de intercâmbio, de partilha e de contacto entre aspirantes a argumentistas e aspirantes a ilustradores. Bem, na verdade, nem têm que ser "aspirantes", como já disse. Quem sabe se um ilustrador português, já com obra publicada, não encontra no BDinder um argumento fabuloso para ilustrar no seu próximo livro? Ou quem sabe se um argumentista de BD, com larga experiência, não encontra neste grupo o ilustrador pelo qual tem andado à procura? Quem sabe?

Além de que, este grupo também poderá servir como uma incubadora de boas ideias. Imaginem que um membro do grupo apresenta uma ideia para uma banda desenhada que suscita grande interesse por parte dos membros que dizem: "adoraria ler uma bd sobre esse tema!". Não será isto uma forma de pré-auscultar o mercado? Há potencial para que o seja, pelo menos. 

Este grupo é, pois, direcionado ao argumentista que até tem uma ideia que considera que daria uma boa banda desenhada mas que nunca encontrou a pessoa certa para a desenhar. Ou para o ilustrador que até gosta de desenhar mas que não tem tanto jeito - ou vontade - para criar histórias. No fundo, isto funcionará como uma plataforma de "encontros criativos".

Como funcionará? Bem, os próprios membros do grupo mostrar-nos-ão o funcionamento através da forma como utilizarem este grupo. O meu objetivo é moderar o menos possível o BDinder. Acho sempre melhor quando estas coisas ganham vida própria. De qualquer maneira, e para que possamos ir avançando aos poucos, são necessárias duas coisas: 1) ter membros e 2) que esses membros comecem a partilhar as suas ideias de argumento para bd e/ou a mostrarem algumas das suas ilustrações. Também estou aberto a sugestões e ideias que possam valorizar esta iniciativa.

Também nada me diz que isto não será um autêntico fracasso. Um grupo sem ilustradores e sem argumentistas. Um grupo onde não se passa nada. Se isso acontecer, é fácil. Cancelarei o BDinder. Nem todas as ideias têm de ser "boas ideias". E convivo bem com isso.

Porém, não saberemos se não tentarmos. E é isso que estou a fazer. Se vieste dar com este texto, peço-te uma coisa: convida os teus amigos que são ilustradores, que são argumentistas, escritores, leitores ou editores de banda desenhada. Convida também os teus amigos que têm uma loja de BD. Ou um gosto especial por este género. Como qualquer grupo, quantos mais forem os seus membros, mais hipóteses haverão que possa surgir daqui alguma coisa relevante para a banda desenhada. Essa forma de arte que todos amamos e valorizamos.

Sairá alguma banda desenhada deste grupo? E conseguirá ser publicada? Teremos aqui um "match"? Logo veremos!

Até já! 





À Conversa Com: G. Floy Studio - Novidades para o 2º Semestre de 2021




É tempo de ficarmos a saber quais são os planos da G. Floy Studio para o resto de 2021! 

Se a primeira parte do ano foi algo escassa em termos de número de obras lançadas - pelo menos, comparando com outros anos - o segundo semestre promete ser rico em número de obras editadas. São 13 (!) os novos livros que a editora planeia lançar antes do final do ano!!!

Destaque para várias séries que serão finalizadas e para uma obra em concreto, que promete deliciar inúmeros leitores de banda desenhada!

Fica a conhecer, mais abaixo, que obras são essas, através da entrevista que tive com a responsável da G. Floy Studio, a simpática Christine Meyer.


Entrevista


1. Como foi este primeiro semestre do ano editorial de 2021 para vós? Editaram tudo o que tinham planeado ou houve títulos que foram adiados para o segundo semestre de 2021 (ou mesmo para 2022)?
Os primeiros meses de 2021 foram extremamente lentos devido a mais um confinamento. Mas agora as coisas estão a começar a ficar muito melhores.

Não fomos capazes de lançar tudo conforme tínhamos planeado: em parte, devido ao confinamento, em parte devido ao atraso nos Estados Unidos de alguns ds nossos títulos (Wolverine: Black, White and Blood; Outcast; Family Tree e Sete para a Eternidade). Mas todas estes títulos vão sair durante o segundo semestre de 2021.


2. Sei que ainda é cedo para aferir este tipo de resultados mas, para já, com base na informação e perceção de mercado que vão tendo, que título lançado em 2021 está a ser uma agradável surpresa de vendas?
A adaptação de Ricard Corben de Espíritos dos Mortos, de Edgar Allan Poe, está a vender muito bem e acima das expectativas. :)


3. E que obra é que está a vender mais devagar do que aquilo que tinham planeado?
Todo o resto está a vender conforme o esperado.


4. Quais são os vossos lançamentos agendados para o segundo semestre de 2021?
Aqui está a lista dos títulos que pretendemos lançar durante o segundo semestre deste ano:

Moonshine #3 (Volume 3 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Faithless #2 (Volume 2 de 3)
de Brian Azzarello e Maria Llovet

Stumptown #4 (Último Volume da série)
de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill

Wolverine: Black, White & Blood
de Duggan, Kubert, Shalvey e outros

Criminal Livro 5: Cruel Summer (Último Volume da série)
de Ed Brubaker e Sean Phillips

Gideon Falls #6 (Último Volume da série)
de Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart

Outcast #6 (Último Volume da série; contém os números 7 e 8)
de Robert Kirkman e Azaceta

Family Tree (Contém os números de 1 a 12)
de Jeff Lemire, Phil Hester, Eric Gapstur e Ryan Cody

Carnage: Black, White & Blood (Contém os números de 1 a 4)
de Howard, Percy, Ewing e outros

Sete para a Eternidade #2 (Último Volume da série; contém os números de 10 a 17)
de Rick Remender, Jerome Opeña, James Harren e Matt Hollingsworth


Monsters
de Barry Windsor-Smith

Ascender #2 (Volume 2 de 4)
de Jeff Lemire e Dustin Nguyen

Black Magick: The First Book Of Shadows (Contém os números de 1 a 11)
de Greg Rucka e Nicola Scott


5. Há algum título novo que queiram avançar, em primeira mão, aos leitores do Vinheta 2020, mesmo que seja uma novidade a ser preparada apenas para 2022?
É seguro dizer que publicaremos Moonshine vol. 4, bem como Sara de Garth Ennis durante o primeiro semestre de 2022. :)

Moonshine #4 (Volume 4 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Sara
de Garth Ennis e Steve Epting






terça-feira, 29 de junho de 2021

Análise: Hanuram - A Fúria



Hanuram: A Fúria, de Ricardo Venâncio

Hanuram: A Fúria, do autor português Ricardo Venâncio, foi editado pela G. Floy e pela Comic Heart em 2017. A mesma obra recebeu também uma versão em inglês, iniciativa que sempre merece destaque pela tentativa de chegar a um novo – e mais abrangente – público.

Para além da história principal, A Fúria, este livro também inclui uma curta história adicional, intitulada Maldito, que foi publicada originalmente no livro Kaboombox Volume One, uma coletânea de curtas e ilustrações do coletivo Brand New Nostalgia.

O argumento apresenta-nos a personagem de Hanuram, o Dourado, um guerreiro de armadura dourada que desafia sistematicamente os deuses e os seus interesses. Os deuses, esses, enfurecidos, vão colocando pedras no caminho de Hanuram. Perigos colossais e obstáculos impossíveis de ultrapassar, mas que, no final, o guerreiro dourado sempre parece ultrapassar. E, ainda por cima, para irritação dos deuses, com uma aparente facilidade e sem qualquer sombra de humildade.


Aonni, a Deusa da Guerra, pretende fazer de Hanuram um exemplo, de forma a que o mesmo pague pelo seu desmesurado orgulho, de modo a obter uma lição de humildade. E prepara, desta forma, um novo e difícil obstáculo. Estão a ver o videojogo God of War? Há algumas semelhanças no tema.

Em termos de história, devo dizer que fiquei um pouco dececionado com este Hanuram. E explico porquê: é que me parece que o argumento, de base mitológica, procura apenas criar um engodo, uma razão, um motivo para a existência da personagem. Sem construir, propriamente, uma verdadeira trama. E portanto, ao assentar a sua história nesta base mitológica, parece fazê-lo de uma maneira bastante superficial, que aparenta só estar a “cumprir calendário”. É certo que a obra desde cedo se preocupa em contextualizar o universo – e a sua origem – de forma a termos uma tela mitológica, um palco de teatro para que as aventura de Hanuram possam tomar lugar. Mas pareceu-me tudo muito forçado e pouco desenvolvido. A verdadeira razão da existência desta obra são as fantásticas cenas de ação. E aí, meus caros leitores, creio que é justo considerar Ricardo Venâncio como um dos grandes talentos nacionais.


É, pois, nos desenhos, na planificação, na escolha de enquadramentos, nas cores que Hanuram: A Fúria brilha. O argumento é demasiado mal regado, com ideias algo difusas. Mas o restante é muito, muito interessante!

E, aliás, uma prova de que toda a base do argumento parecer ser só um engodo para que o autor possa construir brilhantes cenas de ação, é o facto da batalha que Hanuram trava com a besta felpuda com que se depara, ocupe 12 das 37 páginas que compõem a história principal do livro. Um terço! 

E é justamente nesse terço do livro, e nessa batalha, que os talentos de Ricardo Venâncio mais vêm ao de cima. A meu ver, é este o verdadeiro sumo da obra. Se este livro tivesse apenas 12 páginas, seria verdadeiramente fantástico. Focar-se-ia apenas na luta entre titãs e não teria aquelas camadas de conteúdo algo forçado. 

De facto, a maneira como o autor coreografa esta luta, com momentos de muita ação e violência, quebrados por momentos de tensão e silêncio, fazem com que nos seja difícil perceber quem ganhará esta batalha de gigantes. E a própria resolução da história, com uma pitada de humor, é bem-vinda e oferece ao protagonista, já de si carismático, ainda mais carisma e atitude marcante. Muito bem feito, sem dúvida!


Quanto aos desenhos de Venâncio, esta é uma obra fantástica. A personagem de Hanuram é emblemática, assim como é a sua indumentária, as suas expressões faciais ou a sua linguagem corporal. O traço do autor é nervoso mas rigoroso e inspirado. E a utilização de bons planos de câmara faz com que estejamos constantemente imersos na ação, pressentindo o perigo que rodeia o protagonista da história. Outra coisa que me convenceu bastante foi a dinâmica e inteligente planificação da obra que nos oferece vinhetas de muitas formas e feitios, tornando a leitura escorreita e nunca repetitiva ou entediante. O autor sabe gerir muito bem os momentos da batalha em cada vinheta.

Uma curta nota negativa merece ser dada ao lettering escolhido para o título da obra que tem fraca legibilidade. Compreendo que seja o autor a querer dotar o design do título de uma componente algo mitológica mas acho que não resultou nada bem, sinceramente. E espanta-me que ninguém tenha aconselhado o autor sobre esta situação.

A edição da G. Floy tem uma ótima qualidade. Capa dura, boa encadernação e papel brilhante de excelente qualidade. Nota ainda para uma galeria de ilustrações da personagem de Hanuram por parte de alguns ilustres convidados como Jorge Coelho, Pedro Potier, André Caetano e David Lafuente. A inclusão da história curta Maldito é uma mais valia e permite até ver como o estilo de ilustração de Ricardo Vinâncio em relação a este Hanuram foi evoluindo e depurando.

Em suma, ainda que, em termos de argumento, Hanuram: A Fúria não seja muito inspirado, a verdade é que Ricardo Venâncio é um autor cheio de boas soluções narrativas para contar uma história em banda desenhada, bem como é dono de um belo traço que torna este livro muito interessante em termos visuais. A conhecer, sem dúvida.


NOTA FINAL (1/10):
7.6



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Ficha técnica
Hanuram: A Fúria
Autor: Ricardo Venâncio
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 48, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Julho de 2017

Lançamento: Introdução ao Cálculo em Banda Desenhada



A Gradiva disponibilizou há alguns dias a sua nova aposta em banda desenhada.

Desta vez, estamos perante um livro técnico-didático que procura trazer luzes e conhecimento básico sobre a matemática.

A autoria da obra pertence a Grady Klein e Yoram Bauman, dos quais foi lançado, em 2019, também pela Gradiva, a obra Introdução à Economia em BD vol. 1: Microeconomia.

Abaixo fiquem com a sinopse da obra e respetivas imagens promocionais.

Introdução ao Cálculo em Banda Desenhada, de Grady Klein e Yoram Bauman
Com Grady Klein e Yoram Bauman como nossos guias, escalamos os dois picos da Montanha Derivada e da Montanha Integral, e dos seus cumes vemos como o cálculo se relaciona com o resto da matemática.

Começando pelos problemas da velocidade e da área, Klein e Bauman mostram como a disciplina é unificada por um teorema fundamental. Conhecemos génios como Arquimedes, Liu Hui e Bonaventura Cavalieri, que sobreviveu aos declives da intuição, mas que nos preparou para a avalancha de perigos postos pelo rigor matemático. 

Depois escalamos mais, mexendo-nos entre limites, valores extremos, optimização e integração, e aprendemos como o cálculo pode ser aplicado à economia, física e tanto mais. Klein e Bauman completam o livro com um prático glossário de símbolos de forma que não mistures constantes com restrições.
Com uma narrativa viva e envolvente repleta de graças e esclarecimentos, Introdução ao Cálculo em Banda Desenhada é um início essencial para estudantes ou para alguém curioso sobre matemática.

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Ficha técnica
Introdução ao Cálculo em Banda Desenhada
Autores: Grady Klein e Yoram Bauman
Editora: Gradiva
Páginas: 224, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,00€

Lançamento: Tex - O Homem das Pistolas de Ouro




Tex
está de volta! A partir de amanhã já estará disponível nas bancas portuguesas!

Depois de Tex - A Chicotada, este é já o segundo título desta série que nos traz Tex numa abordagem diferente da clássica a que fomos habituados. Neste caso, são histórias auto-contidas, em livros a cores e num formato franco-belga. Ideais para os que querem mergulhar no universo Texiano

Esta segunda aventura, intitulada Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, tem como autores Pasquale Ruju e r.m. Guéra. Uma palavra de apreço à editora A Seita pela capa inédita que conseguiu.

Abaixo fiquem com algumas imagens da obra e respetiva sinopse.

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra

“Tinha o Kit Carson à minha frente, dava-lhe um tiro no estômago e depois ficava ali a vê-lo morrer. Que belo sonho!”

Durante a guerra com o México, o exército americano pede ajuda aos Texas Rangers contra os guerrilheiros de Juan Gonzales. Vinte anos mais tarde, um fantasma regressado do inferno vai assassinando, um após outro, todos os que o perseguiram, e que mataram os seus irmãos. Um assassino cruel, armado com duas pistolas de ouro, cujo brilho é uma verdadeira sentença de morte. E na sua lista está Kit Carson, que cavalga ao lado de um jovem Tex Willer, num crescendo de sangue e violência.
Um dos maiores argumentistas italianos, Pasquale Ruju, une forças ao desenhador r.m. Guéra (Scalped, Os Malditos) para uma aventura inesquecível!

Criado em 1948 por Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini, Tex é um dos mais antigos cowboys da banda desenhada europeia, e a mais popular personagem dos fumetti italianos. Nesta colecção, alguns dos maiores desenhadores da BD italiana e mundial têm oportunidade de desenhar Tex em histórias criadas expressamente para a cor e para o formato mais ambicioso dos álbuns de BD franco-belga. Colecção que regressa às bancas e livrarias novamente, com mais uma aventura escrita por Pasquale Ruju, mas desta vez com desenhos da estrela internacional r.m. Guéra, que oferece aqui a sua interpretação pessoal do ranger mais famoso da banda desenhada, servido pelas cores de Giulia Brusco. 
Com O Homem das Pistolas de Ouro, o leitor, tal como no álbum anterior, é transportado até à fronteira do Rio Grande, onde Juan Gonzales parece ter regressado do inferno para acertar umas contas em atraso com um grupo de rangers, entre os quais Kit Carson. Um a um, todos vão caindo, assassinados sem apelo por um homem que não perdoa, e cuja única motivação é a vingança. Mas, ao lado de Carson, segue Tex Willer, e juntos vão perseguir um inimigo venenoso até ao fim. Um belíssimo western que vem provar as inesgotáveis capacidades narrativas que a personagem de Tex pode oferecer, mesmo decorridas mais de sete décadas desde a sua criação. A edição d’A Seita apresenta uma belíssima capa diferente da edição original, e é enriquecida com um caderno de extras onde se destacam desenhos e estudos de r.m. Guéra, expressamente enviados pelo desenhador para este álbum, assim como um artigo sobre a génese desta história, escrito em exclusivo por Pasquale Ruju.
“Ruju confeciona uma pequena jóia que se lê com enorme prazer, apesar das poucas páginas à disposição. Aliás, ao autor é necessário muito pouco para caracterizar um vilão irredutível como Juan Gonzales, um daqueles que, apenas com a sua presença, devora toda uma cena”.
- FumettiAvventura (um dos principais sites de BD de Itália)

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Ficha técnica
Tex - O Homem das Pistolas de Ouro
Autores: Pasquale Ruju e r.m. Guéra
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 14,00€

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Análise: Off Road

Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books


Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books
Off Road, de Sean Murphy

Off Road é a primeira obra a solo de Sean Murphy e foi publicada originalmente em 2005, pela editora Oni Press. Em Portugal, este livro, limitado a uma pequena tiragem de 200(!) exemplares, foi publicado pela Kingpin Books. E, em boa hora o fez, já que este é um livro muito interessante.

Aviso, desde já, que sou um confesso admirador da arte visual de Sean Murphy. Poderia nomear mais alguns livros, mas, focando-me em dois livros publicados em Portugal, ambos pela Levoir, nomeadamente Jesus Punk Rock ou Batman: Cavaleiro Branco, posso dizer que é-me difícil ficar indiferente aos trabalhos deste autor.

O que me leva a falar do seu estilo de arte, que acho verdadeiramente formidável. Os seus desenhos parecem estar envoltos naquela camada de coolness que apenas alguns ilustradores conseguem doar às suas ilustrações. Estão a ver aquele colega que, na escola preparatória, fazia desenhos que todos os outros colegas adoravam e queriam copiar? Estou certo que Sean Murphy também há-de ter sido um desses desenhadores populares durante os seus tempos de escola. E não é que os seus personagens sejam demasiado realistas ou impossíveis de reproduzir. De copiar. Não o são. Mas têm um certo tipo de feições e expressões que, mesmo sendo semi-caricaturais, nos fazem construir fáceis relações com as personagens de Murphy. Batman: Cavaleiro Branco é, na minha opinião, dos melhores livros de Batman que já li, com a arte do autor a encaixar maravilhosamente no ambiente noir e pesado de Gotham City e as suas personagens, com especial destaque para Batman/Bruce Wayne e Joker são fantásticas pela forma como são representadas visualmente. Por sua vez, em Jesus Punk Rock, a arte salta à vista da primeira à última página, tornando este livro absolutamente magnífico do ponto de vista visual.

Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books

E também aqui, neste Off Road, temos uma arte fantástica e bem ao estilo de Jesus Punk Rock por também ser a preto e branco. Denota-se, possivelmente, que em Off Road os desenhos não estarão ainda tão evoluídos e detalhados como em Jesus Punk Rock, mas, ainda assim, já lá está bem presente a marca e estilo inconfundível do autor, que nos oferece uma arte muito expressiva, de traço semi-caricatural, e com personagens que nos ficam na retina. O seu estilo parece recolher influências dos mangás e dos comics. O resultado é uma mistura muito bem conseguida, personalizada e original. Diria que em Off Road, certas expressões das personagens serão, por ventura, algo exageradas, mas isso também é algo bastante frequente nos mangás, de onde o autor recolhe inspiração. Junte-se ainda que o uso de planos cinematográficos e uma boa escolha de poses das personagens fazem com que o livro adquiria parecenças com um filme. O que é (quase) sempre bom na banda desenhada. Não é a história - que é simples como mais abaixo dou conta - mas sim a arte a grande estrela deste livro.

O argumento é tão simples e linear que poderia ser resumido numa mera frase: três jovens juntam-se para um passeio em todo-o-terreno que acaba por correr mal. E quando digo “correr mal” não me refiro a uma trama pesada e complexa que pressuponha crimes ou mortes ou eventos muito marcantes. Na verdade, o dia corre mal porque acontecem certas atribulações entre as personagens, que as fazem ter um dia difícil - do ponto de vista de um adolescente, refira-se - quando inicialmente tudo parecia crer que seria um dia excelente para os três jovens.

Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books

Devo dizer que provavelmente eu consideraria a história deste Off Road demasiado básica e oca, sem momentos verdadeiramente impactantes, se esta não fosse, afinal de contas, uma história baseada em factos reais. E que, ainda por cima, foram vividos pelo próprio Sean Murphy durante os seus tempos de jovem. Ora, isto muda tudo. Assim sendo, já me parece que a história não é tão insignificante assim. E se a considerarmos mundana é porque, de facto, estes eventos se passaram realmente - com algumas mudanças e partes mais romanceadas, claro - da forma como nos são relatados.

As três personagens que protagonizam esta aventura são Trent, que acaba de voltar da faculdade e que está em baixo devido à sua infeliz vida amorosa; Greg, a quem o pai ofereceu o jipe amarelo descapotável; e Brad que, por sua vez, tem uma relação tóxica com o seu pai. Embora a ideia base de Greg e de Brad fosse a ida a uma festa de amigos, Trent, aproveitando o facto de Greg ser agora o dono de um jipe, sugere que partam numa aventura em todo-o-terreno. Depois disto, acontecem problemas com o jipe e terão que socorrer-se da melhor forma que conseguem. Não desvendo mais para não contar demasiadas informações da história.

Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books

Sean Murphy explora de forma conveniente as personagens, seja nas relações de amizade (com muitas discussões à mistura) entre Trent, Greg e Brad, seja na dificuldade em estabelecer relações de Trent com raparigas. Considero que a relação de Brad com o seu pai, com quem trava cenas de agressões físicas, dá uma tónica mais pesada à história – que até é bem leve, diga-se – e que talvez pudesse ter sido mais bem explorada pelo autor. Gostaria também que a história fosse um pouco menos juvenil para que pudesse ser mais profunda e inolvidável. Mas dizer isto também não é dizer que este Off Road é um livro para "miúdos". Acho que adultos também terão certamente uma experiência agradável ao ler esta obra.

Quando acabamos o livro, a sensação com que ficamos é que passámos uns momentos agradáveis e que a história se leu muito bem e de forma bastante fluída. Talvez não seja o livro mais marcante de sempre. Mas não deixa de ser uma boa experiência de leitura.

A edição da Kingpin é em capa mole e papel baço, num formato mais pequeno do que o mais habitual em comics. Não está ao nível qualitativo de certas edições da Kingpin mas reconheço que é, ainda assim, uma edição com uma qualidade bastante aceitável.

Em conclusão, este é um livro muito bem conseguido, especialmente se tivermos em conta que é a primeira incursão a solo de Sean Murphy. O seu estilo ainda não estava tão bem refinado como noutras obras que sucederam a este Off Road, mas já permitia que oferecesse aos leitores muitos desenhos com uma arte dinâmica e enérgica, habitada por personagens carismáticos. A história em si é básica e linear e os diálogos poderiam ser mais realistas. Mesmo assim, traz consigo uma leitura fácil e agradável, que considero bastante recomendável.


NOTA FINAL (1/10):
8.4


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Off Road, de Sean Murphy - Kingpin Books

Ficha técnica
Off Road
Autor: Sean Murphy
Editora: Kingpin Books
Páginas: 128, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Outubro de 2010

Ala dos Livros publica a série O Mercenário com dois títulos em simultâneo



Já há algum tempo prometida, a série O Mercenário, de Vicente Segrelles, chega hoje às livrarias!

A Ala dos Livros irá lançar a série completa em Portugal. Para já, lança o primeiro e o décimo álbum da série, O Fogo Sagrado e Gigantes, respetivamente. Este décimo volume permanecia, até agora, inédito no nosso país. Assinale-se ainda que esta nova edição da série é revista e aumentada.

Mais abaixo, fiquem com a sinopse de cada uma das obras, bem como algumas imagens promocionais.


O Mercenário #1 - O Fogo Sagrado, de Vicente Segrelles

Um antigo mistério circula nas montanhas dos Himalaias.

Há lendas que fascinam, outras que provocam temor e arrepiam, e outras ainda que despertam a fantasia. Não existe nada escrito, todas foram transmitidas de boca em boca. O Iéti, o Vale da Eterna Juventude ou o Mosteiro da Cultura Universal são apenas algumas dessas lendas que chegaram até nós. 

Mas existe também um mito, provavelmente o menos conhecido, que evoca um mundo que desapareceu sem deixar rasto, um vale escondido coberto de nuvens no qual viverá as suas aventuras um Don Quixote sem nome, um soldado da fortuna simplesmente conhecido como “O Mercenário”.
Obra-prima da banda desenhada de fantasia, “O Mercenário” é uma série essencial que ressurge agora numa edição última, revista e aumentada.

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Ficha técnica
O Mercenário #1 - O Fogo Sagrado
Autor: Vicente Segrelles
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 19,90€




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O Mercenário #10 - Gigantes, de Vicente Segrelles

Enquanto descansa de uma viagem, à luz da fogueira, o Mercenário relata a Nan-Tay quatro aventuras que, assegura, são verdadeiras: viveu todas elas na primeira pessoa, e em todas teve de enfrentar um gigante. 

Começando por uma história com alguns laivos de ficção científica e de terror e passando pelas Mil e Uma Noites, chegamos por fim ao inferno e depois a um mundo cruel no qual os bons são, afinal, os maus. 

Um álbum cheio de fantasia, vários monstros, um pouco de humor e algo que o torna singular: pela primeira vez, a partir da página 35, Segrelles abandona os pinceis e o óleo para pintar as suas histórias recorrendo ao computador.
Cavalgando numa estranha criatura com asas, o Mercenário é um guerreiro intemporal, que ressurge agora numa edição última, revista e aumentada.

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Ficha técnica
O Mercenário #10 - Gigantes
Autor: Vicente Segrelles
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 19,90€