Embora, com muito pesar meu, diga-se, a coleção dos originais da Disney da editora francesa Glénat não seja editada em Portugal, a boa notícia para quem não consegue - ou não quer - ler em francês é que, recentemente, a Panini Comics começou a editar vários títulos desta coleção.
Os puristas dirão que o "português do Brasil" não é a mesma coisa do que o "português de Portugal" - e, naturalmente, não será - mas a verdade é que, com esta iniciativa da Panini Comics, estas obras de qualidade superior passaram a ser editadas em português e, portanto, a ficarem mais acessíveis aos leitores portugueses.
Depois de, após a análise que fiz a esta obra, ter recebido várias mensagens acerca da mesma, opto por fazer um comparativo entre a edição original francesa e a edição brasileira.
Olhando, então, para as duas edições, há várias diferenças que posso referir.
Começando pelas capas e contracapas, verifica-se que a edição da Panini Comics tenta ser bastante fiel à edição original. Capa dura, baça, com as letras do título da obra e as figuras de Mickey e Minnie a verniz. Na contracapa a edição brasileira colocou uma sinopse da obra.
A maior diferença na parte exterior do livro é na lombada do livro. A edição francesa da Glénat tem lombada a tecido e a edição brasileira tem uma lombada normal cartonada.
Embora, naturalmente, a edição a tecido seja mais nobre e mais bela, gosto do facto da Panini Comics ter feito uma certa tentativa de aproximação à edição original, dotando a lombada de uma cor diferente em relação à capa.
Em termos de papel, ambas as edições são bastante diferentes.
O livro da Glénat tem papel baço, de ótima gramagem. Já o papel da edição da Panini Comics é papel com brilho e com uma gramagem que, mesmo sendo aceitável, o torna bastante mais fino do que o papel da edição original.
Sendo mesmo justo, não considero que o papel da edição brasileira seja minimamente "mau". Não o é. O papel da Glénat é que é extremamente bom.
Por esse motivo, até chega a ser curioso verificar que embora a versão brasileira tenha mais 7 páginas do que a edição original, mesmo assim a espessura do livro francês é muito maior - quase o dobro! - do que a do livro brasileiro.
O facto de se ter optado por papel brilhante, em detrimento do papel baço, é que me deixou um pouco desapontado.
Não sei se a fotografia acima permite ver isso - talvez não - mas a verdade é que o tipo de ilustrações majestosas que o autor Silvio Camboni nos oferece, beneficiam muito mais em papel baço.
Não é que a experiência de leitura no livro da Panini Comics não seja boa - porque o é - mas a experiência do papel mate da versão francesa supera em muito o papel brilhante. Até porque, em alguns casos, senti as cores demasiado escuras na versão brasileira.
Por fim, ambas as edições têm alguns extras, em que nos é permitido visualizar o trabalho de preparação de Camboni. Porém, neste ponto, a edição brasileira supera a edição francesa.
Enquanto que o livro da Glénat só nos oferece duas páginas para vermos os estudos de capa do autor, a edição da Panini dá-nos onze (!) páginas onde, para além de vermos o estudo de capa de Camboni, também vemos alguns dos seus esboços para as personagens e storyboards de algumas pranchas. E tudo isto com comentários de Camboni.
Em termos de extras, a edição brasileira é, pois, francamente melhor do que a edição original francesa.
Resumindo e concluindo, a edição original da Glénat é bastante melhor em termos de materiais e acabamentos utilizados embora a edição da Panini Comics seja bem mais generosa em termos de caderno de extras.
Quanto à escolha dos leitores do Vinheta 2020 sobre que edição comprar, tenho que dizer que é algo bastante pessoal e que, por isso, deve ficar ao critério de cada um, consoante a sua capacidade e/ou vontade para ler em francês.
Não tenho dúvidas de que a edição francesa não só é "a" original como tem melhores acabamentos. No entanto, eu pertenço à equipa do "prefiro sempre ler em português, mesmo que a edição física não seja tão boa". E isto já para não dizer que a versão brasileira ainda tem um caderno de extras mais completo do que a edição francesa.
Feitas as comparações, que cada um faça a sua escolha, portanto!
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