quarta-feira, 31 de agosto de 2022

G. Floy Studio lança "Senciente" de Jeff Lemire!



Entre as várias propostas que a G. Floy Studio fez chegar às livrarias neste mês de Agosto, está este Senciente, de Jeff Lemire, que neste caso é acompanhado por Gabriel H. Walta nas ilustrações.

Não conheço a obra mas devo dizer que a premissa me parece muito interessante. Brevemente fará parte das minhas leituras.

Por agora, deixo-vos a nota de imprensa da editora e algumas imagens promocionais.


Senciente, de Jeff Lemire e Gabriel H. Walta

BEM-VINDOS À U.S.S. MONTGOMERY! 

Quando um ataque separatista mata todos os adultos a bordo de uma nave em viagem pelo espaço, cabe a Valarie, uma inteligência artificial, ajudar as crianças da nave a sobreviver. 

Porém, com forças perigosas no seu encalço, poderá Valarie tornar-se mais do que aquilo que foi programada para ser... uma salvação para estas crianças?

JEFF LEMIRE é um autor best-seller do New York Times, com uma carreira como escritor e artista de romances gráficos de sucesso. Venceu em 2008 e 2013 o Shuster Award for Best Canadian Cartoonist, e venceu por duas vezes o prémio Eisner para Melhor Nova Série, em 2017 com Black Hammer, e em 2019 com este Gideon Falls. Uma das suas mais recentes obras foi o romance gráfico Roughneck, já editado pela G. Floy no nosso país e que a Publishers Weekly descreveu como um livro “poderoso”.

GABRIEL HERNANDEZ WALTA é um artista vencedor do prémio Eisner, responsável por títulos como The Vision, Occupy Avengers, Astonishing X-Men e Doctor Strange. Começou a sua carreira na ilustração infantil e na pintura. Actualmente vive e trabalha em Granada, Espanha.

-/-

Ficha técnica
Senciente
Autores: Jeff Lemire e Gabriel H. Walta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 168, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
PVP: 24,00€

Análise: Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva
Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta
, de Valérie Mangin e Thierry Démarez

Hoje trago-vos a análise não a um, mas sim a dois volumes da série Alix Senator que a Gradiva tem vindo a publicar a excelente ritmo. Neste dia em que vos escrevo estas linhas, já se encontram em livraria os tomos 5 e 6, O Uivo de Cibele e A Montanha dos Mortos que, futuramente, lerei e analisarei, igualmente.

Por agora, centremo-nos nos tomos 3 e 4, respetivamente A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta. E tão diferentes eles são! Se depois de dois tomos apetecíveis e interessantes, mas que, de alguma forma, não encantavam em termos de história, o terceiro tomo eleva, finalmente, o argumento a um patamar superior. Aliás, bastante superior em relação aos outros três tomos da série que, até agora, já pude ler. Sim porque, infelizmente, o tomo 4, Os Demónios de Esparta, traz-nos um argumento bem menos conseguido.

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva
Olhemos, então, primeiramente para as ilustrações. Em ambos os livros o trabalho de desenho, que nos é dado por Thierry Démarez é bastante bem conseguido, através do seu traço de cariz realista. Posso dizer que o desenho se tem mantido fiel durante estes quatro tomos e, portanto, quem já leu os dois primeiros tomos de Alix Senator e gostou, não ficará certamente desiludido com aquilo que Démarez nos oferece nestes tomos 3 e 4. 

Assim, e como já escrevi anteriormente, “a arte de Thierry Démarez é servida por um traço realista que, diferindo um pouco do traço em linha clara da série original criada por Jacques Martin, acaba por funcionar bastante bem ao longo da história. Com um estilo que aparenta ser clássico na conceção – embora também se sirva de algumas ferramentas modernas digitais - também aqui fui remetido para Murena, de Delaby. Os cenários são muito bem representados e com um cuidado aprumado em relação ao nível de detalhe dos desenhos. Também em termos de personagens, gostei bastante das ilustrações do autor, com caras realistas e com expressões verossímeis na maior parte das vezes. Também é verdade que, em alguns casos. se sentem as personagens e seus demais gestos algo estáticos. Mas não é algo que, a meu ver, seja muito limitador da qualidade do desenho que, genericamente falando, é o que de melhor este Alix Senator tem para oferecer.”

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva
Acrescento ainda que, em termos de cores, o autor nos dá um belo trabalho, onde as cenas mais escuras, com belos azuis escuros e amarelos oriundos da luz das tochas e fogueiras, nos oferecem belos contrastes e ambientes. Nota ainda para a introdução de algumas vinhetas de cariz mais bélico, com cenas de ação com inúmeros soldados que, não sendo perfeitas, dão alguma variedade àquilo que o autor nos pode dar em termos gráficos.

Fazendo, também, uma pequena menção às capas, torna-se por demais evidente que a capa de A Conjura das Rapaces é muito bonita e muito bem conseguida pelo autor. Sugestiva, original, e com um excelente desenho. O mesmo não direi acerca do volume quatro que, não tendo uma capa má, revela, ainda assim, alguma desinspiração do autor, pois parece que já vimos milhentas vezes esta mesma capa em muitos outros livros ou filmes.

Mas é, pois, no argumento, que estes A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta mais diferem entre si. Em A Conjura das Rapaces, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido com a forma como Valérie Mangin montou uma boa trama, num belo ambiente de conspiração, que muitas vezes me fez franzir o sobreolho perante certas decisões que o protagonista, Alix Senator, toma ao longo da história. Essa, coloca-nos em Roma, no ano 12 a.C. 

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva
Recém-regressado do Egipto, devido aos acontecimentos que sucederam no tomo anterior, O Último Faraó, Alix vê-se obrigado a afrontar a corte imperial. E o Imperador Augusto reage mal ao facto de Alix ter poupado Enak que em tempos o havia traído em favor de Cleópatra. O protagonista vê-se assim no centro de um conflito entre o Imperador e a misteriosa Conjura das Rapaces, bem como com Khephren, aquele que sempre tratou como um filho e que agora o parece renegar. Em termos de argumento, é claramente o melhor da série até agora. Gostei bastante.

E foi talvez até por ter gostado bastante que, de alguma forma, acabei por ficar algo desiludido com o tomo 4. É que o tomo 3 habituou-me mal. Estava à espera de algo na mesma bitola de qualidade do álbum anterior, mas, infelizmente, Os Demónios de Esparta fica uns furos abaixo.

A história deste quarto volume conta-nos que o enviado romano encarregado de trazer os livros sibilinos da Grécia é brutalmente assassinado e tudo parece apontar para os ferozes guerreiros de Esparta. Mas o que há de tão especial nesses misteriosos livros, que levam a que Alix tenha que pegar em armas e ajudar a comandar exércitos num volume que é muito mais bélico do que os restantes, até agora? Neste caso concreto não me parece que a trama esteja tão bem articulada em si mesma e são várias as pontas soltas que o livro deixa a pairar no ar. É um livro que se "lê bem", ainda assim, mas que volta a baixar a chama qualitativa em relação ao volume número três.

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva
Aproveito para desfazer uma informação que tenho vista difundida por alguns artigos e blogs na internet: os primeiros três tomos não representam um arco da história. Bem, pelo menos, até me dei ao trabalho de investigar sobre tal informação e nunca vi isso escrito em lado nenhum. Parece-me que foi algo que se foi propagando mas que não está certo. A história do terceiro volume não fecha nada em termos de história. Fecha-se a si mesma, apenas. Coisa que é apanágio nesta série. Ou seja, cada volume tem uma história fechada em si mesma, que é fácil de ler embora haja, claro, uma noção de continuidade ao longo da série. Portanto, se no final do livro dois há uma "janela" que se deixa aberta para o volume 3, a verdade é que acontece exatamente a mesma coisa do terceiro para o quarto volume. E deste para o quinto e por aí diante.

A edição da Gradiva mantém-se em boa qualidade: capa dura, bom papel, boa encadernação e boa impressão. No quarto volume há o acréscimo de um pequeno prefácio da autoria de Numa Sadoul, uma individualidade que privou com Jacques Martin e em quem uma das personagens de Os Demónios de Esparta se baseia, visualmente falando.

Em suma, deixem-me dizer-vos que se há um livro que eu possa recomendar para aqueles que ainda não deram uma hipótese a esta série, esse livro é, sem dúvida, o tomo 3, A Conjura das Rapaces. Mesmo sem ser perfeito ou inolvidável, representa o melhor que a série nos deu até ao quarto tomo. Já este, fica alguns furos abaixo em termos de história. Mesmo assim, devo dizer que esta é uma série que se tem vindo a entranhar mais nos meus gostos.


NOTAS FINAIS (1/10):

Alix Senator #3 – A Conjura das Rapaces: 8.6

Alix Senator #4 – Os Demónios de Esparta: 7.2



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


-/-

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva

Fichas técnicas
Alix Senator #3 – A Conjura das Rapaces
Autores: Valérie Mangin e Thierry Démarez
Editora: Gradiva
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Março de 2022

Alix Senator #3 e #4 - A Conjura das Rapaces e Os Demónios de Esparta, de Valérie Mangin e Thierry Démarez - Gradiva

Alix Senator #4 – Os Demónios de Esparta
Autores: Valérie Mangin e Thierry Démarez
Editora: Gradiva
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Maio de 2022





-/-

Mais abaixo, deixo o convite para a leitura das análises já feitas pelo Vinheta 2020 aos restantes álbuns anteriores da série:



terça-feira, 30 de agosto de 2022

A Seita e a Turbina lançam a nova obra de Marco Mendes!


Eis um livro que muito interesse me tem despertado: Juventude, de Marco Mendes, que as editoras A Seita e Turbina lançaram recentemente.

Trata-se de um álbum completamente mudo, onde o autor português nos conta uma história apenas através de imagens.

Nota ainda para o facto de haver sobrecapas em inglês e francês, que abrem a porta para que o álbum possa ser direcionado a esses mercados, também. Uma iniciativa que recebe, desde já, os meus aplausos.
Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa das editoras e com algumas imagens promocionais.

Juventude, de Marco Mendes

“A sua matéria-prima continua a ser a sua própria vida (como o título deixa adivinhar, e como todos aqueles que conhecem a já considerável obra do Marco sabem). Mas, obviamente, ficcionando aqui e ali, e transformando por esta via a sua vida concreta numa vida maior, semelhante e próxima de muitas vidas, nas suas alegrias e tristezas.
Desta vez a novidade é o silêncio. Que emana da opção do autor de tudo contar sem muletas explicativas, de recorrer apenas à imagem e deixar-nos a nós desfrutar da história, da que lá está e da que podemos construir a partir dela. Das palavras que podemos pôr naqueles personagens. Da beleza da contemplação de uma juventude rica e bem vivida – igual a tantas outras – mas bem específica e original.”

- do texto de introdução de Júlio M

Uma imagem por página. Imagem após imagem (de uma beleza estonteante), página após página, sem texto, numa narrativa sequencial totalmente muda, Marco Mendes conta-nos uma história da sua Juventude. Uma de muitas possíveis, e uma bela história de banda desenhada, desta vez contada apenas visualmente, sem se socorrer de qualquer texto. Deixa-nos desfrutar desta história recorrendo apenas à imagem ao longo de uma centena de páginas, que apetece voltar atrás e reler (sim, reler!), com mais calma, apreciando, com mais detalhe, a excelência das imagens que a contam.

Nascido em 1978, Marco Mendes vive e trabalha no Porto. Autor de banda desenhada, artista plástico, professor e investigador, é membro Fundador do Clube de Desenho (associação dedicada à formação, exposição e divulgação desta arte) no Porto. Publicou as novelas gráficas Diário Rasgado, Zombie (com a qual ganhou o Prémio Amadora BD para o Melhor Álbum Nacional em 2015), e Tutti Frutti (recolha das páginas de BD que publicou no JN ao longo de vários meses) pela editora Turbina/Mundo Fantasma, e o álbum de desenhos Anos Dourados, numa parceria entre a mesma editora e o Colégio das Artes, em Coimbra. O seu trabalho pode ser acompanhado no seu blogue pessoal em: diariorasgado.blogspot.com

Este álbum foi produzido ao abrigo do programa Garantir Cultura, e está também disponível com sobrecapas em inglês e francês.

-/-

Ficha técnica
Juventude
Autor: Marco Mendes
Editoras: A Seita e Turbina
Páginas: 116, a cores
Encadernação: Capa dura (mais sobrecapa)
Formato: 23,5 x 27,5 cm
PVP: 25,00€


Primordial, de Jeff Lemire, é lançado em Portugal!



Primordial
, de Jeff Lemire e Andrea Sorrentino - a dupla criativa que já nos deu Gideon Falls -, já pode ser encontrado nas livrarias portuguesas. A obra é lançada por cá pela editora G. Floy Studio

Mais abaixo, deixo-vos algumas imagens promocionais e a sinopse da obra.


Primordial, de Jeff Lemire e Andrea Sorrentino

Ficção científica alucinante e um thriller da Guerra Fria colidem nesta série de seis capítulos da equipa criativa do best-seller e vencedor do prémio Eisner, GIDEON FALLS!
Em 1957, a URSS fez história ao lançar uma cadela chamada Laika para a órbita da Terra. Dois anos mais tarde, os EUA responderam com dois macacos, Able e Baker. Estes animais nunca regressaram. Mas o que ninguém sabia era que eles não morreram em órbita... foram levados. E, agora, estão a regressar a casa.

“Em suma, um comic indispensável para fãs de ficção científica, fãs de Lemire, fãs de Sorrentino e fãs da Image”. - Black Nerd Problems

-/-

Ficha técnica
Primordial
Autores: Jeff Lemire e Andrea Sorrentino
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 176, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5
PVP: 25,00€

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

BD a preço de saldo na Feira do Livro de Lisboa!


No ano passado resolvi fazer um post em que vos apresentava alguns dos livros de banda desenhada com um preço especial na Feira do Livro em Lisboa

Esse artigo teve tantas visualizações e, à conta do mesmo, enviaram-me tantas mensagens de agradecimento pela iniciativa que, mais uma vez, vos ofereço um apanhado com alguns dos preços super especiais de vários livros de banda desenhada que estarão à venda na Feira do Livro de Lisboa, que decorre até ao próximo dia 11 de Setembro. 

Façam atenção para o facto dos preços que apresento dizerem respeito a um determinado dia em que o livro é "livro do dia". Fora desses dias os preços não serão, como é óbvio, tão em conta.

Encontrei mais alguns livros, para além destes que vos apresento, mas os preços estavam ainda mais caros(!) do que o PVP portanto, sugiro a todos os editores que contactem a organização com o fim de retificar tais erros. Pelo sim, pelo não, optei por não incluir esses livros com preços sem sentido. 

Aos editores que não encontrarem nesta lista os seus livros, por favor contactem-me e atualizarei este artigo. 

Quanto à Feira do Livro do Porto, antes que me perguntem, deixem-me dizer-vos que não encontrei estas informações dos "Livros do Dia", relativamente a essa Feira.

Sem mais demoras, deixo-vos com a lista dos títulos, organizados por ordem alfabética.

Aproveitem estes "negócios da China".

De nada.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Devir finaliza a série Paper Girls!!


Esta é uma grande notícia para muitos leitores da série Paper Girls, da autoria de Brian K. Vaughan e Cliff Chiang!

A editora Devir que durante muito tempo não deu sinais de vida relativamente a esta série, acaba de publicar os dois últimos volumes - o quinto e o sexto - que fazem com que esta seja mais uma série integralmente publicada em português.

Desde o dia 16 que os livros já se encontram à venda.

Parabéns à Devir pela aposta e pelo comprometimento para com os seus próprios leitores!

Mais abaixo, deixo-vos as sinopses de ambos os livros e algumas imagens promocionais!
Paper Girls #5 e #6, de Brian K. Vaughan e Cliff Chiang

Pode alguém escapar ao seu destino?

É o que Mac e as suas colegas distribuidoras de jornais Erin, Tiffany e KJ têm de descobrir enquanto viajam do ano 2000 para uma perigosa versão da cidade de Cleveland, no Ohio, EUA, distante no futuro.

Além disso, é finalmente revelada a secreta verdade por detrás do misterioso «Grande Pai» que persegue as raparigas através do tempo.

Após sobreviverem a aventuras no passado, no presente e no futuro, as Paper Girls de 1988 partem para a sua derradeira jornada.
-/-

Ficha técnica
Paper Girls #5 e #6
Autores: Brian K. Vaughan e Cliff Chiang
Editora: Devir
Páginas: 126 (volume 5) e 140 (volume 6)
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,99€

Ala dos Livros lança o 3º Volume de Undertaker!!!




Isto é fantástico! Undertaker é dos melhores westerns em banda desenhada que tenho lido nos últimos tempos. E olhem que passam muitos westerns por mim.

Com o seu estilo moderno mas que sabe repescar as melhores coisas do clássico, esta obra de Xavier Dorison (Long John Silver, O Castelo dos Animais) e de Ralph Meyer (com quem há uns meses tive uma muito interessante conversa) é uma leitura que muito me agradou nos primeiros dois tomos.

Portanto, tenho que dizer que estou muito curioso com este novo livro que a Ala dos Livros acaba de publicar e que já se encontra à venda nas livrarias.

Abaixo deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.
Undertaker #3 - O Monstro de Sutter Camp, de Xavier Dorison e Ralph Meyer

Embora preferisse continuar sozinho a sua actividade de cangalheiro, neste terceiro volume de «Undertaker», Jonas Crow deixa de ser um lobo solitário para surgir associado à antiga (e bela!) governanta inglesa Rosa Prairie, e a Lin, a imigrante chinesa. Esta equipa atípica percorre o país propondo funerais de luxo, mas o que aparenta ser uma pitada de tranquilidade num mundo de duros, terá curta duração…

Jonas Crow reencontra um antigo coronel que lhe anuncia que “O Monstro de Sutter Camp está vivo”! Os tempos conturbados que passou na Guerra da Secessão reavivam-se na sua memória e é chegada a altura de ajustar algumas contas que tem pendentes com o passado…
E como Jonas afirma no seu Evangelho do bom senso: “não poupes hoje aquele que amanhã poderá querer matar-te…”
Esta série, difundida em 14 países entre os quais se inclui Portugal, obteve desde o início da sua publicação em França, em 2015, numerosos prémios e distinções. Salientam-se, o Prix Saint Michel 2015 du Meilleur Dessin, o Prix Le Parisien 2015 de la Meilleur BD, o Prix 2015 des rédacteurs de scenario.com e ainda a distinção Album preferé des lecteurs de BD Gest 2015.
-/-

Ficha técnica
Undertaker #3 - O Monstro de Sutter Camp
Autores: Xavier Dorison e Ralph Meyer
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 235 x 310 mm
PVP: 17,90

A série Moonshine chega ao fim!




A G. Floy Studio acaba de publicar o quinto e último volume da aclamada série Moonshine, da autoria dos consagrados autores Brian Azzarello e Eduardo Risso.

Este é o final da série que tem vindo a ser publicada pela editora desde 2018.

O livro já se encontra disponível nas livrarias e deverá chegar às bancas a partir do próximo dia 31 de Agosto.

Abaixo, deixo-vos com algumas imagens promocionais e com a nota de imprensa da editora.


Moonshine #5 – Bebida de Guerra, de Brian Azzarello e Eduardo Risso
A galardoada equipa criativa por detrás do clássico 100 Bullets traz-nos a conclusão selvática desta série brutal.

Lou Pirlo, o gangster tornado lobisomem, regressa finalmente às raízes em Nova Iorque. E não podia ter voltado em pior altura, com o fim da lei seca e dos dias felizes de quem ganhava a vida com o contrabando de álcool. E, com a guerra iminente entre Joe o chefe e os Holt, a vida de Lou está prestes a tornar-se mais cabeluda ainda.

Brian Azzarello é um dos mais conhecidos argumentistas dos comics americanos. A sua carreira iniciou-se na Vertigo, e um dos seus primeiros sucessos foi Johnny Double, que marcou também a sua primeira colaboração com Eduardo Risso, e que levaria pouco tempo depois ao lançamento de 100 Balas, talvez a mais conhecida obra desta dupla.
Depois de muitos anos de trabalhos diversos para as principais editoras americanas, DC e Marvel, notabilizou-se mais recentemente pela sua colaboração com Frank Miller em The Master Race, a saga de Batman que é a conclusão de O Regresso do Cavaleiro das Trevas.

Eduardo Risso construiu uma longa carreira de sucesso na sua Argentina Natal e na Europa, com destaque para os mercados italiano e espanhol, mas depois de ter ilustrado Johnny Double para Azzarello, o bom entendimento entre ambos levou a que iniciassem a série 100 Balas, que os propulsou para o estrelato dos comics. Ao longo dos anos colaborou extensamente com Azzarello, embora tenha também assinado álbuns para outros escritores, de que um bom exemplo é Wolverine: Logan, publicado pela G. Floy, com argumento de Brian K. Vaughan. Em 2018, Risso desenhou também o primeiro álbum de Torpedo em quase quinze anos, e neste Moonshine assina também as cores.

-/-

Ficha técnica
Moonshine #5 – Bebida de Guerra
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
PVP: 20€


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Levoir lança mais um dos seus Clássicos da Literatura em BD!



No próximo dia 23 de Agosto, chega às livrarias o novo volume da coleção Clássicos da Literatura em Bd que a Levoir tem vindo a lançar, juntamente com a RTP.

Desta vez, trata-se da obra As Mil e Uma Noites que é adaptada para banda desenhada pelos autores Daniel Bardet e Nawa. Daniel Bardet é, também, o autor responsável pelo argumento do recentemente editado volume da mesma coleção, Madame Bovary.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.

As Mil e Uma Noites, de Daniel Bardet e Nawa
Uma das grandes obras da literatura universal, As Mil e Uma Noites, é parte de uma coletânea de fascinantes histórias inventadas e preservadas na tradição oral, revelando a cultura árabe. A Levoir e a RTP editam a 23 de agosto, duas das histórias deste livro de contos: O Príncipe Ahmed e a Fada Pari-Banou e O Princípe Bader e Gelnare, Princesa do Mar.

A divulgação no Ocidente deve-se a Antoine Galland que, nas suas viagens aos países árabes, recolheu e traduziu não só uma série de contos orientais que foram publicados, em francês, em 1704, sob o título que hoje conhecemos, como também uma série de versões que nunca foram completadas. O árabe, de nacionalidade francesa, Joseph Charles Mardruz, médico sírio, foi o responsável pela versão final de As Mil e Uma Noites, publicada em 1889.
A história começa em tempos muito remotos, altura em que a civilização persa era das mais evoluídas da humanidade. Revela a coragem e a inteligência de uma mulher que conseguiu através do dom de contar histórias, aplacar a ira e a raiva de um sultão traído pela infidelidade de outra mulher, e que decide desposar uma noiva diferente todas as noites, mandando matá-la logo pela manhã. 

Vendo o medo e o sofrimento das mulheres do reino, Sharazade, a filha do vizir oferece-se para casar com Shariar, mesmo contra a vontade do seu pai que passa a temer pela vida da filha.

Depois da noite de núpcias e antes do amanhecer, Sherazade pediu a Schahriar que lhe concedesse um último desejo, o de se despedir da irmã. Quando Duniazade chegou, sentou-se junto do leito real e pediu à irmã que lhe contasse uma história, que o rei também quis ouvir.
Sherazade contou uma história tão bela que deixou o rei preso às suas palavras e, quando a manhã interrompeu a narrativa, Sherazade disse-lhe que o que havia contado não se comparava com o que teria para lhe contar na noite seguinte. Desejoso de saber a continuação da história, Schahriar permitiu que Sherazade vivesse mais um dia e, depois, outro dia e, ainda, outro dia...

A adaptação do argumento para BD é da autoria de Daniel Bardet e desenhos de Nawa. O dossier pedagógico na segunda parte do livro é da autoria de Aboubakr Chraibi.

Os volumes desta coleção vão estar à venda na Feira do Livro de Lisboa a partir de 25 agosto a 11 setembro no stand da VASP.

-/-

Ficha técnica
As Mil e Uma Noites
Autores: Daniel Bardet e Nawa
Editora: Levoir
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 210 x 285 mm
PVP: 13,90€

O Fado Ilustrado, de Jorge Miguel, já está disponível!



Já era anunciado há muito mas finalmente está disponível! 

Falo de O Fado Ilustrado, de Jorge Miguel, um autor português consagrado no estrangeiro e que, uqer-me parecer, se não fosse a parceria d' A Seita e da Arte de Autor, que já nos deu dois álbuns do autor, Shanghai Dream e Sapiens Imperium, o trabalho do autor natural da Amadora provavelmente permaneceria bastante arredado do conhecimento da grande maioria dos leitores portugueses de banda desenhada.

É certo que este O Fado Ilustrado até chegou a ser editado por cá, pela editora Plátano, no ano de 2011. Não obstante, e talvez por falta de promoção, foi um livro que passou pelos "pingos da chuva".

Espero que com esta nova reedição, das editoras A Seita e Arte de Autor, a obra mereça a relevância que merece.


Mais abaixo, deixo-vos algumas imagens promocionais, bem como a nota de imprensa das editoras.


O Fado Ilustrado, de Jorge Miguel

Estamos no virar do século XIX. A Europa foi assolada por uma vaga de atentados anarquistas. Em Portugal, a Carbonária, uma facção terrorista, pretende derrubar o regime monárquico. 

Nas artes, o ambiente também é de crise. Os «Vencidos da Vida» já não se reúnem no Hotel Bragança, e o «Grupo do Leão» perdeu pujança. O povo antevê a mudança, e a monarquia está inquieta. Ramalho Ortigão, e sobretudo Eça de Queirós, escrevem obras de uma acuidade perturbadora acerca do que irá acontecer...
Através da história de uma das pinturas mais icónicas da história da arte em Portugal, O Fado, de José Malhoa, Jorge Miguel traça-nos uma maravilhosa e fascinante imagem do Portugal dos finais da Monarquia e inícios da República.

Jorge Miguel tem neste álbum um dos trabalhos que o afirmou claramente como um autor maior da banda desenhada portuguesa, quer como artista, quer como argumentista. E o facto de ele ter rumado a França pouco depois para construir a sua carreira como desenhador no mercado franco-belga, com uma mão-cheia de álbuns de sucesso (de que a Arte de Autor e A Seita editaram já anteriormente dois, Shanghai Dream, com argumento de Philippe Thirault, e Sapiens Imperium, com Sam Timel) foi certamente uma perda para o nosso mercado nacional, tão necessitado de uma variedade de obras, desde as mais “alternativas” ou “independentes”, até às que poderíamos apelidar de mainstream, capazes de tocar um público nacional bem mais alargado, de que O Fado Ilustrado é um excelente exemplo.

Cruzando vários fios narrativos, uns ficcionais - as personagens que acabaram por inspirar Malhoa na criação do seu quadro e que aparecem nele - e outros históricos, reais, Jorge Miguel reconstitui “uma” história de como o quadro surgiu, e juntamente com ela traça-nos um fresco do Portugal do virar do século 19 para o início do século 20, fugindo aos clichés normais da BD histórica.

Editada pela primeira vez há mais de dez anos pela Plátano, a nova edição em parceria da Arte de Autor e d’ A Seita inclui uma capa nova, bem como uma revisão do texto feita em conjunto com o autor, e uma cronologia da época, e aproveita a edição conjunta polaca com a Timof Comics.
-/-

Ficha técnica
O Fado Ilustrado
Autor: Jorge Miguel
Editoras: Arte de Autor e A Seita
Páginas: 48, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 21 x 28,5 cm
PVP: 16,50€

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Análise: O Caderno da Tangerina - Integral

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul
O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate

A editora Escorpião Azul reeditou recentemente a obra da autora portuguesa Rita Alfaiate que já tinha sido lançada, pela mesma editora, com os livros No Caderno da Tangerina, em 2017, e Tangerina, em 2019. O nome desta reedição integral passou a ser O Caderno da Tangerina e, para além de reunir esses dois volumes supramencionados, tem também o mérito de incluir uma pequena história, a cores, que é um é ótimo acrescento à história global, bem como uma nova e bela capa.

Desde que analisei as duas obras em conjunto que defendi que a leitura de ambos os livros, ainda que pudesse ser feita de forma independente, ganhava mais se feita de forma conjunta. Recuperando, por isso, o que escrevi por altura dessa análise que fiz aos dois livros, este é, portanto, um daqueles “casos clássicos em que 1+1 não são dois. São três. A soma de ambas as narrativas é algo verdadeiramente interessante. Porque ambos os livros andam à volta da mesma história e das mesmas personagens, mas apresentam diferentes pontos de vista para o mesmo argumento. E que bom, isso é!”

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul
Este livro é pois um daqueles exercícios narrativos que funciona muito bem pois permite ao leitor uma visão mais ampla e alargada dos mesmos eventos e, consequentemente, uma melhor e mais profunda imersão na história que nos é dada por Rita Alfaiate.

Na primeira parte do livro, a história centra-se em Spike e na forma, infrutífera, como ele tenta estabelecer uma relação de amizade com a sua nova colega de escola, Tangerina. Porém, a sua nova colega de carteira, parece ser alguém diferente dos demais colegas de Spike, pois está sempre agarrada ao seu caderno, onde faz desenhos de horríveis criaturas. E, eventualmente, esses monstros passam do caderno de Tangerina para a realidade(?), com Spike a observá-los pelos sítios onde passa.

Na segunda parte do livro, a história passa a centrar-se na personagem com o mesmo nome. Ou seja, a perspetiva é a oposta em relação à primeira parte da história, em que havíamos experienciado a história vista pelo lado de Spike. Mas, a partir deste ponto, a história passa a ser vista pelo lado de Tangerina. Se, na primeira parte, a aura negra da história parecia residir na rapariga Tangerina, no segundo livro vemos a coisa do outro lado do espelho e as revelações são bastante chocantes até. O que é ótimo do ponto de vista de argumento.

Há uma coisa de que gosto muito neste livro. É que o mesmo traz consigo um exercício muito interessante por parte da autora: é que se ficamos com uma ideia concreta quando lemos o primeiro livro… essa ideia muda (drasticamente?) após a leitura da segunda parte do livro. Aplicando isto à realidade, não estará a autora a dizer-nos que para uma mesma história há várias verdades? Várias formas e possibilidades de olharmos para a mesma coisa?

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul
E, ainda por cima, não ficamos por aqui. Conforme já disse mais acima, esta nova edição traz consigo uma breve história com apenas 9 pranchas. Funciona como interlúdio entre a primeira e a segunda parte do livro e dá-nos uma visão da vida de Yara, a professora de Spike e Tangerina, e da forma como a mesma reage ao sucedido com a sua aluna Tangerina. É mais uma maneira de Rita Alfaiate nos mostrar como consegue trazer à tona da sua história um lado dramático e pungente dos eventos. E, visualmente falando, este interlúdio está um verdadeiro mimo para os olhos onde se percebe, sem dúvidas, que a autora tem evoluindo bastante a sua técnica de desenho. Já para não falar das cores que são muito, muito belas! Deixa-nos com a vontade de ler um novo livro da autora a cores. Espero que tal possa acontecer num futuro próximo.

Relativamente às duas outras partes do livro, as ilustrações são a preto e branco e apresentam, tal como escrevi anteriormente, um estilo “claramente marcado pelo mangá, revelando uma autora com um traço muito confiante nesse estilo. 

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul
Os detalhes da caracterização dos ambientes, especialmente os espaços fechados, são quase inexistentes, com as personagens a receberem o grande destaque da autora. Curiosamente [na segunda parte] este estilo de ilustração mangá é menos óbvio, com a autora a demarcar-se da ilustração mais clichet do género. Compreende-se a decisão, mesmo tendo em conta que as suas ilustrações no primeiro livro também são muito boas. Mas, claro, a autora certamente pretendeu evoluir o seu traço em busca de um estilo de ilustração mais pessoal. E, admita-se, conseguiu.”

Quanto à edição da Escorpião Azul, estamos perante um lançamento à sua própria imagem, com capa mole com badanas, bom papel baço e boa encadernação e impressão. Destaque ainda para o generoso caderno de extras, com 16 páginas, que inclui belos esboços da autora. Considero que esta edição – até pelo preço de 27,00€ que apresenta - deveria ser em capa dura, dado o cariz premium do livro.

De qualquer maneira, acho que a editora e a autora merecem uma palavra de apreço pela forma inteligente, com um bom sentido de oportunidade, como repescam esta obra numa bela edição definitiva e apetecível, que consegue o feito de explanar (ainda mais) a narrativa imaginada pela autora, de forma muito convincente. É um excelente livro da banda desenhada nacional que se recomenda, está claro!


NOTA FINAL (1/10):
8.5


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020

-/-

O Caderno da Tangerina - Integral, de Rita Alfaiate - Escorpião Azul

Ficha técnica
O Caderno da Tangerina - Integral
Autora: Rita Alfaiate
Editora: Escorpião Azul
Páginas: 192, a cores e a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 17 x 24 cm
Lançamento: Maio de 2022