Ainda falta um mês(!) para o arranque da próxima edição do Amadora BD, aquele que é o maior festival de banda desenhada em Portugal, e a Organização já partilhou a programação completa do evento!
Para além das exposições dedicadas aos 60 anos de Mafalda e Daredevil, e aos 25 anos de Naruto, também há exposições assentes nas obras de autores que marcarão presença no evento.
E o conjunto dos autores internacionais que estarão presencialmente presentes no Amadora BD já se apresenta bastante interessante:
- Keum Suk Gendry-Kim
- Aimée de Jongh
(autora de Dias de Areia e O Deus das Moscas)
- Mathieu Sapin
(autor de Edgar)
- Marcelo D’Salete
(autor de Cumbe e Angola Janga)
- Christian Lax
(autor de A Universidade das Cabras)
- Mikäel
- Alex Maleev e Joe Rubinstein
(ambos, autores de diversas obras da Marvel)
É já um conjunto de autores muito interessante. Mesmo assim, ainda é possível que se juntem mais nomes. Mas saber, com um mês de antecedência, a programação e quais são os autores que estarão presentes, é algo muito positivo e que merece os meus louvores.
Eis, mais abaixo, a programação completa!
PROGRAMAÇÃO AMADORA BD 2024
São 15 as exposições que, de 17 a 27 de outubro, podem ser visitadas durante a 35ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2024. Sob o tema ‘Humanidade’, o evento celebra os 50 anos do 25 de abril apresentando inúmeras exposições que exaltam os valores da democracia, liberdade, justiça e igualdade.
Mais de uma dezena de autores da banda desenhada internacional estão confirmados nesta edição sendo de destacar a presença de prestigiados criadores que, durante o Festival, vão lançar as edições portuguesas das suas obras: a sul-coreana Keum Suk Gendry-Kim (Grass), a holandesa Aimée de Jongh (adaptação para BD do clássico de Wiliam Goulding, Lord of the Flies), o francês Mathieu Sapin (Edgar), o brasileiro Marcelo D’Salete (Mukanda Tiodora), Christian Lax (A Universidade das Cabras) e Mikäel (continuação da série Giant).
Alex Maleev e Joe Rubinstein marcam também presença no Amadora BD’24, estando as suas obras patentes na exposição dedicada ao herói da Marvel Comics, Daredevil (Demolidor).
Nascida da pena e do talento do desenhador argentino Quino, Mafalda – a menina que detesta sopa, adora os Beatles e que quando crescer quer ser intérprete da ONU – festeja este ano o seu 60º aniversário. Na mostra, patente no Núcleo Central, os visitantes ingressam no universo de Mafalda e ficam a conhecer a sua vida em Buenos Aires que, partilhada com amigos e família, é marcada por eventos históricos como a guerra do Vietname, conflitos no Médio Oriente, ditaduras militares e a chegada do homem à Lua. 60 anos depois, e apesar das inúmeras mudanças, o mundo continua ‘doente’ e a personagem apresenta-se imprescindível para o tratar e lhe medir a febre.
Um acidente bizarro com produtos radioactivos deixou o jovem Matt Murdock cego, dotando-o, porém, de uma audição sobre-humana e de um sentido peculiar de radar direcional. Nado e criado nas ruas sujas e impiedosas da Hell's Kitchen de Nova Iorque, viu, ainda adolescente, o seu pai pugilista ser assassinado pelas máfias das apostas ilegais. Imbuído por um sentimento misto de vingança e justiça, Murdock formou-se em Direito e aprendeu artes-marciais com um Mestre japonês de um culto ancestral. Desde então, durante o dia, exerce como advogado a justiça pela lei; à noite, fá-lo pela força, como o vigilante mascarado que o mundo veio a conhecer como Demolidor. Alex Maleev e Joe Rubinstein são os desenhadores internacionais convidados, numa exposição comissariada pelo colecionador norte-americano Lawrence Klein e por Mário Freitas.
Estamos no século XX, nas décadas de 60 / 70, numa popular vila costeira onde se vive os últimos dias da velha rede de elétricos. Um cavalheiro de meia-idade, entusiasta desses pitorescos veículos, aproveita as férias para registar esses derradeiros momentos, desencadeando com isso uma mirabolante sucessão de peripécias. Melhor Obra de Autor Português nos Prémios de Banda Desenhada da Amadora em 2023, ‘Elviro’ foi concebido nos dias sombrios da pandemia, evocando por isso ambientes bem mais soalheiros e luminosos, à beira-mar e com um leve toque de comédia picante. A história cumpre também o desejo do seu autor em prestar um singelo tributo aos congéneres do protagonista, entusiastas aos quais devemos hoje muito do conhecimento de como se viajava outrora nas nossas cidades e vilas.
Naruto – uma criação de Masashi Kishimoto – foi primeiro lançado em manga em 1999 e mais tarde adaptado a anime, em 2002. Em 2014, e após 700 capítulos em 72 volumes, o manga termina seguido do final do anime, em 2017, após a publicação de 720 episódios. A história conta o longo percurso de Naruto, um menino que cresce na Vila Oculta sob as Folhas, com a Raposa das Nove Caudas dentro de si. Temido por todos na Vila por causa desse monstro, Naruto enfrenta inúmeras dificuldades e apesar da falta de talento, sonha tornar-se o Hokage (o ninja mais poderoso da vila). Com determinação, supera obstáculos, cria laços de amizade profundos e inspira todos à sua volta com a sua perseverança na luta pelos seus sonhos e na proteção das pessoas que ama.
O autor franco canadiano Mikäel marca presença na 35ª edição do Amadora BD acompanhando a sua exposição dedicada à ‘Trilogia de Nova Iorque’ (Giant, Bootblack e Harlem) que nos leva aos mais profundos bairros desta grande cidade em permanente e eterna construção. É aí que se desenrolam as pequenas histórias de vida dos imigrantes das mais variadas nacionalidades que tanto motivam este autor. Alguns deles - como Giant (o gigantesco imigrante irlandês que luta contra o passado enquanto ajuda a construir os grandes arranha-céus do novo mundo) ou Al (o jovem engraxador de sapatos protagonista de Bootblack) – permanecerão no anonimato, outros (como Stéphanie St. Clair e Quennie) continuarão a povoar o nosso imaginário contribuindo, todos eles, com as suas histórias humanas, para a imagem de brilho, de fascínio e simultaneamente de sombra que nos ocorre quando, ainda hoje, mencionamos esse mito que dá pelo nome de Nova Iorque.
2024 é um ano muito especial: o 25 de Abril comemora 50 anos e a Mafalda 60. A Mafalda, que contemplava o globo preocupada com o destino da humanidade, ensinou a autora a encarar o mundo com ironia e humor. O 25 de Abril ofereceu-lhe a liberdade de exercer ironia e humor sem receio de represálias: a liberdade de expressão. Assim vai o Mundo, Cristina!, título humildemente emprestado da Mafalda, é uma exposição de cartoons que retrata esse Mundo e os eternos problemas que afligem a humanidade.
A caminho dos 80 anos, a história do Jornal A Bola representa, desde o seu início, um dos mais importantes portefólios de conteúdos ilustrados para a imprensa, entre desenhos, cartoons, tiras humorísticas e bandas desenhadas, nem sempre com mensagens exclusivamente desportivas. Estes originais de várias décadas (50, 60, 70, 80), desenhados e pintados à mão por artistas como Luís Afonso, Pargana, Stuart Carvalhais ou Rui Pimentel, encontram-se preservados no arquivo deste Jornal e são, agora, apresentados pela primeira vez ao grande público numa exposição que estará patente nesta 35.ª edição do Amadora BD.
Numa época em que assistimos ao ressurgimento de um discurso menorizador do papel da mulher na sociedade, somos convidados a viajar até ao Portugal do início dos anos 70, através das histórias ficcionadas de 25 Mulheres. Nelas, espelham-se as contradições da condição feminina, com as quais ainda nos debatemos hoje, meio século depois. O que mudou? Como mudou? Como nos víamos na altura? Como nos vemos agora? Questões que nos desafiam ao aprofundamento das raízes históricas de cada narrativa, bem como à indagação do significado contemporâneo de ser mulher.
Mathieu Sapin decidiu contar-nos a história do seu sogro. Entre o Portugal do Estado Novo e a realidade francesa para a qual foge nessa altura, este é o percurso de uma figura complexa, envolvida em mil e uma peripécias - e algumas delas podem estar longe da verdade. Seguindo os passos de Edgar, o autor faz um périplo pelos lugares, as emoções, as contradições de uma vida cheia de proezas, mas também de feridas por sarar. Esta exposição mergulha-nos na investigação de Sapin e no retrato minucioso que soube fazer de um povo e da sua história, através da vida de um homem comum com mais de setenta anos. ‘Edgar’ é uma ode a todos os desconhecidos que têm uma história que pode trazer algo mais à memória de um país. Talvez, no fim de contas, nem importe tanto o que realmente aconteceu.
A Universidade das Cabras leva-nos numa viagem do século XVIII aos nossos dias, passando pelos Alpes, Estados Unidos e Afeganistão.
Épocas, realidades e protagonistas diferentes, mas que nos mostram o objetivo comum de lutar contra o analfabetismo e o obscurantismo, porque a educação é, sem dúvida, a arma mais poderosa para mudar o mundo.
Com desenhos magníficos e suaves, Christian Lax (que acompanha a sua exposição na 35ª edição do Amadora BD) conta-nos uma bela história, dura e violenta, que também é simultaneamente sobre a generosidade e o amor.
Quilombo, herança e resistências é uma retrospetiva da obra em banda desenhada de Marcelo D'Salete, que este ano visita o Amadora BD acompanhando a sua exposição. De Noite Luz, publicado em 2008, a Mukanda Tiodora, de 2023 (e com edição portuguesa anunciada para breve), os livros do autor brasileiro têm explorado temas como a resistência à escravidão no Brasil, o colonialismo, o racismo estrutural e a relação do presente com o passado.
Entre Camões e Pessoa: uma coleção
35ª edição do Amadora BD
Dedicada ao tema ‘Humanidade’, a 35ª edição do Amadora BD celebra os 50 anos do 25 de abril reunindo em 4 espaços da cidade da Amadora, 15 exposições que exaltam os valores da democracia, liberdade, justiça e igualdade:
NÚCLEO CENTRAL: Parque da Liberdade (antigo Ski Skate Park)
Para além da zona comercial (de 950 m2) – que contará com a presença de várias editoras e que será palco de inúmeros lançamentos, sessões de autógrafos, apresentações e palestras – e da gaming arena (250 m2) – onde se realizarão inúmeras iniciativas com personagens do mundo da BD – o Núcleo Central acolhe a área expositiva (de 950 m2) – onde vão estar patentes 10 exposições de autores nacionais e internacionais e 1 exposição extra no corredor central desta nave: Mafalda, Uma Inconformista de 60 anos, O Mundo de Elviro – Paulo J. Mendes, Universidade das Cabras – Christian Lax, Migkael - Trilogia de Nova Iorque, 25 Anos Naruto: O Caminho do Ninja, Quilombo, Herança e Resistências – Marcelo D’Salete, 60 Anos de Daredevil, Elevada Nota Artística – 80 anos de Cartoons n’A Bola, Edgar – Mathieu Sapin, Entre Camões e Pessoa: uma coleção
A GALERIA MUNICIPAL ARTUR BUAL vai receber duas exposições individuais: O Plural de Abril em Nuno Saraiva – Nuno Saraiva e Assim vai o Mundo, Cristina! – Cristina Sampaio
A BEDETECA DA AMADORA – BIBLIOTECA FERNANDO PITEIRA SANTOS vai receber a exposição 25 Mulheres – Raquel Costa.
A CASA ROQUE GAMEIRO vai receber a exposição (Re)conhecer Guida Ottolini (1915-1992): uma Ilustradora da ‘Tribo dos Pincéis’
AMADORA BD 2024
17 a 27 de outubro de 2024
Horário: de 2ª a 5ª das 10h às 20h | 6ª, sábado e domingo das 10h às 21h
Parque da Liberdade (Antigo Ski Skate Amadora Park) | Galeria Municipal Artur Bual | Bedeteca da Amadora | Casa Roque Gameiro
Excelente iniciativa!!!
ResponderEliminarA Levoir já tinha anunciado mais alguns autores que não constam nesta lista: https://www.facebook.com/photo?fbid=847897527319718&set=a.847898177319653
https://scontent.flis6-1.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/459090117_845803427529128_3374955838957427214_n.jpg?stp=cp6_dst-jpg&_nc_cat=107&ccb=1-7&_nc_sid=833d8c&_nc_ohc=nLrDoOUbB20Q7kNvgGg-xGy&_nc_ht=scontent.flis6-1.fna&_nc_gid=AFy5voA8O1pDqvT2e_DwahQ&oh=00_AYDOnlE3cfK7LT4zL3GUWnhPGaYyFlAW-YGDGFbJBAyp8A&oe=66F090AB
Sim, e ainda são esperados outros autores - por exemplo d' A Seita - mas ainda não foram confirmados pela Organização.
EliminarWOW..o Alex Maleev vai à Amadora. 😲
ResponderEliminarAinda se mantém o sistema de senhas para os autógrafos?
Sim, julgo que o sistema de senhas para os autógrafos será o mesmo.
EliminarNa minha opinião devia ser um sistema como nos bares de strip na cabine solitária com o artista, mediante uma generosa gorgeta.
ResponderEliminarEheheheh! :D
EliminarSim, mais um Amadora BD em local sem acessos decentes para transportes públicos, sem locais de estacionamento, sem sinalização adequada, sem recinto condigno, sem identificação de local apelativa e visualmente marcante e, este ano, com cartaz e imagem gráfica particulamente infelizes. Valha-nos alguns autores presentes... Por falar em autores, onde estão Riad Sattouf, Manu Larcenet, Christophe Blain, etc etc?
ResponderEliminarNão tenho uma visão assim tão negativa do evento. O estacionamento nunca foi, pelo menos para mim, um problema neste novo espaço. A sinalização melhorou muito no ano passado. E a imagem deste ano é, para os meus gostos, muito mais bonita do que a do ano passado. Concordo, no entanto, que ainda é necessário dotar o espaço com um novo pavilhão construído de raiz, ao invés de uma tenda.
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