A Câmara Municipal da Amadora acaba de divulgar, em nota oficial, quais são as obras nomeadas para os Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA). Eu, enquanto Presidente do Júri, obviamente já conhecia estes resultados, mas partilho-os convosco, agora que é informação oficializada pela Câmara. O restante júri foi composto por João Ramalho Santos e Paulo Monteiro.
Devo dizer que a eleição destas obras não foi "pêra doce", dado que houve muita e boa banda desenhada publicada durante o ano passado e este ano. Gostos pessoais à parte, parece-me que a qualidade das obras apresentadas legitimam bem as suas nomeações.
Para que conste, relembro ainda que as obras elegíveis eram aquelas publicadas entre o segundo semestre do ano passado e o primeiro semestre deste ano.
Antevendo algum do habitual "drama" que possa haver, refiro que, nas categorias de Melhor Fanzine e Melhor Obra de Autor Português, o jurado Paulo Monteiro se absteve-se de votar para evitar conflito de interesses (no drama, portanto). Além disso, na categoria Revelação, o júri considerou que Amor, de Filipa Beleza, por ser a primeira obra de BD da autora (pese embora a mesma já tivesse lançado álbuns de cartoons no passado) devia ser considerada na mencionada categoria (no drama, portanto). Quanto a outras questões ou dúvidas que possam existir, remeto os interessados para o regulamento dos prémios.
Mesmo assim, e pelo menos neste espaço, todas as opiniões são bem-vindas. Especialmente se bem fundamentadas.
Os vencedores serão agora revelados durante o Amadora BD, no próximo dia 20 de Outubro, pelas 18h, na Cerimónia de Entrega dos Prémios.
Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa divulgada esta manhã pelo Município.
NOMEADOS PRÉMIOS DE BANDA DESENHADA DA AMADORA
Já são conhecidos os nomeados da edição 2024 dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA)
A concurso estão 24 obras, distribuídas por 5 categorias: Melhor Obra Estrangeira de BD Editada em Portugal; Prémio Revelação; Melhor Fanzine / Publicação Independente; Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português e Melhor Edição Portuguesa de BD.
Os vencedores serão conhecidos no próximo dia 20 de outubro pelas 18h00 durante a habitual Cerimónia de Entrega dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora que este ano se realiza no Núcleo Central do Amadora BD (Parque da Liberdade – antigo Ski Skate Park)
A Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português é distinguida, mais uma vez, com um prémio pecuniário no valor de € 5.000
NOMEADOS MELHOR OBRA ESTRANGEIRA DE BD EDITADA EM PORTUGAL
Blacksad: Então Tudo Cai - 2ª parte, de Juanjo Guarnido e J. Díaz Canales, editado pela Ala dos Livros
Erva, de Keum Suk Gendry-Kim, editado pela Iguana, uma chancela da Penguin Random House Grupo Editorial
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NOMEADOS PRÉMIO REVELAÇÃO
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NOMEADOS MELHOR FANZINE OU PUBLICAÇÃO INDEPENDENTE
A Armação, de Daniel Silvestre, editado por Bedeteca de Beja (Município de Beja) / Centro de Língua Portuguesa IP em Bruxelas
A António Arroio 4, de Nuno Plati, Ricardo Cabral, Vasco Parracho, Francisco Caldas e vários alunos da Escola Artística António Arroio, coordenação de Vasco Parracho, editado por Escola Artística António Arroio
Alzine Nº1, de Fil, Phermad, Ivo Gonçalves, Luís de Sousa, Filipe Duarte, Sofia Borba Lopes, Rafael Antunes, Vasco Lopes, Penim Loureiro, Pedro Nascimento, Bruno Rocha, Bruno Maio, Daniel Maia, Rui Alex, Derradé, editado por Associação Tentáculo
NOMEADOS MELHOR OBRA DE BANDA DESENHADA DE AUTOR PORTUGUÊS
O Grande Gatsby - A Novela Gráfica Definitiva, de Jorge Coelho e Ted Adams, editado pela Comic Heart
NOMEADOS MELHOR EDIÇÃO PORTUGUESA DE BD
1629 - O Boticário do Diabo…ou a história apavorante dos náufragos do Jakarta, de Xavier Dorison e Timothee Montaigne, editado pela Arte de Autor
A Fórmula da Felicidade – Edição Integral, de Nuno Duarte e Osvaldo Medina, editado pela Kingpin Books
O júri da edição 2024 dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora foi composto por três jurados – Hugo Pinto (Presidente do Júri e representante do Município da Amadora), critico literário e especialista em banda desenhada, Paulo Monteiro, Presidente do Clube Português de Banda Desenhada e João Ramalho Santos, investigador e especialista em banda desenhada.
As 24 obras nomeadas para os PBDA foram aquelas que obtiveram (dos 3 elementos do júri), o maior número de nomeações, exceto:Categoria de Melhor Fanzine / Publicação Independente – o jurado Paulo Monteiro, absteve-se de nomear nesta categoria uma vez que uma das obras a concurso é editada pela Bedeteca de Beja (da qual é diretor)
Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português – o mesmo jurado (Paulo Monteiro) também se absteve de nomeação, devido à ligação familiar que detém com a autora de uma das obras a concurso.
Para assegurar a legitimidade e hombridade que caracteriza os PBDA os pedidos de abstenções do jurado Paulo Monteiro foram aceites pelos restantes elementos e pelo Presidente do Júri.
De realçar ainda que a obra Amor, de Filipa Beleza, publicada pela editora Iguana/Penguin Random House, foi considerada para o Prémio Revelação porque o júri entendeu que a obra marca a estreia da autora no lançamento de banda desenhada.
O Festival anunciará os vencedores da presente edição no próximo dia 20 de outubro, pelas 18h00, numa cerimónia a realizar no Núcleo Central do evento, no Parque da Liberdade (antigo Ski Skate Park).
SOBRE OS PRÉMIOS DE BANDA DESENHADA DA AMADORA (PBDA)
Os Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA) são uma iniciativa da Câmara Municipal da Amadora, no âmbito do Amadora BD que, desde 1990, distingue os autores de banda desenhada, portugueses e internacionais.
Em 2024, o Amadora BD reafirma o seu compromisso e missão de investir nos autores e na banda desenhada e atribui pelo quarto ano consecutivo um prémio pecuniário no valor de € 5.000 à Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português.
Há mais de 30 anos que o Festival apoia a produção de obras deste género literário, em contexto nacional e com impacto internacional.
SOBRE O AMADORA BD
Criado em 1990, o Amadora BD é uma iniciativa da Câmara Municipal da Amadora, que tem por objetivo promover a banda desenhada. Organizado ininterruptamente desde a sua criação, o Amadora BD é o mais importante festival de banda desenhada em Portugal e um dos mais aclamados a nível europeu.
A programação anual reúne autores, editores, agentes e colecionadores de diferentes nacionalidades em sessões de autógrafos, exposições, lançamentos, oficinas e apresentações. No âmbito do Amadora BD, os Prémios de Banda Desenhada da Amadora, distinguem, todos os anos os autores e os jovens que se destacam no panorama da Banda Desenhada.
DESTAQUES DA 35ª EDIÇÃO DO AMADORA BD
São 15 as exposições que, de 17 a 27 de outubro, podem ser visitadas durante a 35ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2024. Sob o tema ‘Humanidade’, o evento celebra os 50 anos do 25 de abril apresentando inúmeras exposições que exaltam os valores da democracia, liberdade, justiça e igualdade.
Mafalda, Daredevil e Naruto são alguns dos personagens que vão estar patentes na 35ª edição do Amadora BD. O Festival traz este ano a Portugal mais de uma dezena de autores da banda desenhada internacional que vão lançar as edições portuguesas das suas obras no Amadora BD: a sul-coreana Keum Suk Gendry-Kim (Grass), a holandesa Aimée de Jongh (adaptação para BD do clássico de Wiliam Goulding, Lord of the Flies), o francês Mathieu Sapin (Edgar), o brasileiro Marcelo D’Salete (Mukanda Tiodora), Christian Lax (A Universidade das Cabras) e Mikäel (continuação da série Giant). Alex Maleev e Joe Rubinstein marcam também presença no Amadora BD’24, acompanhando a exposição dedicada ao herói da Marvel Comics, Daredevil (Demolidor).
Vamos ao drama. 1º O Blacksad sendo uma reedição tira o lugar a um verdadeiro lançamento actual (a própria editora deveria preferir ter outro álbum nos nomeados); 2º O Parracho não deveria ser considerado revelação, anda nisto, que eu saiba, desde 2008 e em 2024 houve verdadeiros autores revelação que deveriam ter sido tidos em conta que estão milhas à frente em termos de qualidade artística; 3º Ui. Meteram o Gatsby na categoria que vai dar molho. Na de melhor edição seria melhor aceite.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário, SketchbookPT. Desde quando é que o Blacksad é uma reedição? Deu conta de que Blacksad se está a falar? Está-se a falar do segundo volume de "Então Tudo Cai". Mais inédito do que isto, seria impossível. Quanto à presença do Peyroteo na categoria de Prémio Revelação, este é, de facto, o primeiro álbum completo do autor. O que vai ao encontro daquilo que o Regulamento dos Prémios - que o convido a ler - contempla. Já agora, que outros livros considera que poderiam ser incluídos nesta categoria e não foram?
EliminarCom certeza. Em relação a autores revelação incluiria: Daniel da Silva Lopes (Sweet Wind), Ricardo Baptista (Inspector Fagundes), Alice Prestes (Vinil Rubro), Lucas Almeida (Contos do Campo), João Gil Soares (Forgoth), Carlos Silva (Umbigo do Mundo), Margarida Madeira (Sete Senhoras), André Pereira (The End of Madoka Machina), Gonçalo Sobral (Chromomania), Lucas Pereira (O Homem que sonhou o impossível) e Zoran Jovicic (Cobra).
ResponderEliminarCaro SketchbookPT, permita-me elucidá-lo que
Eliminar1) a obra Sweet Wind não podia ser tida em conta, por não ser a primeira do autor.
2) a obra Inspector Fagundes, tanto quanto sei, ainda não foi editada. Se foi, não chegou até ao júri.
3) a obra Vinil Rubro não reunia o número de páginas suficientes para ser considerada nesta categoria. E mesmo que reunisse, por contar com o argumento de Mário de Freitas, um autor veterano, não seria tida em conta, pois o prémio procura premiar a obra revelação e não o autor;
4) a obra Contos do Campo não foi submetida aos prémios.
5) a obra Forgoth não foi submetida aos prémios (e julgo que a sua data de lançamento não permitira que concorresse)
6) a obra Umbigo do Mundo já foi originalmente lançada em 2021. Nem sequer faz sentido esta sugestão.
7) a obra 7 Senhoras foi nomeada e, já agora, VENCEDORA desta categoria no ano passado na exata categoria PRÉMIO REVELAÇÃO. Imagino que tenha feito confusão ao sugeri-la.
8) a obra The End of Madoka Machina não foi submetida aos prémios (e julgo que a sua data de lançamento não permitira que concorresse)
9) a obra Chromomania não foi submetida aos prémios (e julgo que a sua data de lançamento não permitira que concorresse)
10) a obra O Homem que sonhou o impossível não poderia concorrer por dois motivos: por um dos autores já ter obra lançada por cá e pelo outro autor ser estrangeiro.
11) 10) a obra Cobra não poderia concorrer por dois motivos: por um dos autores já ter obra lançada por cá e pelo outro autor ser estrangeiro.
Portanto, agradeço as sugestões, mas NENHUMA delas poderia ser elegível. Apontar críticas é fácil, mas para que as mesmas sejam mais legítimas também é necessário que a pessoa que as disfere, esteja mais bem preparada! eheheh Um abraço.
A categoria em si tem então uma designação enganosa. Quando algo se designa como "NOMEADOS PRÉMIO REVELAÇÃO" pensa-se em autores e não na obra que produziu. As obras que coloquei entre parenteses serviam meramente como exemplo caso não conhecesse quem eu apresentei como mais elegíveis quando se pensa em autores revelação. É uma pena continuar-se a exigir que as obras sejam enviadas a concurso porque os verdadeiros autores revelação ou o desconhecem ou não se podem dar ao luxo de enviar "borlas" que poderão ou não ser escolhidas. Não sei se bastaria enviar um pdf, mas se assim fosse, e sabendo a organização dos lançamentos de BD em Portugal poder-se-ia contactar os autores pedindo o pdf para avaliação.
ResponderEliminarOs PDFs são aceites, como é óbvio, e a maioria dos autores/editoras enviam PDFs das suas obras. E não há "exigência" para que a obra tenha que ser enviada para que seja considerada. Aliás... esse tem sido um trabalho dos jurados destes prémios desde o ano passado, quando entrei para estes júri enquanto Presidente. Só para que tenha uma ideia... o Diário de um Ingénuo nem sequer tinha sido submetido aos prémios... e ganhou na categoria de Melhor Álbum Estrangeiro. O 7 Senhoras nem sequer tinha sido submetido aos prémios... e ganhou na categoria de Prémio Revelação. Pode-se - e deve-se - apontar muitos erros a estes prémios... mas dizer que só premeiam quem concorre... será uma das maiores injustiças.
EliminarConsiderar um autor veterano como Vasco Parracho revelação só porque só agora lançou uma obra é a meu ver errado. A ter de figurar em alguma categoria seria na de MELHOR OBRA DE BANDA DESENHADA DE AUTOR PORTUGUÊS. Igualmente acho curioso que nesta categoria se aceite uma obra em que um dos autores não é português e no caso da categoria REVELAÇÃO, o ser-se brasileiro impede a nomeação de dois autores revelação, ainda que a obra tenha sido inicialmente publicada no nosso país - ao contrário de Great Gatsby.
ResponderEliminarPercebo o que diz e dou-lhe alguma razão neste ponto. O Regulamento devia ser melhorado, como tenho vindo a dizer. De forma a que dê menos azo a este tipo de dúvidas. A questão do "Prémio Revelação" é só porque se procura dar destaque à obra em detrimento de dar destaque ao autor. É claro que aqui estamos numa questão de semântica... porque se damos destaque a uma obra, acabamos por dar destaque ao autor. E vice-versa. Se o destaque for dado ao autor, também daremos destaque à obra. Mas, como disse, percebo o que diz.
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