segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Lançamento: Giant




A Ala dos Livros acaba de lançar um dos livros muito aguardados do ano! Trata-se de Giant, de Mikaël. 

É uma obra que já folheei vezes e vezes e que sempre me deixou uma enorme vontade de a ler mas que, até agora, e lamentavelmente, ainda não tive oportunidade de o fazer.

As ilustrações parecem fenomenais, conforme podemos ver pelas imagens promocionais que partilho abaixo, juntamente com a sinopse da obra.

Faço um destaque ainda para a boa opção da editora em lançar esta obra, constituída por dois tomos, um só volume integral.

Tenho grandes esperanças nesta obra!
Giant, de Mikaël
Nova Iorque, início dos anos 1930. Fazer-se passar por um outro homem tem um preço: o da verdade. A verdade que, mais cedo ou mais tarde, acaba sempre por ser revelada…

Na Nova Iorque da Grande Depressão, imigrantes provenientes de todas as partes do globo arriscam a vida na construção do mítico Rockefeller Center. Giant, um misterioso colosso irlandês, é um dos inúmeros trabalhadores que, com os seus compatriotas imigrantes, labuta arduamente na construção da Grande Maçã. 

Mas, contrariamente aos demais, Giant parece mais interessado em fugir de um passado que o persegue e atormenta. E quando duas vidas se cruzam, nem tudo é que parece.
Giant, que a Ala dos Livros publica em edição integral, que reúne os dois volumes originais, é um comovente relato sobre a imigração e as origens do “sonho americano”. 

Uma apaixonante narrativa, que se desenrola na sombra dos arranha-céus da grande cidade que nunca dorme, conduzida pelo grafismo impressionante de Mikaël (Prémio de BD RTL Junho 2017 por Giant – tomo 2; Prémio Albéric-Bourgeoisau do Festival Québec-BD 2019 por Giant – tomo2)

«Gosto sinceramente que me contem uma boa história. E que a contem bem. E o Mikaël sabe fazê-lo.»
Jean-Louis Tripp
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Ficha técnica
Giant
Autor: Mikaël
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 25,00€

Lançamento: Apocalipse: O Livro da Revelação de São João




Depois do fantástico Drácula, de Georges Bess, é altura de recebermos um novo volume para a coleção Nona Literatura, composta por adaptações para BD de alguns textos universais, em que a editora A Seita tem vindo a apostar. Desta feita, é a vez de Apocalipse: O Livro da Revelação de São João, dos autores Alfredo Castelli e Corrado Roi. Nome consagrados do fumetti italiano.

Nota para o facto desta edição ter duas capas diferentes - a dita "normal" e a exclusiva da loja Wook - e um prefácio extenso, complementado por um guia de leitura do Apocalipse, e um dossier final que examina a iconografia do Apocalipse ao longo dos séculos, desde a mais antiga Alta Idade Média, ao mundo actual.
Abaixo, fiquem com a nota de imprensa da editora, com algumas imagens promocionais e, no fim, com a imagem da capa exclusiva da loja Wook.


Apocalipse: O Livro da Revelação de São João, de Alfredo Castelli, e Corrado Roi

O Apocalipse, ou Livro das Revelações, é o último e o mais visionário livro do Novo Testamento. Atribuído ao evangelista São João, este capítulo fulcral da Bíblia é adaptado à banda desenhada de forma simultaneamente rigorosa e inovadora por dois mestres dos fumetti italianos, Alfredo Castelli e Corrado Roi, não só traduzindo em imagem o texto alegórico de São João, como analisando a importância deste texto bíblico ao longo dos tempos, através da influência que o Apocalipse teve sobre personalidades tão diversas como Isaac Newton, Aleister Crowley e Jorge Luís Borges.

Uma adaptação espectacular e visionária, que encontra na arte de Corrado Roi a sua representação mais eficaz e surpreendente, e que é o segundo volume da Colecção Nona Literatura, o selo d’A Seita consagrado à adaptação de grandes textos literários à banda desenhada.

Nascido em 1947, Alfredo Castelli é um prolífico escritor, investigador, argumentista e especialista em banda desenhada. A sua estreia no género dá-se aos 19 anos, com a criação de Scheletrino, uma tira humorística publicada como suplemento da revista Diabolik. No ano seguinte, escreve e edita aquele que foi o primeiro fanzine italiano sobre BD, Comics Club 104. À sua actividade como argumentista para diversas editoras e publicações, junta também a escrita de guiões para séries televisivas da RAI e para desenhos animados.
Para a revista Il Corriere dei Ragazzi cria inúmeras histórias e personagens, como Gli Aristocratici e Allan Quatermain, que irá servir de modelo para a criação de Martin Mystère, e em que já é bem evidente o gosto de Castelli por histórias muito bem documentadas que misturam o género fantástico, e as teorias da conspiração, com a aventura e a História. Para a Bonelli, Castelli escreve argumentos para Zagor, Ken Parker e Mister No, mas é a criação em 1982 de Martin Mystère, o detective do impossível, que o tornou num dos mais importantes argumentistas italianos em actividade.

Um dos mais populares, talentosos e activos desenhadores italianos de fumetti, Corrado Roi encontrou nas aventuras de Dylan Dog o palco de eleição para o seu estilo sombrio e estilizado. A sua estreia na Bonelli faz-se em meados da década de 80 nas séries Mister No e Martin Mystère, antes de se afirmar na série Dylan Dog, de que desenhou dezenas de histórias, incluindo a história em três partes Os Inquilinos Arcanos, e Trevas Profundas, duas das suas histórias do detective do pesadelo que tiveram direito a edição nacional.

Para além da sua colaboração na série Dylan Dog, que inclui as capas da colecção Grande Ristampa, Roi ilustrou também um volume anual de Tex, e diversas histórias de Nathan Never, Julia, Mágico Vento e Dampyr, para além da mini-série UT, o seu projecto mais pessoal, escrito a meias com Paola Barbato, argumentista com quem já colaborou por diversas vezes na série Dylan Dog.

Apocalipse volta a reunir Roi com Castelli num volume que inclui também um prefácio inicial que dá pistas para a leitura e interpretação da obra bíblica, e um dossier final que analisa e documenta o Apocalipse do ponto de vista iconográfico, e das várias adaptações de todos os tipo de que foi alvo.


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Ficha técnica
Apocalipse: O Livro da Revelação de São João
Autores: Alfredo Castelli, e Corrado Roi
Editora: A Seita
Páginas: 112, a preto e branco (e 16 páginas a cores)
Encadernação: Capa dura
PVP: 20,00€













sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Análise: Soldados de Salamina



Soldados de Salamina, de José Pablo García

A Porto Editora não tem tido uma grande consistência, em termos de assiduidade, no lançamento de banda desenhada. O que é uma pena pois olhando para a grandeza do grupo estou certo que se houvesse uma verdadeira aposta em BD, a Porto Editora poderia, sem dúvida, conquistar a sua fatia de mercado, por um lado, e, por outro, presentear-nos - a nós, leitores - com mais possibilidades de oferta de bons títulos.

Seja como for, há cerca de um ano, em 2020, apostou neste Soldados de Salamina que resulta como adaptação para banda desenhada do romance de Javier Cercas que, sendo originalmente lançado em 2001, depressa conquistou louvores junto da crítica. Esta adaptação para banda desenhada é assegurada por José Pablo García.


A história incide na guerra civil espanhola quando, nos finais deste conflito, e perto da fronteira entre Espanha e França, é levado a cabo o fuzilamento de alguns prisioneiros franquistas. Mas, por incrível que possa parecer, um destes prisioneiros consegue escapar com vida deste fuzilamento. E, para além de ter sorte e engenho para escapar a esta morte anunciada, também tem a sorte de ser ajudado por um jovem republicano que, tendo-o na mira da sua arma, opta por deixar o prisioneiro escapar. O prisioneiro em questão é Rafael Sánchez Mazas que era, na altura, uma autêntica celebridade espanhola, sendo o fundador da Falange e um futuro ministro de Franco. Mas quem seria aquele jovem republicano que, tão descaradamente, deixou o seu prisioneiro fugir? E quais foram os seus motivos?

Esta é a ignição para que, passados sessenta anos, um romancista, Javier Cercas, o autor do romance, que se encontrava em crise criativa, decida começar a investigar aquilo que se passou neste episódio de Rafael Sánchez Mazas. O autor é pois personagem ativa desta obra.

Acaba por ser um romance duplo porque temos, por um lado, a reconstituição histórica de Rafael Sánchez Mazas e, por outro lado, a demanda de Javier Cercas, que procura obter informações fidedignas que possam fazê-lo escrever o seu livro baseado em Mazas. Para tal, acompanhamos as suas pesquisas e as numerosas conversas que vai tendo com pessoas que privaram com Mazas, de forma a construir uma cronologia dos eventos que sucederam naquela ação de fuzilamento. 


Se, por um lado, considero interessante toda esta parte de mostrar ao leitor quais foram as dificuldades, viagens, conversas que enfrentou para descobrir a verdade, quase que como um making of da produção do livro; por outro lado, também considero que isso torna o livro com demasiado conteúdo adicional que, eventualmente, acaba por se tornar algo repetitivo e monótono. No entanto, também é verdade que o livro tem a capacidade de informar o leitor sem ser demasiado informativo, isto é, sem nos bombardear com demasiada informação. Embora me pareça que, ainda assim, certas conversas que Cercas vai tendo com outras personagens poderiam não ter aparecido, de forma a que algumas informações não se tornassem tão redundantes.

A história aparece dividida em 3 partes: a primeira parte coloca-nos na investigação inicial de Javier Cercas e nas primeiras conversas e pesquisas que ele leva a cabo para encontrar a história de Mazas. A segunda parte, é a parte mais histórica e factual, e conta-nos o percurso de vida de Rafael Sánchez Mazas. A terceira parte – a mais bem conseguida, a meu ver – revela-nos quem foi, afinal, esse soldado republicano que optou por salvar a vida de um inimigo.


O livro traz consigo uma moral e uma reflexão acerca do heroísmo. De quem são os verdadeiros heróis e que actos podem fazer de nós, comuns mortais, verdadeiros heróis. Por vezes, é apenas o momento e o estado de espírito momentâneo do indivíduo que o leva a fazer algo extraordinário.

A leitura deste livro remeteu-me para dois autores de banda desenhada espanhola: Antonio Altarriba que, em A Arte de Voar e em A Asa Quebrada, ambos publicados em Portugal pela Levoir, também tratam o tema da guerra civil espanhola; e, duma forma global, Paco Roca, devido à proximidade no estilo de ilustração. Contudo, e apesar deste Soldados de Salamina ser um bom livro, fica uns furos abaixo destes autores que nomeio. A meu ver, a história não é tão boa como a dos dois livros de Altarriba que referi acima e as ilustrações de José Pablo García neste Soldados de Salamina também não são tão agradáveis como as de Paco Roca. Ainda assim, calculo que ambos os autores tenham sido referências para o autor.


O estilo de traço em linha clara de José Pablo García torna as suas páginas bastante agradáveis de acompanhar. Não são ilustrações de uma técnica ou virtuosismo muito demarcados, mas são as ideiais para nos contar este relato em forma de crónica jornalística. As peripécias do autor no tempo presente são sempre mais coloridas e suaves e as cenas do passado de Mazas apresentam, normalmente, uma paleta de cores em tons de azul. Funciona bastante bem, quanto a mim.

A edição da Porto Editora é impecável. Excelente encadernação, capa dura que, com os detalhes da chuva com acabamento em verniz, fica espetacular. O papel é brilhante e de boa qualidade. Destaque para o facto do segundo capítulo ter um papel diferente – mais amarelado – em relação aos restantes capítulos.

Em conclusão, Soldados de Salamina é um livro bem conseguido, com um carácter histórico-informativo, que nos conta um relato real sobre Rafael Sánchez Mazas e como – e porquê? – o mesmo conseguiu escapar com vida de uma operação de fuzilamento. Recomenda-se principalmente para os adeptos da história recente de Espanha. 


NOTA FINAL (1/10):
8.4


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Ficha técnica
Soldados de Salamina
Autor: José Pablo García
Editora: Porto Editora
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Abril de 2020

O Último dos Moicanos adaptado pelo irmão de Uderzo, o célebre criador de Astérix!




A Levoir e a RTP preparam-se para editar, no dia 28 de Setembro, mais um livro da sua coleção Clássicos da Literatura em BD.

Será a vez de O Último dos Moicanos, obra de James Fenimore Cooper, que é adaptado para banda desenhada por Marc Bourgne e Marcel Uderzo, o irmão do célebre Albert Uderzo, desenhador de Astérix.

Abaixo, fiquem com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais da obra.


O Último dos Moicanos, de Marc Bourgne e Marcel Uderzo
A 28 de setembro a Levoir e a RTP apresentam O Último dos Moicanos, na coleção Clássicos da Literatura em BD.

Romance considerado a obra máxima do escritor norte-americano James Fenimore Cooper é um misto de aventura, poesia, violência, imaginação e história, que permitiu que Cooper ganhasse fama internacional.

Com tradução em várias línguas, o romance influenciou fortemente a literatura do sec. XIX, tornando-se um clássico da literatura mundial.

O Último dos Moicanos destaca-se pelo seu conteúdo histórico, ajudando a perceber a colonização norte-americana. Tem uma caracterização minuciosa de personagens e lugares, misturando ficção e realidade. De uma forma subtil o autor introduz o leitor no mundo vivido pelos homens das fronteiras e no conflito destes com os índios e franceses. Como se não bastasse há ainda a luta pelo poder e pela sobrevivência.

A narrativa passa-se no verão de 1857 e relata a histórias das filhas do coronel Munro, Alice e Cora, que tentam juntar-se ao seu pai no forte William-Henry.

Olhos-de-Águia, um caçador branco criado pelos índios, vela pelo grupo, mas um traidor esconde-se entre eles…

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Ficha técnica
O Último dos Moicanos
Autores: Marc Bourgne e Marcel Uderzo
Adaptado a partir da obra original de: James Fenimore Cooper
Editora: Levoir
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90€