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quinta-feira, 16 de maio de 2024

John Rohner é finalmente lançado em Portugal!



A Arte de Autor prepara-se para lançar, já na próxima semana, o livro Jon Rohner do Mestre espanhol Alfonso Font!

Esta é uma obra lançada originalmente em dois tomos e que a Arte de Autor agora publica, de forma integral, em Portugal!

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora e deverá ser igualmente apresentado no Maia BD.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da mesma.


Jon Rohner, de Alfonso Font


Comandante de navio, aventureiro, sedutor…

As aventuras de Jon Rohner, um marinheiro que sulca os mares do Sul na segunda metade do século XIX, estão cheias de emoção, exotismo, acção, crime, aventura e superstições…

Alfonso Font, um dos nomes maiores da BD espanhola presta uma bela homenagem à literatura de aventuras, através do seu maior representante, o escritor Robert Louis Stevenson, ele próprio personagem central desta saga.

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Ficha técnica
Jon Rohner
Autor: Alfonso Font
Editora: Arte de Autor
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 210 x 285 mm
PVP: 23,95€




Kingpin Books lança livro sobre Jack Kirby!



Mário de Freitas e a sua Kingpin Books estão de regresso ao lançamento de banda desenhada! E este, meus caros, não parece ser apenas "mais um lançamento", tendo em conta as características da obra que, poeticamente, se intitula O Homem que Sonhou o Impossível.

Quem conhece Mário Freitas, sabe o quão defensor ele é da arte e obra de Jack Kirby que, infelizmente, muitas vezes acabou eclipsada pela (omni)presença de Stan Lee. 

Esta não é, ainda assim, uma biografia de Jack Kirby, mas antes uma homenagem à sua indelével relevância, não só para os comics americanos, como também para toda a banda desenhada mundial.

Devo dizer que estou muito curioso com este lançamento. O conceito da obra, que tem argumento de Mário Freitas, parece-me apetecível e as ilustrações do brasileiro Lucas Pereira que já tive oportunidade de ver, são muito do meu agrado.

O livro deverá estar disponível na livraria Kingpin durante a próxima semana e terá a sua primeira apresentação no Maia BD, no dia 25 de Maio, às 14h. O lançamento oficial está agendado para o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, nos dias 8 e 9 de Junho, com exposição dedicada à obra e com a presença de ambos os autores.

Como nota curiosa, refiro que o livro terá duas capas diferentes, que podem ser vistas mais abaixo.

Por agora, deixo-vos com a nota de imprensa do editor, bem como com algumas imagens promocionais.


O Homem que Sonhou o Impossível, de Mário Freitas e Lucas Pereira
Jack King é o mais velho do lar. Um tipo único, um prodígio de imaginação, sempre a contar histórias vívidas e fascinantes. 

Os últimos tempos, porém, têm sido difíceis. Cansaço extremo, perda de memória, perda de motivação. 

E é então que chega Mike, um novo auxiliar jovem e dinâmico que vai ajudar a recuperar o espírito de Jack e a sua tão estimada biblioteca; entretanto votada à desarrumação e ao quase abandono, a que não será decerto alheia a sinistra peçonha que se esconde nas suas estantes...

O Homem que Sonhou o Impossível é um álbum de BD com 32 páginas, no formato gigante clássico dos anos 70, o Treasury americano. Uma homenagem ficcionada a Jack Kirby, aos homens que melhor tomaram conta do seu trabalho, e a outros que sofreram os mesmos entraves criativos e editoriais ao longo das suas carreiras.

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Ficha técnica
O Homem que Sonhou o Impossível
Autores: Mário Freitas e Lucas Pereira
Editora: Kingpin Books
Páginas: 32, a cores
Encadernção: Capa mole com agrafos
Formato: 25,6 x 34 cms
PVP: 17,99€













Análise: Brigantus #1 - Banido

Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H. - Arte de Autor

Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H. - Arte de Autor
Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H.

Que bom é ver que Hermann, um dos autores mais incontornáveis da banda desenhada franco-belga, continua, já perto dos 90 anos, tão ativo e tão fiel à 9ª Arte e a esse gosto por oferecer novas histórias aos seus inúmeros seguidores! 

Quando, em 2017, Hermann começou mais um longo périplo artístico com o lançamento de Duke, uma série que chegou aos sete tomos, nada fazia prever (ou, concedo, os menos incautos poderiam disso suspeitar) que, passados alguns meses, o autor já estava a deitar mãos à obra para nos oferecer mais outra série.

E não se trata de “virar o disco e tocar o mesmo”. Brigantus, que a Arte de Autor publicou há poucas semanas – e que está pensado para ser um díptico - remete-nos para o tempo dos romanos e dos exércitos de legionários. Portanto, escusado será dizer que, face ao anterior Duke, mudam as indumentárias, mudam os cenários, muda o tipo de ação e o tipo de confrontos físicos entre as personagens.

Estamos perante algo novo e diferente de um Duke ou de um Comanche.

Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H. - Arte de Autor
Quem volta a assinar o argumento é, tal como em Duke e em vários outros álbuns, Yves H., o filho de Hermann. Nem sempre Yves H. nos consegue agarrar às tramas por si criadas, mas, pelo menos neste caso, devo dizer que a personagem de Melonius Brigantus me intrigou o suficiente para ter ficado com muita vontade de poder mergulhar no segundo e último tomo desta história que, certamente, oferecerá muitas respostas às perguntas que neste primeiro tomo, Banido, ficaram por responder.

Não sabemos muito, mas sabemos alguma coisa. Acompanhamos a ação da legião romana que se encontra nas brumas do norte da Escócia. O nevoeiro é denso e a ameaça por exércitos antagónicos de soldados Pictos, é uma constante. Brigantus é um dos soldados do exército romano.

Ele é um verdadeiro monstro em termos físicos, sendo gigante e tendo músculos enormes. Mas isso não faz com que seja popular dentro da sua centúria. Pelo contrário, Brigantus é constantemente vítima de provocações e ostracização por parte dos seus pares. Mas há algo mais que parece maior do que estas provocações quotidianas e que aparenta agrilhoar Brigantus a uma condição de profunda depressão pessoal. Por isso, a personagem refere várias vezes que “sonha um dia poder ver a luz ao fundo do túnel”. Esta questão só é tocada ao de leve, deixando, por isso, a imaginação do leitor fazer as suas próprias especulações de enredo. É claro que o leitor pode antever e calcular cenários sobre que tipo de “luz” será esta que Brigantus espera ver ao fundo do túnel, mas, pelo menos neste primeiro tomo, Yves H. abre pouco o jogo. E talvez também seja por isso que este álbum funciona bem.

Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H. - Arte de Autor
Este é, portanto, um primeiro álbum que se preocupa mais em estabelecer um mood, apresentando a personagem e incrementando um ambiente de tensão latente, do que em grandes desenvolvimentos narrativos.

Gostei da personagem Brigantus, carregada de ódios e tristeza interior, que me remeteu para outras personagens com algumas semelhanças como o monstro de Monstros (de Barry Windsor-Smith) ou mesmo a personagem de Hulk. Às vezes, por detrás de uma grande força física, está uma enorme fragilidade emocional…

Quanto aos desenhos de Hermann, posso dizer que está bem presente a sua imagem de marca, com belas cores em aguarela que funcionam bem para criar os tons de neblina constante que circundam as personagens. O efeito é, pois, deveras sedutor com as pinceladas do autor a mostrarem-se hábeis e virtuosas, mesmo nesta sua idade tão avançada. O desenho, porém, em termos de agilidade no traço, não se apresenta tão belo como em tempos, muito embora me pareça que este desenho menos polido, com as personagens a apresentar expressões carregas de erosão, até encaixa bem na violência gutural de um período como o dos legionários romanos. Acaba por funcionar bem.

A única coisa que não funciona tão bem é que seja (demasiadamente) frequente que o leitor se perca em “quem é quem” devido às personagens serem mais semelhantes entre si do que aquilo que seria mais adequado. E isto afeta negativamente a fluidez da leitura, o que é uma pena.

Quanto à edição da Arte de Autor, estamos perante mais um bom trabalho, com capa dura baça, bom papel brilhante, boa encadernação e boa impressão. Não há nada de negativo a referir.

Em suma, depois do western demasiadamente longo que foi Duke, é bom ver o octogenário autor Hermann a arriscar-se para “fora de pé”, oferecendo-nos uma história com legionários romanos que, por isso, acaba por ser muito mais refrescante do que, por ventura, “mais um western”. Que venha o segundo e último tomo de Brigantus.


NOTA FINAL (1/10):
8.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Brigantus #1 - Banido, de Hermann e Yves H. - Arte de Autor

Ficha técnica
Brigantus - Banido #1 (de 2)
Autores: Hermann & Yves H.
Editora: Arte de Autor
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Fevereiro de 2024

Vinheta 2020 publica BD nacional inédita!



Há uma nova banda desenhada portuguesa independente de ficção científica a emergir, denominada Heaven Strands, e que é publicada gratuitamente no Vinheta 2020!

Trata-se de uma curta BD, intitulada Heaven's Strands Ascension, que funciona como um prólogo que mostra a origem de Amerty, o mundo da futura novela gráfica Heaven's Strands

Rodeados de monstros e criaturas capazes de destruir casas com uma simples patada, a humanidade estava em perigo de extinção. Foi então que, num fatídico dia, uma divindade emergiu dos céus e nos deu a chance de tomar controlo do nosso destino de uma vez por todas. Tudo isto na forma de uma pequena pedra, o primeiro núcleo usado nas nossas criações.

Os autores portugueses Rafael Fernandes e André Peixoto, novos no género, mas com experiências profissionais na área da animação e do design gráfico, pretendem lançar neste verão uma campanha de Kickstarter para promoção e pré-venda da obra. Por agora, já está a ser criada uma campanha no Discord.

Mesmo que a obra maior ainda esteja em promoção, os autores desenvolveram um one-shot de 13 páginas para dar a conhecer o seu projeto e para com isso poder começar a criar o seu público. E, claro, devido à abrangência do Vinheta 2020, os autores pediram-me para publicar com os leitores deste espaço esse mesmo one-shot

E é isso que hoje vos trago: a possibilidade de lerem, mais abaixo, de forma gratuita, esta banda desenhada nacional que acaba de nascer.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Análise: Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte

Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo - ASA LeYa

Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo - ASA LeYa
Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo

A ASA acaba de publicar o quarto e último volume da série Spirou - A Esperança Nunca Morre…, de Émile Bravo, e que bom que foi poder mergulhar nesta história original e iniciática de Spirou e Fantásio, que coloca estas personagens a que nos fomos habituando num sem número de aventuras que acompanharam a nossa juventude, naquele que será o mais impactante momento das suas vidas: a Segunda Guerra Mundial, com toda a crise de valores e humanidade que a mesma levantou e a consequente invasão da Bélgica pelas tropas nazis.

Neste quarto volume, que termina a história - sendo o mais curto dos álbuns, com apenas 45 páginas - a narrativa de todo o arco – incluindo até o próprio Diário de Um Ingénuo - é fechada, deixando ficar no ar a ideia de que o propósito deste quarto volume foi mesmo essa, a de resolver a história e os desígnios que a sorte(?) deixou para cada uma das personagens com que Spirou se foi cruzando ao longo desta densa e marcante aventura imaginada por Émile Bravo.

Conforme já escrevi a propósito dos livros um, dois e três, Bravo tece uma trama complexa, repleta de intriga, suspense e momentos de intensa emoção. A profundidade psicológica dos personagens é explorada de maneira convincente, adicionando camadas de complexidade à história.

Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo - ASA LeYa
Esta é uma série de qualidade superior, que nos faz rir, chorar e, acima de tudo, refletir sobre aquilo que, há não tanto tempo assim, era a realidade político-social na Europa “supostamente” desenvolvida, bem como aquilo que, nos dias de hoje, e com o devido distanciamento, poderemos desejar e/ou temer para o nosso presente e futuro. É pois, um livro sério, maduro, que nos faz engolir em seco inúmeras vezes.

É, igualmente, uma obra com belos desenhos, que nos remetem para a escola de Hergé, que mesmo podendo parecer ser ilustrações orientadas para um público mais infanto-juvenil, quando olhadas através do ponto de vista do conjunto do argumento e dos desenhos, acabam por trazer uma reflexão profundamente madura e, portanto, mais alcançável por mentes mais adultas. 

Não posso deixar de lamentar por ter que dizer adeus a estas personagens, pelas quais fomos construindo um laço. E talvez seja mesmo por isso que, de alguma forma, este quarto e último volume da série saiba a pouco. Não sei se será por ser um livro muito curto, mas é verdade que quando fechado o mesmo, nos apetece voltar à primeira página do primeiro volume ou, com mais rigor, à primeira página de Diário de Um Ingénuo, onde começou a ser construída a visão de Bravo para esta personagem tão emblemática da banda desenhada mundial como é Spirou. 

Não obstante, se o final é belo, a minha única queixa é que me parece algo apressado a certo nível. Talvez certas decisões narrativas precisassem de mais algumas páginas/vinhetas para melhor ficarem resolvidas.

Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo - ASA LeYa
A edição mantém-se fiel aos outros livros da coleção: apresenta capa dura braça, bom papel brilhante e um bom trabalho ao nível da edição e da impressão. Não costumo falar muito do preço dos livros, mas desta vez parece-me que a editora poderia ter baixado ligeiramente (nem que fosse 1 ou 2 €) o preço do livro. Apenas e só porque se trata de um livro com quase um terço das páginas do volume 3 que, curiosamente, também apresenta o mesmo preço de 19,99€. Por outro lado, e olhando para o “copo meio cheio” também é verdade que, dessa vez, em que o livro tinha 114 páginas a cores e em capa dura, talvez o preço fosse mais barato do que o expectável. Ambas as interpretações serão válidas. De qualquer maneira, deixo a minha nota.

Seja como for, tenho que aplaudir a decisão da ASA em lançar esta série que, pela sua qualidade e pertinência, merecia (há muito!) ter uma versão em português. Faço até votos para que a editora se mantenha neste caminho de aposta em banda desenhada de qualidade inequívoca. Com sinceridade, e passados alguns anos de inconcebível letargia editorial no que à banda desenhada diz respeito, parece-me legítimo afirmar que a ASA vive dos melhores momentos da última década em termos de qualidade de BD editada. Que assim se mantenha!

Em suma, e voltando a este A Esperança Nunca Morre…, está é uma série absolutamente imprescindível. O que distingue esta obra de todos os outros livros de Spirou – e até mesmo da quase totalidade das séries clássicas de BD franco-belga - é a abordagem adulta, sombria e de reflexão que emana da obra. Porque em vez de se concentrar nas aventuras leves e cómicas características de Spirou, Bravo mergulha nas profundezas de um dos mais relevantes conflitos bélicos na história da humanidade, explorando as consequências emocionais e morais da guerra. Muito bom!


NOTA FINAL (1/10):
9.6



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Spirou - A Esperança Nunca Morre… - Quarta Parte, de Émile Bravo - ASA LeYa

Ficha técnica
Spirou - A Esperança Nunca Morre... Quarta Parte
Autor: Émile Bravo
Editora: ASA
Páginas: 48, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 240 x 319 mm
Lançamento: Abril de 2024

Qual o melhor Livro do Mês de Abril para o Vinheta 2020?



Continuando a rubrica lançada no mês passado, trago-vos hoje a banda desenhada que, quanto a mim, é a melhor - ou mais obrigatória de ler, se preferirem - lançada em Portugal durante o mês de Abril de 2024.

Porque sou um acérrimo defensor e promotor da produção nacional, também vos trago o melhor livro nacional lançado no passado mês de Abril.

Isto do "melhor" e do "pior" é sempre algo subjetivo, concedo, mas o objetivo aqui é muito simples: caso não haja dinheiro para comprar todoas as boas bandas desenhadas lançadas por cá, qual a compra mais obrigatória a fazer? 

São, na minha opinião, as obras que vos apresento mais abaixo.

Se tiverem dúvidas ou questões sobre as regras que utilizo para esta recentemente criada iniciativa, acedam aqui.

Sem mais demoras, eis o Livro do Mês de Abril:

Águias de Roma, de Marini, está de volta!


Eis uma bela notícia para os muitos fãs de Enrico Marini em Portugal, nos quais me incluo: a série As Águias de Roma está de volta!

Depois do quinto álbum desta belíssima série - possivelmente a melhor de Marini - ter sido lançada em 2016, eis que a ASA regressa à publicação da mesma, através do mais recente livro. Este sexto tomo foi originalmente publicado em 2023 e chega-nos agora, alguns meses mais tarde, na sua versão portuguesa. O livro já pode ser encontrado nas livrarias.

De resto, é conhecido que o sétimo tomo da série deverá ser lançado no mercado europeu no final deste ano, pelo que seria excelente se a ASA conseguisse publicá-lo ao mesmo tempo para o nosso mercado nacional.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da edição francesa.

As Águias de Roma - Livro VI, de Enrico Marini

O Imperador Augusto morreu. É agora a vez de Tibério reinar sobre Roma. Presente ao seu lado, Seianus deverá ajudá-lo a estabelecer o seu domínio sobre a Cidade Eterna. 

Mas a grandeza de Roma é frágil. Nas sombras, uma trama se vai adensando. Os conspiradores, em número de sete, autodenominados Liberatores - os Libertadores. Seianus é um deles e conta com a bela Morphea para atingir seus objetivos. 

Arminius, por sua vez, sonha em submeter a orgulhosa cidade à autoridade do seu povo de alemães, os Bructeros. Marco, seu irmão de sangue e amigo de infância, rompeu com Armínio porque o culpa por ter traído Roma. Ele tem apenas uma obsessão: encontrar o seu filho...

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Ficha técnica
As Águias de Roma - Livro VI
Autor: Enrico Marini
Editora: ASA
Páginas: 88, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 317 x 239 mm
PVP: 16,50€

terça-feira, 14 de maio de 2024

É um dos lançamentos do ano! Vem aí O Vento nos Salgueiros!



Não tenho dúvidas de que este é um dos lançamentos de BD do ano! Bem, na verdade, trata-se de um relançamento, já que O Vento nos Salgueiros já foi publicado em Portugal, há uns anos, pela extinta editora Witloof.

Contudo, é uma obra que, compreensivelmente, foi ficando totalmente esgotada - principalmente o primeiro dos 4 tomos. 

E, para colmatar a ausência desta belíssima adaptação, onde Michel Plessix revela ser um autêntico mestre da BD, com desenhos verdadeiramente lindos e uma adaptação do argumento muito fiel, a editora Arte de Autor vai lançar a obra em edição integral! 

Quer isto dizer que um só livro reunirá os 4 tomos da série original.

O autor lançou posteriormente, Vento nas Areias, que reúne mais 5 tomos e que continua a jornada destas personagens. Com sorte, teríamos a Arte de Autor a editar, num futuro próximo, esses 5 tomos, também. Mas, para isso, espera-se que este livro tenha boas vendas, imagino.

Mas vamos por partes. Por agora, temos este O Vento nos Salgueiros que é verdadeiramente obrigatório para qualquer boa coleção de banda desenhada. Seja a coleção de uma criança ou a de um adulto! Convido-vos a (re)lerem a análise que já fiz à obra, aqui

O livro deve chegar às livrarias durante as próximas duas semanas.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.

O Vento nos Salgueiros - Edição Integral, de Michel Plessix

Que idílico é viver à beira do rio!

Divertido e cheio de travessuras, O Vento nos Salgueiros é um clássico da literatura infantil publicado em 1908 por Kenneth Grahame. Adaptado várias vezes para a TV, o teatro e o cinema reúne personagens inesquecíveis.

Um mundo fantástico e completamente à parte, habitado pela toupeira, o rato, o sapo e o texugo, os quatro amigos que, sem pressas, saboreavam os prazeres da vida do campo, e ainda tinham tempo para umas aventuras divertidas.

As aventuras épicas das personagens servem de pretexto ao autor para pintar ternos quadros bucólicos, trabalhados até à mais pequena folha de erva. Cheira a feno, a lama. Respira-se. Relaxamos.

Michel Plessix reinterpreta “O Vento nos Salgueiros” de forma magistral.
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Ficha técnica
Vento nos Salgueiros - Edição Integral
Autor: Michel Plessix
Editora: Arte de Autor
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 236 x 285 mm
PVP: 29,95€

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Mais BD a partir de 5€ no Vinheta 2020!


A LOJA OUTLET do Vinheta 2020 regressa com novos livros de banda desenhada a um preço mega simpático! Há clássicos, novidades e raridades na nova leva que disponibilizo para venda! E tudo a preços de amigo, já que o meu objetivo não é bem fazer grandes lucros, mas despachar os livros!

Também baixei os preços a outros livros que tinha para a venda e ainda não tinha vendido.

Tratam-se de álbuns usados - mas a excelente estado de conservação - de autores portugueses e estrangeiros, em vários idiomas: português, espanhol, inglês e francês.








Disclaimer

Como sabem, sou um comprador e um colecionador. E sou daquelas pessoas que, ao contrário de muitos, bem sei, não gosta de ter livros repetidos na sua coleção. Pura e simplesmente porque cada pequeno espaço nas minhas prateleiras tem que merecer ser ocupado. Assim, se a minha estante recebe a versão portuguesa de uma obra que eu já possuía noutra língua; ou uma nova edição de uma obra que me agrada mais do que a anterior, um dos livros terá que sair. Não tenho espaço para ter duplicados.

É por isso que chamo a esta iniciativa LOJA OUTLET, pois o seu objetivo é servir de escape para os livros que estão a mais, ou duplicados, na minha coleção.

São livros que tenho repetidos, que tenho noutras línguas ou que, simplesmente, comprei e acho que, depois de lidos, devem rumar a outra estante.

Aproveitem e façam bons negócios.

Deixo o "como" e o "porquê" desta loja, aqui.

Análise - Reckless #4 - O Fantasma em Ti


Reckless #4 - O Fantasma em Ti, de Ed Brubaker e Sean Phillips

O trabalho de Ed Brubaker e Sean Phillips parece não cessar de nos surpreender! Com O Fantasma em Ti que é o quarto de cinco volumes (até agora) da série Reckless, os autores voltam a dar-nos um belo livro. Está, quanto a mim, um pouco abaixo dos dois anteriores volumes, que me encheram as medidas, mas, mesmo assim, consegue ser um livro completamente coeso, com Ed Brubaker a oferecer-nos (mais) uma bela trama e com Sean Phillips a manter-se fiel ao seu trabalho.

Desta vez, a história centra-se em Anna Keller, a ajudante de Ethan, que terá que lidar com um estranho caso. Estamos em 1989. Ethan Reckless encontra-se fora da cidade e Anna é abordada por uma antiga estrela do cinema que lhe pede que investigue alguns eventos estranhos e misteriosos que estão a acontecer na mansão que a atriz herdou e que está a renovar. Esta mansão tem, pois, toda uma história enigmática e chocante, pois ali se sucederam variados crimes e dramas familiares.

A opção por centrar a história na personagem de Anna Keller, em vez de em Ethan Reckless, dá alguma frescura à série, reconheço, permitindo desta forma explorar uma personagem que era mais “side kick” nos volumes anteriores. A voz off que nos narra a história continua a ser a de Ethan, mas, talvez por isso, a ligação com o leitor não consegue ser tão estreita, a meu ver, pois não é bem uma história contada na primeira pessoa, ainda que o possa parecer.

O começo da história, com vários níveis narrativos a serem presenteados ao leitor, é, mais uma vez, muito forte. Ed Brubaker consegue ser um verdadeiro mestre não só na construção de um enredo intrincado, mas também na capacidade de manter o interesse do leitor sempre presente. Podemos até já ter lido histórias semelhantes do mesmo autor, mas, não obstante, por algum motivo, queremos ler mais e mais. Não cansa.

E, lá está, quando digo que este volume não me agradou tanto como os dois livros anteriores da série, não tomem as minhas palavras de forma errada porque, mesmo assim, continuamos a estar perante uma série cuja qualidade está praticamente sempre nos píncaros! E este O Fantasma em Ti não é exceção.

Em termos de desenho, não há aqui grandes inovações por parte de Sean Phillips. O autor continua fiel a si mesmo, se bem que, olhando de forma detalhada, e, pelo menos, comparando o trabalho do autor neste livro com os anteriores volumes da série, o seu desenho pareceu-me um pouco mais apressado e menos detalhado. Mesmo assim, é claro que o seu inconfundível signature style se mantém bem presente. 

As cores claras da série, feitas por Jacob Phillips, também ajudam bastante ao ambiente visual mais soalheiro que é imagem característica da costa leste dos Estados Unidos da América, onde se desenrola esta série.

A edição da G. Floy Studio está em linha com aquilo que poderíamos esperar: o livro tem capa dura baça, bom papel brilhante no miolo e boa encadernação e impressão. No final, há um posfácio escrito por Ed Brubaker e menções aos livros da dupla já editados pela G. Floy Studio: Criminal, The Fade Out, Pulp ou Os Meus Heróis Foram Sempre Drogados.

Em suma, não há nada que enganar! Mesmo sem ser o melhor da série, este quarto volume de Reckless, intitulado O Fantasma em Ti, é mais uma entrega da dupla Brubaker/Phillips que cumpre bem o nível de qualidade a que os leitores têm sido habituados, mergulhando-os numa boa trama policial de investigação – muito bem escrita; e num ambiente visual muito pulp, bem ao jeito daquilo a que estes autores já nos habituaram. Mais uma vez, se recomenda, claro!


NOTA FINAL (1/10):
9.0



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Ficha técnica
Reckless #4 - O Fantasma em Ti
Autores: Ed Brubaker e Sean Phillips
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Janeiro de 2024

Gorila Sentado prepara-se para lançar Last Call!



A editora independente Gorila Sentado está próxima de lançar a nova série/revista Last Call, da autoria do português Gonçalo Fernandes!

Esta revista deverá estar disponível para compra a partir do próximo dia 24 de Maio, durante o festival Maia BD. Por agora, já se encontra em pré-venda no site da editora.

A Gorila Sentado informa que, durante o Maia BD e neste período de pré-venda, haverá um print de oferta (limitado ao stock existente) para os leitores que comprarem a revista.

Olhando para as ilustrações de Gonçalo Fernandes, bem como para o tema da obra, que me parece original, diria que estou bastante entusiasmado com este lançamento!

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra.

Last Call #1, de Gonçalo Fernandes

LAST CALL #1 abre as hostilidades com o início de duas histórias pela mente de Gonçalo Fernandes. 

Triple Threat Terror
O mundo do Wrestling profissional sempre foi um mundo onde ou se "mata" ou se acaba por "ser morto". 

Mas quando um assassino começa a ter antigos candidatos ao título como alvo, as linhas tornam-se tênues e surge a questão de onde acaba o kayfabe e começa a vida real. 

Uma história Wrestling Noir, que mistura as emoções do Wrestling profissional e o suspense das séries policiais.

Land of the Free
"Rat" pensava que ao roubar a mala todos os seus problemas ficariam resolvidos. O que nunca tinha imaginado é que esse ato seria o começo de uma longa viagem para descobrir os segredos que o objeto roubado esconde. E como se isso não bastasse, porque é que andam todos os gangs atrás dele?

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Ficha técnica
Last Call #1
Autor: Gonçalo Fernandes
Editora: Gorila Sentado
Páginas: 32, a preto e branco
Encadernação: Formato revista, com agrafos.
PVP: 7,00€

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Elsinore lança novo volume de "Sapiens" em BD!



Trata-se do terceiro volume desta excelente adaptação para banda desenhada da brilhante obra de Yuval Noah Harari, Sapiens, e deverá chegar às livrarias no próximo dia 13 de Maio, pelas mãos da Elsinore, chancela da Penguin Random House.

A adaptação para BD é feita por David Vandermeulen e Daniel Casanave, com a colaboração direta do próprio Yuval Noah Harari.

Os primeiros dois volumes já aqui foram analisados, pelo que recomendo a leitura desse artigo.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.

Sapiens #3 - Os Donos da História, de Yuval Noah Harari, David Vandermeulen e Daniel Casanave

Neste capítulo, partimos numa viagem imersiva pelo passado humano que nos mostra como milhares de tribos isoladas se transformaram na aldeia global de hoje sob o signo do dinheiro, da religião e do império.

Por vezes, a História mais parece uma longa lista de monarcas impiedosos, políticos presumidos e ditadores odiosos. Mas serão mesmo eles a ditar o destino da humanidade ou existirão outras forças menos visíveis que determinam o curso dos acontecimentos?

Neste terceiro volume da adaptação de Sapiens: História Breve da Humanidade para novela gráfica, Yuval Noah Harari, em parceria com o escritor David Vandermeulen e o ilustrador Daniel Casanave, continua a apresentar-nos de forma divertida e rigorosa a intrincada história da humanidade, explicando-nos os princípios e as ficções que nos unem, mas também nos separam.

Ilustrado a cores, original e cheio de humor, este é o livro perfeito para quem quer continuar o diálogo iniciado em Sapiens: História Breve da Humanidade, e para apresentar o universo e as ideias de Yuval Noah Harari a novos leitores, curiosos pela História e pela ciência, e pelo que tem sido o longo e agitado percurso do ser humano até aos dias de hoje.

Nas livrarias a 13 de maio.

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Ficha técnica
Sapiens #3 - Os Donos da História
Autores: Yuval Noah Harari, David Vandermeulen e Daniel Casanave
Editora: Elsinore (Penguin Random House)
Páginas: 280, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 29,95€

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Comparativo: A Revolução Interior pel'A Seita e pelas Edições Afrontamento


A Seita relançou há poucos dias a obra A Revolução Interior - À Procura do 25 de Abril, de João Ramalho-Santos, João Miguel Lameiras e José Carlos Fernandes, que havia sido originalmente lançada pelas Edições Afrontamento.

Sobre o livro, já aqui falei há uns dias e, portanto, convido-vos a (re)lerem esse artigo para melhor conhecerem este trabalho.

Por hoje, faço um comparativo entre as edições das editoras A Seita e Edições Afrontamento, para melhor percebermos que diferenças há e, também, se a compra desta nova edição faz sentido até mesmo para aqueles que já tenham, na sua bedeteca pessoal, a edição original publicada no longínquo ano de 2000.


Bem, a primeira coisa que salta à vista é que o formato da nova edição foi alargado face à edição original. tendo agora cerca de mais 2,5 cms de altura e de largura. Um aumento de formato que é bem-vindo. 

Embora as duas capas mantenham a mesma ilustração, o grafismo e lettering das mesmas foi alterado, com a nova edição a assumir um tratamento melhorado e mais atual. 

Nota para o facto de na bandeira que aparece na capa, o símbolo da bandeira da União Soviética ter sido retirado desta nova edição, ficando apenas constante a estrela amarela. Confesso não ter percebido bem esta opção. É verdade que a União Soviética não existe no tempo atual, mas também não existia no tempo em que o livro foi originalmente publicado, já que a União Soviética havia sido dissolvida em 1991. Talvez os autores tenham considerado que, passados 24 anos, a utilização de um símbolo/bandeira obsoleto ainda ficaria mais datado do que na data da primeira publicação, em 2000. Mas isso é apenas uma suposição minha.

Outra das diferenças entre as duas edições da obra é que o novo livro tem capa dura em contraste com a capa mole da primeira edição. Isto permite que o novo livro seja mais requintado e apresente mais qualidade enquanto objeto-livro. Devido à capa dura, bem como ao papel, que é de melhor qualidade, o novo livro também acaba por ser mais espesso.



As contracapas dos livros também são diferentes, com a nova edição a ser mais impactante e a ter uma sinopse, que, em loja, aumenta o interesse pelo livro dos potenciais leitores e tem um cariz profissional, em detrimento do aspeto mais amador da primeira versão.




Quando abrimos o livro, esta sensação de profissionalismo de edição mantém-se. A nova versão apresenta guardas e duas páginas de frontispício.




Em termos de cores utilizadas, nota-se que a nova versão apresenta cores mais suaves e menos saturadas o que, quanto a mim, também é melhor para a harmonia visual da obra. Além disso, a exposição dos originais no Coimbra BD permitiu atestar que as cores desta nova versão estão muito mais fiéis às cores originais. Também foram feitas algumas pequenas correções no texto da obra, embora sejam ligeiras alterações.




Mesmo assim, as grande diferenças encontram-se na introdução de conteúdo extra. Há um texto de introdução à obra escrito por Rui Bebiano, historiador e investigador do Centro de Estudos Sociais e, no final do livro, há um texto de retrospetiva escrito por João Ramalho-Santos e João Miguel Lameiras que conta a história da publicação da obra, contextualizando-a no seu período de lançamento original e no tempo atual, passados 24 anos. 

Além disto, há ainda espaço para divertidos textos biográficos dos três autores.

Em conclusão, esta é uma reedição muito bem-vinda, que volta a disponibilizar uma obra com um belo valor educativo (ler análise feita à mesma aqui no Vinheta 2020) e ainda consegue melhorar a edição em todos os cômputos possíveis. Bom trabalho da editora A Seita.