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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Análise: Stumptown - Vol. 4

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill

Stumptown tem um efeito interessante em mim. É uma daquelas séries que, à partida, até não aparenta ser nada de extraordinário, mas que, aos poucos, vai-se “entranhando” e, quando dou por mim, estou fã da série. Não tendo ficado logo maravilhado com a série, devo dizer que a mesma me foi conquistando com o tempo. Hoje posso ainda não estar "maravilhado" mas há que admitir que estou "claramente agradado" com Stumptown.

Como disse acima, não é que a arte ou o argumento tenham algo de espetacular. Mas, o que é certo é que a sensação de leitura acaba por ser muito gratificante. Este é, por isso, mais um daqueles casos em que primeiro "se estranha", mas que, ao longo do tempo, se vai "entranhando". Sendo este o quarto e último volume da série de Greg Rucka e de Justin Greenwood/Matthew Southworth, devo dizer que até tenho alguma pena que a série fique por aqui. Gostaria que os autores preparassem mais histórias no futuro.

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

E pela mesma razão: já estava a habituar-me a Dex Parios, a detetive privada de Portland. Sendo que este quarto volume é um dos melhores, sem dúvida.

A história, intitulada O Caso da Chávena de Café, não poderia ser mais inusitada – e talvez seja até isso que a torna mais interessante e convidativa a ler – e coloca-nos num caso de investigação que envolve… café. Sim, leram bem, café. Neste livro a história não se debate sobre um caso de investigação de um assassinato, de tráfico de droga, de casos de violência maquiavélica… não, nada disso. Aqui, Dex Parios terá como missão garantir a segurança do fornecimento de um tipo extremamente raro de café que, por esse motivo, é extremamente valioso. O trabalho é bem pago e parece fácil, mas quando começa a ser seguida pela Máfia Barista, percebe que há muitos interessados naquele carregamento de café. A protagonista é então trazida para uma luta entre "barões do café" (nunca esperei escrever esta expressão!) que deixa o leitor meio desamparado ao longo da história. Mas é uma boa sensação esta de "se estar desamparado", pois não sabemos para onde nos levará a história. Tendo em conta que já li tantos e tantos livros, esta sensação da história de determinado livro não ser óbvia é sempre algo que valorizo

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

Acho, portanto, que Greg Rucka é muito eficaz e original na narrativa que nos monta. E, além disso, introduz neste quarto volume uma nova personagem que é a irmã de Dex, Fuji, que está de visita à casa da protagonista. Mas, em vez de ser uma visita para ajudar com Ansel – o irmão com deficiência intelectual de ambas – Fuji, será uma fonte de problemas para Dex Parios.

Acaba por haver uma boa dose de momentos bem humorados e divertidos, que nos cativam, enquanto desejamos descobrir aonde nos levará toda esta trama que envolve o negócio do café.

E não ficamos por aqui. Porque, na verdade, este livro tem duas histórias. A primeira a envolver o café, que já referi, e uma segunda, intitulada O Caso da Noite Que Nunca Mais Acabava, onde temos um registo bastante diferente. A história é quase totalmente muda e o destaque vai para o ambiente tenso, que nos prende à leitura, que se cria. Uma história curta e muito bem executada por ambos os autores e que ajuda a melhorar ainda mais este livro que acaba por ser o melhor da série.

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

Em termos ilustrativos, relembro que no volume 3 Matthew Southworth havia sido substituído por Justin Greenwood enquanto ilustrador da série. E, quanto a mim, foi uma mudança com alterações positivas para a série. É certo que o traço mais realista de Southworth tinha os seus bons momentos (honra seja feita à espetacular cena de perseguição automóvel no volume 2) mas também é verdade que o seu trabalho me parecia algo “preguiçoso” noutras vinhetas, com muitas camadas de sujidade, uma paleta de cores que não funcionava particularmente bem e expressões das personagens não muito bem conseguidas. Com Greenwood tudo se alterou. O desenho passou de realista a muito mais "cartoonesco" e as cores passaram a assumir um destaque muito significativo (e positivo) para o todo.

Compreendo que muitos leitores que gostavam do trabalho de Southworth se tenham sentido algo defraudados a partir do volume 3, já que o tipo de ilustração mudou tão drasticamente. No entanto, reitero que para mim a série melhorou neste cômputo. As ilustrações de Greenwood sendo, por ventura, mais simples e diretas, acabam por criar uma maior relação de empatia do leitor perante as personagens e ajustam-se melhor às histórias que Rucka fabrica para esta série. Além de que dão alguma identidade própria à série que, na minha opinião, com o autor Southworth, se colavam (de forma não necessariamente satisfatória) ao estilo de Sean Phillips, em Criminal

Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

A juntar a isso, considero a paleta de cores – da autoria de Ryan Hill – uma grande mais-valia da obra. Ou seja, os esforços combinados dos três autores, encaixam muito bem, contribuindo para uma boa experiência de banda desenhada. É simples, mas é bom.

A edição da editora G. Floy Studio desta série - que é mais uma que a editora publica na íntegra e que merece os devidos louvores por isso - foi, desde o início, muito boa. E o volume 4 mantém os mesmos níveis de qualidade. Capa dura, bom papel baço, prefácio e ainda uma entrevista de 10(!) páginas aos três autores, que aparece complementada por esboços de Greenwood. Muito interessante! O grafismo desta série é muito bem conseguido, também, embora eu considere que o texto do prefácio e entrevista mereciam ter uma melhor leitura. Para isso bastaria que o tipo e tamanho de letra fosse outro ou, pelo menos, que o fundo não tivesse tanto ruído visual que dificulta a leitura. Mesmo assim, é uma “queixa” pequena e acredito que a G. Floy apenas se tenha limitado a reproduzir aquilo que havia sido feito no lançamento original.

Em conclusão, devo dizer que, relativamente a Stumptown, o meu conselho para os meus leitores é o seguinte: experimentem. Há forte probabilidade de virem a ficar fãs! Além disso, há que dizer que este 4º e último volume encerra a série de forma muito airosa, com duas histórias que estão entre as mais interessantes que esta série já nos deu. Se ainda não leram nenhum volume de Stumptown, bem que podem começar por este. O melhor de todos.


NOTA FINAL (1/10):
8.6


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Stumptown Vol. 4, de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill - G. Floy Studio

Ficha técnica
Stumptown - Vol. 4
Autores: Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Junho de 2021

A Sendai Editora lança a sua segunda obra de BD




Depois de se iniciar na edição de banda desenhada, mais concretamente mangás, com o lançamento da sua primeira obra Panorama do Inferno, de Hideshi Hino, a jovem editora portuguesa Sendai Editora lança agora a obra A Jornada de Kappa de Imiri Sakabashira. 

O lançamento oficial deverá ocorrer no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, no dia 4 de Setembro.

Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e algumas imagens promocionais. 

A Jornada de Kappa de Imiri Sakabashira
A Sendai Editora, a mais nova editora de mangás em Portugal tem o prazer de divulgar seu segundo lançamento: A Jornada de Kappa de Imiri Sakabashira!
Anne é uma jovem um tanto incomum. Ao sair para uma entrevista de emprego, acaba dentro de um submarino tripulado por kappas, criaturas mitológicas que são exímias nadadoras e adoram pepinos, que ora são piratas, ora são pescadoras. Com o seu novo emprego de cozinheira de bordo, Anne fará uma jornada num mundo mágico e com criaturas exóticas.

Imiri Sakabashira nasceu em Shizuoka em 1964 e desde sempre foi atraído por carros, máquinas, bonecos e kaijus, os monstros de séries e filmes japoneses. A sua arte reflete estes gostos no cenário da era Showa (1926-1989) com casas tradicionais de madeira, bairros labirínticos e outdoors. As suas histórias têm tons de realismo mágico com vários elementos metafísicos e surreais. É um representante da parte mais underground do mundo do mangá, contribuindo para as revistas Ax e Garo.

As suas obras mais famosas são The Box Man, Nekokappa e A Jornada de Kappa.
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Ficha técnica
A Jornada de Kappa
Imiri Sakabashira
Editora: Sendai Editora
Páginas: 208, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
PVP: 10,90€


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Lançamento: Concerto para Oito Infantes e Um Bastardo




A Seita acaba de lançar o livro Concerto para Oito Infantes e Um Bastardo, do português Fernando Relvas. 

Esta é uma obra de culto que estava algures perdida na história da banda desenhada portuguesa e que a editora portuguesa, oportunamente resgata agora.

Abaixo fiquem com nota de imprensa da editora e imagens promocionais.


Concerto para Oito Infantes e Um Bastardo, de Fernando Relvas
“Surgiu assim o Jaca, um suburbano decidido a vencer na vida através da carreira diplomática, que nunca seguirá, pois um destino teimoso empurra-o sistematicamente para situações onde ele, Jaca, não tem bem a certeza de querer estar.

Grande, de cabelo empastelado e puxado para trás, e roupa à moda da época, Jaca teria sido um pouco como o Fred, o Coiso e o seu grupo, personagens de subúrbio, caídos direitinhos dos anos setenta, agora transformados em pimpão algo pop”.

Obra de culto de Fernando Relvas, Concerto para Oito Infantes e um Bastardo, nasceu a partir de um convite de Jean-Pierre Dionnet para Relvas publicar na revista Métal Hurlant (Aventure), mas acabaria por sair no jornal Se7e, a partir de Dezembro de 1982. Quase quarenta anos depois é finalmente publicado em livro, juntamente com Niuiork, uma outra aventura protagonizada por Jaca, o futuro diplomata, ribatejano e bastardo. Um clássico incontornável da BD portuguesa, cheia do noir urbano do Bairro Alto e do Cais do Sodré como Relvas gostava dele, que está finalmente disponível para uma nova geração de leitores, num livro que servirá a nossa memória colectiva, a dos fãs de BD portuguesa.

Fernando Relvas, português nascido em 1954, autor de banda desenhada por determinação, persistência ou mesmo teimosia, iniciou-se nos anos 70, iluminou os anos 80, resistiu nos 90 e continuou no novo século. E morreu ainda novo em 2017. Lamentavelmente, ainda hoje o reconhecimento da sua importância está restringido à tribo e ninguém fora dela parece reconhecer a importância e o valor do autor para a arte portuguesa do fim e virar do século.

“...O autor nunca se deslocou deste centro: fazer BD, portuguesa, actual como nunca antes fora, acutilante, reconhecível como retrato de uma vivência urbana, mas também ancorada na paixão pela História que sempre acalentou, com um humor corrosivo e ácido face ao mundo em que vivíamos (vivemos). A sua vida adulta foi sempre ancorada nesta ode a uma arte e ao seu poder, desvendando a sua paixão profunda por esta combinação literária de texto e desenhos...”
Júlio Eme, do Prefácio

A edição d’A Seita de Concerto para Oito Infantes e um Bastardo inclui as duas histórias do Jaca publicadas no Se7e em 1982 e 1983, bem como um prefácio que contextualiza a obra e a biografia de Fernando Relvas, e ainda o notável texto que Relvas escreveu sobre a obra em inícios da década de 2000, um extenso caderno de desenhos e esboços inéditos, e uma bibliografia completa de Fernando Relvas.

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Ficha técnica
Concerto para Oito Infantes e Um Bastardo
Autor: Fernando Relvas
Editora: A Seita
Páginas: 64, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
PVP: 13,00€

Nova Antologia de BD por autores nacionais!




No dia 4 de Setembro, será lançada no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja - em horário ainda a confirmar - a nova antologia Ditirambos. Este é o segundo volume desta antologia de banda desenhada de autores portugueses e o tema subjacente a esta edição será o Abismo.

Nela entram alguns nomes sonantes da banda desenhada nacional como Joana Afonso, André Caetano, Ricardo Baptista, Raquel Costa, Nuno F. Cancelinha, Diogo Carvalho, Francisco Ferreira, Carlos Drave, Sónia Mota e Sofia Neto, que estarão presentes no Festival de Beja para uma sessão de autógrafos. Uma exposição sobre o livro, limitado a 200 exemplares, também estará patente no evento.

Posso dizer, desde já, que a capa deste livro, da autoria de Joana Afonso, está maravilhosa.
Abaixo fiquem com a nota de imprensa e com algumas imagens promocionais.

Os Ditirambos Vol. 2 - Abismo, de vários autores portugueses
Um ditirambo é um canto coral exortativo que nos chega da antiguidade grega.

Nele, uma multitude de vozes une-se em homenagem ao deus Dioniso.

É também uma antologia de banda desenhada de autores portugueses, cujas distintas técnicas e vozes narrativas obedecem, para além do mote, a um único requisito: 4 páginas.

O primeiro volume explorou o conceito de “Êxtase”, com as contribuições de Ricardo Baptista, Nuno Filipe Cancelinha, Diogo Carvalho, Raquel Costa, Francisco Ferreira e Sofia Neto.

No segundo volume - "Abismo", juntaram-se as as novas vozes dos autores e ilustradores Joana Afonso, André Caetano e Carlos Drave e a autora Sónia Mota

O segundo volume apresenta-nos 8 estórias de 10 autores nacionais, subordinadas ao tema “Abismo”.

A diversidade técnica, narrativa e estilística faz deste volume um verdadeiro tesouro a descobrir, juntando nomes já consagrados da banda desenhada nacional a talentos emergentes.

A tiragem é limitada a 200 exemplares numerados.

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Ficha técnica
Os Ditirambos Vol. 2 - Abismo
Autores: Joana Afonso, André Caetano, Ricardo Baptista, Raquel Costa, Nuno F. Cancelinha, Diogo Carvalho, Francisco Ferreira, Carlos Drave, Sónica Mota e Sofia Neto
Editora: Edição de Autor
Páginas: 52, a cores e a preto e branco
Encadernação: Capa mole










Análise: O Corvo V - Inimigos Íntimos

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro

A personagem O Corvo – o super-herói mais famoso de Portugal – até pode ter estado adormecida por muitos anos. Mas agora, e desde que Luís Louro, o seu autor, voltou a pegar neste nome icónico da banda desenhada portuguesa, tendo lançado o quarto volume de O Corvo no ano passado, - enquanto trocava a sua longa duração com a editora ASA por uma nova e refrescante relação com a Ala dos Livros -, parece que O Corvo nunca esteve tão vivo! Passado um ano, aqui está uma nova aventura e é bem possível que novas aventuras vão acontecendo anualmente(?), a partir de agora. Assim espero, pelo menos!

Neste O Corvo – Inimigos Íntimos sente-se um claro esforço do autor em dar-nos algo diferente, quiçá com mais conteúdo, em termos de argumento. Seria, certamente, fácil ir buscar um vilão de outros livros ou apresentar-nos um novo "mauzão" mas Louro faz mais do que isso. E não é que não existam vilões em Inimigos Íntimos. Mas, e como o próprio nome indica, o maior vilão desta história não poderia ser mais íntimo do que o próprio Corvo, ou Vicente, o homem por detrás da máscara. A própria capa do livro - muito bem conseguida, diga-se - já fazia prever que talvez o enfoque da obra fosse Vicente em detrimento d' O Corvo. Embora, convenhamos, cada um deles precise do outro para existir.

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

Nesse sentido, e com originalidade e sentido de oportunidade, o autor mergulha-nos na mente de Vicente e nos seus dramas do passado, da infância, para melhor compreendermos certos comportamentos e posturas do super-herói. Afinal de contas, todos nós somos o produto das nossas vivências, certo? Assim, tendo uma conversa com uma muito voluptuosa psicóloga – poderia ser de outra forma? – Vicente vai mergulhando no seu passado, fazendo-nos várias revelações. E, quando no capítulo 3, somos presenteados com um flashback até à infância de Vicente, as coisas tornam-se subitamente sérias, com os episódios de perseguição e assédio moral e sexual  – vulgo, bullying – de que a personagem foi vítima.

Mas se somos presenteados com uma abordagem mais madura e séria em termos de argumento, a verdade é que em quase cada uma das páginas há uma qualquer piada, uma qualquer sátira ao mundo atual em que vivemos, que logo nos lembra que este é, apesar de tudo, um livro d’ O Corvo e que haverá sempre espaço para uma tirada cómica. E, seja na forma como subverte o chavão clássico das histórias de super-heróis; seja como brinca com o papel de um narrador numa história; seja como ridiculariza a corrente de pensamento do politicamente correto, que tantos millennials parecem seguir nos tempos que correm; seja na forma como faz Corvo punir aqueles que falam mal a língua de Camões, Louro é mordaz na forma como faz humor. E é difícil não ficarmos com um sorriso na cara - e por vezes chegarmos à gargalhada - enquanto lemos este livro.

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

Depois dessa partilha de passado traumatizante, Luís Louro troca-nos as voltas com um plot twist que volta a trazer humor e sagacidade para a história.

A meu ver, apenas me parece que o final do livro poderia ter sido mais bem conseguido pelo autor. A história fica "fechada" mas demasiado "em aberto". Quase diria que parece a primeira parte de um álbum duplo. E, se calhar, até estou profundamente enganado e o próximo livro nem sequer pegará na história no exato momento em que este 5º volume a termina. Mas, seja como for, parece-me que o autor levanta com muita pertinência um véu que não havia sido explorado até agora na série mas que, de alguma forma, poderia ser mais bem espremido em termos de argumento. Por outras palavras, à medida que ia lendo a obra comecei a achei que este era o melhor argumento do Corvo mas, depois, no final, senti que sabia a pouco. Que a história estava incompleta ou, pelo menos, mal aproveitada. Ainda assim, insisto que o argumento, tirando esta questão, me agradou muito e me deixou preso à história.

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

Em termos de arte ilustrativa, Luís Louro parece caminhar sempre de forma ascendente em termos qualitativos. É óbvio que o seu estilo, que todos conhecemos, se mantém presente. As ilustrações mantêm-se bastante angulosas, as poses do herói Corvo continuam exuberantes e humorísticas, as mulheres de ancas largas e seios fartos continuam a marcar presença e a planificação das páginas continua dinâmica. Mas, além disso, e como dizia, a técnica do autor parece-me cada vez melhor. O desenho está cada vez mais confiante no traço e vê-se que Luís Louro domina cada vez mais a componente digital nos seus desenhos, o que nos oferece cores vistosas, bons jogos de luz e sombra e uma inteligente e bem executada utilização de texturas que dão profundidade às ilustrações, melhorando-as. Em termos de ilustração, este é um fantástico trabalho e é até bem capaz de ser um dos melhores álbuns - senão o melhor - do autor, quanto a mim.

Relativamente à edição, estamos perante mais um bom trabalho da Ala dos Livros. A capa é dura e brilhante, o papel (também brilhante) tem boa qualidade e a encadernação e a impressão estão muito bem feitas, também. E há também extras que merecem destaque: o prefácio – algo académico demais para os meus gostos, confesso – de João R. Marques; as duas páginas com esboços do autor, uma receita de culinária para as chamuças do Corvo; e 3 páginas dedicadas a fan art, em que são mostradas 15 ilustrações do Corvo feitas por alguns nomes bem conhecidos da banda desenhada nacional. Estava esperançoso que a ilustração que a minha filha de 6 anos fez, pudesse figurar nesta galeria. Mas, infelizmente, tal não aconteceu. 

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

Voltando ao assunto das chamuças, cada álbum traz um vale que dá direito a uma chamuça no bar do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. Sendo (mais) uma iniciativa do autor e editor, que revela o bom espírito de humor que habita toda esta equipa, acaba por funcionar como mais uma forma de estreitar o laço entre autor, editora e leitor. E isso é fantástico – goste-se ou não de chamuças!

A Ala dos Livros tem-se tornado rapidamente numa editora muito ativa no chamado marketing de guerrilha em que, muitas vezes, faz coisas fora do expetável, para chamar a atenção dos leitores. E eu não poderia valorizar mais essa vontade! Porque, afinal de contas, é giro não saber qual será a ideia seguinte da editora. Em O Burlão nas Índias publicaram uma edição especial que incluía uma tela; em Alice – Edição Especial 25 anos, de Luís Louro, fizeram uma das edições mais fantásticas de bd nacional de sempre, e em Os Covidiotas – também de Luís Louro - enviaram um pedaço de papel higiénico aos leitores que compravam o livro. Enfim, apenas alguns exemplos de ideias criativas e "fora da caixa" da editora. Desejo sinceramente que a criatividade e audácia continue presente nesta editora!

Em suma, este O Corvo V - Inimigos Íntimos traz-nos um Luís Louro muito inspirado, quer nas piadas – quase sempre muito divertidas – com que nos brinda, quer na capacidade técnica, em termos de execução das ilustrações e aplicação de cores, que está cada vez mais apurada. Se o quarto volume tinha sido interessante, este quinto volume é ainda melhor!


NOTA FINAL (1/10):
8.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro - Ala dos Livros

Ficha técnica
O Corvo V - Inimigos Íntimos
Autor: Luís Louro
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Agosto de 2021

A Gradiva acaba de lançar (mais) uma nova série de banda desenhada!




A Gradiva acaba de lançar (mais) uma nova série de banda desenhada! 

Desta feita, é vez da série O Império - De Jesus a uma Igreja Imperial, da autoria de Olivier Bobineau e Pascal Magnat, ser lançada por cá. 

Em França a série já tem dois volumes e mantém-se em curso. 

Tendo em conta que é uma obra que procura levantar algumas questões relacionadas com a religião católica, recorrendo aos factos históricos, mas também ao humor, poderá ser polémica para muitos.

Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e algumas imagens promocionais.
O Império - De Jesus a uma Igreja Imperial, Vol. 1 - A Génese, de Olivier Bobineau e Pascal Magnat
O Império é a primeira história política em banda desenhada da mais antiga instituição do mundo: a Igreja.

Como é que a mensagem original de amor e tolerância do Jesus do Evangelho pôde inspirar simultaneamente as guerras religiosas e os mosteiros admiráveis que acolhiam os peregrinos, os pobres e os doentes; as Cruzadas sanguinárias e Francisco de Assis, que falava com os pássaros; o horror da Inquisição e o nascimento da universidade; a decadência dos papas Bórgias e os frescos de Miguel Ângelo?
Durante estes dois mil anos de história política, a Igreja e os papas transformaram e moldaram a nossa sociedade e cultura política. Algumas decisões de soberanos pontífices tomadas na Idade Média ou certas abordagens filosóficas e espirituais nascidas há mais de 1500 anos continuam em vigor e estruturam as nossas instituições políticas sem que o saibamos!

Magnificamente ilustrada, plena de humor e com uma abordagem isenta e crítica, O Império é o resultado de vinte anos de trabalho científico e académico de Olivier Bobineau, reconhecido investigador do “Groupe Sociétés, Religions, Laïcités” da Sorbonne e do CNRS.

Com um prefácio de Anselmo Borges.

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Ficha técnica
O Império - De Jesus a uma Igreja Imperial, Vol. 1 - A Génese
Autores: Olivier Bobineau e Pascal Magnat
Editora: Gradiva
Páginas: 176, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 15,00€

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Alguns dos livros de BD que terão um preço especial na Feira do Livro de Lisboa!



No dia em que a Feira do Livro de Lisboa arranca, o Vinheta 2020 dá-te a conhecer os preços especiais de "Livro do Dia" de algumas bandas desenhadas que podes encontrar por lá. E há preços espetaculares que são propostas verdadeiramente irrecusáveis!

Para quem não sabe, os "Livros do Dia" são livros selecionados pelos stands que, durante o dia estipulado, estão disponíveis a um preço muito convidativo. Muitas vezes aproximando-se dos 50% de desconto!

Nesse sentido, e porque considero esta uma excelente oportunidade para os leitores deste espaço adquirirem livros de bd com preços fantásticos, contactei as principais editoras portuguesas no sentido de obter estas informações mas, por enquanto, nem todas elas têm noção de quais (e quando) serão os livros do dia e os respetivos preços. Isto acontece porque são os stands (distribuidores) que estipulam os "Livros do Dia" e nem sempre comunicam essas informações às editoras.

Portanto, compreendam que esta lista será dinâmica e receberá novas adições desde que as editoras (ou os stands) me façam chegar essas informações. Sugiro, por esse motivo, que voltem a este artigo, durante os próximos dias, para verificarem se há novidades ou não.

Por agora, deixo-vos a calendarização de que disponho com os livros de bd que serão "Livros do Dia" durante esta Feira do Livro!

Não deixem de aproveitar estes "negócios da china" para reforçar a vossa estante com bons livros de bd!

A Levoir publica mais um clássico da literatura em BD!




Além do muito aguardado lançamento Os Maias, também Os Três Mosqueteiros, a célebre obra de Alexandre Dumas, acaba de ser lançada pela Levoir e pela RTP, na sua coleção conjunta dos Clássicos da Literatura em BD.

A adaptação para banda desenhada de Os Três Mosqueteiros é feita por Fabrizio Lo Bianco e Andrés José Mossa.

Abaixo fiquem com a nota de imprensa da editora e imagens promocionais.

Os Três Mosqueteiros, de Fabrizio Lo Bianco e Andrés José Mossa
Os Três Mosqueteiros, a famosa obra de Alexandre Dumas, é o volume 10 da coleção Clássicos da Literatura em BD, apresentado pela Levoir e a RTP, em banca e livrarias a partir de 24 de Agosto.

A história decorre em França no século XVII, na fase final do reinado de Luís XIII. No centro da narrativa está um jovem gascão chamado d`Artagnan, que chega a Paris depois de perder a carta de recomendação escrita pelo seu pai, que tinha por fim pedir a ajuda do Senhor de Tréville para que o filho se juntasse aos Mosqueteiros do rei.

A entrada em Paris do jovem d`Artagnan não corre lá muito bem, arranjando um duelo triplo e à vez com os três mais reputados mosqueteiros do rei: Athos, Porthos e Aramis. 

Mas, o aparecimento dos soldados do Cardeal de Richelieu depressa vira o duelo e os quatro envolvem-se na luta contra os soldados do mais poderoso ministro do rei Luís XIII, que governa a França a seu bel-prazer.
A rainha Ana de Áustria confia-lhe uma missão secreta que o levará a Londres – juntamente com o trio de mosqueteiros. D’Artagnan salva a honra da rainha de um imbróglio amoroso em que a haviam envolvido com o Duque de Buckingham, braço direito do rei Carlos I de Inglaterra. A França vive dias de guerra civil, opondo católicos a huguenotes. A atmosfera de intrigas palacianas envenena a vida francesa. Os mosqueteiros participam no cerco a La Rochelle (1629) e cobrem-se de glória. Milady, a pérfida agente de Richelieu, recebeu, entretanto, ordens para matar o Duque de Buckingham, aliado dos sitiados de La Rochelle. 

Os mosqueteiros prendem a agente do cardeal, mas esta consegue fugir, mata o duque e envenena uma das aias da rainha por quem D’Artagnan se havia apaixonado. Perseguida pelos quatro intemeratos, Milady é apanhada nas margens do rio Lys. 
Os Três Mosqueteiros é um romance histórico originalmente publicado em folhetins pelo jornal Le Siècle, em 1844. Esta história apresenta uma das amizades mais leais da literatura mundial, na qual quatro amigos não medem esforços para se ajudarem. Um por todos e todos por um, é o lema destes amigos.

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Ficha técnica
Os Três Mosqueteiros
Autores: Fabrizio Lo Bianco e Andrés José Mossa
Adaptado a partir da obra original de: Alexandre Dumas
Editora: Levoir
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90€


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Análise: Tex - O Homem das Pistolas de Ouro

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra

Depois da editora A Seita se ter iniciado na publicação de histórias do icónico cowboy Tex, com A Chicotada, que nos ofereceu uma história interessante, e que acabou por ser uma agradável surpresa para muitos, a editora portuguesa volta a lançar mais uma aventura de Tex nesta coleção de cariz muito específico já que, conforme já referido no Vinheta 2020 noutras alturas, é uma coleção que nos traz histórias de Tex auto-contidas, criadas para o formato franco-belga e a cores. Um Tex de cara lavada, portanto, em contraste com o Tex mais clássico que marcou a história dos fumetti italianos, publicados originalmente pela editora Bonelli.

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Neste segundo Tex desta coleção, que dá pelo nome de O Homem das Pistolas de Ouro, temos novamente Pasquale Ruju aos comandos do argumento. Mas, desta vez, as ilustrações são feitas por r.m. Guéra.

A história desenrola-se poucos anos depois da guerra civil, quando o guerrilheiro Juan Gonzales – que se julgava morto – regressa para se vingar dos Texas Rangers que o perseguiram, nomeadamente Kit Carson que, há 20 anos, era um dos mais jovens rangers do Texas. Assim, um a um, todos os antigos companheiros de Carson começam a jazer, fruto dos tiros certeiros das pistolas de ouro que Gonzales carrega com vista a vingar os seus irmãos. Agora que Kit Carson é o próximo nome a abater na lista de Gonzales, é o momento certo para que o primeiro, acompanhado de Tex Willer, possa parar Gonzales e as suas malditas pistolas de ouro.

Tal como já acontecera em A Chicotada, a personagem que assume um papel mais importante e marcante nesta aventura é, especificamente, o vilão, ou seja Juan Gonzales. Ruju é exímio em desenvolver uma personagem maléfica com carisma, que não nos deixa indiferentes e sobre a qual, gravita todo o enredo. E é assim mesmo este vilão que carrega as pistolas de ouro. Temos até um flashback na história que nos faz retroceder 20 anos no tempo, para melhor compreendermos quais os acontecimentos que alimentaram, desde então, tamanha sede de violência por parte de Gonzales. Tex Willer acaba por representar um papel bastante discreto sendo apenas necessário para os momentos de maior ação em que há o embate final.

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Isto dá à narrativa uma clareza e uma simplicidade que acabam por funcionar muito bem. Sendo a história bastante linear, parece-me que a mesma está pontuada pela existência de um vilão muito bem construído pelo autor, que acaba por nos prender ao natural desenvolvimento da história.

E depois, temos a arte de r.m. Guéra que faz aqui um ótimo trabalho! Quer na caracterização das expressões das personagens, quer na linguagem corporal dos cavalos e das personagens humanas, Guéra brilha com o seu talento. Nem sempre as suas ilustrações são muito detalhadas mas, quando o são, cada vinheta torna-se espetacular, fazendo-nos querer observar com atenção cada uma das ilustrações. Guéra também brilha na forma como desenha as cenas de ação, conseguindo imprimir aos seus desenhos uma noção de movimento e de urgência nas ações que muito me convenceu. 

Destaque ainda para a planificação bastante dinâmica que altera entre vinhetas de vários tamanhos e que permite incrementar, ainda mais, a tal noção de movimento e dinâmica narrativa que referi atrás. Sem dúvida um excelente trabalho visual e que ainda é sedimentado por uma boa aplicação de cores. A paleta de cores altera para tons mais sépia no flashback temporal que, mais uma vez, oferece à obra dinâmica e beleza.

Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Se há alguma coisa onde, para muitos leitores, eu inclusive, este livro pode pecar, será no facto de ser uma história curta. É o "calcanhar de Aquiles" desta obra como também já o havia sido em A Chicotada. Porque, de facto, as histórias são apelativas e a arte visual – incluindo ilustrações e cores – também o é. Simplesmente, estas aventuras sabem a pouco e acabam por ser histórias algo superficiais que não vão ao âmago de si mesmas. 

Sei, todavia, que o público-alvo desta coleção será, por ventura, um público que procura uma experiência de bd de western mais suave. E, apontando para esse pressuposto, a verdade é que este O Homem das Pistolas de Ouro funciona muito bem. Acho apenas que, desculpem a minha insistência, com mais páginas para melhor desenvolver as personagens e a trama, o resultado seria ainda mais gratificante. Seja como for, estou bastante agradado com esta incursão de Tex no formato franco-belga e a cores.

A edição d’A Seita mantêm-se excelente tal como em A Chicotada. Capa dura (e diferente em relação à edição original italiana), bom papel, boa qualidade na encadernação e impressão e, para além disso, os extras do livro têm uma ilustração inédita e exclusiva, um texto de Pasquale Ruju e um conjunto de esboços de Guéra. Tudo muito apelativo.

Em suma, este Tex eleva ainda mais a qualidade do anterior A Chicotada! Muito por culpa de um argumento mais bem conseguido e uma arte de Guéra que, em determinados momentos, sobressai pela sua qualidade e talento. Altamente recomendado para todos os fãs do género western. Bem, e quanto aos fãs de Tex, passa de recomendado a obrigatório!


NOTA FINAL (1/10):
8.5


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Tex - O Homem das Pistolas de Ouro, de Pasquale Ruju e r.m. Guéra - A Seita

Ficha técnica
Tex - O Homem das Pistolas de Ouro
Autores: Pasquale Ruju e r.m. Guéra
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Maio de 2021

O super-herói mais famoso da bd portuguesa está de volta!




Sim, o famoso Corvo, da autoria de Luís Louro, um nome incontornável da banda desenhada portuguesa, está de volta!

Conforme dei conta, num artigo recente, dos lançamentos de bd que nos esperam nesta rentrée, a Ala dos Livros acaba de lançar o quinto álbum d' O Corvo.

O título desta nova aventura é Inimigos Íntimos e promete ser uma viagem ao passado de Vicente, o herói por detrás do fato de Corvo.

Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e imagens promocionais.

O Corvo V - Inimigos Íntimos, de Luís Louro
Vicente, morador em Alfama e carteiro de profissão, teve uma infância difícil – o pai, polícia, acabou por se enforcar depois de ter morto a mãe por causa de… futebol. Não é por isso de estranhar que, em adulto, Vicente sofra de alguns traumas e apresente um desdobramento de personalidade que faz com que, durante a noite, tenha necessidade de deixar emergir o seu “eu inconsciente” transformando-se no Corvo.

Esperem lá, mas isso já todos sabiam… A “timidez do Vicente”, o “vestir a pele de super-herói”, blá, blá, blá. Mas o que todos querem saber é o que significa isso dos “Inimigos Íntimos.” O que aconteceu afinal a Vicente que ainda não sabemos? Qual a origem dessa dupla e atormentada existência do Vicente como Corvo?

O Corvo V – Inimigos Íntimos é uma viagem intensa e surpreendente pela (sub)consciência de Vicente, que vai revelar como as personagens e os traumas do passado fizeram nascer o herói mais inconsciente de todos os tempos.
(Quase) sempre com a noite da sua Lisboa como cenário, o Corvo vai combatendo os seus temíveis inimigos alados e os malfeitores mais inesperados. Mas será o Vicente capaz de encontrar a ajuda ideal para enfrentar os seus próprios demónios? Conseguirá ele escapar à tentação? Vamos finalmente descobrir o segredo das chamuças do Corvo?

Inimigos Íntimos, é o quinto volume das aventuras do fantástico Corvo, criado por Luís Louro em 1994.

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Ficha técnica
O Corvo V - Inimigos Íntimos
Autor: Luís Louro
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 16,95€

terça-feira, 24 de agosto de 2021

A adaptação para BD d' Os Maias, de Eça de Queiroz, chega hoje às lojas!





Depois de vários meses à espera, eis que chega às livrarias e bancas a adaptação para BD d' Os Maias, de Eça de Queiroz. A adaptação para banda desenhada ficou a cargo do português José de Freitas - um dos mais célebres editores de banda desenhada de Portugal - e do espanhol Canizales.

Este é mais um livro da coleção Clássicos da Literatura em BD, que a Levoir tem vindo a publicar em parceria com a RTP. Mas, tratando-se de uma obra da literatura portuguesa, as expetativas são muitas para este livro.

Abaixo, fiquem com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.

Os Maias, de José de Freitas e Canizales
Em 1884 são publicados no Correio da Manhã e no Jornal do Comércio os primeiros excertos do grande romance, Os Maias. Esta obra, que já foi adaptada para o cinema, para séries televisivas, em Portugal e no Brasil, vai sair em banca e nas livrarias a 24 de agosto com a chancela da Levoir e da RTP, que a apresentam em Banda Desenhada, incluída na coleção Clássicos da Literatura em BD. Do livro fazem parte um dossier pedagógico com a biografia do autor, o percurso da obra e o contexto histórico.

As imagens do dossier foram gentilmente cedidas pela Fundação Eça de Queiroz e pelo Museu Rafael Bordalo Pinheiro. José Maria de Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim no dia 25 de novembro de 1845. Escritor, diplomata, advogado e jornalista, Eça de Queirós é um dos romancistas mais importantes da literatura de língua portuguesa do século XIX e de todos os tempos, sendo um modernizador do fazer literário e autor de um estilo único.
Nos finais do séc. XIX Afonso da Maia regressa a Lisboa com o seu neto, Carlos. Médico, herdeiro e descendente de uma família da nobreza beirã, o jovem Carlos vive num mundo de luxo e fausto. Conhece a jovem Maria Eduarda por quem se apaixona, mas este é um amor impossível.

Os Maias é um drama familiar intenso, absorvente e apaixonado. Revelando-se como uma profunda crítica à sociedade da época, sendo para tal efeito utilizadas personagens tipo que representam a mentalidade e comportamentos vigentes na sociedade lisboeta da segunda metade do século XIX. Ao longo da obra são criticados os vícios da sociedade, a corrupção, a traição, as relações incestuosas, a futilidade, entre outros aspetos.

Eça de Queirós apresenta-nos uma obra de envergadura monumental que nos desvenda como nenhuma outra as suas ideias, os seus sentimentos, e a sua revolta contra a tolice, o ridículo e a vaidade humana.

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Ficha técnica
Os Maias
Autores: José de Freitas e Canizales
Adaptado a partir da obra original de: Eça de Queiroz
Editora: Levoir
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90€