Se aqui há umas semanas avancei, em primeira mão, cinco das novelas gráficas que farão parte da próxima Coleção de Novelas Gráficas da Levoir e do jornal Público, hoje avanço-vos a totalidade das obras que, no seu total, são 10!
Como uma delas, Chumbo, será dividida por dois volumes, relembro que serão 11 os lançamentos que sairão quinzenalmente.
Esta nova coleção traz-nos uma novidade em termos de preço: haverá 3 preços diferentes: 13,90€, 14,90€ ou 15,90€, dependendo da tipologia dos livros.
A primeira obra será Táxi Amarelo, de Christophe Chabouté, que será lançada no próximo dia 5 de Julho, com o preço de 14,90€.
Deixo-vos, então, a totalidade das obras que farão parte daquela que é a 8ª Coleção de Novelas Gráficas da Levoir. Apresento-vos também as capas portuguesas dos livros que, ainda assim, são provisórias e podem sofrer algumas alterações até os livros serem efetivamente publicados. Esta não é, também, a ordem pela qual serão lançados os livros. Por agora, sabe-se apenas que o primeiro livro será Táxi Amarelo. Mais informações serão depois publicadas por aqui.
Mais abaixo, faço ainda algumas considerações sobre as escolhas da editora para esta nova coleção.
Tati e o Filme Sem Fim
Arnaud Le Gouëfflec e Olivier Supiot
Este é um livro que nos mergulha no universo divertido e, ao mesmo tempo, poético de Jacques Tati, um dos cineastas mais famosos de sempre! Este emblemático realizador que revolucionou o cinema francês e colocou, até, o próprio país no mapa do cinema mundial, teve uma vida agitada e desempenhou muitos trabalhos diferentes: foi mímico, foi ator, foi argumentista, foi realizador. A sua personagem Sr. Hulot haveria de se tornar icónica, também. Não sei bem o que esperar deste livro, mas não nego que estou muito curioso com o tema do mesmo!
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Branco e Negro: Ascenção e Queda de Bobby Fischer
Julian Voloj e William Wagner
Este livro trata-se de uma biografia de Bobby Fischer, o prodígio do xadrez, que se tornou no mais jovem campeão da modalidade de sempre nos Estados Unidos, quando ainda tinha 14 anos. Em 1972, sagrou-se campeão do mundo quando conseguiu derrotar o russo Boris Spassky, pondo fim à hegemonia soviética no xadrez e revolucionando a modalidade. No entanto, logo no dia a seguir a esta vitória, com menos de 30 anos, Fischer decidiu pôr fim à carreira e acabou por enlouquecer. Eis uma história que não conheço muito bem, mas que me deixou entusiasmado.
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O Jogo da Morte
Pepe Gálvez
Esta é a história de um dos jogos de futebol mais marcantes do mundo. Infelizmente, pelas más razões. Estávamos a 9 de Agosto de 1942 quando, em Kiev, na Ucrânia, se disputou um jogo de futebol entre a Ucrânia e a Alemanha. Foi um jogo que envergonhou os ocupantes nazis, mas que haveria de ter repercussões nefastas para a equipa ucraniana. Um tema sensível, já retratado noutros meios, que tenho bastante interesse em ler em banda desenhada.
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Os Grandes Nomes do Macabro
Joan Boix
Este é um dos livros que, na minha opinião, é mais "fora da caixa" nesta nova Coleção de Novelas Gráficas da Levoir e do Público. Não o digo por ser melhor, nem por ser pior. Digo-o por ser diferente, pois trata-se de uma compilação de histórias clássicas de terror da autoria de Joan Boix. Este livro reúne um conjunto de histórias que foram publicadas há quase 50 anos em revistas lendárias como Dossier Negro ou SOS. Algumas destas histórias são baseadas em contos célebres de HP Lovecraft, Franz Kafka, Arthur Conan Doyle ou Edgar Allan Poe. Estou muito curioso por ler este livro.
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O Caso Alan Turing
Arnaud Delalande e Éric Liberge
Esta é uma biografia em banda desenhada de Alan Turing, o génio matemático que, sozinho, conseguiu decifrar os códigos da máquina Enigma que transmitia as instruções militares de Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial. Posso dizer que, sobre o tema, já li uma outra banda desenhada intitulada Champignac - Enigma, de Béka e David Étienne, que adorei e que adoraria ver publicada em Portugal, bem como o filme O Jogo da Imitação, com o ator Benedict Cumberbatch enquanto protagonista, e considero a história deste Alan Turing verdadeiramente fascinante. Como tal, tenho muita curiosidade em ler este livro.
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Chumbo
Matthias Lehmann
Chumbo, de Matthias Lehmann, é uma obra recente de que se tem falado muito, tendo recebido a aclamação da crítica e o do público, e que nos dá um marcante retrato, baseado na história da própria família do autor, acerca do autoritarismo vivido no Brasil durante o século XX, através de uma saga familiar.
Nota ainda para o facto de ser esta a obra que a Levoir lançará em dois volumes.
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O Homem que Corrompeu Hadleyburg
Wander Antunes
O Homem que Corrompeu Hadleyburg é a adaptação para banda desenhada da obra original homónima de Mark Twain. Essa adaptação para BD ficou a cargo de Wander Antunes, autor brasileiro. Não conheço este livro, nem mesmo a obra original de Mark Twain, mas posso dizer que tendo em conta que sou adepto de algumas obras do autor americano e observando algumas das imagens promocionais da edição francesa do livro, fiquei bastante empolgado com este lançamento.
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Crime e Castigo
Bastien Loukia
Esta obra é, na verdade, uma confirmação, pois já aqui tinha sido avançada, também em primeira mão, quando falei com a responsável da Levoir em relação às obras que poderíamos esperar em 2024. Trata-se de outra adaptação de uma obra célebre da literatura que é Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, com a adaptação para banda desenhada a ser feita por Bastien Loukia, autor francês.
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Táxi Amarelo
Chabouté
Táxi Amarelo é um belíssimo livro da autoria de Chabouté, baseado no romance homónimo de Benoit Cohen, e que nos revela as vicissitudes da vida de um taxista, quando o protagonista, um realizador de cinema, decide ser taxista durante 6 meses para recolher informações para o seu filme. Além do excelente exercício de reflexão que a história nos dá, ainda temos as ilustrações belíssimas de Chabouté. Este é um livro mais que obrigatório!
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O Desaparecimento de Josef Mengele
Olivier Guez, Matz e Jorg Mailliet
Esta história mergulha-nos na vida de Josef Mengele aquele que, a meu ver, é um dos maiores "psycho killers" da humanidade. Mengele operou ao serviço de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, tendo torturado e feito as mais infames experiências nos judeus prisoneiros do Regime alemão. Em 1949, já depois da guerra terminar, Mengele refugia-se em Buenos Aires, na Argentina, escondendo-se sob um novo nome e uma nova vida. Mas, eventualmente, a caçada a este homem recomeça, levando-o a ter que fugir para o Paraguai e para o Brasil. Já li bastante sobre este homem e posso dizer-vos que é das pessoas que considero mais desprezíveis da história da humanidade. Mas acho excelente que se estude e conheça a história deste homem e este é, portanto, mais um livro que quero muito ler.
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Apresentados os novos livros da 8ª Coleção de Novelas Gráficas da Levoir e do Público, que deverá iniciar-se no próximo dia 5 de Julho, posso dizer-vos que, à primeira vista, me parece uma boa seleção de obras por parte da Levoir.
É verdade que esta coleção não nos traz muitos nomes sonantes da banda desenhada internacional e também não é menos verdade que ainda não li a grande maioria destes livros. Podem não ser tão bons como parecem, da mesma forma que podem até ser melhores do que aquilo que parecem. Mesmo assim, os temas propostos parecem-me bastante aliciantes. Se não vejamos: temos duas obras amplamente aclamadas pela crítica internacional (Táxi Amarelo e Chumbo); temos a adaptação para banda desenhada de duas obras clássicas da literatura (Crime e Castigo e O Homem que Corrompeu Hadleyburg), temos um conjunto de obras que falam de pessoas ou de acontecimentos importantes da história e que, portanto, despertarão o interesse de muita gente (O Desaparecimento de Josef Mengele, O Caso Alan Turing, O Jogo da Morte, Branco e Negro: Ascenção e Queda de Bobby Fischer e Tati e o Filme Sem Fim) e temos, finalmente, uma obra clássica que procura trazer novamente à ribalta histórias de BD clássicas e esquecidas da banda desenhada (Os Grandes Nomes do Macabro).
Tenho lido por essa internet fora - e ainda a propósito das 5 primeiras obras que anunciei - que não há autores ou obras sonantes nesta nova coleção. Ainda bem que vivemos numa democracia em que cada um pode dizer o que quer. Isso traz até análises e discussões ricas sobre qualquer tema. Mesmo assim, afirmar queixosamente que a Coleção de Novelas Gráficas não tem obras sonantes, é não perceber o real e primordial objetivo desta coleção que nunca foi o de trazer obras ou autores sonantes, mas sim abrir a banda desenhada a novos leitores que, normalmente, não a leem. É importante que, de uma vez por todas, e avançando já para a 8ª coleção, coloquemos esta ideia nas nossas mentes.
"Ah, mas esta coleção já publicou várias obras e autores sonantes ao longo dos anos!". É verdade, mas tomemos isso como um extra. Nunca houve uma coleção que só tivesse autores sonantes. Bem, reconheço que talvez a primeira de todas (mas era a primeira e, portanto, era necessário captar a atenção de todos) apenas tenha tido autores de peso internacional, embora, mesmo assim, nela estivessem autores menos emblemáticos, em termos internacionais, como o português Miguel Rocha ou o brasileiro Danilo Beyruth. Pelo menos, à época. As obras/autores sonantes passaram a ser um extra nestas coleções. Tal como é um extra que, este ano, tenhamos obras como Chumbo ou Táxi Amarelo nesta coleção. Mas o foco principal é, repito, a publicação de um conjunto de obras que possam trazer para a banda desenhada leitores que, habitualmente, não leem banda desenhada.
E, já agora, como nota pessoal, em muitas vezes esta coleção me surpreendeu e educou com novos autores e obras que, à data, me eram desconhecidos, mas que acabaram por se revelar excelentes, tal como, em sentido oposto, pude ler algumas obras que eram célebres internacionalmente mas que, afinal de contas, para os meus gostos, não eram tão especiais assim. Sempre houve um espírito de "curadoria" nesta coleção. Para perceberem melhor este ponto, e aproveitando a oportunidade para, desavergonhadamente, fazer publicidade ao meu próprio livro, leiam o Muitos Anos a Virar Páginas, onde esta questão é explicada de diversos ângulos. Talvez mudem de opinião ou, pelo menos, compreendam melhor o processo de seleção de obras das Coleções de Novelas Gráficas da Levoir.
Voltando a esta nova coleção, considero que a mesma é um conjunto muito equilibrado e que, quanto a mim, tem bastante appeal comercial. Não existe, pelo menos, uma única obra que não desperte o meu interesse. É óbvio que, sem os ter lido, não vos posso garantir que todos estes livros serão de excelente qualidade (nem que não o sejam, atenção!), mas isso é outro assunto. E, claro, todos eles deverão receber análises individualizadas aqui no Vinheta 2020, como é hábito. Só aí saberemos, de forma mais analítica, a real qualidade desta coleção. Como dizem os ingleses, don't judge a book by its cover.
Ficam então desvendadas todas as 10 obras (11 livros) que constituem a nova Coleção de Novelas Gráficas da Levoir e do jornal Público.
Obras biográficas e adaptações literárias - não saímos disto. As únicas duas obras de relevância, "Chumbo" e "Yellow Cab", irei adquiri-las noutros editores que respeitem o formato integral da obra (no caso da primeira) e o título original (no caso da segunda). Continuo a dizer que o formato e lógica desta coleção deveriam ser repensados.
ResponderEliminarNOTA - Hugo pode confirmar o que se passa nesta plataforma quando acessada através de dispositIvos iOS e Mac OS? - continuo sem conseguir fazer a autenticação através dos browsers Safari (iOS e Mac OS) e Safari, Firefox e Chrome (iPad OS). Obrigado.
Olá, António. Não sei qual poderá ser o problema. Acontece-lhe o mesmo noutros blogs? Ou só no Vinheta 2020? Às vezes, a Google atualiza o sistema e isso pode trazer alguns problemas de funcionamento. Mas não sei se será isso ou outra coisa...
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