quinta-feira, 30 de junho de 2022

À Conversa Com: Arte de Autor - Novidades para o 2º Semestre de 2022

À Conversa Com: Arte de Autor - Novidades para o 2º Semestre de 2022 - Vanda Rodrigues


Agora que estamos à beira de entrar no segundo semestre de 2022, é tempo de escutarmos as editoras, de modo a que fiquemos a saber quais são os seus planos relativamente a novos lançamentos de banda desenhada para os próximos seis meses.

E a primeira editora com que falei é mesmo a Arte de Autor que, através de Vanda Rodrigues, nos permite um vislumbre em relação ao que ainda aí vem, bem como nos fala um pouco acerca do que tem sido o primeiro semestre para a editora.

Uma conversa a não perder, mais abaixo.


Entrevista



1. Agora que voltámos a uma certa normalidade, semelhante à que vivíamos em 2019, sentes que isso está a ter um impacto positivo em relação às vendas da editora?

A aparente normalidade é neste momento uma grande incerteza. Não temos números que nos permitam ainda tirar conclusões, mas sentimos o poder de compra dos portugueses a diminuir e os valores de produção dos livros a aumentar, o que nos obriga a ponderar todas as decisões.


2. Dos livros já lançados pela Arte de Autor neste primeiro trimestre, já se destaca, em termos de aclamação do público e crítica, ou em termos de vendas, algum livro que tenham lançado?

Neste momento destaca-se o Branco em Redor que superou as nossas expectativas, pois tem estado a ter uma melhor aceitação do público e de críticas do que prevíamos.


3. O ritmo de lançamentos da Arte de Autor tem sido bastante bom neste primeiro semestre. Assim, por alto, diria que lançaram sete novos livros. Podemos contar com um número semelhante de lançamentos para o segundo semestre de 2022?

Até este momento lançámos 9 livros e no próximo semestre contamos publicar 6, o que está em linha com o nosso plano, além das edições em conjunto com A Seita.


4. Neste primeiro semestre, a Arte de Autor, para além de continuar algumas das séries que já tinha em andamento, lançou Mausart que é destinado a um público mais infantil - embora quanto a mim, possa e deva ser lido por um público maduro, também. Como surgiu esta aposta? E podemos esperar uma aposta continuada, por parte da Arte de Autor, em livros destinados a um público mais jovem? Em caso positivo, já há alguma nova obra que possa ser anunciada?

Não conhecia o trabalho de Gradimir Smudja e ao ver o livro Mausart fiquei deslumbrada e pensei que tinha de o publicar. Só depois li Mausart e Mausart em Veneza e a decisão manteve-se. O livro não foi publicado por se destinar a um público infantil e ser essa uma nova aposta, mas sim pelas belíssimas ilustrações. Sempre que acharmos que um livro é bom iremos publicá-lo independentemente do público-alvo a que se destina.


5. Uma pergunta relativa a Armazém Central, uma das séries de bd da minha vida. A adesão à série, por parte do público, tem estado a ser boa?

A série Armazém Central tem sido uma surpresa. Depois da publicação do volume 4-5 , avançámos com a publicação dos volumes 1 e 2-3, que se traduziu numa boa aposta. A publicação e adesão do público fez com que a série tenha sido publicada em 18 meses. A maior dúvida surgiu na publicação do último volume, pois foi muito ponderada a decisão de incluir o álbum fotográfico ou publicá-lo em separado, mas achamos termos feito a opção mais correcta.


6. E, já agora, o término desta série, que ainda tem alguns volumes, abrirá espaço para a Arte de Autor apostar numa nova série de dimensão semelhante? Podes anunciar qual?

Face à conjuntura internacional estamos a adiar decisões para o final do ano sobre iniciar novas séries, visto que temos praticamente todas as séries fechadas ou em linha com a publicação em França, excepção para o livro 4 de Spaghetti Bros que será publicado no 1º trimestre 2023 e nessa altura já teremos novidades a anunciar.


7. Nesse sentido, pergunto: que obras tem a Arte de Autor agendadas para lançar durante o segundo semestre de 2022?

Contamos editar este semestre:

Edgar P. Jacobs – O sonhador de Apocalipses, a chegar às livrarias no final da próxima semana.


Bug 3, de Enki Bilial, será lançado em Agosto;


Para o último trimestre teremos:

Corto Maltese 12 – Mü, de Hugo Pratt, que fecha a colecção a preto e branco de Hugo Pratt




Os filhos de El Topo #3, de Alejandro Jodorowsky e José Ladrönn- fecha a colecção


Castelo dos Animais #3 – A noite dos justos, de Delep e Dorison (ainda sem capa)


Corto Maltese #16 – Nocturno Berlinense, de Juan Díaz Canales e Rubén Pellejero (ainda sem capa)


8. Em relação à parceria com a editora, A Seita, a Arte de Autor apenas lançou, neste primeiro semestre, o segundo e último volume de O Combate Quotidiano, de Manu Larcenet. Sei que as vendas do primeiro volume estavam um pouco aquém das vossas expetativas. Sentes que, com o lançamento do segundo volume, as vendas de ambos os livros vão ser mais exponenciadas?

O Combate Quotidiano 2 teve um boa aceitação nas vendas directas e traduziu-se numa série de vendas dos 2 volumes. Não temos ainda números sobre as vendas em livrarias.


9. Ainda relativamente à parceria com A Seita podes adiantar que lançamentos ainda teremos neste segundo semestre de 2022?

Os lançamentos em parceria com A Seita para este semestre são 4 e já estão anunciados. 

O Fado Ilustrado, de Jorge Miguel; 


Noir Burlesque de Marini; 


Naturezas Mortas, de Zidrou e Oriol; 


e Le Chevalier à la Licorne, de Stéphane Piatzszek e Guillermo González Escalada.


10. Em termos da tua opinião pessoal, qual é o teu livro preferido daqueles que foram lançados por vós no primeiro semestre? E qual o teu preferido daqueles que serão lançados no segundo semestre deste ano?

O meu livro preferido editado este semestre é Notre-Dame-des-Lacs, da série Armazém Central, que fecha com chave de ouro uma série sobre a vida, a mudança e o respeito pelos outros. No próximo semestre será seguramente O Castelo dos Animais 3 – A noite dos justos. O único senão é termos que esperar pelo volume 4 para completar esta fabulosa colecção.



3 comentários:

  1. Nada aqui que me entusiasme por aí além com a excepção de Naturezas Mortas, de Zidrou e Oriol. O resto são séries em continuação. Aguardemos por mais novidades…

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    1. Também estou muito interessado no Naturezas Mortas. Tenho-o em castelhano mas já nem me vou pôr a lê-lo, pois prefiro esperar que saia a versão em português.

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  2. Obrigado pelo artigo! Na minha opinião a Arte de Autor tem, de longe, o melhor catálogo editorial de BD em Portugal dos últimos tempos, reforçado ainda com a parceria com A Seita. Este segundo semestre é um belo exemplo disso mesmo, fazendo corar por exemplo o da Ala dos Livros que, apesar disso, está no bom caminho.

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