Antes de qualquer coisa mais, uma nota deve ser feita: que este artigo não sirva para politiquices e ideologias à volta dos tema da sexualidade e do género. Não cabe a mim, especialmente tendo em conta que este é um espaço para falar sobre banda desenhada, tecer opiniões sobre a sexualidade dos outros que, pelo menos na minha opinião, é isso mesmo... dos outros. E, portanto, não me diz respeito. Espero também, em troca, que os meus leitores respeitem essa forma de estar.
Tendo isso em conta, a feitura deste TOP parece-me (já há alguns meses) especialmente relevante porque, nos dias que correm, é cada vez mais a banda desenhada lançada por cá - e no resto do mundo, convenhamos - que aborda e analisa os assuntos afetos à comunidade LGBTQ+. Temas como a homossexualidade, a bissexualidade e a identidade de género, entre outros, são cada vez mais o tema central - ou tema presente - em novas bandas desenhadas que nos chegam num ritmo quase mensal.
E se, há uns cinco anos, provavelmente não haveria mais do que uma ou duas obras deste subgénero publicadas em Portugal, hoje em dia elas abundam em quase todas as editoras de banda desenhada. Especialmente naquelas mais generalista$... perdão, generalistas.
Sim, não tenho pudores em afirmar que as editoras estão a exagerar na aposta neste tipo de obras. Se há uns anos muitos acusavam o mercado português de banda desenhada de editar demasiados westerns, que dizer da quantidade de BD LGBTQ+ lançada em Portugal no tempo presente?
Não me entendam mal. Sendo a banda desenhada uma forma de arte com a capacidade de ser tão abrangente como é a natureza humana, acho muito bem que haja BD sobre todo e qualquer tipo de assunto. LGBTQ+ incluído. Porém, não sejamos hipócritas, o tema anda a ser um bocado espremido em demasia. E isso faz, lá está, com que haja excelentes obras deste sucedâneo que são lançadas, mas que também outras haja que estão apenas a aproveitar a "onda", não sendo tão especiais assim. E acredito que a razão de uma aposta em BD deva ser sempre a sua qualidade, independentemente do tema, e não se é facilmente vendável ou não. Mas isso sou eu.
Por tudo isto, achei necessário fazer um TOP que, de algum modo, procurasse fazer a destrinça entre as boas obras de banda desenhada que orbitam em torno dos temas LGBTQ+ e aquelas que, tendo os seus méritos, claro, talvez não mereçam ser as primeiras escolhas dos leitores.
Sem mais demoras, deixo-vos então com o meu TOP 10 - A Melhor BD LGBTQ+ lançada em Portugal, que vos apresenta 10 obras de boa qualidade lançadas por cá (e até há duas obras portuguesas neste TOP) e que abordam os temas LGBTQ+. Tive que excluir muita coisa. De fora, ficaram obras como o célebre Heartstopper, a interessante Um Coração, Dois Caminhos ou as especialmente fraquinhas Quando Soube Que Era Gay, Heartbreak Hotel ou Género Queer. Esta última até é bastante conceituada, mas não me convenceu a vários níveis.
Encontrem, então, o TOP 10 - A Melhor BD LGBTQ+ lançada em Portugal do Vinheta 2020, mais abaixo.
Deya Muniz
Editora IN
A obra A Princesa e a Tosta de Queijo, de Deya Muniz, é uma narrativa leve, mais direcionada para um público juvenil, que subverte a tradicional história de contos de fadas, mostrando-nos uma jovem que se vê forçada a colocar os seus desejos pessoais à frente daquilo que a sociedade espera dela.
A protagonista não se quer casar com um homem, mas a lei diz que é essa a única forma de reclamar a sua herança. Como tal, quando o seu pai morre, Lady Camembert, a protagonista, passa a disfarçar-se de homem.
É uma história simples, com desenhos bastante coloridos e agradáveis, que põem em causa os papéis e direitos da nossa sociedade, com base no género, enquanto também é uma história de busca pela identidade. A resolução da história pareceu-me um pouco atabalhoada, mas admito que é uma leitura agradável.
-/-
Jen Wang
Desrotina
Com um tema e um argumento com vários pontos em comum ao anterior A Princesa e a Tosta de Queijo, este O Príncipe e a Modista, de Jen Wang, é uma história que, de um modo geral, consegue ser um melhor livro de banda desenhada.
A história acompanha a jovem modista Frances, que vive em Paris e sonha em ter a sua própria loja, mas esconde o seu talento por medo de não ser aceite. Até que a sua vida muda quando conhece o príncipe Sebastian que deseja escapar das responsabilidades que lhe são impostas pela sua condição de príncipe. Para isso, disfarça-se de rapariga, passando a usar os vestidos criados por Frances, com quem desenvolve uma amizade.
O Príncipe e a Modista é uma envolvente história, (mais) destinada aos jovens, que celebra a autoexpressão, a amizade e a aceitação. Com a sua narrativa cativante e ilustrações bastante apelativas e expressivas, o livro acaba por ressoar com leitores de todas as idades, oferecendo uma mensagem poderosa de amor e autenticidade, sem ser demasiadamente fundamentalista.
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Joana Estrela
Planeta Tangerina
A primeira obra nacional constante nesta lista é Pardalita, de Joana Estrela. Sendo uma história de coming of age, que nos retrata a vida de uma adolescente e a busca pela sua própria sexualidade e o seu lugar no mundo, é um livro que se recomenda para qualquer adolescente mas, também, para qualquer adulto poder mergulhar com subtileza neste assunto delicado. A protagonista da história é Raquel que, parecendo (e sendo!) uma adolescente completamente normal, começa a interessar-se por uma outra rapariga a quem chama, amistosamente, de Pardalita.
O que gostei particularmente na abordagem da autora Joana Estrela, foi a forma descomplexada e descontraída com que nos narra a história de Raquel. Por vezes, quando abordadas as questões da homossexualidade, há uma certa tendência para uma comiseração que se torna um pouco enfastiante e aborrecida para quem lê. Mas nada disso acontece aqui.
Considero muito importante que este tipo de livros direcionados para os jovens – mas que merecem igualmente chegar aos mais adultos - mereça aposta por parte da edição de banda desenhada em Portugal. Pardalita pecará um pouco por falta de eloquência mas, parece-me, também, que é nessa procura pelo quotidiano mundano do dia-a-dia que a obra concentra os seus esforços.
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Ralf König
A Seita
Quem diria que um álbum dedicado a Lucky Luke, o cowboy que dispara mais depressa do que a própria sombra, estaria numa lista LGBTQ+, huh? Mas a verdade é que está, pois a recente abordagem do autor Ralf König a esta emblemática personagem no seu Lucky Luke Visto Por... coloca o famoso cowboy e demais personagens numa dimensão de homoerotismo leve e divertido, sem que a historia assuma algum tipo de perversidade ou desrespeito (espero eu!) para os mais acérrimos defensores da série canónica clássica criada por Morris.
Lucky Luke - Os Choco-Boys é uma adaptação irreverente e humorística do universo do famoso cowboy Lucky Luke, com uma abordagem única e satírica. Na história, Lucky Luke enfrenta um novo desafio ao lidar com um grupo de bandidos improváveis, os Choco-Boys, um grupo de indígenas com uma habilidade curiosa de usar o cacau como principal arma e elemento de suas artimanhas. A narrativa mistura o estilo de faroeste clássico com o humor irreverente característico de König, abordando questões como o imperialismo, as relações culturais e as tensões sociais de forma crítica e cómica. A obra é uma fusão de comédia, crítica social e aventura, mantendo a essência da personagem enquanto inova com a abordagem do autor. Recomendo totalmente este Lucky Luke de Ralf König se a ideia for passar um bom bocado, numa história muito bem construída que não se leva muito a sério e sabe rir de si mesma.
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Kevin Panetta e Savanna Ganucheau
Topseller (Penguin Random House)
Não vou negar o inegável: Bloom tem uma enorme(!) influência de Heartstopper. Quer graficamente, já que os dois rapazes que protagonizam a história são visualmente parecidos com os de Heartstopper; quer em termos de argumento, tendo em conta que (também) acompanhamos dois adolescentes que se começam a aproximar e a apaixonar um pelo outro. Mesmo assim, este Bloom - O Verão em Que o Amor Cresceu, de Kevin Panetta e Savanna Ganucheau, é uma obra que, quanto a mim, é muito mais bem conseguida do que Heartstopper. E a todos os níveis. Em termos de desenho, o trabalho que aqui nos é dado, numa refrescante paleta de cores a azul, é bastante mais belo. E também em termos de história, temos uma abordagem que, mesmo mantendo a sua jovialidade, é mais madura. Temos aqui uma mistura de romance, de autodescoberta e de desafios familiares, ambientada no cenário encantador de uma padaria à beira-mar.
A história segue Ari, um adolescente que trabalha na padaria de sua família e está pronto para deixar a sua cidade para seguir os seus sonhos noutro lugar. No entanto, a sua vida dá uma reviravolta quando conhece Hector, um jovem talentoso e trabalhador que começa a ajudar na padaria. Ao longo de um verão, Ari vê-se confrontado com os seus sentimentos e com a sua identidade, enquanto lida com as expectativas da sua família, o medo do futuro e o florescer de um romance com Hector.
Bloom acaba por ser uma boa surpresa a vários níveis. A história é simples e inocente, em jeito de slice of life, mas consegue impactar o leitor, ao mesmo tempo que as belas ilustrações de Savanna Ganucheau conseguem elevar a qualidade do livro.
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Audrey Caillat e Xico Santos
Escorpião Azul
Recentemente analisada no Vinheta 2020, esta é uma singela e subtil obra nacional, da autoria de Xico Santos - que é ajudado no argumento pela autora francesa Audrey Caillat - e que é muito mais do que uma obra LGBTQ+. São vários os temas aqui presentes, se bem que o tema da homossexualidade também está patente e, portanto, considero justo que a obra possa figurar neste TOP.
Gosto especialmente quando o tema aparece de forma mais orgânica e normal - reclamando até, dessa forma, a "normalidade" que o assunto pressupõe - ao invés de se seguir numa abordagem mais panfletária ou política.
A homossexualidade presente nas personagens de Em Redes não só é reprimida, como é apenas parte de uma história de afeto e amor que acontece na Ilha da Culatra, no Algarve, onde, no início do século passado, havia um centro de aviação naval, que fazia com que vários portugueses (e não só) construíssem ali as suas casas de forma ilegal. Este é o ponto de partida para que duas vidas bastante díspares, a de um piloto francês de hidroavião e a de um solitário pescador português, se entrelacem.
Ao contrário das obras que tenho vindo a apresentar mais acima, direcionadas a um público quiçá mais juvenil, este Em Redes é muito mais apontado para um público (mais) adulto que saiba interpretar e ler nas entrelinhas desta bela e subtil e obra.
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
04. Pele de Homem
Hubert e Zanzim
A Seita
Pele de Homem, de Hubert e Zanzim, é uma conceituada banda desenhada que aborda de maneira sensível e provocadora a questão da masculinidade e as expectativas sociais que moldam o comportamento dos homens. A trama segue uma personagem feminina que, após passar por uma transformação mágica, adquire uma "pele de homem", obtendo desta forma a expectativa, bem como as pressões, que a sociedade impõe sobre o sexo masculino.
A história explora a jornada da protagonista para entender o que significa ser homem num mundo que constantemente define e limita os papéis de género. Com um tom crítico e, ao mesmo tempo, poético, a obra questiona os estereótipos da virilidade, a violência estrutural e as dificuldades emocionais que os homens enfrentam ao tentar corresponder às normas tradicionais de masculinidade.
Lembro-me que esperava tanto deste livro que, por altura do seu lançamento em Portugal, não pude evitar um certo descontentamento por verificar algumas lacunas no argumento. Mesmo assim, e já depois de lido uma segunda vez, considero que Pele de Homem é um belo livro que, através de uma narrativa envolvente e ilustrações impactantes, oferece uma reflexão profunda sobre identidade, liberdade e os constrangimentos da sociedade contemporânea. E que é obrigatório conhecer!
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Alison Bechdel
Contraponto
É verdade que há menos de um ano, a editora Relógio D'Água lançou por cá O Segredo da Força Sobre-Humana, da mesma autora Alison Bechdel, e que também poderia constar nesta lista, mas é Fun Home - Uma Tragicomédia Familiar, lançado há mais de uma década em Portugal pela Contraponto, a obra mais relevante da autora de Alison Bechdel, e uma das mais emblemáticas para o universo LGBTQ+.
Esta obra autobiográfica narra a infância e juventude de Bechdel, marcada pela complexa relação com o seu pai, um homem recluso e enigmático, que se revela gay após a sua morte. Ao mesmo tempo, Bechdel reflete sobre a sua própria descoberta da sexualidade e sobre a sua experiência pessoal enquanto lésbica.
Com uma narrativa que alterna entre o passado e o presente, Fun Home combina memórias pessoais, o processo de autodescoberta e uma análise crítica da dinâmica familiar, tudo isso envolto numa linguagem literária rica e com várias referências culturais.
Bechdel constrói uma obra que não só trata da aceitação pessoal e familiar, mas também oferece uma reflexão sobre a repressão e a busca pela verdade. É um livro muito marcante e que, dada a sua ausência do mercado nacional há já vários anos, merecia uma reedição. Mas quem será a editora atenta a esta oportunidade?
-/-
Chloé Cruchaudet
Iguana
Mau Género, de Chloé Cruchaudet, é baseado numa história verídica. Estamos em Paris, no período que antecede a Primeira Guerra Mundial e, quando esta realmente eclode, Paul é mobilizado para ingressar na frente de combate, deixando a sua mulher à sua espera. Uma vez nas trincheiras, o inferno e drama com que se depara é tanto que, sabendo que não é talhado para este tipo de vida – mas quem o será?, diria eu - decide escapar dali a todo o custo. Nem que tenha que se tornar num desertor. Mas os castigos para os desertores de guerra são enormes (pagam-se com a vida) e, como tal, depois de fugir da frente de combate, Paul terá que permanecer escondido, nas sombras, sem que ninguém saiba da sua existência. Refugia-se então num quarto de hotel onde recebe visitas da sua mulher.
Mas estar tanto tempo recluso num só espaço fechado não é fácil, o que leva Paul a encontrar uma solução para poder sair à rua. Passa então a vestir-se de mulher, ocultando deste modo a sua identidade. Numa primeira fase, fá-lo de uma forma algo atabalhoada, mas, à medida que vai entrando na nova personagem por si criada, a que chama Suzanne, Paul vai-se tornando cada vez mais feminino, parecendo também – a si e aos outros - mais verosímil a personagem que cria.
O que é absolutamente interessante do ponto de vista de estudo social é que, às tantas, talvez esta forma de vida que Paul encontra para ultrapassar um problema, seja mais agradável do que aquilo que ele imaginaria numa primeira instância. Às tantas, esta sua nova identidade fá-lo sentir-se melhor consigo mesmo. E fá-lo querer experimentar certas coisas, quer do âmbito sexual, quer do âmbito de sociabilização, que, até então, não lhe passariam pela cabeça – ou será que passariam? E mesmo já depois da Guerra ter terminado e já depois de ter sido dada amnistia a todos os desertores de guerra, quererá Suzanne voltar a ser Paul? E quererá Louise, a esposa, ter nos seus braços o mesmo homem com quem casou? Ou já será este um casal diferente por tudo aquilo que superou em comunhão?
Mau Género assume-se como o melhor livro da editora Iguana. A história é (verdadeiramente) impactante, dando luz às questões que, realmente, importam ao nível da identidade de género - que nem sempre são as questões “da moda”. E, enquanto isso, também consegue ser um excelente documento histórico, baseado em factos reais, que apresenta uma magnífica ilustração elegante e charmosa que nos embala neste doce, embora por vezes triste, relato. Notável e obrigatório!
Encontrem a minha análise completa a esta obra, aqui.
-/-
Julie Maroh
Arte de Autor
O Azul é uma Cor Quente, de Julie Maroh, é uma banda desenhada que conta a história de Clémentine, uma jovem que vive uma intensa e transformadora história de amor com Emma, uma mulher de cabelo azul que desperta nela uma paixão profunda e descoberta da própria sexualidade. A narrativa acompanha o desenvolvimento do relacionamento das duas, desde o encontro até aos desafios e as separações que surgem ao longo do tempo, explorando temas como identidade, amor, dor e autodescoberta. A obra é marcada por uma arte delicada e expressiva, com o uso do azul como cor simbólica que representa tanto a intensidade emocional quanto a profundidade da relação. Com uma abordagem sensível e honesta, O Azul é uma Cor Quente trata das complexidades do amor e do desejo, abordando questões como os preconceitos enfrentados pela comunidade LGBTQ+ e a busca pela aceitação de si mesmo e do outro.
Parece-me um livro fantástico para que gente heterossexual perceba as dificuldades que ser-se homossexual ainda acarreta, por um lado, e, por outro, para que gente homossexual encontre uma obra de redenção para a sua experiência pessoal.
A história está muito bem tratada e aborda o tema em questão com uma forte racionalidade que, conjugada em paralelo com uma boa dose de sensibilidade, nos dá algo que é raro encontrar em banda desenhada: um autêntico murro no estômago!
Para mim, é das melhores obras da Arte de Autor! E atentem que não estamos a falar de uma editora com poucas obras espetaculares! Continua a ser o meu livro preferido do subgénero LGBTQ+.
Realmente o primeiro lugar é um grande livro e também um grande filme.
ResponderEliminarDiferente, com realizador com um cunho autor grande, mas uma adaptação de um grande livro.
Por acaso não sou grande fã do Fun Home, embora seja um marco que está em todos os tops.
Penso que só faltaria a publicação de um livro da Tillie Walden em Portugal para haver algo superior ao primeiro lugar.
E não te esqueças, quando a BD dos 3 Mosqueteiros estiver publicada, tens de rever este top :-) Essa Aramis...
Eheheheh... com essa do Aramis dás cabo do meu top! :D Concordo contigo em relação à Tillie Walden. É de muita qualidade.
EliminarJá quanto ao filme de O Azul é uma Cor Quente, discordamos. Achei o filme lastimoso e uma péssima adaptação. Acho que falhou mesmo ao lado da essência da obra original. Gostos.
Um abraço.
É bastante distinto sim.
EliminarEu vejo-os como dois objectos diferentes, ambos bons.
Eu em relação a adaptações gosto da palavra ADAPTAÇÃO. Se for diferente e for bom, também algo que aprecio.
abraço