segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Governo Português faz história ao (finalmente) reconhecer a Banda Desenhada!


Será um dia histórico para Portugal!!!

No próximo da 18 de Outubro, a Academia Nacional de Belas Artes, uma instituição de utilidade pública, tutelada pela Secretaria de Estado da Cultura, reconhecerá, pela primeira vez - e finalmente, caramba! - a Banda Desenhada enquanto forma superior de expressão da cultura!

Que maravilha de notícia!

Se isto é um marco fantástico e empolgante, pois oferece à banda desenhada o respeito e credibilidade que a mesma merece, não deixa de ser deprimente que neste país de brandos costumes, que até tem uma tradição no gosto e leitura pela banda desenhada, isso só aconteça em 2023, no ano em que aquela que é conhecida como a primeira banda desenhada portuguesa de sempre [ou melhor, o Primeiro Álbum Português de BD], A Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa, de Raphael Bordallo Pinheiro, faça 151 anos. É mais de um século de atraso neste reconhecimento.

Mesmo assim, há que olhar para o lado positivo desta ação. Estou certo que poderá contribuir para que se derrubem barreiras e preconceitos à leitura da banda desenhada, quer por parte de tantos professores que ainda olham de soslaio para a 9ª Arte, quer por parte do público em geral que poderá aproximar-se com mais interesse da banda desenhada. É uma excelente notícia, portanto!

E que pressuõe um dia e um evento para oficializar a coisa: será no próximo dia 18 de Outubro, às 15h, no Anfiteatro Lagoa Henriques, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que terá lugar a sessão solene, presidida pelo Ministro da Cultura, Pedro Adrão e Silva. Nela estarão presentes os meus caros amigos, a quem endereço por aqui os meus sinceros e emocionados parabéns, Penim Loureiro e Paulo Monteiro. Serão eles os novos membros da Academia.

Mais abaixo, deixo-vos a nota de imprensa que me chegou.


Academia Nacional de Belas Artes reconhece a banda desenhada como forma superior de expressão da cultura

A Academia Nacional de Belas Artes reconhece pela primeira vez a banda desenhada como forma superior de expressão da cultura, constituindo um passo decisivo na credibilização da 9ª Arte e de todos os seus autores.

No dia 18 de Outubro de 2023, às 15:00h haverá uma Sessão solene presidida pelo Ministro da Cultura, Dr. Pedro Adão e Silva, dedicada à recepção dos novos Académicos, com a intervenção de especialistas na área da Banda Desenhada, agora reconhecida pela Academia, juntamente com o Cinema e a Dança.

Penim Loureiro e Paulo Monteiro serão os novos membros. 

António Pedro Vasconcelos (Cinema), José Sasportes (Dança) e Paulo Monteiro (Banda Desenhada) farão uma breve apresentação no Anfiteatro Lagoa Henriques, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa, com entrada livre.

4 comentários:

  1. Viva,
    Só uma pequena retificação: a primeira banda desenhada portuguesa de sempre é as Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, assinada por Flora e publicada em 1850 (é uma cópia descarada duma BD francesa de Stop, mas conta). Os Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem..., de 1872, será o primeiro álbum de sempre da BD portuguesa.
    Sobre a BD de Flora, recomento um texto de Leonardo De Sá no Catálogo do Amadora BD de 2000. Sobre a Picaresca, há um estudo do João Paulo Cotrim, publicado em livro.
    Abraços,

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    1. Muito obrigado pela informação! Que complementa e corrige o meu artigo, dando ainda mais ênfase ao facto deste reconhecimento ter demorado muito tempo a chegar! Um abraço.

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  2. Excelente notícia e que espero se traduza em factos concretos como apoios á edição, organização de eventos, formação, promoção e integração da BD nos planos nacionais de leitura, etc. Já agora faria sentido, como se faz em vários países, que se resgatassem para o público geral as primeiras obras de BD em Portugal, com estudos, contextualização, redigitalização e tratamento de originais. Recuperar a memória é ajudar a preservar para o futuro e aqui as entidades oficiais e empresas privadas deveriam ter um papel essencial. Esperemos que as coisas não fiquem por discursos vácuos e palavras de ocasião. Viva a BD!…

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