Já está disponível, há alguns dias, mais uma reedição de uma das obras de Filipe Melo e Juan Cavia.
Primeiro foi Balada para Sophie, depois foi Comer / Beber e agora chega-nos a reedição de Os Vampiros que, tratando-se de um livro ambientado na guerra colonial, era mais uma dos obras que, lamentavelmente, se encontrava esgotada nas livrarias portuguesas.
A Companhia das Letras veio alterar essa situação. Esta excelente obra é exatamente a mesma mas há algumas diferenças entre as duas edições, que passarei a enumerar.
Em primeiro lugar, o que salta mais à vista é a mudança de capa com a substituída da ilustração de capa.
Quanto a preferências sobre ambas as capas, acho que cada um terá a sua, com base nos seus gostos pessoais. A mim, a ilustração da capa original parece mais artística e de maior beleza mas a nova versão também me agrada e até me parece ter mais appeal comercial, pois talvez chame mais facilmente à atenção.
O lettering do título também mudou. Provavelmente porque os direitos do letttering original estejam na posse da Tinta da China. Prefiro o original, com o pormenor da bala e das ervas nas letras. Mas, mais uma vez, é uma questão subjetiva.
O que é mais objetivo é a questão da mudança de formato que, na nova edição, passou a ser mais pequeno, como podem ver na imagem acima. Se isto me fez torcer o nariz à partida, tenho boas notícias para os que possam estar cépticos perante esta alteração: é que o tamanho das vinhetas no interior do livro é exatamente o mesmo.
Ou seja, a mancha de impressão não foi diminuída. O que foi diminuído foram as margens à volta das vinhetas. Mesmo que me possam dizer que, desta forma, talvez as ilustrações não "respirem" tão bem, a verdade é que acaba por ser uma coisa que, do meu ponto de vista, não afeta praticamente nada a leitura. E, claro!, prefiro esta opção ao ter-se diminuído as ilustrações para manter a mesma margem.
Bem pensado, portanto, como podem ver abaixo.
Em termos de qualidade de papel, de impressão e de encadernação, se há mudanças entre as duas edições, não as percecionei. Papel brilhante de boa qualidade, capa dura baça e fita de tecido marcadora - que passa da cor preta para a cor vermelha na nova edição. Tudo se mantém com boa qualidade.
A contracapa também foi alterada como podem ver abaixo. Mais uma vez, prefiro a edição original embora também ache que a nova versão está bem conseguida do ponto de vista gráfico e comercial.
Por fim, convém dar conta da maior alteração entre as duas versões e que oferece à nova edição uma grande mais valia: o novo dossier sobre os acontecimentos históricos do ultramar e que também inclui esboços preparatórios de Juan Cavia e fotografias da época!
Está uma verdadeira delícia e considero que enriquece muito a leitura da obra.
Ora vejam:
Só um reparo. Esse dossier de extras já existia na edição da Tinta da China (pelo menos a edição de 2019 já tinha). Leitura muito recomendada mesmo assim, se bem que considero como já disse que a capa e contracapa da edição da Tinta da China mais bem conseguida.
ResponderEliminarObrigado pelo reparo, caro Miguel. A minha edição não tem qualquer dossier. A sua edição é a portuguesa? Entretanto, também me foi dito que o dossier de extras era referente à edição inglesa da obra. Será que se tratará disso?
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