sábado, 22 de agosto de 2020

Arranca hoje a Nova Coleção das Novelas Gráficas da Levoir e do Público!




Arranca hoje a nova Coleção Novelas Gráfica VI que a Levoir lança em parceria com o jornal Público. 

No total, são 14 livros, todos inéditos em português, com exceção de As Paredes Têm Ouvidos, de Giorgio Fratini, que, segundo a Levoir, está esgotado e indisponível no mercado nacional. 

Os livros são em capa dura e os formatos das obras, à semelhança do que foi feito nas edições anteriores, respeitam o formato original da obra. O preço de lançamento com o jornal é de 10,90€. 




Aqui fica a lista das obras e as suas datas de lançamento:

1. O Expresso do Amanhã vol. 1, de Jean-Marc Rochette, Jacques Lob
Data de publicação: 22 de Agosto

2. O Expresso do Amanhã vol. 2, de Jean-Marc Rochette, Jacques Lob, Benjamin Legrand
Data de publicação: 29 de Agosto

3. O Neto do Homem mais Sábio, de Tomás Guerrero
Data de publicação: 5 de Setembro

4. Rever Paris, de François Schuiten e Benoît Peeters
Data de publicação: 12 de Setembro

5. As Paredes Têm Ouvidos, de Giorgio Fratini
Data de publicação: 19 de Setembro

6. The New Deal, de Jonathan Case
Data de publicação: 26 de Setembro

7. Andanças e Confissões de um Homem em Pijama, de Paco Roca
Data de publicação: 3 de Outubro

8. Bordados, de Marjane Satrapi
Data de publicação: 10 de Outubro

9. Arde Cuba, de Agustín Ferrer Casas
Data de publicação: 17 de Outubro

10. Karmen, de Guillem March
Data de publicação: 24 de Outubro

11. A Solidão do Executivo, de Hernán Migoya e Bartolomé Seguí
Data de publicação: 31 de Outubro

12. A vida é bela, se não desistires, de Seth
Data de publicação: 7 de Novembro

13. Acender uma Fogueira, de Christophe Chabouté
Data de publicação: 14 de Novembro

14. Ao som do Fado, de Nicolas Barral
Data de publicação: 21 de Novembro

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Análise: Desvio



Desvio, de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho

Ainda estamos em Agosto, mas acredito que Desvio possa ser a surpresa do ano, no que à produção de banda desenhada nacional, diz respeito. Um autêntico "desvio" para um novo caminho a percorrer na bd portuguesa que estava, até agora, senão virgem, pelo menos parcamente explorado.

Numa altura em que estamos (ainda) a viver as consequências duma nova forma de vida, causada pela Pandemia de COVID-19, este livro pode parecer ainda mais adequado aos dias do presente. No entanto, se a nossa análise for mais profunda, verificaremos que este modo de vida confinado em casa, mantendo relações pessoais que, cada vez mais, se sedimentam através de interações online, já existe há muitos anos, principalmente junto dos jovens da atualidade. Mesmo assim, admito, o lançamento desta obra da Planeta Tangerina, que já nos deu o fantástico e inolvidável Finalmente o Verão, bem como, recentemente, publicou A Época das Rosas, não poderia ter um timing mais adequado.

Desvio
conta-nos a história de um jovem de 18 anos que decide ficar em casa durante o verão, não indo de férias com os seus pais, nem com os seus amigos. Também as coisas com a sua namorada parecem estar frias, tendo em conta a pausa que a mesma lhe pediu. Neste contexto, Miguel tem a casa só para si. E vai ocupando o seu tempo com videojogos, com o livro do Código da Estrada, com as redes sociais e, acima de tudo, com os pensamentos que lhe habitam o ser. Miguel tem em si, um retrato fidedigno dos jovens do nosso tempo, o que revela a capacidade da autora Ana Pessoa para construir e desenvolver uma personagem com que o leitor facilmente se identifica, sem que essa personagem seja, contudo, uma mera representação de lugares comuns. 

A história é abundante em monólogos do protagonista que nos dão a conhecer todas as suas dúvidas, os seus medos, as suas incertezas. Aos poucos, vamos percebendo que, tal como todos nós, em algum momento da nossa adolescência – ou até mesmo, na idade adulta –, Miguel não sabe bem qual caminho seguir. Não sabe o que é que os outros esperam de si. E, mais importante ainda, não sabe o que ele próprio espera de si mesmo. E Desvio toca-nos pela sua forma emocional e pelo vazio, tão cheio de significados, com que nos brinda.

Também importante e extremamente bem conseguido, é que Ana Pessoa não perde tempo a fazer juízos de valor em relação à sociedade atual. O mundo que nos é apresentado, em que os jovens estão rodeados de videojogos, telemóveis, redes sociais e uma mão cheia de nada na sua existência não parece pretender ser, per si, um julgamento ou uma crítica fácil. Ao invés disso, parece querer ser apenas um retrato verossímil do ambiente que nos rodeia. É o mundo como é. Sem moralismos. E sem comiserações. E isso é coisa que revela, a meu ver, uma maturidade de Ana Pessoa enquanto autora. Seria mais fácil partir para uma crítica fácil de caracterizar como negativa, toda esta tecnologia vibrante que envolve as nossas vidas. Mas a autora apenas utilizou essa ambiência para munir a sua história de credibilidade e honestidade.

E há também algo muito bom neste Desvio: o seu ritmo. O domínio desta característica, seja em cinema, seja em banda desenhada, pode arruinar ou imacular uma história que nos é contada. Porque nem sempre o mais importante é o que nos é contado mas, antes, como nos é contado. E um ritmo completamente acertado é o que Desvio nos oferece. Os silêncios, os significados subentendidos, as reflexões a que somos obrigados a recorrer, tudo isso, está feito de forma magnífica, com fluidez e com o tempo narrativo adequado. Seria impossível criar esta história em 50 páginas. Não teria a mesma profundidade e não marcaria o autor da mesma forma. Era necessário um ritmo calmo, com tempo para aprofundar. E felizmente, é isso que nos é dado.

Relevante ainda, é afirmar que Ana Pessoa não nos oferece apenas uma boa história, bem ritmada e com bons objetos de reflexão. Desvio apresenta um cunho literário no texto que, infelizmente, não é muito frequente em banda desenhada. Como diriam os ingleses, há aqui muito material quotable, isto é, frases marcantes que podemos pedir emprestadas ao livro para aplicar nas nossas vidas, nos nossos contextos pessoais. E isso não só é louvável como é, estou seguro, algo que qualquer autor almeja: conseguir escrever algo que possa ser universal. Ana Pessoa tem o dom da palavra e isso só enriquece este livro. 

Mas não é só de palavras que este magnífico livro vive. O trabalho de Bernardo P. Carvalho é igualmente digno de destaque. Com uma ampla experiência em variados projetos e trabalhos de ilustração, Bernando P. Carvalho parece sentir-se como peixe na água a dar imagem às palavras de Ana Pessoa. Aqui, apresenta um estilo de ilustração moderno, jovial e confiante que dá identidade, personalidade e frescura à história que nos é dada. A utilização de cores vivas também torna a obra em algo agradável à vista e que parece ideal para os tempos estivais que vivemos. 

Também a planificação da obra merece menção. Ao longo do livro encontram-se várias páginas que apresentam vinhetas triangulares que, juntas, formam um padrão simétrico, que quase parece o efeito criado em painéis de azulejos, permitindo um resultado muito interessante e original, e que faz com que Desvio também seja um livro bonito em termos de ilustração.

A Planeta Tangerina está de parabéns por esta aposta na banda desenhada tão bem conseguida. Se A Época das Rosas, sendo um dos vencedores do Festival de Banda Desenhada de Angoulême de 2020, tendo recebido 3 prémios, incluindo o Prémio do Público, foi uma sugestão bem-vinda por parte da editora, este Desvio é a grande surpresa da Planeta Tangerina e um livro que todos os amantes de banda desenhada deverão acarinhar. É bom que este género possa emergir na banda desenhada nacional. 

Quanto à edição, em capa mole, apresenta um papel de boa gramagem, adequado para a obra. Como pontos não tão positivos, lamento que a capa não seja dura. Acho que esta obra a mereceria. E também a menção "Recomendado para leitores maiores de 14 anos", na contracapa do livro, me parece um pouco escusada. A meu ver, mais depressa esta menção redutora afasta leitores adultos do que, propriamente, convence leitores jovens – ou os pais dos mesmos – a adquiri-la. Mas isto é apenas a minha opinião. Talvez faça parte duma iniciativa comercial por parte da editora.

Em conclusão, um leitor desatento até poderia dizer "Ah, este Desvio é um bocado entediante". A esse leitor eu diria: "não percebeste aquilo que os autores pretendiam. Não soubeste megulhar nesta obra-prima". Desvio, apresentando-nos o dia-a-dia aparentemente vazio de um jovem, mostra-nos de forma sublime, quão cheia de dúvidas, ambiguidades, incertezas e medo pelo desconhecido, é marcada a vida de um jovem, de quem é sempre esperado tanto, por parte do mundo que o rodeia. 

Desvio pode muito bem ser uma viragem na banda desenhada nacional e a partida para algo novo e inesperado. Um autêntico desvio, portanto. A leitura deste livro arrebatou-me e considero-o, sem pudores, como um dos melhores livros de banda desenhada que a produção nacional já nos deu. Obrigatório.


NOTA FINAL (1/10):

9.1


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020




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Ficha técnica
Desvio
Autores: Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho
Editora: Planeta Tangerina
Páginas: 200, a cores
Encadernação: capa mole
Lançamento: Junho de 2020

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Passatempo: Os Filhos de El Topo: 2



GIVEAWAY / PASSATEMPO - Os Filhos de El Topo: 2!!! 

O Vinheta 2020, em conjunto com a Arte de Autor, tem um exemplar de Os Filhos de El Topo: 2 - Abel, de Alejandro Jodorowsky e José Ladrönn, para te oferecer! 

Para te habilitares a ganhar este livro, recentemente publicado em Portugal, e que já mereceu uma análise no Vinheta 2020, só tens de seguir estas condições de participação.


Regras de participação:

1) seguir o Vinheta 2020 (Facebook ou Instagram);

2) colocar LIKE nesta publicação;

3) identificar 3 amigos nesta publicação;


Cada comentário que faças, dá direito a uma participação portanto, podes participar as vezes que quiseres, identificando amigos diferentes. Podes fazê-lo através do Facebook ou do Instagram.

Válido para Portugal Continental e Ilhas.

O vencedor será anunciado no dia 27 de Agosto! 

Boa sorte!

Lançamento: Operação Overlord 6: Uma Noite no Berghof



Hoje sai com o jornal Público, o sexto e último número da coleção Operação Overlord, da ASA.

Os volumes 1 e 2, Sainte-Mère-ÉgliseOmaha Beach, respetivamente, já receberam análises individualizadas no Vinheta 2020, sendo que os restantes livros serão brevemente analisados conjuntamente, numa análise global a esta coleção da ASA e do Público.

Fiquem com a nota de imprensa e imagens promocionais.

Operação Overlord 6: Uma Noite no Berghof

Na noite de 5 de Junho de 1944, o destino da guerra não ficou apenas traçado nas praias da Normandia, mas também em Berghof, o ninho de águia de Adolf Hitler. 

No seu chalé nos Alpes da Baviera, o Fürher estava longe de suspeitar que as engrenagens de sua máquina de guerra infernal não estavam tão bem lubrificadas quanto ele pensava. 

As acções de sabotagem da Resistência, a falta de experiência dos soldados, a falta de material e equipamento, o atraso na tomada das decisões precipitou o fim do regime... quando o desembarque começa, os altos dignitários alemães são apanhados de surpresa...


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Ficha técnica
Operação Overlord 6: Uma Noite no Berghof
Autores: Davide Fabbri e Bruno Falba
Editora: ASA
Páginas: 48, a cores
Encadernação: capa dura
PVP: 9,90€