Chega hoje à bancas, com o jornal Público, a nova aposta na banda desenhada da ASA que dá pelo nome de Long John Silver, dos autores Xavier Dorison (Undertaker, O Castelo dos Animais, O Terceiro Testamento) e Mathieu Lauffray (Raven).
E ainda que Long John Silver seja uma série que, lamentavelmente, permanecia inédita em Portugal até a ASA ter a excelente ideia de a lançar agora, a verdade é que alguns leitores portugueses (incluindo a minha pessoa), sabendo da qualidade da obra, já a tinham adquirido numa outra língua. No meu caso, comprei há uns anos Long John Silver na sua versão em inglês, da editora britânica Cinebook.
E como são vários os leitores que têm essa versão, faço aqui um comparativo entre essa edição e a portuguesa da ASA. Se dúvidas houvesse sobre a obrigatoriedade de comprar a edição portuguesa, as mesmas acabam dissipadas neste comparativo.
Em primeiro lugar, o que salta mais à vista entre estas duas edições é a diferença nas dimensões, bem como o tipo de encadernação. A versão portuguesa tem um generoso formato de 240 x 320 mms o que é bem maior do que o formato da Cinebook de 217 x 287 mms. Pode parecer pouca coisa, olhando para os valores. Mas se olharmos para a foto que coloquei mais acima, em que cada livro aparece lado a lado, fica óbvia a diferença entre ambas as edições. E, claro, a versão da ASA sai muito a ganhar com o seu formato de dimensões mais generosas.
Para além disso, o livro da ASA apresenta capa dura, enquanto que o da Cinebook possui capa mole. O design da capa é praticamente igual mudando, claro está, o logótipo das editoras e a cor do subtítulo, que na versão da ASA tem a cor branca.
A ilustração da contracapa também é a mesma, sendo que a versão da ASA apresenta as quatro capas da mini-série.
A espessura dos livros é bastante díspar. O que faz sentido, se tivermos em conta que um apresenta capa dura e o outro apresenta capa mole. Além de que o papel do livro da Cinebook, sendo baço, é bastante fino, enquanto que o papel da edição da ASA é de melhor qualidade, bem mais espesso, e brilhante.
Não esquecendo que a ASA teve a boa ideia de formar, com os quatro tomos da mini-série uma ilustração na lombada aumentando, na minha opinião, o cariz colecionável da série e aproximando-a de uma edição de luxo e de colecionador. Na edição da Cinebook não há nada disso.
Olhando agora para o interior dos livros, para além da diferença de papel, que já referi, a edição da ASA apresenta mais páginas do que a edição da Cinebook.
Portanto, é natural que as páginas de guarda da edição da ASA nos presenteiem com uma ilustração, em tons vermelhos, que não aparece na edição britânica.
Virando a primeira página, encontramos na versão portuguesa a ilustração fantástica de Long John Silver, que é seguida por uma outra página a branco com uma transcrição de parte da obra de Robert Louis Stevenson que criou a personagem de Long John Silver na sua célebre obra A Ilha do Tesouro.
Virando a página, a versão da ASA ainda nos apresenta, à esquerda, uma página a branco com os agradecimentos dos autores. Só depois disso é que o livro arranca, de igual para igual, em ambas as versões.
Em termos de cores, acho que há uma bastante proximidade entre ambas as edições. Já fiz referência ao papel, que é diferente. Embora eu confesse que tenha uma certa preferência por papel baço que se torna, na minha opinião muito pessoal, mais agradável ao toque e mais agradável à vista, tenho que reconhecer que o papel brilhante também tem a capacidade de puxar mais pelas cores, que ganham novos brilhos e profundidade. Isto já nem referindo a enorme diferença entre gramagem no papel utlizado pela ASA e pela Cinebook, que é completamente diferente, com uma enorme vantagem para a editora portuguesa.
Relativamente ao tipo de letra utilizado, ambas as edições apresentam semelhanças. Confesso que, nas legendas do narrador, até prefiro o tipo de letra da edição inglesa. Não obstante, nos balões de fala, o tipo de letra é tão parecido que, honestamente, não me permite ter alguma preferência. Funciona bem em ambas as versões.
Nota ainda para o facto da edição da ASA, como tem um formato mais amplo, permitir que possamos aproveitar a arte de Lauffray em toda a sua extensão.
As páginas que coloco abaixo são apenas um dos vários exemplos em que, na edição da Cinebook, as ilustrações ficam mais claustrofóbicas e vilmente cortadas. Repare-se como, na primeira vinheta das páginas abaixo, as gaivotas na edição da Cinebook são cortadas sem lei nem agravo. Felizmente, a ASA teve um cuidado especial para que a arte fosse preservada.
Em conclusão, este é um comparativo fácil de fazer. Uma edição é um BMW M5 e a outra edição é um Fiat Uno. Tal como ambos os carros nos permitem viajar do ponto A para o ponto B, também ambas as edições nos permitem ler e apreciar esta fantástica série de BD. No entanto, há uma clara qualidade superior entre uma e outra coisa. Por isso, é fácil atestar que a versão da ASA dá 10-0 à versão da Cinebook.
Resta-me dizer que esta é uma obra fantástica, numa ótima edição por parte da ASA - a que se lhe junta um bom preço - que merece ser comprada por todos: os que não conhecem a série, os que já ouviram falar mas nunca leram, os que têm a edição inglesa, espanhola ou francesa.
Uma das melhores apostas editoriais do ano em Portugal! Long John Silver é obrigatório!
O meu livro, acabado de comprar, começa pelo fim... Está "colado" ao contrário... E esta hem?...
ResponderEliminarRui Sousa
Caro Rui. Entre em contacto com a editora e certamente lhe trocarão o livro. Um abraço!
EliminarCaro Rui, escreva, por favor, para o vinheta2020@gmail.com e fazer-lhe-ei chegar o endereço de email de uma das responsáveis da ASA que fará com que o seu livro seja trocado por um sem erros. Obrigado.
EliminarBoa noite Hugo. Agradeço imenso a sua atenção e disponibilidade para ajudar. Assim farei.
ResponderEliminarUm abraço!
Estou aqui para ajudar da melhor forma que conseguir. Um abraço e boas leituras.
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