terça-feira, 31 de janeiro de 2023

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Capa de BD!



Já desvendei quase todos os nomeados para os VINHETAS D'OURO 2022 mas ainda falta dar-vos a conhecer os nomeados para três categorias: MELHOR CAPA DE BANDA DESENHADA, MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO e MELHOR ÁLBUM DE AUTOR PORTUGUÊS.

Sei que estas duas últimas categorias são as mais apetecíveis e aquelas que geram mais comentários, positivos e/ou negativos, e, portanto, dar-vos-ei a conhecer os nomeados para essas duas categorias amanhã.

Por agora, deixo-vos com as obras nomeadas ao VINHETA D'OURO 2022 para MELHOR CAPA DE BANDA DESENHADA.

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Obra de Humor em BD!


É tempo de ficarmos a conhecer mais uma categoria dos VINHETAS D'OURO 2022!

Por agora, deixo-vos com os quatro nomeados para MELHOR OBRA DE HUMOR EM BANDA DESENHADA.

Parabéns a todos os nomeados, bem como às editoras que apostaram nestas obras que tanto nos deixaram bem dispostos e sorridentes.

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Criador de Conteúdos de BD!



É altura de ficarmos a conhecer os 4 nomeados para MELHOR CRIADOR DE CONTEÚDOS DE BANDA DESENHADA!

Permitam-me dizer-vos que esta categoria substitui a anterior categoria "Melhor Blog / Vlog / Site Português de Banda Desenhada". Na prática procura premiar o mesmo tipo de trabalho mas acredito que esta nomenclatura é mais abrangente, pois é possível criar conteúdos relevantes sobre BD sem se ter um site, um blog ou um vlog. E esses criadores também devem estar abrangidos nesta categoria.

Permitam-me outra nota ainda: o Vinheta 2020 volta a estar nomeado nesta categoria. Como a iniciativa começou no Vinheta 2020, espero, com toda a honestidade, que o vencedor seja um dos outros três fantásticos nomeados. De qualquer maneira, é um bom sinal estar entre os nomeados, claro. É sinónimo de que o Painel de Jurados tem consideração pelo trabalho que aqui é feito.

Sem mais conversa, os nomeados são estes:

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Análise: Uma Chama Imensa

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio

Um dos muitos livros que a editora A Seita – neste caso, em parceria com a Comic Heart – lançou no último Amadora BD foi este Uma Chama Imensa, da autoria de Ricardo Venâncio, que versa sobre a história de um jovem que procura fazer história enquanto jogador de futebol. E é no Sport Lisboa e Benfica que persegue esse sonho.

Curiosamente, este livro até já tinha sido lançado em França, antes de chegar a Portugal. Foi a editora Dupuis que, em abril de 2022, e numa coleção dedicada a grandes clubes de futebol europeus, lançou este A Chama Imensa.

Estava muito curioso em ler este livro por vários motivos. Porque o trabalho de Venâncio me deixou muito bem impressionado, em matéria de ilustração, no seu Hanuram: A Fúria; porque sou um grande adepto do futebol e porque também sou um grande admirador do Benfica, o meu clube desde sempre.

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
Mas, por agora, ponhamos de parte este preconceito (ou “pré-conceito”, se preferirem ir à raiz da palavra) que possa surgir por se tratar de um livro sobre um dos três grandes clubes de futebol em Portugal. E peço-vos isto porque Uma Chama Imensa, mais do que ser um livro sobre o Benfica, é - acima de tudo! - um livro sobre a procura de um sonho, sobre as adversidades que se atravessam na demanda por esse sonho e, bem… no amor pelo desporto-rei. E não fosse a parte final do livro (já lá irei) onde me parece que, infelizmente, há ali alguma "clubite" a mais… e diria que o livro era adequado para todos os adeptos ou sócios do Sporting ou do Porto. Até mesmo os mais ferrenhos.

Porque, convenhamos, a história do protagonista, Yuri, podia passar-se em qualquer clube grande de futebol. Com 17 anos de idade, o jovem é considerado um trinco muito promissor e prepara-se para assinar o seu muito desejado primeiro contrato profissional com o Benfica, quando tem uma grave lesão que o retira dos relvados duante longos meses. Como "um mal nunca vem só", depois disso a sua mãe fica desempregada e Yuri ainda vê a sua namorada afastar-se de si. E, a juntar a tudo isto, o Benfica ainda contrata um novo jogador estrangeiro para a posição de Yuri.

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
O jovem futebolista entra então numa espiral negativa ao verificar que tudo aquilo que era bom e uma garantia na sua vida, subitamente desaparece. Mas como para singrar é necessária muita perseverança, Ricardo Venâncio vai-nos mostrar que a capacidade de trabalho, de dedicação e de crença permite dar a volta às situações mais negativas. Portanto, sim, é a história de um jogador de futebol do Benfica… mas poderia ser a história de um jogador de futebol do Sporting, do Porto, do Lokomotiv de Moscovo, do Corinthians ou da Fiorentina. Ou poderia até ser a história de um jogador de basquetebol, de andebol ou de hóquei.

E é nessa valência que o livro se assume como recomendável a um universo mais vasto do que os adeptos do Benfica (que não são nada poucos, assuma-se). Sabendo que o Clube apoiou a iniciativa, concedendo-lhe a chancela de “produto oficial”, até me leva a dizer, sem qualquer clubismo, que fez bem em dar liberdade ao autor para fazer a história que bem quisesse.

Só lá mais para o final do livro senti um certo "corporativismo" ou "propaganda" que, em certa medida, anula o que acabei de dizer. Não sei se foi ideia do autor ou do clube mas, quando os jogadores Pizzi, Jardel e Rúben Dias aparecem nesta história, dando um testemunho aos jogadores das camadas mais jovens, tenho que ser sincero e admitir que achei que havia uma certa “clubite” no ar e até mesmo uma certa "lengalenga" forçada e com várias frases-feitas sobre os sacrifícios que um jogador tem que fazer. Percebo que a introdução desta parte fez sentido para motivar os jogadores jovens e em especial o protagonista desta história, mas isso e o discurso final com o Rui Costa, foram os únicos dois momentos onde achei que se estava a enaltecer em demasia o Benfica.

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
Leitores benfiquistas, não me levem a mal. Eu nutro pelo Benfica uma enorme paixão desde sempre, costumo ir, sempre que posso, aos jogos do clube no seu estádio e, quando não vou ou quando o Benfica joga fora, não falho um jogo de futebol na televisão. Mas isso não quer dizer que não tenha achado que a história deste Uma Chama Imensa – um título perfeito, já agora – poderia ter-se mantido apenas um pouco mais sem esta parte mais institucional, para ser ainda melhor.

Contudo, e não querendo contradizer-me, a verdade é que em quase toda a totalidade do livro, não há qualquer apologia do Benfica. É apenas um clube de futebol grande (acho que todos os sportinguistas e portistas concordarão com isso, mesmo que não gostem do Benfica) onde se desenrola a história. Portanto, simplificando o tema, para "produto oficial" este livro, criado curiosamente por um sportinguista, que é Ricardo Venâncio, até está bastante leve de "clubismo". No entanto, pensando no livro de forma mais independente, também não deveremos esquecer que há ali uma pequena dose de "clubismo". 

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
Assim sendo, acho, pois, que, desde que haja uma certa abertura para aceitar as partes em que os jogadores reais do Benfica aparecem para profetizar um pouco a história em prol do Benfica, este livro pode e deve ser lido por qualquer adepto de futebol. Eu tê-lo-ia lido, de bom grado, se o protagonista fosse jogador do Sporting ou do Porto. E, neste ponto, acho que deve ser dado mérito ao autor, Ricardo Venâncio.

Se a história, não sendo propriamente algo "fora do baralho" ou que consiga surpreender propriamente, se lê bastante bem, as ilustrações de Ricardo Venâncio oferecem-nos um belo trabalho.

E começo por realçar o ponto mais alto nos desenhos deste livro que são as partes mais oníricas, fruto da imaginação de Yuri, em que Ricardo Venâncio se presta a dar-nos belas imagens, bastante estilizadas e profundas, que certamente satisfarão os adeptos de futebol. A magia de ter um estádio cheio de gente a torcer pelo clube para o qual jogamos, a sensação de raça, de ultrapassar os adversários, de triunfar, de vencer... está lá tudo nos desenhos que Ricardo nos dá! E que jovem português é que, algures na sua infância, não sonhou com isto? Diria que serão mais os que sonharam do que os que não sonharam. É esse sonho resgatado da glória de um futebol imaginado, que Ricardo Venâncio ilustra com uma beleza e um sentido estético magnífico, que muito me agradaram.

Depois, em relação à restante história, o autor apresenta um traço fino, moderno e com bastante realismo, especialmente nos cenários, que me cativou. Por vezes, uma expressão facial ou um posicionamento físico de uma personagem pareceu-me algo estranho, mas isso foi a exceção à regra. Afinal de contas, é um álbum muito bem ilustrado onde a especial ênfase que é dada aos momentos em que assistimos a pedaços de jogos de futebol é bastante gratificante e bem executada, pois parece mesmo que estamos a visualizar na televisão, ou ao vivo, várias jogadas de futebol que compõem o livro.

Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart
A planificação é bastante diversificada e orgânica, e o trabalho de cores também me deixou bem impressionado. Tendo em conta o aspeto cheio de carisma de Yuri, o protagonista, que lembra Renato Sanches, não sei até que ponto foi boa ideia substituir o look da personagem a meio do livro. Até porque ficou menos distinguível de outras personagens. Mas aceita-se.

O que me pareceu mais difícil de aceitar foi o excesso de texto em algumas páginas. Não são muitas, mas há 5 ou 6 páginas deste livro que têm muito texto que, acredito, poderia ter sido facilmente reduzido sem que se perdesse muito em termos de enredo ou de argumento.

Sobre a edição d’A Seita e da Comic Heart, estamos perante um bom trabalho. Em primeiro lugar, pelo sentido de oportunidade que ambas as editoras demonstraram, ao não deixar ficar no esquecimento uma obra de um português que até já tinha sido publicada no mercado franco-belga. Em segundo lugar, porque, conseguindo fazer com que o livro se tornasse um Produto Oficial do SL Benfica, as editoras certamente conseguiram (ou conseguirão) abrir algumas portas para que o livro consiga chegar a um público mais alargado. E isso é sempre de louvar.

Olhando para a edição física da obra, o livro apresenta capa dura baça e papel brilhante de boa qualidade. A encadernação e a impressão também estão bem conseguidas. Destaque para o facto da edição portuguesa ter mais 8 páginas do que a edição original. Coisa que merece os meus louvores. No final do livro, há uma breve entrevista entre o editor João Miguel Lameiras e o autor, bem como duas páginas em que vemos vários estudos para a capa que Ricardo Venâncio encetou.

Em suma, este foi mais um dos bons livros da banda desenhada nacional que saíram no ano 2022. A história de Uma Chama Imensa pode parecer clichet a vários níveis, mas não deixa de ser uma narrativa que nos prende do primeiro ao último momento e onde Ricardo Venâncio consegue mostrar bem as suas belas qualidades enquanto ilustrador de BD. Recomendado para adeptos de BD ou de futebol. Quanto aos que são adeptos do Benfica – quer gostem de bd ou não – parece-me que Uma Chama Imensa é absolutamente obrigatório.


NOTA FINAL (1/10):
8.4


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio - A Seita e Comic Heart

Ficha técnica
Uma Chama Imensa
Autor: Ricardo Venâncio
Editoras: A Seita e Comic Heart
Páginas: 72, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 20 x 26 cm
Lançamento: Julho de 2022

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Editora de BD!


Durante esta semana, que hoje começa, ficaremos a conhecer todos os nomeados para as diversas categorias dos VINHETAS D'OURO 2022.

E hoje começo por vos apresentar uma das novas categorias desta terceira edição dos prémios: a de MELHOR EDITORA DE BANDA DESENHADA.

Esta é uma das 4 novas categorias a concurso e devo dizer que, quando foi feita a consulta pública, perguntando aos seguidores dos prémios quais as novas categorias que gostariam de ver incluídas nestes prémios, esta foi a categoria em que mais pessoas votaram.

Sendo estes prémios escolhidos pela "crítica de banda desenhada", isto é, por aqueles que criam conteúdos sobre banda desenhada, é natural e óbvio, diria, que haja uma estreita ligação entre editoras e criadores de conteúdos. Não obstante, isso não invalida que não se saiba dar mérito às editoras, valorizando o seu trabalho global efetuado no ano transato. Mais não seja porque permite ao público dos VINHETAS D'OURO e, em última análise, às próprias editoras, uma bitola de benchmarking, de como fazer um bom trabalho ao serviço da banda desenhada.

Cito o texto presente no Regulamento dos Prémios para que melhor se percebam os requisitos escolhidos para a eleição das Melhores Editoras de 2022: "nesta categoria pretende-se premiar aquela que foi, segundo o consenso do PAINEL DE JURADOS, a melhor editora portuguesa de banda desenhada, durante o ano transato. Critérios não só como a quantidade de obras publicadas mas, também, a qualidade das obras lançadas, bem como o cuidado na qualidade de edição (ao nível gráfico, de materiais utilizados e/ou de investigação e desenvolvimento de conteúdos extra), deverão ser tidos em conta pelo PAINEL DE JURADOS na sua eleição."

E, sem mais demoras, aproveito para dar os parabéns às 4 Editoras nomeadas para esta categoria.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Henrique Gandum regressa com uma nova BD!




Chama-se A Última Arte e trata-se de uma pequena história, muda, em formato fanzine, que o autor português, Henrique Gandum, acaba de lançar de forma independente.

É sabido que o autor, em conjunto com o seu irmão, Duarte, se encontra a ultimar o remake do primeiro álbum da série Congo - que foi integralmente redesenhado e que há-de ser lançado brevemente - enquanto a feitura do 3º álbum da série também prossegue.

Recorde-se que, no ano passado, os dois irmãos lançaram Amélia: Uma História do Congo, que funciona como spinoff da série principal.

Segundo palavras do autor, este A Última Arte versa "sobre a arte num mundo que já não é o mesmo".

A obra pode ser encontrada no seguinte link e tem o custo unitário de 3,00€, a que acrescem 1,90€ de portes de envio.

Deixo-vos com algumas imagens promocionais.





VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Mangá!

E cá estou eu para vos anunciar os nomeados para mais uma categoria dos prémios VINHETAS D'OURO 2022

Desta feita, trago-vos uma das 4 novas categorias a concurso: aquela que é dedicada a eleger o MELHOR MANGÁ PUBLICADO EM PORTUGAL no ano transato.

Esta categoria foi criada com o intuito de tentar abarcar nestes prémios este género de banda desenhada que tem vindo a receber uma forte aposta por parte das editoras portuguesas. Por esse mesmo motivo, parece-nos que a curadoria sobre as melhores obras deste género, faz todo o sentido.

Aproveito para dar os parabéns às editoras portuguesas nomeadas pelas suas apostas de qualidade.

As obras nomeadas são as seguintes:

Levoir anuncia novidades de BD para os próximos meses!


Tem sido a conta-gotas, de forma algo tímida, mas aparentemente em crescendo, que a Levoir tem vindo a anunciar novidades editoriais para os próximos meses.

Para já, podemos afirmar que são 4 as bandas desenhadas que a editora já prometeu para os próximos tempos: uma obra de autores portugueses, a expetável continuação da coleção Clássicos da Literatura em BD, a segunda parte de uma novela gráfica já anteriormente publicada pela editora e, para surpresa de alguns, suponho, a aposta num mangá por parte da editora.

Assim, olhemos para as obras em calha:

A editora anunciou que, à semelhança do que já havia feito na primeira coleção dos Clássicos da Literatura em BD - em que apostou no lançamento da adaptação de bandas desenhadas baseadas em obras relevantes da literatura portuguesa, neste caso, Os Maias e Amor de Perdição - a editora prepara a adaptação para bd do clássico Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. 

Essa adaptação está a cargo de João Miguel Lameiras, no argumento, e de Joana Afonso, na ilustração. Já foram tornado públicas algumas ilustrações que me parecem verdadeiramente magníficas. Bem ao jeito do traço inconfundível e adorável de Joana Afonso. Este será o 30º volume da coleção e deverá ser publicado entre Junho e Julho deste ano.

O Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente)
Autores: João Miguel Lameiras e Joana Afonso
Lançamento previsto: Junho/Julho



Por falar em Clássicos da Literatura em BD, a editora também já anunciou que o próximo álbum desta coleção a editar é A Guerra dos Mundos, de H.G.Wells, cuja adaptação para banda desenhada é da autoria de Philippe Chanoinat e Alain Zibel. 

Este livro deverá chegar às livrarias já no próximo dia 7 de Fevereiro.

A Guerra dos Mundos (H.G. Wells)
Autores: Philippe Chanoinat e Alain Zibel
Lançamento previsto: 7 de Fevereiro


Entretanto, a editora também já confirmou que publicará no próximo mês de Março a segunda parte do livro Destemidas - Mulheres que só fazem o que Querem, da autoria de Pénelope Bagieu. Relembre-se que o primeiro livro foi publicado em 2018, na quarta coleção de Novelas Gráficas que a Levoir editou, juntamente com o jornal Público.

Tal como no primeiro livro, este segundo Destemidas procurará dar-nos 15 biografias de mulheres que ousaram triunfar perante a sua condição de mulher num mundo machista.


Destemidas - Mulheres que só fazem o que Querem - Vol. 2
Autora: Pénelope Bagieu
Lançamento previsto: Março

Finalmente, a Levoir anunciou ontem que vai lançar um mangá. 

E começá-lo-á com o clássico Os Três Mosqueteiros numa adaptação para mangá feita pelos autores Cedric Tchao e Nejib. 

O lançamento está agendado para o final do mês de Março e deverá acompanhar o lançamento de uma nova adaptação para cinema da obra original de Alexandre Dumas.




Os Três Mosqueteiros #1 - D'Artagnan
Autores: Cedric Tchao e Nejib
Lançamento previsto: Março


Editorial Presença aposta em nova série de bd!



A Editorial Presença prepara-se para editar a sua primeira aposta em banda desenhada deste ano 2023!

E começa logo com uma série que, certamente, já terá um potencial público bastante alargado, uma vez que estamos a falar da adaptação para banda desenhada da série de romances para um público jovem, denominada After, que tem sido um bestseller e conquistado muitos fãs.

A autora da série é Anna Todd e o autor responsável pelas ilustrações desta banda desenhada é Pablo Andrés.

O livro deverá estar disponível a partir do próximo dia 15 de Fevereiro.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

After: A Novela Gráfica #1, de Anna Todd e Pablo Andrés

Prepara-te para te apaixonares pela novela gráfica de um dos maiores fenómenos mundiais!

Tessa Young é uma jovem reservada e sensata que sai de casa da mãe, uma mulher autoritária e preconceituosa, para iniciar os seus estudos na universidade, separando-se pela primeira vez do namorado de sempre, Noah, um rapaz meigo e sensível. Logo no primeiro dia, conhece a sua companheira de quarto, Steph, e os amigos desta, entre os quais Hardin, um inglês insolente, cheio de tatuagens e piercings. Rapidamente, de um momento para o outro, Tessa e Hardin iniciam uma relação intensa mas atribulada, pois ele é um bad boy que só arranja problemas.
Tessa tem de tomar uma decisão séria e dolorosa: será que faz sentido trocar Noah por Hardin, desiludindo a sua superprotetora mãe e sabendo que a sua vida nunca mais será a mesma? A menos que seja por amor…

O primeiro volume da série After ganha vida com ilustrações espantosas!

Inclui 10 páginas de histórias de bastidores e ainda os perfis das personagens.



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Ficha técnica
After: A Novela Gráfica #1
Autores: Anna Todd e Pablo Andrés
Editora: Editorial Presença
Páginas: 192, a cores
Encadernação: Capa mole
Formato: 230 x 165 mm
PVP: 16,90€

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Série de BD!


Hoje trago-vos os nomeados para mais duas categorias dos VINHETAS D'OURO 2022!

E começamos com a categoria de MELHOR SÉRIE DE BANDA DESENHADA. Mais logo, como já vem sendo hábito nos últimos dias, apresentarei os nomeados para mais uma das novas categorias que é inaugurada nesta edição dos VINHETAS D'OURO.

A categoria de MELHOR SÉRIE DE BANDA DESENHADA foi uma categoria que inaugurámos no ano passado e que foi daquelas que mais feedback positivo recebeu por parte dos que seguem os VINHETAS D'OURO.

Procura-se, com a mesma, nomear as melhores séries de banda desenhada concluídas durante o ano 2022.

Dou os parabéns aos autores e às editoras portuguesas por estas belas apostas e convido os leitores do Vinheta 2020 a conhecerem as obras nomeadas para esta edição dos VINHETAS D'OURO, mais abaixo.

Análise: Elektra – Preto, Branco & Sangue


Elektra – Preto, Branco & Sangue, de vários autores

Elektra – Preto, Branco & Sangue já é o quarto volume da série, com o mesmo nome, dedicada a várias personagens emblemáticas do universo Marvel. Depois de Wolverine, Carnificina e Deadpool, foi chegada a vez das histórias se centrarem numa personagem feminina - na bela Elektra.

E, tal como nos livros anteriores, estamos perante um conjunto de 12 histórias curtas, que têm em comum, o facto de, graficamente, utilizarem apenas 3 cores: o vermelho, o branco e o preto (e o cinzento, vá).

Posso dizer que o efeito visual se mantém impressionante e esteticamente muito bem conseguido. Sendo verdade que, como existem 12 ilustradores diferentes, também existem 12 estilos, traços e abordagens gráficas diferentes, quer parecer-me que esta característica em comum – de se utilizar a mesma paleta de cores - consegue atribuir pertença a todas as histórias. Como se, sendo diferentes, todas elas partilham algo entre si. O que será, sem dúvida, uma mais valia para o resultado do conjunto e, até, para a pertinência da série.

Talvez por isso, esta seja uma série que está a ter bastante sucesso em Portugal. Por agora, refira-se também que é a única série da Marvel que a G. Floy Studio publica, ficando, para que a série fique concluída, apenas a faltar o livro dedicado à personagem de Moon Knight mas que, a editora já confirmou que irá publicar no primeiro semestre de 2023.

Relativamente ao conjunto das histórias deste livro, posso dizer que, expetavelmente, houve algumas que me pareceram mais bem conseguidas do que outras, com a minha preferência a recair nas histórias Vérité, de Al Ewing e Rod Reis, O Caminho Escarlate, de Declan Shalvey e Simone D’Armini, e Com Uma Paixão, de Paul Azaceta.

Mesmo assim, acho que, de um modo geral, este livro apresenta-se bem equilibrado. Como a maioria das histórias soube concentrar-se mais em temas mais simples e diretos, apostando nas cenas de ação, considero que o resultado do conjunto das histórias é bastante positivo, embora também seja verdade que algumas histórias se parecem ter escudado na vertente de ação, escondendo, deste modo, um argumento algo desinspirado. É claro que, em oposição, também não diria que haja alguma história que se transcenda positivamente, mas a qualidade média é, ainda assim, bastante aceitável.

E, lá está, mesmo que algumas histórias me pareçam menos inspiradas do que outras, no que ao argumento diz respeito, considero que o conjunto acaba por superar. facilmente, o livro dedicado a Deadpool que, até agora, me parece o mais fraco dos quatro já editados por cá.

Elektra é uma personagem que reúne um conjunto de características que a tornam original e empática: é extremamente bela e sensual, muito selvagem e, ao mesmo tempo, é uma habilidosa ninja e uma guerreira implacável, sempre que faz uso das suas acutilantes armas.

Algumas personagens marcantes, como Wolverine ou Ghost Rider, aparecem em algumas das histórias que aqui nos são dadas, enquanto que Elektra se apresenta em cenários bastante diferentes, tendo confrontos e lutas por sítios tão díspares como o bairro de Hell’s Kitchen, em Nova Iorque, o Japão ou as ruas de Madripoor.

A edição da G. Floy Studio continua a apresentar a mesma boa qualidade que os anteriores livros já tinham apresentado: capa dura baça, bom papel brilhante, boa encadernação, boa impressão e um bom grafismo. No final do livro há ainda uma galeria de capas alternativas que tem ilustrações verdadeiramente espetaculares.

Em suma, Elektra – Preto, Branco & Sangue é um livro com ilustrações fantásticas e de vários estilos diferentes. É verdade que algumas das histórias não parecem tão inspiradas como deveriam ser mas, ainda assim, estamos perante uma boa opção para fãs da Marvel e da bela Elektra em particular.


NOTA FINAL (1/10):
7.0


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Ficha técnica
Elektra – Preto, Branco & Sangue
Autores: Vários
Editora: G. Floy Studio Portugal
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18,0 cm x 27,5 cm
Lançamento: Setembro de 2022

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Reedição de BD!


Se, de manhã, vos anunciei as 4 obras nomeadas a Melhor Edição de Banda Desenhada, agora trago-vos as 4 obras que estão nomeadas para a Melhor Reedição de Banda Desenhada!

Esta que é, relembre-se, uma das 4 novas categorias dos VINHETAS D'OURO!

"Mas porquê criar esta categoria relativa às reedições", perguntarão alguns?

Bem, porque se deu conta de que, nos últimos anos, têm sido reeditadas algumas obras com uma qualidade muito grande ao nível do cuidado editorial mas, também, e não menos importante, com o sentido de responsabilidade de assegurar a disponibilidade de obras de BD consideradas de relevância pública. E, tendo em conta que as outras categorias dos VINHETAS D'OURO dizem respeito aos livros inéditos em Portugal, parece-me justo que a (boa) reedição de obras que não o sejam, mereçam um destaque, junto dos seguidores dos prémios.

Mas bem, para melhor perceber a razão de ser desta categoria, nada melhor que ler o texto contido no Regulamento dos Prémios e que, aqui reproduzo:

"Nesta categoria pretende-se premiar aquela que foi, segundo o consenso do PAINEL DE JURADOS, a melhor reedição de um álbum de banda desenhada que foi lançado em Portugal no ano transato. Não serão tidas em conta reimpressões, mas sim, reedições que difiram, portanto, das edições da mesma obra anteriormente publicadas em Portugal - ou que lhes acrescentem conteúdos adicionais. Este prémio procura realçar a pertinência da reedição de obras de elevada qualidade ou interesse público que já não se encontravam no mercado português e/ou a iniciativa editorial de melhorar e desenvolver a obra em questão, do ponto de vista da qualidade do objeto-livro ou da introdução de novos extras e investigação sobre a obra. Nesta categoria podem estar incluídas obras de origem nacional ou estrangeira."

Deixo-vos, então, com os 4 nomeados para Melhor Reedição de Banda Desenhada, felicitando as respetivas editoras pela aposta.

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Edição de BD!


Hoje trago-vos os nomeados para mais duas categorias dos VINHETAS D'OURO 2022!

E começamos com a categoria de MELHOR EDIÇÃO DE BANDA DESENHADA. Mais logo, apresentarei os nomeados para mais uma das novas categorias que é inaugurada nesta edição dos VINHETAS D'OURO.

Embora este já seja o terceiro ano em que temos a categoria MELHOR EDIÇÃO, nunca é demais lembrar-vos dos pressupostos para esta categoria.

Citando o Regulamento dos Prémios, que pode ser encontrado aqui, "nesta categoria pretende-se premiar aquela que foi, segundo o consenso do PAINEL DE JURADOS, a melhor edição de banda desenhada que foi lançada em Portugal no ano transato. A qualidade da edição é percecionada por elementos tão diversos como o luxo e nobreza dos materiais utilizados na edição física, na qualidade dos extras que a obra pode conter, na investigação sobre a obra, na qualidade da tradução, entre outros. Em suma, analisa-se a qualidade gráfica, física e/ou de conteúdo adicional da obra. Por outras palavras, pretende-se premiar o “objeto livro” e não tanto a obra em si. Nesta categoria podem estar incluídas obras de origem nacional ou estrangeira.".

Sem mais demoras, aproveito para dar os parabéns às editoras das obras nomeadas nesta categoria:

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor BD Infanto-Juvenil!

 


Hoje, além do anúncio dos nomeados para a Obra Revelação da Banda Desenhada Nacional, é dia de vos apresentar os nomeados para uma das novas categorias dos VINHETAS D'OURO.

Falo da categoria Melhor Banda Desenhada Infanto-Juvenil. Permitam-me dizer-vos que esta é uma categoria que muito prezo, pois acredito que a mesma pode, de algum modo, ajudar a promover a banda desenhada junto dos mais novos. Com efeito, são eles o futuro da banda desenhada nas próximas décadas e interessa - ou deveria interessar - que se lhes incuta - da melhor forma que conseguirmos - o prazer da banda desenhada.

Como tal, esta nova categoria procura premiar a melhor banda desenhada direcionada a um público infanto-juvenil, que foi lançada em Portugal no ano passado. É importante referir que se entende por “público infanto-juvenil” o público com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos. 

E o objetivo é claro: assinalar as obras de banda desenhada que, pela sua qualidade intrínseca, terão o potencial de fomentar o hábito de leitura de banda desenhada nas crianças e jovens portugueses. Nesta categoria podem estar incluídas obras de origem nacional ou estrangeira. Para mais informações, remeto os leitores para o Regulamento dos Prémios, que pode ser encontrado aqui.

Sem mais demoras, deixo-vos com as 4 obras nomeadas para esta categoria. Parabéns aos autores e editoras de todas elas.

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Obra Revelação


Hoje trago-vos os nomeados para duas categorias dos VINHETAS D'OURO 2022!

A primeira é a Obra Revelação da Banda Desenhada Nacional. Mais logo, apresentarei os nomeados para uma outra categoria.

Relembro que, anteriormente, já dei conta das obras nomeadas para Melhor Ilustração de Autor Português e Melhor Argumento de Autor Português.

Mais abaixo, encontrem as 4 obras que, segundo o Painel de Jurados dos VINHETAS D'OURO 2022, mais se destacaram no ano transato. Parabéns a todos os contemplados.

Iguana anuncia as suas novidades para os próximos meses!



Já posso partilhar, em primeira mão, as próximas apostas editoriais da Iguana - do Grupo Editorial Penguin Random House - para o primeiro semestre de 2023!

E há coisas na calha que me estão a deixar com muita expetativa! Especialmente duas obras em concreto: em primeiro lugar, a novela gráfica Lore Olympus, de Rachel Smythe, que se tem transformado num autêntico bestseller em todo o mundo. Posso dizer que, em loja, já folheei muitas vezes esta série, na sua versão original, e tenho ficado com a sensação de que as ilustrações são magníficas. Resta agora saber se a história corresponde a tão belos visuais.

E em segundo lugar, a Iguana prepara-se para lançar um livro de autores portugueses, que reúne Nuno Markl a Miguel Jorge, autor de Amor de Perdição. Ainda não há capa para o livro em questão mas divulgo mais abaixo, uma primeira prancha que o autor teve a gentileza de partilhar com o Vinheta 2020. Trata-se de um livro com uma história única com 120 páginas.

Sem mais demoras, convido-vos a conhecer estes quatro livros, mais abaixo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Análise: O seu nome é Banksy

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House
O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi

O Seu Nome é Banksy, dos autores italianos Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi, foi lançado no passado mês de Outubro, no Amadora BD, com a particularidade de ser a primeira aposta de banda desenhada da nova editora Iguana, uma chancela da Penguin Random House, que se assume como sendo vocacionada para a publicação de BD e livros ilustrados.

E como primeira aposta em banda desenhada, temos este livro, de uma dupla criativa italiana, que, não sendo uma biografia sobre Banksy – porque, afinal de contas, a identidade do(s) ou da(s) artista(s) continuam no anonimato – é um livro que procura dar a conhecer a relevância do trabalho de Banksy no mundo em que vivemos.

Desde o seu aparecimento até às iniciativas que o(a) tornaram mais célebre. Ninguém sabe muito bem se Banksy é um homem ou uma mulher ou, talvez mais possivelmente, se Banksy é, no fundo, o nome para um coletivo de vários artistas anónimos. E também não será, naturalmente, este livro que dissipará as nossas dúvidas ou suspeições quanto a isso. Não obstante, o livro prima por sintetizar, numa boa dose informativa, aquilo que se sabe sobre Banksy. E, até, o que não se sabe. Que é muito!

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House
Atualmente, Banksy é um dos artistas mais famosos do mundo e, graças ao seu contributo, a street art, ou a arte urbana, tornou-se respeitada e adorada por muitas pessoas à volta do mundo. A título pessoal, deixem-me dizer-vos que eu sou um grande admirador de arte urbana e, portanto, fiquei bastante curioso com um livro de BD sobre Banksy.

Francesco Matteuzzi é o argumentista deste livro e opta por nos passar a informação através de duas personagens que, dialogando entre si, vão refletindo, nas suas conversas, a informação sobre Banksy que o autor quer passar ao leitor. E é através das conversas entre este rapaz e esta rapariga, ambos apaixonados pela arte urbana, que vamos conhecendo um pouco mais sobre a carreira artística de Banksy, a sua posição política, a sua responsabilidade social e até algumas das teorias que existem sobre a sua verdadeira identidade.

A forma de contar a história, por parte de Matteuzzi, acaba por funcionar bem, embora tenha que admitir que, em alguns momentos, os diálogos entre as personagens parecem pouco naturais e algo forçados. Por vezes, parece que o autor quer tanto passar-nos informações que se esquece de fazer um diálogo mais natural e plausível entre as suas personagens.

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House
Há, também, que dizer que aquilo que este livro faz bem, é dar-nos a conhecer um pouco mais acerca da personalidade de Banksy de uma forma simples e apelativa. É uma banda desenhada demarcadamente educativa e consegue fazer isso sem se tornar demasiado aborrecida. É uma daquelas "boas aulas" sobre algo, portanto. A informação é-nos dada de forma simples, assente no diálogo entre as duas personagens.

Contudo, uma queixa que se pode fazer é que, embora neste livro se fale de algumas das obras mais emblemáticas de Banksy, as mesmas nunca (!) são reproduzidas ou, pelo menos, apresentadas de forma visual. Apenas se fala sobre as mesmas. Há uma teorização sobre a prática de Banksy, portanto. Ora, esse é, quanto a mim, o maior pecado deste livro. Como se pode, sequer, conceber a ideia de um livro de banda desenhada educativa, sobre um tema que é visual e artístico, sem que se mostre essa arte e esse visual? Parece-me algo tão absurdo que a melhor explicação com que consigo avançar é que, por ventura, os autores não quiseram ter quaisquer problemas do ponto de vista de direitos(?). Mesmo assim, parece-me que poderiam ter desenhado as obras de Banksy. 

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House
Sem que se mostre nada sobre as obras de que falam as personagens, algo a que me vi obrigado a fazer, foi a ir ao site Google para conhecer, ou relembrar, algumas das instalações e obras de Banksy. Mas isso sou eu, que sou um grande apaixonado pela street art. Não creio que todo o leitor que pegue neste livro tenha essa mesma vontade e paciência que eu tive.

Olhando para os desenhos da autoria de Marco Maraggi, posso dizer que o trabalho é maioritariamente satisfatório. Com um estilo de ilustração americano na conceção, e com cores bastante saturadas, o autor consegue ir ilustrando uma história que, diria, como é amplamente assente nos diálogos entre as duas personagens, corria, de antemão, o risco de ficar algo entediante. Mas isso nunca chega a acontecer – pois este é um livro que se lê bastante rapidamente até - embora também seja verdade que, em termos de expressões faciais, por vezes se encontre uma certa sensação de repetição nos desenhos que o autor nos vai oferecendo.

Quando quer, o autor revela bastante virtuosismo para o desenho de cenários como, aliás, disso são exemplos a bela ilustração da cidade de Londres na página 65 ou a muito bem conseguida capa do livro. Noutros casos, o autor parece apostar num desenho mais simplista e menos detalhado.

O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House
Quanto à edição, e partindo do princípio que esta é a obra de banda desenhada inaugural da chancela Iguana, pertencente ao grupo editorial Penguin Random House, acho que estamos perante um bom trabalho de edição. O livro apresenta capa dura, bom papel baço de tom amarelado, e uma boa impressão e encadernação.

Compreendo o apelo comercial de lançar uma obra sobre Banksy, possivelmente o(a) artista mais famoso(a) do mundo em termos de arte de rua, mas acho que a editora talvez pudesse ter começado a sua aposta em banda desenhada com uma obra de qualidade mais inequívoca. Ainda assim, e seja como for, é sempre algo positivo que tenhamos um enfoque em banda desenhada por parte de (mais) uma editora nacional. É com bom grado e expetativa que espero pelas novas obras da editora para 2023.

Concluindo, O Seu Nome é Banksy é uma banda desenhada razoável e interessante que, não deixando de ter alguns problemas, consegue ser uma boa aula sobre Banksy e sobre todo o mistério que (ainda) envolve uma personagem tão carismática e com tanta repercussão na cultura pop e na política da atualidade, como Banksy.


NOTA FINAL (1/10):
6.0


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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O Seu Nome é Banksy, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi - Iguana - Penguin Random House

Ficha técnica
O Seu Nome é Banksy
Autores: Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi
Editora: Iguana (Penguin Random House)
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 170 x 240 mm
Lançamento: Outubro de 2022

VINHETAS D'OURO 2022 - Nomeados para Melhor Argumento!

Ontem anunciei quais são as quatro obras nomeadas para o VINHETA D'OURO 2022 para Melhor Ilustração de Autor Porutuguês

E hoje é dia de anunciar quem são os nomeados para Melhor Argumento de Autor Português.

Parabéns a todos eles!

Que são os seguintes:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Já estão escolhidos os nomeados para os VINHETAS D'OURO 2022!



O painel de jurados já escolheu quem são os nomeados para as diversas categorias dos VINHETAS D'OURO 2022

Portanto, ao longo dos próximos dias, irei revelar, categoria por categoria, quais são as obras que o conjunto dos jurados que compõem este júri considera como sendo as melhores do ano passado!

E começamos já com uma categoria de peso: a de MELHOR ILUSTRAÇÃO DE AUTOR PORTUGUÊS!

Os nomeados para tal categoria são os seguintes: