segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Sabe tudo - mas mesmo tudo! - sobre os vencedores do Amadora BD 2025!



Os vencedores do Amadora BD foram anunciados ontem, às 18h, na cerimónia de entrega dos prémios que decorreu no certame.

A cerimónia foi apresentada por Rui Alves de Sousa - finalmente, alguém que domina a banda desenhada e que a vive de perto, o que é um valor acrescentado para o momento. Dou os meus parabéns à Organização pela escolha.

O grande vencedor destes prémios foi o Luís Louro que, com a sua obra Os Filhos de Boba Yoga, perdão, Os Filhos de Baba Yaga, das editoras A Seita e Arte de Autor, garantiu o galardão para Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português, que vale o prémio pecuniário de 5.000€, o desenho da imagem do festival do próximo ano e uma exposição dedicada à sua obra no próximo ano.

Mas houve outros grandes vencedores também. 


O Meu Irmão
, de JeanLouis Tripp, editado pela Ala dos Livros, fez o grande feito de conquistar dois galardões: o de Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português e o de Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada.

O Prémio Revelação foi entregue à obra Tales from Nevermore, de Pedro N. e Manuel Monteiro, também publicado pela Ala dos Livros. Por falar em Ala dos Livros, a editora teve um rácio de 100% de aproveitamento, tendo em conta que ganhou nas três das cinco categorias em que estava nomeada.

Borboleta, de Madeleine Pereira, da editora ASA, conquistou uma Menção Honrosa na categoria dedicada ao Prémio Revelação.


O Prémio para Melhor Fanzine / Publicação Independente, foi para Ana Margarida Matos, pela sua obra Tuas Palavras Minhas, publicado pelo Centro de Língua Portuguesa Camões IP - Bruxelas / Bedeteca de Beja.

Finalmente, um Troféu de Honra, foi atribuído a título póstumo a Filipe Duarte Pina pelo somatório da sua carreira ao serviço da banda desenhada, numa bonita e emotiva homenagem.

A bem da transparência - algo a que, como Presidente dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora, sempre tentei almejar ao longo destes três anos - a atribuição de pontos para cada uma das obras nomeadas pelos três jurados passa a ser tornada pública.

Eis então, mais abaixo, com base nas informações que constam na ata referente à reunião de escolha dos vencedores, as diversas pontuações atribuídas pelos jurados:


No dia 09 de Outubro de 2025, pelas 14h00, reuniu, por videoconferência, o júri dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora, constituído por Hugo Pinto, Presidente do Júri, em representação da Câmara Municipal da Amadora, Paulo Monteiro, Presidente do Clube Português de Banda Desenhada, e Rui Cartaxo, investigador e especialista em banda desenhada.

Os jurados dialogaram, procurando um consenso sobre quais seriam os vencedores para cada uma das categorias a concurso. De seguida, atribuíram pontos às diversas obras, da menos boa para a melhor. Naturalmente, em cada categoria foi vencedora a obra cuja soma da pontuação dos jurados foi mais alta.

Salienta-se que o jurado Paulo Monteiro, Presidente do Clube Português de Banda Desenhada, e em representação do mesmo, absteve-se de participar na votação referente às categorias de Melhor Fanzine / Publicação Independente e Prémio Revelação de modo a garantir legitimidade e seriedade aos prémios, e assegurar-se que não havia qualquer conflito de interesses. Acabou por não assistir, sequer, à votação nas mencionadas categorias, para que não tivesse qualquer relação, direta ou indireta, com a mesma.


Estando em linha com o ponto 5 do Artigo 9º do Regulamento dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora, partilham-se abaixo as nomeações feitas por cada um dos elementos do júri:


Atribuição de pontos por parte do jurado Hugo Pinto:

Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português
Os Filhos de Baba Yaga (5 pontos), Fojo (4 pontos), Borboleta (3 pontos), Em Redes (2 pontos) e Wendigo (1 ponto)


Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português
O Meu Irmão (5 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (4 pontos), Um Oceano de Amor (3 pontos), Hoka Hey! (2 pontos) e O Abismo do Esquecimento (1 ponto)


Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada
O Meu Irmão (5 pontos), Naturezas Mortas (4 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (3 pontos), Os Filhos de Baba Yaga (2 pontos) e Dom Quixote de La Mancha (1 ponto)


Prémio Revelação
Tales from Nevermore (5 pontos), Borboleta (4 pontos), O Arauto (3 pontos), Dias-a-Fio (2 pontos) e Danificada (1 ponto)


Melhor Fanzine / Publicação Independente
Ditirambos 4 - Noite (5 pontos), Tuas Palavras Minhas (4 pontos), 39 (3 pontos), Alzine 2 (2 pontos), A António Arroio 5 (1 ponto)


Atribuição de pontos por parte do jurado Rui Cartaxo:

Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português
Os Filhos de Baba Yaga (5 pontos), Borboleta (4 pontos), Em Redes (3 pontos), Fojo (2 pontos) e Wendigo (1 ponto)


Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português
O Meu Irmão (5 pontos), Hoka Hey! (4 pontos), O Abismo do Esquecimento (3 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (2 pontos) e Um Oceano de Amor (1 ponto)


Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada
Naturezas Mortas (5 pontos), O Meu Irmão (4 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (3 pontos), Dom Quixote de La Mancha (2 pontos) e Os Filhos de Baba Yaga (1 ponto)


Prémio Revelação
Tales from Nevermore (5 pontos), Borboleta (4 pontos), Dias-a-Fio (3 pontos), Danificada (2 pontos) e O Arauto (1 ponto)


Melhor Fanzine / Publicação Independente
Tuas Palavras Minhas (5 pontos), 39 (4 pontos), Alzine 2 (3 pontos), Ditirambos 4 - Noite (2 pontos) e A António Arroio 5 (1 ponto)


Atribuição de pontos por parte do jurado Paulo Monteiro:

Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português
Borboleta (5 pontos), Os Filhos de Baba Yaga (4 pontos), Fojo (3 pontos), Em Redes (2 pontos) e Wendigo (1 ponto)


Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português
O Meu Irmão (5 pontos), O Abismo do Esquecimento (4 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (3 pontos), Um Oceano de Amor (2 pontos) e Hoka Hey! (1 ponto)


Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada
O Meu Irmão (5 pontos), Naturezas Mortas (4 pontos), Na Cabeça de Sherlock Holmes (3 pontos), Os Filhos de Baba Yaga (2 pontos) e Dom Quixote de La Mancha (1 ponto)


Prémio Revelação
O jurado não participou nesta votação.

Melhor Fanzine / Publicação Independente
O jurado não participou nesta votação.



Pontuação total atribuída a cada uma das obras candidatas:

Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português
Os Filhos de Baba Yaga - 14 pontos
Borboleta – 12 pontos
Fojo – 9 pontos
Em Redes – 7 pontos
Wendigo – 3 pontos

Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português
O Meu Irmão – 15 pontos
Na Cabeça de Sherlock Holmes – 9 pontos
O Abismo do Esquecimento – 8 pontos
Hoka Hey! – 7 pontos
Um Oceano de Amor – 6 pontos

Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada
O Meu Irmão – 14 pontos
Naturezas Mortas – 13 pontos
Na Cabeça de Sherlock Holmes – 9 pontos
Os Filhos de Baba Yaga – 5 pontos
Dom Quixote de La Mancha – 4 pontos

Prémio Revelação
Tales from Nevermore – 10 pontos
Borboleta – 8 pontos
Dias-a-Fio – 5 pontos
O Arauto – 4 pontos
Danificada – 3 pontos

Melhor Fanzine / Publicação Independente
Tuas Palavras Minhas - 9 pontos
39 - 7 pontos
Ditirambos – 7 pontos
Alzine 2 – 5 pontos
A António Arroio – 2 pontos



O júri decidiu, portanto, atribuir os seguintes prémios:


Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português

Os Filhos de Baba Yaga, de Luís Louro, das editoras A Seita e Arte de Autor


Justificação: Este é o melhor livro na longa e profícua carreira de Luís Louro e constitui um autêntico marco para a banda desenhada nacional, com uma história e uma ilustração que têm o dom de impactar o leitor e levá-lo a uma profunda reflexão sobre as vítimas de qualquer conflito armado entre nações.



Melhor Obra Estrangeira de Banda Desenhada Editada em Português

O Meu Irmão, de JeanLouis Tripp, da editora Ala dos Livros


Justificação: O Meu Irmão é um pungente relato autobiográfico de JeanLouis Tripp acerca da morte trágica e prematura do seu irmão mais novo. É um livro intenso, que vai ao âmago do luto, levando o leitor a uma reflexão profunda sobre a vida e sobre a morte.



Melhor Edição Portuguesa de Banda Desenhada

O Meu Irmão, de JeanLouis Tripp, da editora Ala dos Livros


Justificação: O Meu Irmão revela uma qualidade de edição muito acima da média, relativamente ao que habitualmente se faz em Portugal. Não só o livro apresenta uma bela qualidade em termos de objeto-livro, com nobreza nos materiais utilizados, lombada em tecido, fita marcadora, excelente papel, capa dura inédita e boa qualidade de encadernação, de impressão e de acabamentos, como consegue superar em todos os parâmetros, incluindo no formato, a edição original da obra para o mercado franco-belga, além de ainda possuir um texto adicional sobre a obra que não está presente na edição original.



Prémio Revelação

Tales from Nevermore, de Pedro N. e Manuel Monteiro, da editora Ala dos Livros


Justificação: Tales from Nevermore é uma primeira obra de grande fulgor e originalidade, em que as vozes e talento dos autores Pedro N. e Manuel Monteiro se misturam de forma eficaz, assumindo-se, inequivocamente, como uma autêntica revelação da banda desenhada nacional.



Menção Honrosa na categoria Prémio Revelação

O júri decidiu atribuir ainda uma Menção Honrosa à obra Borboleta, de Madeleine Pereira, por esta se assumir como uma primeira obra de assinalável relevância, quer para a autora, quer para a banda desenhada portuguesa.



Melhor Fanzine / Publicação Independente

Tuas Palavras Minhas, de Ana Margarida Matos (Centro de Língua Portuguesa Camões IP - Bruxelas / Bedeteca de Beja)

Justificação: Em Tuas Palavras Minhas, Ana Margarida Matos revela-se uma autora muito madura e completa, demonstrando ter uma voz muito própria e singular, quer ao nível do texto, quer ao nível da ilustração.



Troféu de Honra

Filipe Duarte Pina

Após a proposta ao Município por parte do Presidente do Júri, com o apoio dos restantes jurados, da atribuição do Troféu de Honra, a título póstumo, ao autor Filipe Duarte Pina, durante a anterior reunião de escolha dos nomeados, o Município da Amadora concordou com esta sugestão. A atribuição deste importante Troféu de Honra a Filipe Duarte Pina, prende-se com a relevância e qualidade que a sua obra teve para a banda desenhada nacional, com obras de relevância como BRK (com desenho de Filipe Andrade) ou a mais recente série Macho-Alfa (com desenho de Osvaldo Medina).

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