quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

VINHETAS D'OURO 2024 "já mexem!"


Aproximando-se o fim do ano, também se aproxima a Gala dos VINHETAS D'OURO 2024, os Prémios da Crítica Portuguesa de Banda Desenhada. Como se assinala a 5ª edição destes prémios, estão prometidas algumas novidades, que vos apresento mais abaixo!

Em primeiro lugar, realiza-se um sonho meu de que os Prémios passem a ter um website exclusivamente dedicado aos mesmos, onde todos os interessados poderão obter todas as informações sobre os Prémios, nomeadamente, terem acesso ao regulamento, aos membros constituintes do Painel de Jurados, às galas anteriores, aos vencedores das edições passadas, ao Hall of Fame dos prémios, entre outras informações que se considerem relevantes.

Em segundo lugar, há novas caras entre os jurados desta 5ª edição dos prémios: Dário Duarte (AKA Derradé), Francisco Lyon de Castro e Fred Santos são os novos membros deste numeroso painel constituído por 17 jurados.

Em termos de categorias a concurso, também teremos novidades.

Depois de consultados os leitores, os editores e os autores, para melhor aferir opiniões, tomei a decisão de, pelo menos nesta quinta edição dos prémios, excluir várias categorias: a de Melhor Capa, a de Melhor Criador de Conteúdos e a de Melhor Editora. Sei que haverá sempre alguém que vai dizer: "Oh, mas essa era a minha categoria preferida". E isso é legítimo. Mas também é (mais) legítimo que os prémios tentem ir ao encontro das expectativas do público. É para esse mesmo público que os prémios são feitos.

A exclusão da categoria Melhor Capa é apenas porque me parece que a mesma tinha vindo a perder a relevância com a passagem dos anos. Já a categoria Melhor Criador de Conteúdos sai por dois motivos: por um lado, era uma das categorias menos relevantes para o público. E assim foi votada. Por outro lado, não havendo, infelizmente, tantos criadores de conteúdos assim, os prémios cairiam no risco de, ano após ano, estarem sempre a premiar/assinalar os mesmos intervenientes. Não haveria, pois, um valor acrescentado para o público.

Também por essa mesma razão, optei por deixar cair a categoria Melhor Editora. E talvez esta escolha seja mais polémica, reconheço. Desde a criação da categoria, há dois anos, que vi muita gente a contestar a própria categoria e outras tantas pessoas a defendê-la. E, neste ponto, confesso que estava dividido. Por um lado, compreendo que o somatório das boas edições, a aposta em novos autores, a relevância das edições de BD é algo digno de opinião alheia e, portanto, digno de um VINHETA D'OURO. Por outro lado, e havendo já a categoria de Melhor Edição, a categoria de Melhor Editora poderia tornar-se algo redundante. E mais importante que isso é que, do ponto de vista do público, o facto de uma editora ganhar este prémio não merece especial atenção. Já o mesmo não pode ser dito para a obra que arrecada o prémio para Melhor Edição e que vai, claro está, suscitar o interesse dos leitores. Por último, e tal como na categoria de Melhor Criador de Conteúdos, não há assim tantas editoras de banda desenhada em Portugal o que faria com que, se mantivéssemos esta categoria, ano sim, ano não, os nomeados e/ou vencedores fossem sempre os mesmos. Mais uma vez, não haveria valor acrescentado para o público.

Mas se estas são as categorias que saíram este ano - e não digo que não possam voltar no futuro, caso se justifique - há três novas categorias que as substituem: Melhor Argumento Adaptado de Autor Português, Melhor Curta de BD de Autor Português e Melhor Loja Portuguesa de Banda Desenhada.

E, já que são novidades, vamos lá falar de cada uma destas categorias.

No ano passado, uma das obras que foi nomeada a Melhor Argumento de Autor Português foi Auto da Barca do Inferno, cuja obra original de Gil Vicente foi adaptada para banda desenhada por João Miguel Lameiras. Como sabem, os VINHETAS D'OURO são prémios democráticos. Os nomeados e vencedores são apenas aqueles que alcançam mais votos por parte dos jurados. Tão simples como isso. Mesmo assim, foi uma nomeação que me fez confusão. Não que o trabalho de adaptação de João Miguel Lameiras não fosse interessante, mas porque estava-se a dar destaque a uma obra cujo argumento não era original, mas sim uma adaptação. E a "culpa" disso nem era de ninguém... apenas da omissão do Regulamento sobre o assunto. Havia, pois, a necessidade de tornar o Regulamento mais claro para melhor corresponder às necessidades. Posto isto, tomei a decisão de, quando se justificar, apresentar ter a categoria de Melhor Argumento Adaptado de Autor Nacional. Ainda para mais, num ano em que têm sido lançadas tantas adaptações portuguesas para banda desenhada, faz todo o sentido. E assim separa-se uma coisa da outra, não prejudicando ninguém.

Quanto à Melhor Curta de BD de Autor Português, parece-me relevante que se dê atenção a curtas de banda desenhada. É um subcategoria dentro da própria categoria que, quanto a mim, merece um destaque, uma oportunidade. Como tal, e porque podem não chegar aos jurados todas as curtas de banda desenhada lançadas em Portugal, convoco todos os editores e autores a submeterem, até ao dia 31 de Dezembro de 2024, as suas curtas de banda desenhada, em formato PDF, para o email vinheta2020@gmail.com

Finalmente, este ano haverá a categoria Melhor Loja Portuguesa de Banda Desenhada. Esta é uma categoria que não será anual mas que aparecerá de cinco em cinco anos. Porquê? Bem, por uma questão de coerência. Da mesma forma que já referi que nas categorias de Melhor Editora ou Melhor Criador de Conteúdos o espectro nacional não é assim tão grande e correríamos o risco de nomear/premiar sempre os mesmos... imaginem se tivéssemos a categoria de Melhor Loja Portuguesa de Banda Desenhada de forma anual. Eram sempre os mesmos a serem nomeados/vencedores. E perdia-se a ideia de informar o público. Se o público já estiver informado... não precisa que o lembremos. Então, porque é que teremos esta categoria este ano? Por cortesia. Porque achamos que, como nunca foi assinalado o bom trabalho das lojas portuguesas de banda desenhada, talvez seja agora a altura para o fazer. De forma simbólica, em jeito de comemoração dos 5 anos dos VINHETAS D'OURO. Reforço, mais uma vez, que esta categoria apenas aparecerá de 5 em 5 anos.

De resto, as categorias mantêm-se as mesmas, com a exceção que a categoria Melhor Mangá publicado em Portugal passará a designar-se Melhor Obra de Estilo Mangá publicada em Portugal. É um preciosismo que permite acomodar as obras que, mesmo sendo de origem francesa ou coreana, por exemplo,. se considerem de estilo visual próximo ao do mangá. Creio que, desta forma, tornamos mais impenetrável o Regulamento dos Prémios que, como fica claro, sofre alterações e melhoramentos de ano para ano.

Sobre a GALA dos Prémios, apraz-me dizer-vos que estão a ser feitos alguns esforços para, de algum modo, fazer um evento presencial, à margem da Gala Virtual, que juntará autores, editores e público. 

Mas mais informação sobre este ponto será dada a seu tempo num futuro próximo.

Ah! E Não deixem de passar no novo site dos VINHETAS D'OURO.


1 comentário:

  1. Eu considero o prémio Melhor Editora importante, como é importante distinguir da melhor edição. Dou um exemplo análogo antigo, para quem lembrar:
    O melhor DVD alguma vez lançado em Portugal foram as boxes Senhor dos Anéis. Já a editora LNK era péssima.
    E não temos assim tão poucas editoras que ganhasse sempre a mesa.Tenho duas em mente que para já fazem trabalho ímpar, mas isso pode mudar a qualquer momento.

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