domingo, 31 de maio de 2020

Lançamento: Drama



A Devir acaba de anunciar o seu mais recente lançamento que é Drama, de Raina Telgemeier. A Editora já tinha publicado o livro Sorri, da mesma autora.

Fiquem com a nota de imprensa e respetivas imagens promocionais.

Drama, de Raina Telgemeier

Callie é a cenógrafa do musical de primavera da sua escola, e está decidida a criar um cenário digno da broadway. Mas com o drama criado após a escolha dos atores tanto no palco como fora dele, o Caminho até à noite de estreia promete ser longo!

Raina Telgemeier é uma autora de livros infanto-juvenis, com histórias divertidas que retratam muitas vezes a sua própria infância e juventude.
O seu livro Sorri, também editado pela Devir ganhou o Prémio Eisner para Melhor Publicação para Adolescentes e o Boston Globe Horn Book.

Ficha técnica
Drama
Autora: Raina Telgemeier
Editora: Devir
Páginas: 236, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,99

sábado, 30 de maio de 2020

Lançamento: O Castelo dos Animais 1 - Miss Bengalore




A Arte de Autor volta a surpreender e acaba de anunciar mais uma série de 4 volumes, com muito potencial, cujo primeiro número será lançado no início de Junho. Chama-se Castelo dos Animais e assenta no clássico da literatura de George Orwell, O Triunfo dos Porcos.

O texto é da autoria de Xavier Dorison (autor das fantásticas séries Undertaker e Long John Silver, entre outras) e as ilustrações ficam a cargo do estreante Félix Delep. A julgar pelas imagens promocionais que publicamos abaixo, esta é uma série que promete surpreender, com uma arte maravilhosa.

Abaixo encontram a nota de imprensa e as imagens promocionais.

O Castelo dos Animais 1 - Miss Bengalore, de Xavier Dorinson e Félix Delep

Como derrubar uma ditadura? Como conduzir uma revolta não-violenta contra a repressão? Para responder a estas perguntas, Xavier Dorison explora os territórios do conto político e do mundo animal. Verdadeiro prodígio do desenho, Félix Delep revela tesouros de dinamismo e de expressividade. Primeira parte de uma tetralogia, O Castelo dos Animais apresenta-se desde logo como uma série de culto.

Num castelo transformado em quinta, de onde os humanos desertaram, o local foi deixado ao abandono. Entregues a si próprios, os animais do castelo fundaram uma república para perpetuar a liberdade recém-adquirida. Contudo, a lei do mais forte não tardou a impor-se. Sílvio, o touro, reina tiranicamente e mantém a ordem (a sua ordem) com uma milícia de cães cruéis. Ecoam rumores de revolta, mas são reprimidos de forma sangrenta. Até ao dia em que um rato, de passagem pela quinta, começa a contar histórias estranhas e subversivas...

Ficha técnica
O Castelo dos Animais 1 - Miss Bengalore
Autores: Xavier Dorinson e Félix Delep
Editora: Arte de Autor
Páginas: 72, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 21,50€


sexta-feira, 29 de maio de 2020

Análise: Kong The King



Kong The King, de Osvaldo Medina

Por vezes, as melhores coisas acabam esquecidas ou não alcançam o sucesso e admiração merecidos, não é? Bem, é o caso deste Kong The King. Se não é o melhor livro de banda desenhada portuguesa de sempre, certamente não anda muito longe disso.

Os leitores de banda desenhada atentos, já conhecerão seguramente o trabalho de Osvaldo Medina. Trabalhou na (também fantástica) Fórmula da Felicidade, com Nuno Duarte; Mucha com David Soares; Hawk, com André Oliveira; ou Super Pig: Roleta Nipónica, com Mário Freitas. Contudo, é com este Kong The King, que Osvaldo Medina se estreia como autor completo. E que estreia esta!

Kong The King é uma homenagem ao clássico de cinema King Kong mas, mais que isso, é uma reinterpretação da história, que nos remete a novos significados, mais profundos, e a uma nova abordagem mais realista. A proeza de Osvaldo Medina assenta na sua capacidade para contar a história, de forma inequívoca, em 144 páginas, sem recorrer a uma única palavra! Tal como nos filmes mudos dos primórdios do cinema. E é fantástico como isto é alcançado. Lembro-me de, quando estava numa loja, com o livro nas mãos, ter torcido o nariz e de achar: “Humm... sem uma única palavra? Isto é perigoso do ponto de vista narrativo e pode correr mal”. Ora, não poderia estar mais enganado.

Este é um portento da arte sequencial e oferece-nos uma narrativa acessível, que é totalmente compreendida por parte do leitor. E não pensem que tal se deve a isto ser uma história de King Kong, que já quase toda a gente conhece. Se a obra é acessível, é porque a maneira como o autor narra a história, quer na planificação das páginas, quer na expressividade que oferece às personagens, é exímia. 

A história aqui tratada tem pontos em comum com a original, mas com uma abordagem bem diferente. Não é um remake mas sim, uma reinterpretação.

E de facto, o protagonista desta obra de Osvaldo Medina, nem sequer é um gorila. Trata-se de um enorme indígena que é encontrado numa ilha deserta por uma equipa de rodagem de um filme, que consegue convencer Kong a viajar de livre vontade para a Grande Cidade. Como a personagem tem proporções físicas enormes, é rapidamente (sobre)explorada por aqueles que a rodeiam para – através dela – ganharem muita fama e fortuna. Kong passa a ser uma estrela de cinema e a protagonizar inúmeras campanhas publicitárias e mediáticas. Mas, eventualmente, isso leva-o a um estado de exaustão, e a um despero emocional e solitário, por sentir falta da ilha onde sempre viveu. 

Até agora já temos uma história bem construída e bem narrada, e uma homenagem a um clássico do cinema. O que falta ainda? Uma arte soberba. E é isso que temos. Osvaldo Medina é dos meus ilustradores preferidos em Portugal. Tem um traço muito próprio, cheio de personalidade, mas que, ao mesmo tempo, é tão cativante e familiar, que acaba por parecer que sempre o conhecemos. Por vezes acontece-me ouvir uma música nova e pensar: “Esta música é tão boa que nem parece nova. Parece que existe desde sempre ou que eu já a ouvi numa vida passada”. Pois bem, em relação ao desenho de Osvaldo Medina, tenho exatamente a mesma sensação. A sua arte visual parece congregar originalidade e carácter próprio, mas de uma forma que me é familiar. Como se parecesse tirar inspirações de inúmeras artes que marcaram o género da banda desenhada mundial. Este é portanto um livro magnificamente ilustrado.

O trabalho de cor também está muito bem conseguido. É a preto e branco mas com pinceladas em aguarela de tons cinzentos a sépia, que dão à arte um aspeto bonito e suave. Osvaldo Medina é um ilustrador completo e absorver a sua arte é extremamente agradável.

Por fim, não é só Osvaldo Medina que merece as minhas vénias neste Kong the King. A editora Kingpin, na pessoa do Mário Freitas, também as merece. A edição é de luxo. A capa é duríssima e o papel tem uma espessura muito generosa, com cores baças, que são uma maravilha para o toque e para a visão. Do ponto de vista da própria conceção do design do livro - que é uma coisa que poucas vezes menciono aqui no Vinheta 2020 mas que, dado o meu background profissional, nunca me escapa ao olho – merece ser dado destaque e aprovação. Organização dos elementos, concepção da lombada e capas, a própria colocação dos créditos... tudo é pensado ao pormenor nesta obra. E, no final, o livro é bonito de uma ponta à outra. Quer como objeto físico, quer como arte narrativa e ilustrativa, ou como homenagem ao clássico do cinema. 

Repito, pois, que este é um dos melhores livros de banda desenhada portuguesa de sempre. Se não foi o sucesso que deveria ser, algo correu mal. E o meu palpite é que o que correu mal foi o preconceito dos leitores. E contra mim falo. Como já disse acima, inicialmente eu até estava cético em relação a esta obra. Especialmente por ser uma obra muda. Mas em boa hora, comprei este livro soberbo que ocupa um lugar de destaque na minha estante. Obrigatório.

NOTA FINAL (1/10)
9.1

Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020

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Ficha técnica
Kong The King
Autor: Osvaldo Medina
Editora: Kingpin
Páginas: 144, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Outub

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Lançamento: Némesis



O álbum Némesis, da dupla de criadores Mark Millar e Steve McNiven, foi publicado recentemente pela G.Floy.

Imagens promocionais e nota de imprensa abaixo.

Némesis, de Mark Millar e Steve McNiven
Quem é Némesis?

Ele é o herdeiro de uma família privilegiada e de milhares de milhões que os seus falecidos pais lhe deixaram. Dono de uma frota de carros espectaculares, de um hangar cheio de aviões e de gadgets tecnológicos sempre às suas ordens. E decidiu vestir uma máscara e uma capa, e tornou-se num cavaleiro de branco numa luta implacável por uma causa em que acredita.

Mas se pensam que esta é uma história que já ouviram antes... pensem outra vez! Isto vai ser completamente diferente de tudo o que leram assim que virarem a primeira página. Némesis é o relato das fantasias mais violentas de um vilão para acabar com todos os vilões, um redemoinho de ultra-violência, caos e humor negro, que só a mente louca de Mark Millar (Kick-Ass, Kingsman: Serviço Secreto) poderia imaginar.

Os autores por trás de sucessos como Velho Logan e Marvel: Guerra Civil regressam com uma história louca de um homem em busca de vingança!
Mark Millar é o escritor de muitas séries de comics aclamadas, muitas das quais já foram adaptadas ao grande ecrã, estando muitas outras em adaptação para o cinema, e, depois da recente aquisição da Millarworld pela Netflix, para a televisão. A G. Floy tem vindo a editar uma parte importante da sua obra de BD independente, com inúmeros títulos já publicados, como O Legado de Júpiter, Kick-Ass, Huck, Kingsman, Némesis, etc... O Canadiano Steve McNiven estreou-se na falecida editora CrossGen, onde deu logo nas vistas, mas foi na Marvel que assinou os seus grandes sucessos, alguns em colaboração com Mark Millar, como Guerra Civil ou Velho Logan. Tem desenvolvido a sua carreira na Casa das Ideias, com poucas incursões fora da editora, de que Némesis é a principal.

E se o Batman fosse o Joker? E se o milionário ultra-talentoso se transformasse no vilão, e não no herói? E num vilão vestido de cavaleiro branco! É essa a premissa de Némesis, numa história recheada de humor negro, de uma espécie de Batman ou James Bond contra um Comissário Gordon, um bilionário maléfico que se entretém a escolher um chefe de polícia diferente cada ano, e a destruir-lhe a vida e a cidade. E do que acontece a seguir...

“Uma história fantástica, e se acham que lhe falta compaixão... é porque o mundo não é
feito de boas intenções, mas de egoísmo e orgulho. A estabilidade da sociedade moderna
é tão artificial quanto os edifícios que um terrorista pode destruir com facilidade!”

Ficha técnica
Némesis
Autores: Mark Millar e Steve McNiven
Editora: G. Floy
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 13€

sábado, 23 de maio de 2020

Lançamento: The Wicked + The Divine - Vol. 4: Escalada



Já está disponível o novo volume da série The Wicked + The Divine. Dá pelo nome de Escalada e encerra o primeiro grande arco da saga.

Mais informações e imagens promocionais abaixo.  

The Wicked + The Divine - Vol. 4: Escalada, de Kieron Gillen e Jamie McKelvie

O final chocante e brutal do primeiro grande arco de história de The Wicked + The Divine, quando a série chega à metade!

Não é por seres imortal que vais viver para sempre... A cada noventa anos, doze deuses aceitam reencarnar em forma humana, como jovens carismáticos. São amados. São odiados. E morrem passados dois anos. E está tudo a acontecer agora. A acontecer de novo. Kieron Gillen, Jamie McKelvie e Matthew Wilson concluem o primeiro grande arco de história da sua saga de fantasia moderna, em que os deuses são as estrelas pop supremas, e as estrelas pop são as derradeiras divindades.

Sem que ninguém soubesse, Ananke revelou que Laura, uma das fãs dos deuses, era na realidade uma décima-terceira divindade, Perséfone, antes de matar a família dela, e talvez a própria Laura. Só que... alguém acaba de marcar uma sala de Londres para um espectáculo, onde uma certa... “Perséfone”... irá actuar. Perséfone. Ananke. Woden. Baphomet. Sakhmet. A Morrigan. Baal. Dioniso. Amaterasu. Cassandra e as Nornas. Minerva. Um plantel divino estonteante. História antiga, flashbacks, sangue, cabeças a explodir, e também... cabeças desaparecidas. As coisas vão ficar mesmo loucas neste volume, e ninguém consegue perceber quem é o verdadeiro “vilão”!

Kieron Gillen teve uma longa e extensa carreira como escritor e jornalista antes de se lançar nos comics. Gillen tinha começado por escrever pequenas histórias para várias publicações inglesas com o desenhador Jamie McKelvie, que se tornaria no seu grande colaborador e que desenharia as duas séries independentes que ele escreveu, Phonogram e The Wicked+The Divine. Mais tarde, começou a escrever para a Marvel, para quem já escreveu muitas histórias, incluindo Thor, Uncanny X-Men, Invincible Iron Man. Mas The Wicked+The Divine continua a ser a sua criação com mais sucesso e aquela em que ele junta as suas grandes paixões, música pop, comics e fantasia.

O artista britânico Jamie McKelvie colabora com Kieron Gillen desde que lançaram juntos uma tira regular chamada Save Point na revista Playstation Magazine UK. Trabalhou também num projecto seu, Suburban Glamour, bem como em várias séries da Marvel, entre as quais Young Avengers, de novo com Gillen, e uma fase aclamada de Defenders, com Matt Fraction como argumentista. Para além do seu trabalho nos comics, McKelvie continua a desenhar e a ilustrar álbuns de música.

“The Wicked + The Divine é o melhor tipo de histórias de super-heróis que existe: a que não sabe que é uma história de super-heróis!”
Ta-Nehisi Coates (The Atlantic, Black Panther, Entre mim e o mundo)

The Wicked + The Divine ganhou o Prémio de Melhor Comic nos British Comic Awards de 2014, e
foi nomeada para três Prémios Eisner em 2015, Melhor Nova Série, Melhor Capa e Melhores Cores,
em 2018 para Melhor Série, e em 2019 para Melhores Cores.

Ficha técnica
The Wicked + The Divine - Vol. 4: Escalada
Autores: Kieron Gillen e Jamie McKelvie
Editora: G. Floy
Páginas: 160, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 16€

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Análise: Verões Felizes – 2 (Menina Esterel e O Repouso do Guerreiro)



Verões Felizes – 2 (Menina Esterel e O Repouso do Guerreiro), de Zidrou e Jordi Lafebre

Para aqueles que estão a iniciar esta leitura sem terem lido a análise que foi feita, há uns dias, a Verões Felizes 1, é recomendável que passem por e leiam esse artigo antes deste, pois, de alguma forma, contextualiza esta banda desenhada maravilhosa, explicando, de forma mais extensiva e analítica, porque é que Verões Felizes é tão bom e tão obrigatório para todos os que gostam de banda desenhada. E não só.

Neste segundo livro, publicado pela Arte de Autor em Maio de 2020, volta a ser-nos concedido um posto de observação nas férias da família Faldérault. Como se fôssemos uma pequena mosca que tem o privilégio de observar de perto, como funciona esta família. Sem filtros e sem pudores. Da maneira mais pura e genuína. E a experiência, mais uma vez, continua a ser gratificante, enternecedora e nostálgica, deixando-nos com um nó na garganta, por nos conseguirmos rever em todos os momentos mais difíceis que esta família enfrenta, mas fazendo-nos igualmente sorrir, por todas as experiências que, tal como esta família belga, também nós experenciámos com aqueles que nos são mais próximos: a nossa família.

Neste segundo lançamento, que reúne os tomos Menina Esterel e O Repouso do Guerreiro, recuamos e avançamos no tempo, respetivamente, em relação aos tomos do primeiro livro.

Em Menina Esterel, recuamos até 1962, quando o casal Faldérault era mais jovem e ainda só tinha as duas primeiras filhas - Julie-Jolie e Nicole - e decide ir de férias, com os pais de Madô, com o destino de Saint-Etienne, a contra-gosto de Pierre, que queria ir para a costa mediterrânica. Este tomo assume um tom ligeiramente diferente dos demais, pois traz consigo a introdução de elementos mais negativos, como, por exemplo, todas aquelas discussões e desacordos universais entre pais e filhos – que também existem em todas as famílias, diga-se. Neste caso, quem assume as funções de “pessoa do contra”, sempre a contradizer tudo e todos, e a impor a sua vontade perante a dos outros, é Yvette, a avó das crianças, mãe de Madô. Este número parece-me, talvez, um pouco menos idílico do que os anteriores – e do que o tomo seguinte - porque foca-se nas dificuldades que quaisquer relações interpessoais, seja entre filhos e pais ou entre genros e sogras, enfrentam. Nomeadamente na diferença entre opiniões como, por exemplo, quando os pais discordam em relação à forma como os seus filhos educam os seus netos. No entanto, não é de todo, um livro negativo. A história consegue mostrar-nos a doçura que, pelo menos nas famílias onde impera o amor, acaba sempre por vir ao de cima e superar os momentos de desacordo. Continua, portanto, a mostrar-nos o doce da vida em família, mesmo quando ela parece ser amarga. Além disso, deve destacar-se que é neste tomo que conhecemos a história de como Esterel, a emblemática Renault 4L, entra na família Faldérault.

Já no seguinte tomo, O Repouso do Guerreiro, avançamos ao ano de 1980, quando as filhas mais velhas se tornaram jovens adultas, enquanto que a filha mais nova, Pêpete, se transformou numa pequena diabrete de 9 anos. Louis continua a ser um nerd, substituindo neste quarto tomo, a sua paixão pela banda desenhada dos tomos anteriores, pela paixão pela música, ouvida no seu walkman. Neste verão, o pai, Pierre, comprou uma casa nova, chave na mão, na Provença e a família está entusiasmadíssima por ir fazer férias numa “casa a sério”, ao contrário do que tinha sido até então a prática comum desta família: as férias em campismo. Mas nem tudo é o que parece e muitas peripécias hão-de acontecer nesta história enternecedora em que Nicole, a filha rechonchuda se faz acompanhar pelo seu namorado Jean-Manu, por quem está eloquentemente apaixonada. Um livro que nos mostra aquela fase de se ser pai, em que se começa a olhar para os filhos, já não como crianças, mas como adultos que começam a escolher a sua própria vida, por si mesmos. Ensina-nos também que as alterações de planos podem (e devem) ser encaradas como algo positivo mesmo que, quase sempre, nos obriguem a reajustes de agenda e a uma boa dose de bom senso.

Acima de tudo, este segundo álbum duplo da série, mantém o tom e o estilo do volume anterior. Portanto tudo aquilo que já foi de tão especial nesse primeiro livro, regressa aqui em grande. As histórias presentes expandem-se um pouco mais, ao introduzir novas personagens, em diferentes ambientes e intervalos temporais, mas mantendo o mesmo espírito positivo da série. Há algo de especial nesta família que faz com que facilmente nos identifiquemos com as personagens, como se fossem um espelho de nós mesmos. E, como em qualquer (boa) série, fica criada uma relação entre a história e o leitor, que faz com que queiramos ler a próxima aventura dos Faldérault, mal terminamos uma. Afinal de contas, cada ida de férias desta família traz consigo muitas emoções, aventuras e momentos de introspeção. Uma obra soberba e original que merece ser (re)conhecida por todos.

Em termos gráficos, o livro mantém a qualidade do álbum anterior. Tudo o que já era bom no primeiro volume, nomeadamente um elegante desenho de estilo franco-belga, marcado por uma capacidade enorme de caracterização de expressões, por parte de Jordi Lafebre, se mantém neste segundo volume. No final do livro há cinco páginas com esquissos do autor, em que podemos vislumbrar o seu enorme talento para captação de expressões. Numa história emotiva como esta, conseguir captar tantas e tão diversas expressões, é a garantia de que, no final, temos uma obra com muita harmonia entre o texto e as imagens. A cor, que é assegurada por Lafebre e Mado Peña, também é digna de destaque pela sua beleza e harmonia.

Em conclusão, os que ainda não compraram o segundo volume, bem que podem ir correndo para as livrarias (respeitando o distanciamento social de dois metros, claro está). Quanto àqueles que ainda não compraram o primeiro volume sequer, façam um favor a vós próprios. Este é mais um forte candidato a livro do ano, num ano editorial que está a ser muito bom.


NOTA FINAL (1/10):
9.5


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020

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Ficha técnica
Verões Felizes – 2 (Menina Esterel e O Repouso do Guerreiro)
Autores: Zidrou e Jordi Lafebre
Editora: Arte de Autor
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa dura

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Lançamento: Jessica Jones Vol. 3: O Regresso do Homem-Púrpura




O final da nova série dedicada a Jessica Jones, editada pela G.Floy, já se encontra disponível para compra.

Fiquem com a nota de imprensa e imagens promocionais.


Jessica Jones Vol. 3: O Regresso do Homem-Púrpura, de Brian Michael Bendis e Michael Gaydos

O final da nova série da personagem que inspirou as séries da Netflix, pelos criadores originais! A única coisa que é pior do que ser perseguida pela verdadeira figural do Mal que o Homem-Púrpura representa, é ser perseguida por essa figura maléfica quando se tem uma bebé pequena. O maior inimigo de Jessica Jones, o vilão que a definiu e que assombra a sua mente e o seu passado, regressa para acertar contas com ela. Será que Jessica consegue finalmente encerrar este capítulo da sua carreira? Os criadores originais de Jessica Jones, Brian Michael Bendis e Michael Gaydos, despedem-se da sua personagem, numa história que é a conclusão de anos de aventuras da mais conhecida detective privada do universo Marvel.

“Um arco de história de gelar os ossos!”
Adventures in Poor Taste

Brian Michael Bendis, um dos mais conhecidos argumentistas de comics nos EUA, regressou em 2016 à personagem que tinha criado há tantos atrás para a linha Marvel MAX, juntando-se de novo ao artista original da série, Michael Gaydos, para contar mais uma mão-cheia de histórias da célebre detective privada, Jessica Jones. E, quase vinte anos depois da sua estreia (que ocorreu em 2001 na revista Alias, que marcou um momento importante no desenvolvimento dos comics mais adultos da Marvel) os seus autores despediram-se da sua personagem com uma nova série de 18 números, antes de Brian Michael Bendis partir da Marvel para a DC. Nesses anos todos, ela passou por três séries (Alias, The Pulse, Jessica Jones), que a G. Floy editou na sua totalidade, e atingiu a fama mundial com a sua própria série de TV. Deixamos a última palavra a Bendis:

“...A televisão fez dela uma referência da cultura pop. É de loucos, certo? Havia alguma coisa neste material que gritasse, “Adorem-me! Façam de mim uma estrela popular”? Pois, também ainda não consegui perceber o que se passou. (...) Sinto-me imensamente orgulhoso da Jessica Jones. Não do MEU trabalho, mas do esforço de colaboração em volta da personagem. O trabalho dos meus editores e colegas, do trabalho da Melissa Rosenberg e dos argumentistas da série de TV da Jessica Jones. Até mesmo das pessoas por detrás do excelente e inventivo merchandise a ela associado, algo que até hoje me deixa embasbacado. E, por último, agradeço ao Joe Quesada. A Jessica existe porque o Joe me pediu um comic policial à maneira da Marvel. Ponto final. Sem o Joe, não haveria Jessica...”
(do posfácio ao volume final de Jessica Jones escrito por Bendis)

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Ficha técnica
Jessica Jones Vol. 3: O Regresso do Homem-Púrpura
Autores: Brian Michael Bendis e Michael Gaydos
Editora: G. Floy
Páginas: 136, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 14€

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Lançamento: Gideon Falls vol. 2: Pecados Originais



O segundo volume da série Gideon Falls já está disponível para compra há algum tempo mas a Editora G. Floy fez chegar ao Vinheta 2020, a sua nota de imprensa, que levanta algumas informações pertinentes sobre este volume.

Fiquem com a nota de imprensa e imagens promocionais.

Gideon Falls vol. 2: Pecados Originais, de Jeff Lemire e Andrea Sorrentino

A saga vencedora do PRÉMIO EISNER 2019 para MELHOR NOVA SÉRIE continua neste segundo volume!

O mistério vai-se adensando no segundo volume da série do escritor Jeff Lemire (Descender, Velho Logan), autor best-seller do New York Times e vencedor de múltiplos prémios Eisner, e do artista Andrea Sorrentino.

Enquanto Norton Sinclair, o jovem perturbado e reclusivo que saiu há pouco do hospício, vai mergulhando cada vez mais fundo na sua busca pelo segredo do Celeiro Negro, o padre Fred, um sacerdote Católico cuja fé está cada vez mais abalada, descobre o que se esconde por trás dum conjunto de homicídios macabros. Gideon Falls assemelha-se a uma colisão frontal entre a atmosfera surreal e inquietante de Twin Peaks e o terror puro de The Haunting of Hill House, criando uma série verdadeiramente viciante. Mistério rural e terror urbano colidem nesta reflexão profunda sobre a obsessão, a doença mental e a fé.

A arte de Sorrentino é uma das razões para os fãs terem aderido entusiasticamente a esta história de terror, já que contribui de maneira decisiva e inovadora para tornar esta banda desenhada na obra de arte que é, e para criar a atmosfera visual que serve perfeitamente a narrativa. Por vezes as páginas seguem uma ordem clássica, com diálogos colocados estrategicamente para servir um fluir específico das conversas, e com fundos repletos de pormenores que contam parte da história em segundo plano, atraindo a atenção do leitor. Noutras ocasiões, as páginas contorcem-se de maneira surreal e quase tridimensional, e a sua imagética bizarra, geométrica e não clássica transmite de modo total os momentos mais terríveis da história. “Gideon Falls é certamente um dos comics que hoje em dia expande os limites daquilo que é possível fazer graficamente na banda desenhada, e mais que isso, daquilo que só se pode contar em banda desenhada!”
(ComicBookWire)

Ficha técnica
Gideon Falls vol. 2: Pecados Originais
Autores: Jeff Lemire e Andrea Sorrentino
Editora: G. Floy
Páginas: 136, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 14€

terça-feira, 19 de maio de 2020

Lançamento: Pepper e Carrot – Volume 1




Acaba de ser lançado, através de uma edição de autor por parte de Flávio C. Almeida - FA, o livro Pepper e Carrot – Volume 1, do autor francês David Revoy.

Pepper e Carrot é uma série de fantasia que começou em 2014 e que conta com 32 episódios que, até agora, foram lançados pela Glénat em 3 livros. 

Fiquem com a nota de imprensa do editor e com algumas imagens promocionais.


Pepper e Carrot – Volume 1, de David Revoy

Pepper e Carrot conta as histórias de uma jovem bruxa, a Pepper, e do seu gato Carrot. Em Hereva, um mundo de fantasia, com poções mágicas e criaturas fantásticas, onde vivem várias aventuras. Uma série de banda desenhada do artista francês David Revoy.

Ficha técnica
Pepper e Carrot – Volume 1
Autor: David Revoy
Editor: Flávio C. Almeida - FA (Ed. Autor)
Páginas: 40, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 13,90€

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Análise: O Corvo – Inconsciência Tranquila



O Corvo – Inconsciência Tranquila, de Luís Louro

Corvo, o super-herói da cidade de Lisboa, que se desloca por entre telhados acompanhado pelo seu fiel companheiro Robim, está de volta, após um longo período de tempo. E é um regresso em grande. O álbum que os fãs da personagem certamente esperavam. Aqui há de tudo: sexo, drogas e muitas piadas que vão manter o sorriso na cara de cada leitor.

Depois de reler os álbuns anteriores de O Corvo e de ler este Inconsciência Tranquila – o quarto álbum do herói - parece-me que Luís Louro trava um campeonato consigo próprio em Portugal, já que ninguém na bd portuguesa faz o que ele faz – pelo menos, da maneira que ele faz. Há o estilo cómico e há o “estilo luís louro”. E isso, torna Luís Louro hegemónico na “bd para fazer rir” em Portugal. 

E convém dizer que este Corvo não é apenas um livro de gags humorísticos. Na verdade, acho mais justo dizer que é uma banda desenhada de ação, uma hommage aos super-heróis que todos nós conhecemos, com claro destaque para o Homem-Aranha. Mas é o humor que impera sobre todas as outras coisas presentes. A seguir (ou durante) uma cena de ação, é a piada que prevalece na memória do leitor. Tal como, a seguir a uma freira em topless, é a piada que merece o maior destaque, não obstante, o fantástico exemplar mamário da freira.

Há outra coisa que a meu ver, torna Luís Louro único. A sua audácia, o seu sentido provocador e o seu aparente não problema com isso. Na verdade, ele parece um verdadeiro rock-star da banda desenhada humorística. Opta quase sempre pela piada mordaz, pela piada eticamente pouco correta. E a prova disso é que neste Inconsciência Tranquila, temos padres e freiras que são depravados sexuais, bem como muitos trocadilhos e jogos de palavras, eticamente pouco corretos. Mas também é isso que torna este livro edgy e apetitoso para ler. Não conheço o processo criativo do autor e corro um risco de especular sem razão, mas calculo que Luís Louro tenha a ideia para uma piada e que depois pense se é, ou não, de mau gosto e que, quase sempre, acabe por usar a piada. Porque está seguro do que faz. E porque sim! Parece ser "inconsciente" em relação ao raio de ação que uma das suas piadas pode provocar... mas também parece estar "tranquilo" quanto a isso. Ou não fosse, aliás, Insconsciência Tranquila, o nome do livro. Quase como se Louro fosse um Keith Richards da banda desenhada. Podia talvez refazer determinada piada ou torná-la mais light... mas isso seria perder a atitude e a coolness. E isso não é coisa que o autor faça.  

Este Inconsciência Tranquila traz-nos o regresso do herói Vicente, conhecido por Corvo, e do seu fiel companheiro Robim. E desta vez, Vicente tem que enfrentar um inimigo explosivo, o Combustão, que é resgatado de um dos livros anteriores de O Corvo, e que acrescenta muito ao livro em termos de comédia, tendo, talvez, as piadas mais bem conseguidas ao longo da obra. A história leva ainda o protagonista a detetar acidentalmente drogas e a encontrar um convento que, de casto, tem muito pouco. Tudo isto, sempre muito bem salpicado com o humor de Louro, que nos consegue fazer rir nas alturas menos próprias, tal como no meio de uma batalha épica. 

Outra coisa bem conseguida no protagonista da história é a sua ingenuidade, que permite a obtenção de duas coisas muito importantes para o sucesso da obra: é que, por um lado, a ingenuidade e as questões levantadas por Vicente levam o leitor a identificar-se com ele, a criar empatia com a personagem. Por outro lado, essa ingenuidade permite ao autor, servir-se da personagem para a introdução de deliciosos gags. Muito bem construída esta dualidade.

Em termos narrativos, julgo que há algumas pontas soltas que talvez pudessem ter sido mais bem limadas. Ou que algumas personagens poderiam ter sido mais bem exploradas. Mas, lá está, também é compreensível que isso aconteça, já que esta é uma história leve e divertida que procura, acima de tudo, entreter-nos. Há uma ou outra piada mais “seca” mas julgo que a grande maioria das piadas são bem conseguidas.

Quanto à arte visual, o desenho de Luís Louro aparece igual a ele próprio. O que é uma coisa boa para todos os seus fãs. Como as cores são feitas de forma digital, a arte final está mais polida e estilizada em relação a álbuns anteriores de O Corvo. Alguns fãs poderão torcer o seu nariz neste ponto mas, na minha opinião, este é o estilo de cor que este tipo de livros necessita, pois tornam-nos mais atuais. Se fosse um livro mais sério ou mais artístico, talvez as cores digitais fossem uma má escolha (ou não!). Mas neste tipo de livro de ação humorística, acho que encaixa perfeitamente.

Analisando ainda a ilustração do autor, faço uma nota ainda para a caracterização do corpo feminino por parte de Luís Louro. Na banda desenhada existem as raparigas “para sonhar”. São as de Manara. Depois existem as raparigas “para casar”, que são as de Gibrat. Desculpem a linguagem corriqueira, mas as raparigas de Luís Louro são claramente “para coise”. E ainda bem que assim é! Aquelas mamas magníficas e aquelas ancas proeminentes das raparigas de Louro, que são um traço característico da sua arte, são um gáudio para os olhos dos leitores. Sempre achei as suas mulheres super sexys e roliças, comme il faut. Acho – e acho que Luís Louro também acha – que a presença de mulheres curvilíneas e sensuais nos seus livros, (também) é uma das grandes causas que fazem os leitores comprarem as suas obras. 

Neste sentido, vou até mais longe e, esperando que o Luís Louro possa passar aqui pelo Vinheta 2020 e ler esta análise, deixo uma proposta ao autor: para um futuro lançamento de uma nova obra, porque não a aposta num livro mais sério e (ainda) mais sexual? Poderia enveredar por dois caminhos, a meu ver: 1) Um romance sério e sensual. Algo do género da história de uma devassa que procura incansavelmente a paixão da sua vida e consegue finalmente encontrar alguém que a preenche verdadeiramente na vida (e na cama). 2) Ou então, algo ainda mais direto: a história de um gigolo ou de uma stripper que encontra diferentes fetiches pela frente para satisfazer. Se parece que estou a gozar, não estou. Luís Louro faz livros cómicos e de ação com mamas. E está muito bem, como está. Mas talvez um livro com uma história séria – e com mamas – poderia ser (quase que aposto que seria!) um enorme sucesso e algo disruptivo, como Louro sabe fazer. Algo na onda de um Alice na Cidade das Maravilhas, do mesmo autor, que, infelizmente, apenas tive a oportunidade de folhear há uns anos e nunca mais o encontrei para compra. Fica a sugestão.

E já que falo em Alice na Cidade das Maravilhas, parece-me que ela faz uma pequena aparição neste livro. Ou terá sido apenas semelhança?

Cabe ainda dizer que foi uma grande notícia para todos que Luís Louro tenha passado a ser publicado pela Ala dos Livros. A edição que temos é vistosa, em grande formato, e creio que permite ao autor ter a sua obra mais bem tratada pelo editor. Tenho a sensação de que os mais recentes trabalhos de Luís Louro publicados pela Asa (Watchers e Sentinel) não receberam o destaque e promoção que mereciam. Já a Ala dos Livros parece-me (bem) focada em fazer chegar o livro a muitas pessoas. E claro, é mais um passo importante na afirmação da Editora enquanto uma referência na banda desenhada nacional.

Inconsciência Tranquila é recomendável para todos os que apreciam uma banda desenhada bem divertida e despretensiosa que (re)afirma Luís Louro como uma referência na banda desenhada nacional. E isso não é de agora. Já o é há muitos anos. Apenas é algo que fica mais reforçado ainda. Espero que este seja um regresso em força do herói Corvo, que tanto carinho nutre junto dos leitores. 


NOTA FINAL (1/10):
8.1

Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020

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Ficha Técnica
O Corvo: Inconsciência Tranquila
Autor: Luís Louro
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: capa dura

domingo, 17 de maio de 2020

Lançamento: Umbrella Academy #03: Hotel Oblivion



Já saiu, pela Editora Devir, o último livro da trilogia Umbrella Academy #03: Hotel Oblivion. 

Fiquem com a nota de imprensa da editora e imagens promocionais desta obra.

Umbrella Academy #03: Hotel Oblivion, de Gerard Way e Gabriel Bá

O fim da trilogia em banda desenhada, da aclamada série da Netflix.

A braços com um número crescente de superpoderosos lunáticos que anseiam combater a sua prodigiosa prole, Sir Reginald Hargreeves engendra a solução definitiva…

Mas o passado regressa para assombrá-lo.




Ficha técnica
Umbrella Academy #03: Hotel Oblivion
Autores: Gerard Way e Gabriel Bá
Editora: Devir
Páginas: 168 páginas, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,98

sábado, 16 de maio de 2020

Lançamento: Batman: O Último Cavaleiro da Terra




É hoje que a Levoir nos brinda com mais um livro de Batman. Desta vez é Batman: O Último Cavaleiro da Terra, da autoria de Scott Snyder e Greg Capullo. O livro sai com o jornal Público.

Fiquem com as imagens promocionais e com a nota de imprensa da editora.


Batman: O Último Cavaleiro da Terra, de Scott Snyder e Greg Capullo
A 16 de Maio a Levoir em parceria com o jornal Público apresentam Batman: O Último Cavaleiro da Terra. Considerada uma das melhores histórias do selo DC Black Label tem a equipe criativa formada pelo escritor Scott Snyder e o artista Greg Capullo, a dupla que reinventou Batman das profundezas emocionais de Corte das Corujas (já editado pela Levoir).

Ao longo dos tempos, Batman tem sido um dos personagens mais usados pela DC Comics, já o vimos ser morto várias vezes, ganhar e perder poderes e agora vamos vê-lo como uma espécie de última esperança da Terra.

Batman: O Último Cavaleiro da Terra introduz os leitores no futuro sombrio de um Universo DC, onde a humanidade se voltou contra os super-heróis do mundo, seguindo um esquema desonesto de Lex Luthor.

Bruce Wayne tenta descobrir o mistério do seu passado, enquanto procura desvendar a causa desse futuro terrível e rastrear a força indescritível que destruiu o mundo tal como ele o conhecia... Uma história que não podia ter um início mais surpreendente e inesperado, com um jovem Bruce Wayne que acorda no Asilo Arkham… para descobrir que Batman nunca existiu, senão na sua imaginação perturbada. A maioria dos membros da Liga da Justiça está morta ou desaparecida, cidades inteiras foram reduzidas a ruínas e vilões aterrorizantes parecem esconder-se em todos os cantos das terras áridas que compõem essa realidade distópica. Batman tem como companhia a cabeça decapitada de Joker dentro de um frasco. Mas o facto de ter perdido o corpo não acabou com a verve do príncipe palhaço do crime, bem pelo contrário. Além de nunca se calar ao longo de toda a história, é ele o inesperado narrador desta aventura, funcionando igualmente como o guia do Cavaleiro das Trevas nesta descida (literal) aos Infernos.

Desde o início, ficou claro que aquele mundo sombrio e violento afetou qualquer um que ainda tentasse lutar pelo bem. Não era um lugar para se gostar, era um lugar feito apenas para sobreviver. 

Ficha técnica
Batman: O Último Cavaleiro da Terra
Autores: Scott Snyder e Greg Capullo
Editora: Levoir
Páginas: 176, a cores
Encadernação: Capa Dura
Preço – 24,90€

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Análise: Prometeu e a Caixa de Pandora




Prometeu e a Caixa de Pandora, de Luc Ferry, Giuseppe Baiguera e Clotilde Bruneau

Prometeu e a Caixa de Pandora é um dos muitos (e bons) lançamentos de banda desenhada que a Gradiva nos deu, em tempos recentes. Foi lançado a meio de 2019, inaugurando uma nova coleção da editora, denominada A Sabedoria dos Mitos, que se baseia em histórias da mitologia grega. A mencionada coleção recebeu, entretanto, mais dois títulos: Édipo e O Nascimento dos Deuses.

Este Prometeu e a Caixa de Pandora é um álbum de banda desenhada muito competente e bem feito a muitos níveis. E mesmo, estando a falar de banda desenhada e não de cinema, em jeito de comparação, este livro chega-me a parecer uma daquelas grandes produções de cinema de Hollywood. Senão vejamos: olhando logo para a primeira página deste Prometeu e a Caixa de Pandora, não encontramos um, nem dois, ou três nomes, mas sim seis(!) nomes que fizeram este livro acontecer. O livro é concebido e escrito por Luc Ferry, o guião é da autoria de Clotilde Bruneau, a direção artística e story-board ficou a cargo de Didier Poli, o desenho é de Giuseppe Baiguera, a cor é de Simon Champelovier e a capa ficou nas mãos de Fred Vignaux. Seis nomes, portanto, quando o mais comum é encontrarmos um ou dois nomes (por vezes, três) na autoria de uma banda desenhada. 

E acho que isto é um ponto fulcral para olharmos para este livro. É que, por um lado, uma equipa técnica tão diversificada permite que o livro tenha qualidade garantida em todos os pontos. A capa é muito boa, a arte das páginas também é muito cativante e o enredo, baseado nos textos mitológicos, também me parece bem intrincado. O único lado menos positivo disto é que, de alguma forma, o livro foi feito de forma tão “profissionalizada” que acaba por parecer um pouco impessoal. Parece-me pois, que cada um dos artistas tinha a sua função completamente bem delineada e que só teve que fazer o que lhe era pedido. E talvez seja por isso que me parece um livro algo impessoal e com pouca paixão. Parece que vai pouco ao âmago da narrativa e que arrisca pouco. Aposta no seguro. E fá-lo extremamente bem. Sei que estou ao nível do subjetivo aqui, mas diria que é a única coisa (com algum valor para mim, enquanto leitor, confesso) que gostaria de ter visto de outra forma neste Prometeu e a Caixa de Pandora.

No entanto, apesar de alguma frieza, este é um livro extremamente bem feito, tenho que admitir. Algo muito funcional. Conta bem a história, de forma simples e acessível a toda a gente – e talvez por isso me leve a considerar que procura atingir um público mais juvenil, mesmo tendo em conta que a mitologia grega até é bastante violenta e adulta. Não devemos confundi-lo por isso, com um livro demasiado infantil. Acho que é para um público mais juvenil mas considero que pode (e deve) ser lido por qualquer adulto. 

A sua história remete-nos para o período da mitologia grega em que Zeus, após uma temporada sem guerras e de algum aborrecimento entre os deuses do Olimpo, decide pedir a Prometeu que faça seres mortais, de forma a que os deuses tenham algo com que se divertir, para preencher a sua existência. Prometeu desenvolve então o Homem, uma espécie que, dotada do fogo e de técnicas, consegue superar todas as outras espécies de animais. E isto faz com que Zeus fique enfurecido e puna severamente Prometeu. 

Realço que a arte é bonita de se observar, com um traço moderno e bem delineado. Os cenários não são excessivamente detalhados mas são-no quanto baste. Também gostei particularmente da caracterização física e de expressões das personagens. As cores são bonitas e a planificação das páginas apresenta uma certa dinâmica que favorece a experiência de leitura. Em termos de arte, não há portanto nada que se possa apontar a este livro. Bonito e atraente - tal como são as deusas gregas aqui presentes - e com umas cores cativantes. Insisto que não é uma arte assombrosa ou que arrisque muito, mas é uma arte funcional, cativante e que resulta muito bem.

Destaque positivo ainda para o dossier informativo no final do livro, que nos permite saber mais informações acerca do mito de Prometeu. Uma boa adição e que assentua, ainda mais, o cariz educativo do livro.

E no final, a componente didática, à semelhança das coleções “Descobridores” - cuja obra Darwin já recebeu uma análise no Vinheta 2020 - ou "Eles fizeram História", também da Editora Gradiva, é uma grande mais valia desta coleção e destes livros, incluindo este Prometeu e a Caixa de Pandora. E a grande vantagem é que não ensina de forma aborrecida mas sim, de forma cativante. Bons desenhos, boas cores, textos acessíveis. Parece aquela professora que, mesmo sendo gira e simpática, também era uma boa professora, e que todos nós gostámos de ter na Escola Secundária. O que se poderia pedir mais de Prometeu? 

NOTA FINAL (1/10):
8.2

Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020 

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Ficha técnica
Prometeu e a Caixa de Pandora
Autores: Luc Ferry, Giuseppe Baiguera e Clotilde Bruneau
Editora: Gradiva
Páginas: 56, a cores
Encadernação: capa dura
Lançamento: Julho de 2019