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sexta-feira, 28 de junho de 2024

As novidades da Kingpin Books para 2024 e 2025!



Hoje falamos sobre as novas obras que a Kingpin Books prepara para o que falta de 2024 e, ao mesmo tempo, também vos apresento dois novos trabalhos que a editora espera publicar em 2025!

Nos últimos anos, a Kingpin Books tem refreado a sua quantidade de bandas desenhadas editadas. Porém, mesmo com poucos lançamentos - comparativamente ao fluxo editorial de há uns anos - a editora portuguesa mantém-se ativa e vai lançando obras de autores nacionais relevantes.

São, portanto, quatro as obras que vos trago. Duas são para 2024 e outras duas são para 2025.

Ora vejam:

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Análise: Nas Suas Mãos

Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House

Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House
Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie

Foi há umas semanas que a Iguana, chancela da Penguin Random House, publicou este Nas Suas Mãos, uma banda desenhada da autoria de Leila Slimani e Clément Oubrerie, publicada originalmente em dois tomos, entre os anos 2020 e 2021.

Este livro retrata a vida de Suzanne Noël, uma das primeiras mulheres a tornar-se cirurgiã plástica em França, e no mundo, quando ainda estávamos no início do século XX. O relato acompanha Suzanne desde a sua juventude até à sua carreira como cirurgiã plástica, passando por eventos significativos da sua vida pessoal e profissional. A narrativa é ambientada num período turbulento da história europeia, incluindo as Guerras Mundiais, o movimento sufragista e as mudanças sociais que influenciaram a posição das mulheres na sociedade, e procura destacar a luta que Suzanne Noël teve que travar, não apenas para se afirmar numa profissão dominada por homens, mas também para utilizar a sua posição e empreendedorismo para, mais tarde, defender os direitos das mulheres.

Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House
Outro dos pontos interessantes enquanto desbravamos a história desta mulher da vanguarda, é que Suzanne Noël foi das primeiras pessoas a reconhecer na cirurgia plástica uma forma de emancipação e de melhoria do cidadão, em especial a Mulher, em termos estéticos e nessa tomada de autoconsciência. É verdade que, numa primeira instância, a cirurgia plástica era vista, à época, como forma de restituir alguma dignidade aos veteranos de guerra que, ao serviço da pátria, tinham ficado com as caras desfiguradas, mas foi com o contributo de Suzanne Noël que a cirurgia também se revelou disponível para a correção de sinais de envelhecimento, de doença e/ou das precárias condições de vida. Mal sabia, na altura, Suzanne Noël, permitam-me o comentário pessoal, que, passados cerca de 100 anos, uma significativa parte da população do primeiro mundo teria a cara – e, não só – completamente “plastificada”. Mas isso são outros quinhentos.

Suzanne Noël era uma mulher muito à frente do seu tempo. Verdadeiramente livre na forma de pensar, teve também a sorte - ou o engenho - de encontrar homens que lhe permitiram "voar". Algo que, especialmente na época em que tem lugar esta história, era verdadeiramente raro. O próprio facto de estudar medicina já era, por si só, algo raro na época em causa. E essa sensação de vanguarda ainda é mais notória pela opção de Suzanne Noël em ter praticado cirurgia estética e reconstrutiva, algo que era considerado ainda muito perigoso e desnecessário por parte da própria comunidade médica da altura.

Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House
A profundidade psicológica da personagem é, pois, explorada através dos seus relacionamentos, das suas perdas e das suas conquistas, criando uma figura inspiradora e complexa. A perseverança de Suzanne em face de várias adversidades pessoais e profissionais acaba por ser o tema central da obra, mostrando como a determinação nos ajuda a superar obstáculos significativos.

Leila Slimani, autora mais célebre pelo seu trabalho literário, dá-nos um olhar bastante pormenorizado da vida de Suzanne Noël, passando por vários momentos – uns maiores, outros menores - da vida da autora. Se isso é bom para que possamos considerar este livro como uma “verdadeira” biografia de Suzanne Noël, por outro lado, a obra carece de alguma dinâmica narrativa, limitando-se a autora a uma clássica e linear exposição de factos.

Já o estilo de ilustração de Clément Oubrerie é bem-sucedido em dar um cariz muito próprio à obra. O seu traço é elegante, a fazer lembrar a pintura clássica, com umas cores que, também remanescentes da pintura, conferem à obra uma personalidade diferenciada. É verdade que, aqui e ali, há algumas expressões de personagens menos naturais ou alguma linguagem corporal das mesmas que poderia ter sido mais bem esculpida. 

Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House
Ainda assim, devo dizer que fiquei agradado com os desenhos de Oubrerie que, em vários momentos, até conseguem ser de um fulgor visual bastante grande, captando a atmosfera da época, desde os cenários parisienses até aos ambientes médicos, acrescentando, por conseguinte, uma camada visual rica à história.

A edição da Iguana é em capa dura baça, com bom papel baço no miolo do livro - que é o papel que, também a meu ver, melhor funciona para o estilo de ilustração de Clément Oubrerie. O trabalho ao nível da impressão e da encadernação também apresenta boa qualidade. No final do livro, há ainda espaço para duas páginas com esboços do autor. Nota positiva para a opção da editora em publicar um integral desta obra que havia sido originalmente publicada em dois volumes.

Em suma, Nas Suas Mãos é mais uma boa aposta da Iguana que, pouco a pouco, vai sedimentando a sua oferta em boa banda desenhada. Eis um livro com um tema interessante, sobre uma mulher cujo contributo para o desenvolvimento da sociedade foi - e ainda é - muito relevante, mas que, lamentavelmente, ainda permanece esquecida por um sem número de pessoas. A própria publicação desta obra já se torna, só por isso, merecedora dos meus louvores. Mas, além disso, esta também é uma proposta interessante em banda desenhada que vale a pena conhecer.


NOTA FINAL (1/10):
8.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Nas Suas Mãos, de Leila Slimani e Clément Oubrerie - Iguana - Penguin Random House

Ficha técnica
Nas Suas Mãos
Autores: Leïla Slimani e Clément Oubrerie
Editora: Iguana (Penguin Random House)
Páginas: 208, a cores
Encadernação: Capa mole
Formato: 170 x 240 mm
Lançamento: Abril de 2024

Qual o melhor Livro do Mês de Maio para o Vinheta 2020?


Continuando a rubrica do Livro do Mês, trago-vos hoje, ainda a tempo de não "derrapar" um mês, a banda desenhada que, quanto a mim, é a melhor - ou mais obrigatória de ler, se preferirem - lançada em Portugal durante o mês de Maio de 2024.

Porque sou um acérrimo defensor e promotor da produção nacional, também vos trago o melhor livro nacional lançado no passado mês de Maio.

Isto do "melhor" e do "pior" é sempre algo subjetivo, concedo, mas o objetivo aqui é muito simples: caso não haja dinheiro para comprar todas as boas bandas desenhadas lançadas por cá, qual a compra mais obrigatória a fazer?

São, na minha opinião, as obras que vos apresento mais abaixo.

Se tiverem dúvidas ou questões sobre as regras que utilizo para esta recentemente criada iniciativa, acedam aqui.

Sem mais demoras, eis o Livro do Mês de Maio:

As novidades da G. Floy Studio para 2024 e 2025!

As novidades da G. Floy Studio para 2024 e 2025!


Hoje apresento-vos as novidades que a editora G. Floy Studio prepara para a segunda metade de 2024 e, também, para o ano 2025!

Sobre essas obras, as de 2025, a editora refere que as negociações das mesmas ainda não estão 100% fechadas. A G. Floy Studio sublinhou também que, para além dos livros que anuncia mais abaixo, está a negociar mais alguns títulos que, por agora, ainda não pode revelar.

Deixo-vos, pois, mais abaixo, três novos livros para 2024 e três novos livros para 2025.

Ora vejam:

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Análise: O Homem Que Sonhou o Impossível

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books
O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira

Mário Freitas tem o condão de, em O Homem que Sonhou o Impossível, fazer, ele próprio, algo digno dessa aparente impossibilidade adjacente ao título da obra: o simples ato de prestar uma sentida e documentada - embora não linear - homenagem a essa figura maior dos comics americanos - e, por arrasto, de toda a banda desenhada mundial - que foi Jack Kirby. E, ao fazê-lo, o autor português brinca com as próprias idiossincrasias da 9ª arte, fazendo um eficiente uso da própria linguagem da banda desenhada. E, quanto a mim - e mesmo reiterando que belas homenagens a figuras relevantes da banda desenhada são sempre bem-vindas - é essa a maior valência desta obra: a de, criativamente, tirar partido das oportunidades que um estilo, um género, um modus operandi, como a banda desenhada possibilita.

E essa boa e singular utilização da forma enquanto meio, começa logo pelo formato deste O Homem Que Sonhou o Impossível que, se não inédito em edições portuguesas, será certamente caso raro. Utilizando o formato gigante americano, denominado Treasury, este livro tem dimensões enormes. Pensando em livros de banda desenhada recentemente publicados em Portugal, tomem como exemplo O Burlão nas Índias ou o mais recente O Inferno de Dante. É, portanto, um tamanho muito grande para um livro de BD. E o que é mais positivo, é que este O Homem Que Sonhou o Impossível não é grande "só porque sim", ou por uma questão de capricho. Ao invés, o livro utiliza esse formato com sapiência, de forma a tornar a experiência do leitor mais agradável e, primordialmente, com o propósito de melhor servir a narrativa visual.

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books
Logo no início da história, na primeira página dupla que a mesma nos oferece, em que Sherm e Mike deambulam pelo lar onde decorre a ação, o leitor é presenteado com uma verdadeira masterclass de como se pode aproveitar uma página dupla em banda desenhada. As duas personagens mostram-nos “os cantos à casa” enquanto nos introduzem na história que teremos pela frente. Tudo é feito com uma grande sensação de movimento, com a legendagem a nunca nos fazer sentir perdidos - embora, no início, até possa dar essa impressão. Por si só, esta dupla página já seria para mim uma referência da qualidade e engenho de Mário Freitas, mas cingir-me a este ponto, quando falo de O Homem que Sonhou o Impossível, seria redutor. Até porque, em mais três ou quatro situações, há mais bons exemplos desta capacidade de narrativa gráfica e de boa utilização da prancha. E, já que falo em boa utilização da prancha, ou do espaço, a própria forma como a história começa, com utilização da primeira badana e guarda do livro - que num filme poderíamos considerar como uma breve cena introdutória para nos ambientar para o que daí viria - é apenas mais um dos múltiplos exemplos demonstrativos de que Mário Freitas se apresenta especialmente inspirado neste O Homem Que Sonhou o Impossível.

Mas estou a meter as mãos pelos pés. Comecemos pelo início.

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books
A história que nos é proposta tem como pano de fundo um lar. É aí que decorre a ação. Jack King é um dos residentes habituais desse espaço de repouso. E, como em quase todas as velhices, o protagonista desta história também se encontra já longe do fulgor da sua jovialidade, em que as ideias fervilhavam e as opções pareciam infinitas. No tempo atual, Jack é apenas uma pálida sombra dessa existência e parece sucumbir gradualmente a essa ausência de sede de vida que outrora lhe escorria dos poros. Mas isso começa a mudar a partir do dia em que chega ao lar um novo auxiliar, Mike, que, pelo seu interesse na vida de Jack, acaba por lhe restituir alguma da sua chama de vida que se encontrava extinta. A partir deste ponto, vamos mergulhando na existência mundana que se vive no lar, onde, para os amantes de banda desenhada, não faltam personagens facilmente identificáveis.

Para além da presença de Jack Kirby - que aqui recebe o lisonjeador nome de Jack King - são inúmeras as presenças de outras figuras proeminentes dos comics americanos como Stan Lee, Steve Ditko, Wally Wood, Gene Colan ou Bill Everett. Quem conhece Mário Freitas, sabe o quão defensor ele é da arte e obra de Jack Kirby que, infelizmente, muitas vezes acabou eclipsada pela (omni)presença de Stan Lee. Esta não é, ainda assim, uma biografia de Jack Kirby, mas antes uma homenagem à sua indelével relevância, não só para os comics americanos, como também para toda a banda desenhada mundial.

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books
O exercício acaba por ser grandioso: aquele de querer relembrar o verdadeiro criador, em detrimento daquele que recebe os louros por essa mesma criação. Um exercício nobre, diria, de tentar reescrever a História ou, talvez ainda mais forte que isso, restituir a História. São públicas as opiniões de Mário Freitas sobre o açambarcamento criativo de Stan Lee - que aqui tem o nome de Martin Flask - mas, neste livro, em forma de conto ficcional onde até há espaço para uma certa poesia e reflexão, os intentos de Mário Freitas acabam mais bem alcançados e regrados do que em comentários nas redes sociais. É que esta é uma história possível de Jack Kirby, Stan Lee e outros criadores de comics, mas bem que pode – e deve - ser explanada para outras áreas da criação artística. Só para dar uma referência possível do que acabo de afirmar, posso admitir que, enquanto lia este O Homem Que Sonhou o Impossível, várias vezes fui remetido para o igualmente belíssimo e, de certa forma, assustador Olhos Grandes (Big Eyes), filme realizado por Tim Burton.

Voltando à história do livro, há ainda espaço para a entrada em cena de Bolt Bisley - AKA Walt Disney - que aparece de forma bastante(!) demoníaca para arrecadar as criações dos outros, com vista ao seu enriquecimento pessoal. A história desemboca, depois, para uma luta entre o bem e o mal, entre o criador original e o açambarcador de criações, levando Jack a uma última batalha criativa que fará o seu espírito criativo ressoar novamente. Devo dizer que, neste ponto mais over the top da história, cheguei a temer que a narrativa se perdesse um pouco, com uma certa divagação no enredo, ao qual o autor não consegue fugir. No entanto, e felizmente, Mário Freitas sabe depois, já perto do final do livro, unir bem esses pontos mais soltos de forma a que o todo fique coeso e a experiência seja gratificante.

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books

Se Mário Freitas nos dá aqui um dos seus melhores trabalhos - que poderá rivalizar (ou mesmo superar) Fósseis das Almas Belas - também o brasileiro Lucas Pereira está à altura, dando-nos belos desenhos "cartoonescos" que encaixam bem no espírito americano da obra, com uma planificação verdadeiramente dinâmica e cheia de ritmo visual. E isso, claro está, assenta bem no próprio cerne “americanizado” da obra. O desenho e as cores são muito do meu agrado e, como já referido, a capacidade de ilustrar diferentes tipos de desenhos para dar boa resposta ao musculado ritmo narrativo imposto por Mário Freitas, revelam a rica valência do autor brasileiro. Diria que o casamento criativo de Mário Freitas com Lucas Pereira foi um verdadeiro sucesso. Gostaria de, no futuro, ler mais livros desta dupla criativa.

O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books


A edição da Kingpin Books apresenta capa mole com agrafos. A capa é baça, com detalhes a verniz e badanas. À boa maneira americana, também há duas capas diferentes, sendo as duas muito belas e apresentando um belo grafismo. A contracapa tem uma breve citação de Mike Royer, arte-finalista de Jack Kirby que, de alguma forma, acaba ele próprio inserido dentro da própria história. Mais, não digo.

Em jeito de conclusão, O Homem que Sonhou o Impossível é uma das bandas desenhadas portuguesas do ano, conseguindo um belo equilíbrio entre ser um livro de clara homenagem a um dos principais criadores de banda desenhada de sempre - em que não faltam inúmeras referências ao universo da 9ª arte - e, ao mesmo tempo, oferecer-nos uma história que consegue funcionar per se e relembrar-nos da relevância que determinadas criações artísticas têm na sociedade, não deixando de ecoar na consciência coletiva, mesmo depois da morte dos autores dessas mesmas criações. Como se isso fosse um sonho impossível que alguém ousa sonhar.


NOTA FINAL (1/10):
9.0


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O Homem Que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira - Kingpin Books

Ficha técnica
O Homem que Sonhou o Impossível
Autores: Mário Freitas e Lucas Pereira
Editora: Kingpin Books
Páginas: 32, a cores
Encadernação: Capa mole com agrafos
Lançamento: Maio de 2024

As novidades da Arte de Autor para 2024!



Hoje trago-vos as novidades de banda desenhada que a editora Arte de Autor prepara para o segundo semestre de 2024! E, meus amigos, há aqui muitas obras que quero muito ler!

Entre a continuação das séries que a editora tem em curso e algumas novas apostas, posso dizer que não há um único livro dos que vos apresento mais abaixo que não desperte a minha vontade de o ler!

Adiciono também, no final do artigo, as obras resultantes da parceria editorial formada entre a Arte de Autor e A Seita que estão previstas ainda para este ano.

Ora vejam!

Eis todos os títulos da nova coleção de Novelas Gráficas!



Se aqui há umas semanas avancei, em primeira mão, cinco das novelas gráficas que farão parte da próxima Coleção de Novelas Gráficas da Levoir e do jornal Público, hoje avanço-vos a totalidade das obras que, no seu total, são 10!

Como uma delas, Chumbo, será dividida por dois volumes, relembro que serão 11 os lançamentos que sairão quinzenalmente. 

Esta nova coleção traz-nos uma novidade em termos de preço: haverá 3 preços diferentes: 13,90€, 14,90€ ou 15,90€, dependendo da tipologia dos livros.

A primeira obra será Táxi Amarelo, de Christophe Chabouté, que será lançada no próximo dia 5 de Julho, com o preço de 14,90€.

Deixo-vos, então, a totalidade das obras que farão parte daquela que é a 8ª Coleção de Novelas Gráficas da Levoir. Apresento-vos também as capas portuguesas dos livros que, ainda assim, são provisórias e podem sofrer algumas alterações até os livros serem efetivamente publicados. Esta não é, também, a ordem pela qual serão lançados os livros. Por agora, sabe-se apenas que o primeiro livro será Táxi Amarelo. Mais informações serão depois publicadas por aqui.

Mais abaixo, faço ainda algumas considerações sobre as escolhas da editora para esta nova coleção.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Análise: As Águias de Roma - Livro VI

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa
As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini

Depois de um longo interregno, o suíço Marini decidiu voltar finalmente à série As Águias de Roma. Pessoalmente, é uma das minhas séries preferidas do autor - se não for mesmo a minha favorita - e, por isso, estava muito curioso com este regresso, depois de sete anos de interrupção no lançamento de novos tomos por parte do autor.

Este sexto volume volta a levar-nos para a Roma Antiga, onde Marco e Armínio são as figuras de proa. Esta é a época em que a morte do Imperador Augusto leva Tibério ao poder, fazendo-o reinar sobre Roma. Para tal, conta com o apoio de Seianus. Mas, nos bastidores, começa a formar-se uma conspiração levada a cabo por um grupo que se autointitula Liberatores. Seianus é um desses liberatores e procurará atingir os seus objetivos com o apoio da sensual - embora perigosa - Morphea. Enquanto isso, Armínio continua a encetar trabalhos para estabelecer em Roma os interesses do povo germânico, do qual descende, e o seu irmão, Marco, mantém-se de costas voltadas para Armínio, por esta aparente traição do mesmo ao Império Romano. Estes são os dados para que a trama central avance, mas, parecendo mais um álbum transitório do que outra coisa qualquer, a história deste sexto volume da série não nos dá muito mais do que isto.

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa
Os temas que aqui são explorados mantêm-se os mesmos: o poder e a ambição, a lealdade e a traição, e, especialmente, o choque entre culturas.

Em termos de argumento, este último volume pareceu ficar um pouco aquém dos melhores tomos de As Águias de Roma, porque, a meu ver, não consegue dar ao leitor um caminho narrativo, propriamente dito, mas antes um conjunto de situações que, não obstante, poderão vir a dar bons frutos em termos de argumento no(s) tomo(s) seguinte(s). É um daqueles álbuns que deixa bastante em aberto e isso pode, se tudo correr pela positiva, ser bem resolvido no tomo seguinte ou, em sentido oposto, pode revelar lacunas narrativas futuramente. Por agora, digamos que as coisas estão em aberto e este Livro VI merece o benefício da dúvida.

Nesse sentido, e diga-se em abono da sinceridade, também é justo afirmar que o argumento, podendo ser parco, é eficiente para propiciar as cenas que, normalmente, Marini gosta de desenhar e que, claro, nós, os leitores, gostamos de admirar. Há cenas de erotismo entre várias personagens e há uma boa dose de violência ao nível dos combates físicos. Enfim, tudo aquilo em que as ilustrações do autor mais se têm destacado.

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa
E, por falar em ilustrações, mais uma vez Marini não desilude. O seu traço é muito virtuoso, dando-nos ambientes típicos da Roma antiga, como o célebre coliseu, onde decorrem sangrentas lutas, ou belíssimas vistas isométricas da urbe romana. Se os desenhos são belos, as cores com que os mesmos são coloridos, também têm uma grande responsabilidade pela experiência visual ser tão gratificante.

Continua a ser um deleite admirar os desenhos deste autor que, mesmo com a passagem dos anos, continua a figurar no meu restrito lote de autores favoritos, mesmo admitindo que, neste Livro VI, senti, em várias vezes, que os desenhos careciam de algum detalhe e aprimoramento visual. Além disso, também é certo e justo afirmar que as personagens que Marini desenha acabam por ser algo idênticas entre si - não só dentro da mesma série, como entre séries diferentes. Não obstante, também é igualmente verdade que a fórmula continua magnífica. Como se diz no futebol: “em equipa que ganha, não se mexe”. Marini parece levar isso à letra neste sexto volume de As Águias de Roma.

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa

Quanto à edição da ASA, a editora oferece-nos um livro em linha com os anteriores álbuns da série, com o objeto a apresentar capa dura brilhante, bom papel brilhante no interior e um bom trabalho no cômputo da impressão e da encadernação. 

No final do livro, há uma página com um glossário para que o leitor possa compreender melhor o significado de algumas expressões que são utilizadas no decorrer da história.

Em suma, os livros de Marini são como aquelas mulheres lindas que, mesmo que não tenham nada de muito relevante para dizer, nos deixam embasbacados, e de sorriso na face, a olhar para elas. E este As Águias de Roma - Livro VI é um pouco isso: não tem nada de muito relevante para nos contar e talvez seja o mais fraco em argumento da série até agora. No entanto, mantém a beleza visual que todos esperamos de uma obra de Marini.


NOTA FINAL (1/10):
8.0



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini - ASA - LeYa

Ficha técnica
As Águias de Roma - Livro VI
Autor: Enrico Marini
Editora: ASA
Páginas: 88, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 317 x 239 mm
Lançamento: Maio de 2024

As novidades de BD da Gradiva para 2024 e 2025!


Hoje é dia de ficarmos a conhecer quais as novidades de banda desenhada que a editora Gradiva tem planeadas para a segunda metade de 2024!

Dou-vos ainda a conhecer, em primeira mão, algumas obras que a editora portuguesa já prepara para o ano 2025! Sobre estas novidades para 2025, sublinho que estes são alguns dos títulos expectáveis, mas que ainda não estão 100% fechados.

Sem mais demoras, são estas as obras que a Gradiva avança para os próximos meses:

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Análise: Boa Noite, Punpun

Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir

Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir
Boa Noite, Punpun, de Inio Asano

Cada vez estou mais satisfeito com as novas propostas editoriais que a editora Devir nos tem trazido. E refiro-me especialmente a obras do género mangá onde, de há uns tempos para cá, a editora nos tem presenteado com obras direcionadas a um público mais adulto. Repito as vezes que forem necessárias que acho ótimo e bem-vindo que se lancem obras para um público mais infanto-juvenil. Contudo, e até mesmo para alargar o espectro do mangá a um público mais maduro, também é pertinente e salutar que se lancem obras mais adultas. Como Monster, de Naoki Urasawa; como Sunny, de Tayo Matsumoto; e como este Boa Noite, Punpun, de Inio Asano, que hoje vos trago.

E a primeira coisa curiosa nesta obra é que, aparentemente, até pode parecer para um público mais infantil, já que o relato aparenta ser um simples e linear conto de infância de uma criança, com todas as dificuldades inerentes. E a maneira como a narrativa vai avançando, até pode dar a (falsa) ideia de ser uma história leve. Mas são múltiplas as camadas profundas que habitam nesta Boa Noite, Punpun, com personagens complexas e temas que nos revolvem o interior.

Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir
A história segue a criança Punpun Punyama que, visualmente falando, é retratada como uma caricatura de pássaro, feita de uma forma bastante linear, como se fosse um desenho de criança, enquanto que as restantes personagens - excetuando as da família do jovem protagonista - são representadas num desenho de estilo bastante realista.

A história explora a vida, relacionamentos e o tumulto interno que enfrenta Punpun ao crescer numa família disfuncional e ao ter que lidar com várias lutas pessoais.

São vários os temas aqui presentes, sendo que a questão da saúde mental, com a demonstração da depressão, da ansiedade ou da vivência de experiências traumáticas, como a violência doméstica, é representada de forma subentendida.

Esta é fundamentalmente uma história de amadurecimento, destacando a transição da inocência infantil para as complexidades e, muitas vezes, duras realidades da vida adulta. Essa transição é retratada com brutal honestidade, capturando a confusão, o desgosto e a desilusão que frequentemente a acompanham. Punpun acaba por ser uma personagem com que nos identificamos bastante, por ser docemente ingénua perante as relações interpessoais e amorosas, e perante a própria sexualidade. Além disso, Asano explora questões existenciais sendo as reflexões da personagem Punpun sobre a vida, o propósito e o seu lugar no mundo centrais para a narrativa.

Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir
A isso alia-se ainda à importância das dinâmicas familiares disfuncionais, que acabam por ser um foco significativo, retratando o impacto da violência doméstica, negligência parental e a busca por uma conexão genuína. Os relacionamentos de Punpun com amigos, interesses românticos e membros da família são complexos e frequentemente problemáticos. A oscilação entre a esperança e o desespero é um tema recorrente. Apesar da visão muitas vezes sombria, são-nos dados, amiúde, alguns momentos de esperança, enquanto também recebe destaque a resiliência do espírito humano.

O estilo de ilustração de Asano é verdadeiramente belo. Como já referi, esta obra tem a particularidade de representar graficamente o protagonista como um pássaro. Será algo inusitado, sim, mas que se compreende como forma de simbolizar a fragilidade emocional e experiência periclitante de Punpun. Por outro lado, isso também permite ao leitor uma identificação direta com a personagem, que acaba por funcionar como um avatar direto para que aqueles que leem a obra se sintam imediatamente ligados ao protagonista.

Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir
O que, quanto a mim, não funciona tão bem, é que haja mais personagens que também são representadas como um pássaro. Reconheço que pode ter que ver com alguma ramificação narrativa à qual ainda não cheguei com a leitura deste livro, mas parece-me que isto acaba por canibalizar a própria poesia da opção estética. Quanto a mim, apenas Punpun deveria ser representado como um pássaro.

Além desta característica, o estilo realista do desenho é muito bem representado pelo autor, dando-nos personagens com uma expressividade bastante marcante, em especial Aiko, a rapariga por quem Punpun se começa a apaixonar.

A edição da Devir apresenta capa mole com badanas, papel decente e uma boa encadernação e impressão. No final, há ainda duas páginas que são usadas para se fazer uma antevisão ao próximo volume da série.

Em suma, a Devir brinda-nos com mais um belo mangá destinado a um público mais maduro que terá nesta obra uma profunda fonte de reflexão, de preocupação e de tristeza. Eis um livro que, lido com a sensibilidade que o mesmo reclama, nos dá vários murros no estômago sob a forma de toques de borboleta, e que expande com mestria os limites que, preconceituosamente, muita gente ainda gosta de impor ao mangá.


NOTA FINAL (1/10):
9.0


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Boa Noite, Punpun, de Inio Asano - Devir

Ficha técnica
Boa Noite, Punpun #01
Autor: Inio Asano
Editora: Devir
Páginas: 428, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Maio de 2024

ASA apresenta as suas novidades de BD para o segundo semestre!


E que novidades maravilhosas são!

Decerto tem sido nítida a aposta em mais e melhor banda desenhada por parte da ASA, uma chancela da LeYa, no último par de anos e a prova disso é que a editora se prepara para lançar mais um belo conjunto de obras até ao final de 2024!

Tentarei dar, nos próximos tempos, uma antevisão, por editora, acerca das obras que as editoras portuguesas têm em calha para serem lançadas no segundo semestre de 2024.

E hoje começamos com as novas apostas da ASA que, não tenho dúvidas, apanharão muitos leitores desprevenidos. E pelas boas razões!

Vejam, portanto, mais abaixo, e em primeiríssima mão, as novidades de BD que a ASA prepara para lançar ainda em 2024!

terça-feira, 18 de junho de 2024

Arte de Autor vai lançar BD sobre a maratona de 1904!



A Arte de Autor vai lançar a nova obra de José Luis Munuera, de quem a editora já publicou os belos livros Um Conto de Natal ou Bartleby, o Escriturário.

Só que, desta vez, não estamos perante a adaptação de um clássico da literatura, mas sim diante de uma obra com argumento original, pelo argumentista Kid Toussaint, que é baseada em factos verídicos sobre a maratona de 1904, nesse ano em que os Estados Unidos organizaram, pela primeira vez, Os Jogos Olímpicos.

O desenho maravilhoso semi-caricatural de Munuera, do qual sou fã, mantém-se, numa história que me parece bem a propósito do tempo em que vivemos, em vésperas de mais uns Jogos Olímpicos.

Posso dizer-vos que, há uns meses, pude verificar o destaque e admiração que o livro estava a recolher em livrarias belgas.

Este livro, que em princípio terá o título de A Corrida do Século, deverá chegar-nos durante o segundo semestre, em data a confirmar.

Por agora, e porque estou bastante entusiasmado, deixo-vos com algumas imagens da versão francesa da obra.






Série Adèle Blanc-Sec será (mesmo) integralmente editada!



Eis uma notícia por que muitos esperavam! A série de BD As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec, de Jacques Tardi, vai ser integralmente publicada em Portugal pela editora Levoir!

A editora já tinha anunciado os seus intentos de editar esta série clássica quando falámos, em primeira mão, a propósito dos lançamentos que a editora esperava fazer em 2024, mas agora a editora avança mesmo com a publicação da série.

A série clássica, cuja edição original do primeiro tomo data de 1976, conta com 10 álbuns que a Levoir se compromete a editar entre 2024 e 2025.
Relembro que, em Portugal, apenas foram lançados, pela Bertrand, os quatro primeiros volumes da série, e, pela ASA, o volume 5 da série. 

São, decerto, boas notícias para muitos admiradores da série o facto de a mesma ser finalmente publicada n íntegra por cá!

Os volumes 1 e 5 já se encontram, portanto, disponíveis em livraria desde hoje.

Por agora, deixo-vos com a nota de imprensa e com algumas imagens promocionais.


As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec, de Jacques Tardi
A Levoir vai editar a colecção integral do clássico de Tardi, As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec em 2024 e 2025. A Levoir já editou do mesmo autor, Foi assim a guerra das trincheiras que será editado em segunda edição ainda em 2024 e Aqui Mesmo. Esta colecção tem a particularidade de ser uma das poucas colecções de banda desenhada que apresentam como herói principal uma personagem feminina: Adèle Blanc-Sec.

A colecção não é sequencial, hoje editam-se os volumes 1 e o 5.

Esta série decorre nos inícios do séc. XX. Uma época de grandes feitos tecnológicos e avanços científicos, onde tudo é possível. Uma época na qual ciência e misticismo andam de mãos dadas, em busca de um futuro melhor para a humanidade… É neste contexto que têm lugar As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec.

Adèle Blanc-Sec #1 - Adèle e o Monstro

Adèle é uma jovem independente de espirito cético e investigador, sempre curiosa e preparada para os encontros mais bizarros. 

No primeiro volume, Adèle e o Monstro, assistimos à eclosão de um ovo de pterodáctilo que levará à revelação de seitas diabólicas que ameaçam Paris… 

Com a sua personalidade extraordinária, Adèle conduz-nos a um mundo misterioso (no qual Paris desempenha um papel fundamental), povoado por monstros e criaturas estranhas, que farão da série um sucesso.

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Ficha técnica
Adèle Blanc-Sec #1 - Adèle e o Monstro
Autor: Jacques Tardi
Editora: Levoir
Páginas: 48, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 220 x 288 mm
PVP: 16,95€


Adèle Blanc-Sec #5 - O Segredo da Salamandra

No quinto volume O Segredo da Salamandra, Adèle desperta da sua hibernação. Inconsciente do conflito mundial que se desenrola há quatro anos, Adèle Blanc-Sec está a dormir. 
Mais exactamente, está em hibernação na antiga casa de Félicien Mouginot, à espera de ser ressuscitada através da última fase do método que ele desenvolveu. 

Enquanto um industrial, um mafioso nova-iorquino, um punhado de polícias e um grupo de ex-cientistas se envolvem no séquito da jovem, o antigo soldado de segunda classe Lucien Brindavoine, um militar voluntário e reformado de guerra, arrasta a sua amargura de bar em bar. O que ele não sabe é que o seu caminho se cruzará com o da grande salamandra japonesa exposta no Jardin des Plantes, e depois com o de Adèle.

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Ficha técnica
Adèle Blanc-Sec #5 - O Segredo da Salamandra
Autor: Jacques Tardi
Editora: Levoir
Páginas: 48, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 220 x 288 mm
PVP: 16,95€

Munícipio da Figueira da Foz lança BD sobre Manuel Fernandes Tomás!



A Câmara Municipal da Figueira da Foz lançou uma biografia em banda desenhada sobre a figura de Manuel Fernandes Tomás, aquele que é comummente considerado como a figura mais importante do primeiro período liberal em Portugal.

A autoria desta banda desenhada é de José A. Matos e Paulo Diogo.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Um homem do Outro Mundo - Manuel Fernandes Tomás, de José A. Matos e Paulo Diogo

Manuel Fernandes Tomás nasceu na Figueira da Foz em 1771, estudou na faculdade de direito de Coimbra, tornando-se bacharel em Cânones com apenas 20 anos.

Desiludido com a frágil situação da pátria, com o Rei D. João VI refugiado no Brasil, a a Inglaterra a controlar as forças militares, a crise do comércio, Fernandes Tomás é atraído pelas ideias liberais e sonha com uma constituição que liberte o povo português do regime absolutista e regenere o país.

Juiz no Porto, forma o Sinédrio, um grupo secreto de simpatizantes do liberalismo que irá preparar a Revolução Liberal, a que ocorre em 24 de agosto de 1820.

Manuel Fernandes Tomás torna-se deputado às cortes, onde se revela um extraordinário orador.

Nos últimos meses de vida escreve as Bases da Constituição, que o Rei viria a aprovar em 1822. Morre em Lisboa nesse mesmo ano. Doente, esgotado e mal alimentado, sem nunca ter aceite qualquer remuneração pelas funções públicas.

José A. Matos nasceu em 1959 na Figueira da Foz. Licenciado em línguas de literatura moderna pela Universidade de Coimbra, foi professor do ensino secundário e trabalha actualmente na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz. Participou nos Anuários de Poesia (Assírio e Alvim 1985 e 1986) e publicou Antecâmara (Editorial, Escritor, 1998) e Que venham as aves: poemas de 2005/2015 (Real Gana, 2016). Com Heroína Malmequer (Astrolábio Edições, 2023), Estreia-se na ficção narrativa.
Um homem do outro mundo é o seu primeiro trabalho como argumentista de Banda Desenhado.

Paulo Diogo nasceu na Figueira da Foz em 1963, Iniciou a atividade artística ainda muito jovem participando em exposições coletivas e individuais ao longo de mais de 40 anos, nas áreas da pintura, desenho e escultura. Atualmente é professor do ensino secundário e edita um fanzine intitulado Fanzine Poesia BD onde ilustra poesias e contos de poetas e escritores e de histórias originais da sua autoria.


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Ficha técnica
Um homem do Outro Mundo - Manuel Fernandes Tomás
Autores: José A. Matos e Paulo Diogo
Edição: Munícipio da Figueira da Foz