Hoje trago-vos um tipo de artigo que sei que os leitores do Vinheta 2020 valorizam bastante: os comparativos entre edições de banda desenhada.
Desta vez, o comparativo centra-se em duas edições lançadas da obra Turma da Mónica - Laços, dos irmãos Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi.
Esta é, aliás, uma belíssima obra, totalmente recomendada, da qual já falei aqui no Vinheta 2020 e que, por isso, vos convido a (re)ler esse artigo.
Nesta doce e ternurenta história que nos leva aos primórdios das aventuras do grupo de amigos mais conhecido de todo o Brasil, Mónica, Cebolinha, Cascão e Magali, somos confrontados com belos e marcantes momentos, e com uma conceção visual das personagens que é diferente daquela que Mauricio de Sousa imortalizou. Ou não estivéssemos, claro, perante a iniciativa Graphic MSP, que procura fazer isso mesmo: recontar, reescrever e reinterpretar as aventuras clássicas das personagens do universo Mauricio de Sousa.
Focando-me, então, na edição brasileira da Panini Comics e na edição portuguesa das editoras A Seita e Bicho Carpinteiro, posso começar por dizer que, relativamente a extras e formato, a edição portuguesa está em linha com a edição brasileira. O formato das duas obras é exatamente o mesmo e as sete páginas de extras também são iguais em termos de conteúdo e arranjo gráfico.
Também as ilustrações utilizadas para a capa e contracapa, bem como o grafismo das mesmas, está igual entre as edições da Panini Comics e d' A Seita.
Mas há edições entre as duas versões, sim.
Em primeiro lugar, na escolha do tipo de acabamento para a capa e para o papel no miolo do livro.
A edição da Panini apresenta capa brilhante, mas a edição d' A Seita apresenta capa baça. Confesso que, para o estilo de ilustração que nos é dada nesta obra, a opção portuguesa foi a mais ajustada.
E apesar de, no miolo, o papel da edição portuguesa ser brilhante (couché), tem menos brilho do que o papel usado na versão da Panini. Mais uma vez, é algo bem conseguido. Até vou mais longe e acho mesmo que o papel ainda teria sido mais adequado se fosse baço. Mas é uma opinião muito pessoal.
A edição portuguesa não é, ainda assim, isenta de problemas. Tal como nem sequer a edição original brasileira o é. A verdade é que ambas as edições têm problemas ao nível da impressão.
Não acontece em todas as páginas, mas é frequente que, em algumas delas, as cores da edição portuguesa estejam demasiadamente esbatidas. Quase parecendo um velho livro em que as cores acabaram por ficar desgastadas com a passagem do tempo.
Nas cenas da história que decorrem em ambientes noturnos, é ainda mais notório que houve alguns problemas na boa colorização das cenas. Mas, tal como já referi, também é verdade que, olhando para a edição brasileira, estas mesmas cenas noturnas também estavam demasiado escuras, não sendo por isso a impressão perfeita. O que faz com que, pelo menos em alguns casos, algumas cenas da edição portuguesa, não sendo perfeitas, sejam, ainda assim, mais legíveis do que a edição brasileira. Mas também acontece o contrário noutros casos.
Enfim, esta questão da impressão não é, a meu ver, algo que estrague as edições brasileira ou portuguesa, simplesmente é pena que existam, e que façam com que a obra não receba a edição perfeita que merecia.
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