Depois de, na passada sexta-feira, a Gala dos VINHETAS D'OURO 2021 ter sido transmitida, é tempo de uma pequena reflexão sobre a mesma e sobre os vencedores.
Mas, antes disso, caso os meus leitores ainda não tenham tido a oportunidade de assistir à Gala, deixo aqui duas formas possíveis para o fazerem: ou através do facebook, neste link, ou, se preferirem, no youtube, onde coloquei o vídeo mais como backup, tendo em conta que o facebook por vezes apresenta alguns problemas no upload de vídeos grandes.
A recepção aos VINHETAS D'OURO
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer as inúmeras mensagens de apoio que me enviaram os autores, os editores mas, principalmente, os leitores do blog. Um par deles até já me disse que este "passou a ser o evento online mais importante da banda desenhada em Portugal". Não sei se o será ou não, mas agradeço as palavras generosas e simpáticas.
Ainda que, sendo algo totalmente feito por mim, a Gala ainda apresente, quanto a mim, algumas fraquezas a nível técnico, a verdade é que me parece que o resultado final foi bastante satisfatório. E, mesmo tendo a duração de mais de 50 minutos, acho que é algo que se "vê bem" e que não se torna muito maçador. Mas, claro, isto é apenas a minha opinião.
Mais abaixo, convido todos os meus leitores a manifestarem-se e a dizerem o que mais - e o que menos - gostaram. Para que, de alguma forma, eu possa tentar melhorar na próxima Gala.
Por favor, não percam tempo a manifestarem alegria ou desagrado em relação aos vencedores e aos "não-vencedores" (sim, porque, a meu ver, não os devemos considerar "derrotados"). As escolhas dos VINHETAS D'OURO serão, possivelmente, as mais democráticas de todos os prémios de banda desenhada que há em Portugal. E desafio qualquer um a - tentar - argumentar o contrário desta afirmação. Nas escolhas destes prémios não há aqui deliberações, contactos, dicas ou sugestões de votos. Os jurados não falam entre si ou combinam em quem vão votar. Cada jurado envia simplesmente os seus votos e eu limito-me a contabilizá-los. Se, depois, há - ou poderão haver - resultados menos "expetáveis"? Talvez. Mas esse é o preço do voto democrático e da "não propaganda" ou "n-ão-lobbying". No entanto, e bem vistas as coisas, os resultados e escolhas parecem-me, quer os do ano passado, quer os deste ano, todos muito ajuizados.
Não estou aqui, portanto, a dizer que os VINHETAS D'OURO são perfeitos ou, sequer, melhores do que os outros prémios. Não se trata disso. Trata-se apenas de considerar que, objetivamente, são os mais democráticos.
Portanto, dito isto, onde eu gostaria de obter feedback por parte daqueles que me seguem, era nas questões mais técnicas. Sentem que faz falta alguma categoria de prémio? Gostaram da iniciativa Prémio Carreira? E da nova categoria para Melhor Série? E a questão das Menções Honrosas parece-vos pertinente? E a iniciativa In Memoriam? E a publicidade, acharam que faz sentido? Do que gostaram mais e menos, portanto? E a própria apresentação do programa? Que nova rubrica julgam que poderia fazer sentido?
OS VENCEDORES
Olhando para os VENCEDORES, dou, mais uma vez, os parabéns a todos os que arrecadaram os troféus. E também dou os parabéns a todos os NOMEADOS pelas suas obras, claro está.
Penso que os grandes vencedores, desta vez, foram: a Ala dos Livros (que recebeu 4 troféus nas 6 categorias em que estava nomeada), a obra O Burlão das Índias, de Ayroles e Guarnido, (que recebeu 2 troféus nas 2 categorias em que estava nomeada) e o autor Luís Louro que, com o seu O Corvo V - Inimigos Íntimos venceu 2 troféus nas 4 categorias em que estava nomeado, incluindo, possivelmente, o prémio mais apetecível, que é o Melhor Álbum de Autor Português.
Mas foi uma noite com outro tipo de vitórias: O Pescador de Memórias, de Miguel Peres e Majory Yokomizo, da editora Kingpin Books, conseguiu a proeza de, só estando nomeado numa categoria, conseguir, ainda assim, arrecadar esse prémio. Neste caso, falo do troféu para Melhor Argumento de Autor Português.
Feito semelhante ao da editora G. Floy Studio que, na sua primeira e única nomeação em dois anos, conseguiu ganhar o prémio para Melhor Série de Banda Desenhada com a série Criminal, de Brubaker e Phillips.
Já as editoras A Seita e Arte de Autor que, juntamente com a Ala dos Livros, estavam entre as editoras mais nomeadas, acabaram por apenas vencer um prémio cada uma. No entanto, saliente-se o facto de A Seita ter alcançado um VINHETA D'OURO para Melhor Obra de Humor, com Jolly Jumper Já Não Responde, de Bouzard, - que é um excelente feito - e, também, o facto de a Arte de Autor ter alcançado, com Apesar de Tudo, o troféu para Melhor Capa numa categoria em que 3 dos 4 nomeados pertenciam à mesma editora!
Nota ainda para a conquista de um VINHETA D'OURO para a Escorpião Azul, com a obra Vazio, de Carlos Páscoa, que atesta - se é que ainda havia alguma dúvida - a relevância da editora no lançamento de novos autores portugueses.
HALL OF FAME DOS VINHETAS D'OURO
Ainda que só tenham acontecido duas edições destes prémios, a verdade é que já se vai formando um hall of fame dos vencedores. Ou um "passeio das estrelas", vá.
Olhando, então, para o conjunto das duas edições, temos este ranking de editoras premiadas:
Ala dos Livros: 5 prémios
A Seita: 3 prémios
Arte de Autor: 3 prémios
Escorpião Azul: 2 prémios
Tinta-da-China: 2 prémios
G. Floy Studio: 1 prémio
Kingpin Books: 1 prémio
Planeta Tangerina: 1 prémio
Em termos de autores, só existem, até à data, 3 autores que tenham vencido mais do que um VINHETA D'OURO. E todos eles contam com dois prémios, cada um.
Falo dos autores portugueses Filipe Melo (Melhor Álbum de Autor Português em 2020 e Melhor Argumento de Autor Português em 2020); Luís Louro (Melhor Álbum de Autor Português em 2021 e Melhor Ilustração de Autor Português em 2021); e Jordi Lafebre (Melhor Álbum Estrangeiro em 2020 e Melhor Capa de Banda Desenhada em 2021).
Para o ano há mais! Para que eu possa tentar fazer melhor, peço, mais uma vez, todas as vossas sugestões. Não há sugestões erradas ou sem nexo. Todas serão tidas em conta.
Obrigado!
Deixo-vos com uma lista dos vencedores:
Caro Hugo,
ResponderEliminarAntes de mais, os meus parabéns e obrigado, pelo teu trabalho.
Gostei da iniciativa Prémio Carreira e da nova categoria para Melhor Série.
As Menções Honrosas parecem-me pertinentes, com a ressalva de serem (ainda mais!) subjectivas.
A iniciativa do In Memoriam é muito fixe: dá um ar de Oscars à coisa!
A publicidade, se te dá $$$, faz sentido. É mesmo assim: cumpre uma função. Gostei do "assumir da coisa". Eu próprio sou adorador do "vil metal".
Quanto a novas categorias, só me vem à cabeça "Melhor Ilustrador Estrangeiro Editado em Portugal" e "Melhor Argumentista Estrangeiro Editado em Portugal".
Questões técnicas:
- a música das vinhetas e da publicidade estava MUITO mais alta do que a da restante gala: uma mistura de som mais balanceada seria benéfico;
- o ângulo da câmara estava demasiado inclinado para cima: além de ficares com o topo da cabeça muito perto do limite superior do enquadramento, por vezes "saía fora" mesmo. E esse ângulo (de baixo para cima) não te favorece. Nem a ti, nem a ninguém;
- não ponhas o Zé de Freitas a falar, sff. SÓ se fôr ABSOLUTAMENTE imprescindível. Nem o Caetano estava a aguentar...
Nope - desculpa, Zé, sei que pensas o contrário -, não é engraçado. E SE tiver MESMO de ser, limita-lhe o tempo de discurso.
De resto, excelente trabalho.
Bravo!
Um abraço.
Olá! Muito obrigado pelas tuas sugestões. Concordo com quase tudo.
EliminarRelativamente às sugestões de "Melhor Ilustrador Estrangeiro Editado em Portugal" e "Melhor Argumentista Estrangeiro Editado em Portugal", devo dizer que já pensámos nisso. Mas também não queria que a Gala ficasse demasiado grande com prémios a mais, pois há o risco do interesse do público se perder. Para já, não digo que sim nem que não. Mas é algo em que voltaremos a pensar.
Quanto às questões técnicas tens total razão em relação ao volume do som. Sinceramente, até acho que a coisa saiu um pouco melhor na primeira Gala. Talvez no próximo ano tenha que misturar as faixas sonoras à parte. Até o sei fazer. Mas dá um trabalho enorme. E ainda para mais porque há muitos tipos de som diferentes, se tivermos em conta que há muitos vídeos diferentes. Tenho que pensar nesta situação.
- Quanto ao ângulo da câmara também tens razão. Se bem que o meu gear não é grande coisa. Ou peço material - ou ajuda - a amigos que dominam a coisa ou então não sei.
- Quanto à questão do Zé de Freitas... estás a gozar, certo? :/
- Quanto às categorias "Melhor Ilustrador Português Editado no Estrangeiro" e "Melhor Argumentista Português Editado no Estrangeiro"... acho que seriam pertinentes mas também haveria aquele risco de em alguns anos não haver nomeados suficientes. Mas pensarei nisso.
Obrigado pelos inputs!
Não há de quê!
EliminarQuanto às possíveis novas categorias,
as 4 de que falei contribuem para:
- acompanhar e promover o trabalho dos autores portugueses, no estrangeiro;
- acompanhar o que cá se publica, de material estangeiro.
Talvez o primeiro seja mais importante, dado que muita gente desconhece que temos autores a fazer excelentes trabalhos para editoras famosas e consagradas...
Não vejo problema em serem categorias "flutuantes": em anos que se justifica, muito bem, em anos que não, talvez uma menção ao jeito de rúbrica.
Não creio que por mais 4 prémios, a gala ficasse demasiado extensa. Ah... EXCEPTO se o Zé de Freitas agradecer mais algum... Aí, seguramente.
Sim, talvez seja melhor ficar por aqui, em categorias de prémios.
P.S.: lembrei-me de mais 2 categorias:
ResponderEliminarMelhor Ilustrador Português Editado no Estrangeiro" e "Melhor Argumentista Português Editado no Estrangeiro".
Quando aplicáveis, claro. Ou seja, em anos nos quais existam mais de um nomeado... Na 2ª categoria será mais difícil... Por enquanto, nunca se sabe.