segunda-feira, 31 de março de 2025

Análise: Hoka Hey!

Hoka Hey!, de Neyef - ASA - LeYa


Hoka Hey!, de Neyef - ASA - LeYa
Hoka Hey!, de Neyef

Estão a ver aqueles filmes que arrancam com uma cena tão marcante e angustiante que pautam a força de todo esse filme? Há vários exemplos, mas enquanto vos escrevo vem-me à cabeça a cena inicial de Inglorious Basterds, de Quentin Tarantino. Essa cena inaugural é tão marcante que funcionaria como uma curta metragem impactante per se, mesmo que também sirva como um cartão de boas-vindas ao que nos espera no restante filme. Ora, Hoka Hey!, de Neyef, que a editora ASA acaba de publicar, arranca com uma dessas cenas fantásticas que, carregada de tensão, gera no leitor uma sensação de mau estar que não cessa de nos acompanhar ao longo da leitura deste espesso livro do género western

Confesso-vos que tinha muita curiosidade em ler este livro e já antes do mesmo por cá ter sido anunciado, eu já andava a namoriscar a versão estrangeira. Felizmente, a ASA assegurou a obra para o mercado nacional, o que revela mais uma boa escolha da editora portuguesa que, diga-se com justiça, nos últimos tempos se tem pautado por isso mesmo: por boas escolhas na seleção de obras estrangeiras a publicar.

Hoka Hey! é uma obra absolutamente fantástica, que encanta desde a primeira página e transporta o leitor para uma narrativa intensa e visualmente deslumbrante. Trata-se de uma banda desenhada que combina de forma magistral a força da sua história com uma estética impressionante, resultando numa experiência imersiva e emocionante com o forte potencial de, no final de 2025, marcar presença junto do conjunto de melhores BDs lançadas por cá.

A história bem que poderia ser a de um road movie, já que acompanhamos quatro personagens por uma longa caminhada pela América profunda do faroeste. O protagonista é Georges, um jovem rapaz que sendo um nativo Lakota, acaba por ser educado à "boa" maneira branca e católica. Na época era, aliás, uma prática comum já que, desde de 1985, havia um grande número de nativos americanos que eram internados em orfanatos para aí assimilarem os valores que lhe eram transmitidos pela cultura dominante e colonizadora. Como conclusão dessa prática, e não só, em 1900 já a população nativa da América do Norte tinha diminuído 93%. Não apenas por causa destes internamentos, mas também pelas novas doenças que os colonos trouxeram para o país, de extermínios subsidiados pelo Estado ou durante as deportações.

Hoka Hey!, de Neyef - ASA - LeYa
Ao longo dos anos de infância, as crianças costumam revelar-se "esponjas" que absorvem rapidamente os valores que lhes são ensinados. E também Georges, havia esquecido a sua cultura original. No entanto, essas raízes profundas, mesmo que esquecidas, podem ser rapidamente readquiridas. E os súbitos acontecimentos logo no começo do livro - a tal cena inicial épica que mencionei mais acima - arrancam, de um momento para o outro, Georges da "vida de branco" que o mesmo havia experienciado até então. Tudo porque se cruza com outro nativo, Little Knife, e mais dois outros membros do seu pequeno bando que acabam por levar Georges consigo. Esta é uma viagem a cavalo pelas paisagens lindas da América do Norte, mas é muito mais do que isso. É também uma viagem ao âmago de Georges e daqueles que o acompanham.

A trama de Hoka Hey! é cativante e bem construída, abordando temas profundos e universais com sensibilidade e inteligência. A narrativa desenrola-se de maneira muito natural, sem pressa, permitindo que os acontecimentos se desenvolvam organicamente e que os leitores criem uma conexão genuína com todas as personagens. Essa abordagem contribui para a imersão na história e reforça o seu impacto emocional. É bem provável que, finda a leitura, haja uma vontade do leitor em recomeçar a leitura do livro.

E para essa sensação também contribui o facto de os personagens serem outro dos muitos pontos altos da obra. Bem caracterizadas e com profundidade psicológica, as quatro personagens que fazem esta viagem transcendem os arquétipos comuns e tornam-se figuras credíveis e fascinantes. Neyef constrói personagens com nuances e camadas - mesmo as mais secundárias - tornando as suas motivações e os seus dilemas extremamente envolventes. Isso faz com que o leitor se importe verdadeiramente com os seus destinos e acompanhe a trama com grande interesse.

Se a história é boa e madura, os desenhos de Neyef são um espetáculo à parte. O traço do artista é gracioso e moderno, demonstrando uma clara influência de diferentes tradições da banda desenhada, desde a escola franco-belga até ao mangá ou aos comics americanos. Se olharmos com atenção, todas essas influências estão bem presentes neste livro. E, claro, essa fusão de estilos confere à obra uma identidade visual única e dinâmica, que se reflete tanto nas personagens quanto nos cenários, sempre expressivos e cheios de vida.

Além da qualidade do traço, as cores utilizadas em Hoka Hey! são simplesmente deslumbrantes! Neyef faz um uso magistral da paleta cromática, alternando tons vibrantes e sóbrios para criar atmosferas impactantes e carregar ainda mais emoção em cada cena. Vê-se que o autor se faz valer de algumas opções digitais, mas fá-lo sempre com o cuidado de não deixar a obra estilizada de mais. O jogo de luz e sombra e a variação de tons ajudam a construir um ambiente visualmente arrebatador, contribuindo para o tom cinematográfico da história.

E essa sensação de cinema não está presente apenas na estética, mas também no ritmo narrativo. A história possui um excelente pace, equilibrando momentos de ação intensa e bastante violência gráfica com passagens mais introspectivas e emocionais. A fluidez com que as vinhetas se sucedem e a forma como Neyef usa a planificação para guiar o olhar do leitor, fazem com que a leitura seja envolvente e dinâmica, como se estivéssemos a assistir a um filme.

Hoka Hey!, de Neyef - ASA - LeYa
A ambientação da história também merece destaque. Cada cenário contribui para a construção da atmosfera e para a imersão na trama, transportando o leitor para dentro da ação. E a maneira como Neyef representa os espaços e a geografia da narrativa demonstra um cuidado minucioso com os detalhes, criando um mundo palpável e rico em texturas. 

Falando em detalhes, não posso - mesmo que em contraciclo - deixar de referir a presença de algumas falhas de continuidade nos desenhos de Neyef que me deixarem perplexo, tendo em conta a qualidade de tudo o resto. Falho de alguns erros de raccord que me parecem de principiante como, por exemplo, numa só página vermos a personagem a sacar da arma com a mão esquerda, a disparar com essa mesma mão, mas depois a arrumá-la com a mão direita no seu coldre que passou como por magia para o lado direito(!). Infelizmente, este tipo de erros não acontece uma só vez. Acontece em vários casos. Por vezes, até sou benevolente com este tipo de coisas, mas tendo em conta a qualidade de topo desta obra, não posso deixar de referi-los. Até porque me parece incrível que ninguém o tenha feito junto do autor ou em textos críticos já depois da obra publicada.

Mas pondo de parte esta questão mais negativa e voltando à imensa quantidade de coisas bem feitas neste Hoka Hey!, outro ponto que contribui para a excelência da obra é a forma como Neyef trabalha o simbolismo e a carga emocional nas suas ilustrações. Pequenos gestos, expressões e enquadramentos são utilizados com maestria para transmitir sentimentos e significados sem a necessidade de palavras, reforçando a potência visual da narrativa e tornando-a ainda mais impactante.

Quanto à edição da ASA, a editora presenteia-nos com um bom trabalho. A capa do livro é dura e baça, com bom papel baço no interior e com um bom trabalho ao nível da encadernação e da impressão. Confesso que teria apreciado que houvesse um caderno de extras, com esboços ou informações adicionais sobre a obra, mas isso também não é causa para achar que não estamos perante um bom trabalho de edição. 

Em suma, Hoka Hey! é absolutamente obrigatório (até mesmo para quem não tem o hábito de ler western) e um daqueles livros que deixam uma marca duradoura em quem os lê. Com desenhos belíssimos, cores vibrantes, uma história cinematográfica e personagens memoráveis, Neyef entrega uma obra-prima da banda desenhada contemporânea, que merece ser apreciada e revisitada inúmeras vezes.


NOTA FINAL (1/10):
9.7



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Hoka Hey!, de Neyef - ASA - LeYa

Ficha técnica
Hoka Hey!
Autor: Neyef
Editora: ASA
Páginas: 224, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 319 x 240 mm
Lançamento: Março de 2025

Análise: Peanuts - Volta, Snoopy!

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House
Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz

Volta, Snoopy! marca o regresso de uma das mais célebres séries de tiras humorísticas às livrarias portuguesas: a série Peanuts que, para além de Snoopy, conta com um vasto conjunto de personagens famosas, como Charlie Brown, por exemplo, que marcaram várias gerações desde o seu lançamento. A obra volta agora pelas mãos da editora Iguana que, à semelhança daquilo que já fez com Mafalda, de Quino, volta a apostar num clássico. Há, pois, obras que merecem estar sempre disponíveis e Peanuts é uma delas.

Este livro reúne tiras que, originalmente publicadas em jornais entre os anos de 1962 e 1965, retratam as aventuras e desventuras de Snoopy, o carismático beagle, e do seu dono, Charlie Brown. À boa maneira do trabalho executado na plena de longevidade série Peanuts, o autor Charles Schulz utiliza o humor e a sensibilidade para abordar temas universais como a amizade, a solidão, o fracasso, a perseverança e muitos outros temas mundanos.

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House
Podemos considerar que, entre histórias, há uma narrativa conjunta, embora as tiras que nos são dadas sejam independentes entre si, o que faz com que este seja um livro apetecível para abrir de forma aleatória e descobrir um gag que nos surpreende e nos deixa com um sorriso na face. Por outro lado, isso também gera uma certa desconexão entre histórias, fazendo com que, naturalmente, algumas piadas funcionem melhor do que outras ou que a envolvência entre o que é retratado numa história e o próprio leitor vá variando em impacto. 

Cada breve história é constituída por quatro vinhetas que nos oferecem diálogos afiados e expressões marcantes, mantendo a leveza e o humor típicos da série. Além disso, há uma notável economia de palavras e desenhos, algo que reforça a genialidade do autor ao transmitir emoções profundas com traços simples.

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House
Um dos aspectos mais cativantes deste livro é a personalidade multifacetada de Snoopy. Este simpático cão tem uma imagem de si mesmo como um aventureiro destemido, mas, ao mesmo tempo, não esconde a sua afeição pelo conforto do seu lar e dos seus amigos. "Cão que ladra, não morde". A dualidade entre independência e apego emocional é, pois, um dos pontos centrais do livro e ressoa com leitores de todas as idades, pois reflete dilemas humanos comuns.

Outro ponto de destaque é a forma como Schulz equilibra melancolia e humor. Apesar de o livro tratar de temas como solidão e rejeição, a abordagem nunca se torna excessivamente pesada. O autor consegue arrancar risos e, ao mesmo tempo, provocar reflexões subtis sobre o significado de pertença e amizade.

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House
E embora Charlie Brown, Lucy, Linus, Schroeder e Woodstock também façam a sua aparição neste Volta, Snoopy!, o mesmo assume-se como especialmente dedicado à personagem de Snoopy. Coisa que, a meu ver, neste regresso da obra, faz todo o sentido, pois nenhuma personagem da série é mais popular do que Snoopy - nem mesmo Charlie Brown.

Reconheço que, como ponto menos positivo, há uma certa previsibilidade nas histórias. Razão pela qual a leitura conjunta do livro, de uma ponta à outra, se possa tornar repetitiva, concedo. Mesmo assim, o brilho de muitas histórias mantém-se intacto passados tantos anos, o que atesta a qualidade do material.

Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House
A edição da Iguana é em capa mole com badanas, com bom papel, impressão e encadernação. Nota positiva para o facto da editora portuguesa estar a aproveitar (e a capitalizar) uma lacuna no nosso mercado recente de banda desenhada que é - ou, melhor dizendo, era - a das tiras humorísticas. Tirando as constantes reimpressões de Calvin & Hobbes que a Gradiva vai fazendo, não estavam a sair muitas obras de tiras humorísticas em Portugal. E em pouco mais de um ano, a Iguana assegurou que quer Mafalda, quer Peanuts, voltam a estar presentes nas livrarias portuguesas.

Concluindo, Volta, Snoopy! é uma leitura encantadora com o potencial de, nos tempos correntes, conseguir chegar a leitores de todas as idades. Através do estilo simples e inteligente de Schulz, a obra capta bem a essência das personagens e a beleza das pequenas coisas da vida. É um convite aos novos leitores, por um lado, e, para os fãs antigos de Peanuts, é um livro que oferece uma experiência nostálgica e, ao mesmo tempo, atemporal, reafirmando o legado duradouro de Charles Schulz na literatura e na cultura popular.


NOTA FINAL (1/10):
7.5



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020




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Peanuts - Volta, Snoopy!, de Charles M. Schulz - Iguana - Penguin Random House

Ficha técnica
Peanuts - Volta, Snoopy!
Autor: Charles M. Schulz
Editora: Iguana
Páginas: 136, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 200 x 220 mm
Lançamento: Março de 2025

ASA vai lançar novo volume de "As Águias de Roma", de Marini!



Ainda não passou muito tempo desde que a ASA lançou o sexto tomo da série As Águias de Roma, de Enrico Marini, mas a editora portuguesa já fez saber que, durante o próximo mês de Maio, lançará aquele que é o sétimo volume da série ambientada na Roma Antiga.

Com o lançamento deste álbum, a ASA igualará o número de volumes da edição original, o que é uma boa notícia para os leitores portugueses.

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora e deverá chegar às livrarias no próximo dia 6 de Maio.

Por agora, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens da versão francesa.

As Águias de Roma - Livro VII, de Enrico Marini

Após retomar o controlo das legiões rebeldes do norte, Germânico organiza uma campanha militar contra a população germânica. 

Em 14 D.C., o possível sucessor de imperador Tibério atravessa o reno, liderando oito legiões, para se vingar da derrota de varo e para recuperar as três águias perdidas. 

Apesar da sua gloriosa vitória sobre os romanos, Armínio tem, uma vez mais, dificuldade com os diferentes clãs da Germânia, para resistir a esta nova invasão romana, mas sabe que o inimigo regressou em força e que está mais determinado do que nunca.

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Ficha técnica
As Águias de Roma - Livro VII
Autor: Enrico Marini
Editora: ASA
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 317 x 239 mm
PVP: 16,50€

sexta-feira, 28 de março de 2025

Análise: Nellie Bly - A História de uma Pioneira

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir
Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel

O mais recente livro lançado pela Levoir ainda durante o mês de Março - e, também, a propósito da celebração das Mulheres devido ao Dia Internacional da Mulher - que dá pelo nome de Nellie Bly - A História de uma Pioneira, foi um autêntico tiro certeiro da editora portuguesa, já que a história biográfica de Nellie Bly é muito interessante, valendo muito a pena conhecer, e as ilustrações fazem do livro uma obra bela e singular. Fiquei muito bem impressionado com a aposta e até faço votos para que a Levoir volte a este pendor mais demarcadamente franco-belga!

A autoria da obra é de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel, ambas francesas, e procura retratar a vida e as realizações de Nellie Bly, uma das primeiras jornalistas de investigação e uma figura emblemática do feminismo no final do século XIX. Nunca tinham ouvido falar de Nellie Bly? Pois, lamentavelmente, eu também não! Agora que li o livro, lamento a minha ignorância que, certamente, será partilhada por muitos. E isso leva-me, logo à partida, a achar que estas obras são relevantes, para assinalar os feitos de tantas Mulheres que ousaram singrar e desafiar as convenções e o papel social que lhes era atribuído, embora a História não lhes tenha reservado um lugar de muito destaque.

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir
Como referia acima, Nellie Bly, ou Elizabeth Cochran Seaman, já que "Nellie Bly" era apenas um pseudónimo, foi uma jornalista, escritora e inventora norte-americana, pioneira do jornalismo de investigação. Ficou especialmente famosa por uma reportagem em que se infiltrou num hospital psiquiátrico - fingindo, portanto, ser louca - para, dessa forma, poder expor os abusos sofridos pelas pacientes. Além disso, também ganhou notoriedade por, inspirada pelo romance A Volta do Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne, fazer uma viagem à volta do mundo em 72 dias. Cobriu ainda a I Guerra Mundial a partir da Europa. Mas é nessa sua estadia enquanto paciente do hospital psiquiátrico de Blackwell's Island que este livro mais se baseia.

Não só, mas principalmente, visto que a obra também explora a juventude de Nellie Bly e a sua caminhada até se tornar na mulher forte e sagaz que é. Esta dualidade narrativa, funciona muito bem para dar um ritmo envolvente ao relato, mantendo o leitor interessado ao revelar gradualmente os eventos que moldaram a jornalista, enquanto permite que o relato "respire" melhor.​

A investigação de Nellie Bly no asilo é apresentada de forma detalhada e impactante. A obra expõe as condições desumanas e os abusos sofridos pelas mulheres internadas, muitas vezes sem qualquer justificação válida, ressaltando a crítica social presente no trabalho original de Bly, e levando-nos, claro, a uma abordagem ao contexto social e cultural do período, em que são destacadas as limitações impostas às mulheres e os desafios enfrentados por aquelas que ousavam questionar o status quo. Torna-se, pois, um livro pesado no tema, que nos faz engolir em seco várias vezes, tal não é a violência psicológica exercida pelos responsáveis desta instituição psiquiátrica. A determinação de Nellie Bly, contudo, é inabalável e a forma como esta mulher ousou desafiar essas normas é evidenciada ao longo da obra.​ O trabalho efetuado pela protagonista chegou mesmo a ter consequências sociais e políticas na época, levando a que o estado de Nova Iorque implementasse uma lei para melhoramento dos hospitais psiquiátricos. Com este ato corajoso e ousado, cimentou o seu legado como uma das mais notáveis jornalistas da história.

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir
Além da qualidade artística, a história de Nellie Bly - A História de uma Pioneira é extremamente interessante e muito bem construída. A maneira como os eventos são apresentados, alternando momentos de tensão, descoberta e triunfo, mantém um ritmo envolvente e prende a atenção do leitor do início ao fim. Gostei também da forma como o livro não tenta ser demasiadamente factual e/ou burocrático - neste tipo de obras é algo que, infelizmente, acontece muitas vezes. Ao invés, a história é-nos servida com um belo ritmo, quase cinematográfico, alternando entre flashbacks e momentos de quase fantasia dramática em que os fantasmas dos dramas vividos pelas mulheres naquele asilo rodeiam as personagens. Por todos este motivos, não é apenas uma leitura informativa... é, também, uma leitura emocionante.

As ilustrações de Carole Maurel - autora de quem falei há poucos dias devido ao seu igualmente excelente trabalho em Bobigny 1972 - contribuem significativamente para fazer deste livro uma bela obra de banda desenhada. Com um estilo clássico e elegante, embora moderno, e bastante europeu na abordagem, as imagens em tons quentes para o passado da protagonista e em tons frios para a sua estadia no hospital psiquiátrico captam a essência da época e do espaço, enquanto enfatizam as emoções das personagens, enriquecendo a experiência de leitura em momentos que acabam por ficar na nossa retina.​

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir
As ilustrações de Carole Maurel são, por isso, um dos grandes destaques da obra. Os desenhos possuem uma beleza singular, criando uma atmosfera envolvente que transporta o leitor para o final do século XIX. A expressividade das personagens é notável, transmitindo emoções de maneira marcante e reforçando o impacto dos momentos mais dramáticos da história. Cada cena é cuidadosamente composta, tornando a experiência visual tão poderosa quanto a narrativa. Gostei especialmente da maneira como os fantasmas/espíritos são introduzidos na componente visual da obra, tornando-a muito mais densa e séria. Se esta é uma banda desenhada cujos desenhos podem parecer "leves" e simpáticos, não deixa de ser verdade que também há partes sombrias, que tornam a experiência mais adulta.  Ao fim de dois belíssimos livros, tenho que admitir que já sou fã de Carole Maurel.

Outra das coisas bem conseguidas nesta obra é o belo trabalho de edição da Levoir. O livro pode parecer ter as características habituais da coleção de novelas gráficas da editora, mas verifica-se um trabalho mais aprimorado que, logicamente, bonifica a qualidade do objeto-livro. A capa é dura e baça e o papel baço é de boa qualidade. Como também o é o trabalho de impressão e encadernação. No final do livro, no generoso caderno de extras, com 13 páginas adicionais, são-nos oferecidas ainda duas entrevistas com as autoras que nos permitem aprofundar o seu processo criativo, ao mesmo tempo que nos são mostrados belos esboços de Carole Maurel. E tudo apresentado com um belo grafismo.

Em suma, Nellie Bly - A História de uma Pioneira é um excelente cartão de visita para os novos lançamentos da Levoir, assumindo-se como uma leitura enriquecedora que combina narrativa envolvente e arte expressiva para contar a história de uma mulher extraordinária que desafiou as convenções da sua época e deixou um legado duradouro no jornalismo e na luta pelos direitos das mulheres. Excelente aposta!


NOTA FINAL (1/10):
9.5



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Nellie Bly - A História de uma Pioneira, de Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel - Levoir

Ficha técnica
Nellie Bly - A História de uma Pioneira
Autoras: Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel
Editora: Levoir
Páginas: 184, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 195 X 270mm
Lançamento: Março de 2025

ASA prepara-se para lançar "O Ditador e o Dragão de Musgo"!


O início do ano para a editora ASA, no que ao lançamento de banda desenhada diz respeito, está mesmo a ser retumbante!

A par da editora Devir - que está igualmente com um grande fluxo de edições de banda desenhada - a ASA parece estar a todo o vapor.

Neste mês em que ainda estão a chegar às livrarias obras como Hoka Hey!, Michel Vaillant - Corridas Lendárias, Borboleta e A Detective Russa, a editora já fez saber quais serão as novidades para o próximo mês de Abril.

Os leitores podem, portanto, esperar obras como As Águias de Roma VII, Airbone 44, Alguém Com Quem Falar (de Panaccione, autor de Um Oceano de Amor) e este O Ditador e o Dragão de Musgo, dos autores Fabien Tillon e Fréwé, que desconheço totalmente.
Mesmo assim, uma rápida pesquisa na internet permite que verifiquemos que esta é uma obra originalmente lançada no ano passado - e, portanto, bastante atual - e que recebeu uma boa aceitação por parte de crítica e público, talvez devido à sua história que, mesmo parecendo mirabolante, é verdadeira.

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora e deverá chegar às livrarias a partir do próximo dia 15 de Abril.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da versão francesa.


O Ditador e o Dragão de Musgo, de Fabien Tillon e Fréwé

Hong-Kong, 1978. 

O realizador e produtor Shin Sang-Ok – estrela da Coreia do Sul – anda à procura da sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, desaparecida há várias semanas. Até que acaba por ser, também ele, raptado.

Tal como muitos outros artistas japoneses, chineses ou coreanos antes dele, foi levado para servir a Coreia do Norte. A sua missão: realizar, em nome da ditadura, filmes que marcarão a história do cinema de Pyongyang.

Com base numa história incrível, mas verdadeira, os autores concebem um thriller cativante que é, simultaneamente, uma homenagem ao cinema asiático dos anos 70.

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Ficha técnica
O Ditador e o Dragão de Musgo
Autores: Fabien Tillon e Fréwé
Editora: ASA
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 291 x 210 mm
PVP: 24,90€

quinta-feira, 27 de março de 2025

Passatempo Especial VINHETAS D'OURO 2024!



A próxima Gala dos VINHETAS D'OURO 2024, os Prémios da Banda Desenhada da Crítica Portuguesa, acontece na próxima segunda-feira, dia 31 de Março, às 22h00, no seguinte link.

A esse propósito o Vinheta 2020 lança um passatempo que oferecerá um belo prémio, no valor de mais de 200€ em banda desenhada, a quem acertar em quem serão os vencedores dos VINHETAS D'OURO 2024.

Portanto, o desafio mantém-se:


CONSEGUES ADIVINHAR QUEM SERÃO OS VENCEDORES DE CADA CATEGORIA?


A primeira pessoa que acerte quem são os vencedores de cada categoria dos VINHETAS D'OURO 2024 recebe um fantástico prémio, composto por 11 livros de banda desenhada, avaliada em 210,64€!


Os livros que compõem o prémio são:

1) Blake e Mortimer - Assinado "Olrik"
2) Clube das Princesas Amaldiçoadas #2
3) Ilíada Vol. 1 (de 3) - O Pomo de Discórdia
4) Ilíada Vol. 2 (de 3) - A Guerra dos Deuses
5) Ilíada Vol. 3 (de 3) - A Queda de Troia
6) Napoleão - Volume 1 (de 3)
7) Napoleão - Volume 2 (de 3)
8) Napoleão - Volume 3 (de 3)
9) Tintin no País dos Sovietes
10) UnOrdinary #1
11) UnOrdinary #2


Um passatempo que é apoiado pelas editoras ASA e Gradiva


A forma de participação é simples. Confere abaixo.



REGRAS DE PARTICIPAÇÃO


- Escreve nos comentários deste artigo os teus palpites sobre quem serão os vencedores dos VINHETAS D'OURO 2024 para cada uma das catorze categorias a concurso.




VENCEDOR


- A primeira pessoa a adivinhar corretamente quem são os vencedores dos VINHETAS D'OURO ganha o cabaz de livros anunciado. Se ninguém acertar em todos os vencedores, será escolhido o participante cujo palpite mais se aproximou do resultado final. Em caso de empate entre palpites, o modo de desempate é consoante a data de participação. Portanto, não percas mais tempo e escreve o teu palpite abaixo.

Só são válidas as participações nos comentários do blog. Comentários nas redes sociais não serão contabilizados.


Válido para Portugal Continental.


O prazo para participação termina às 21h59 de segunda-feira, dia 31 de Março, e o vencedor será anunciado durante a semana seguinte à transmissão da Gala. É importante que fiquem atentos a esse anúncio, pois só assim o vencedor poderá reclamar o seu prémio.

Portanto, não percas mais tempo e participa!

Boa sorte a todos!




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NOMEADOS PARA OS VINHETAS D’OURO 2024, POR CATEGORIA:


1. Melhor Álbum de Autor Português
Espiga, de Bernardo Majer
Fojo, de Osvaldo Medina
O Atendimento Geral, de Paulo J. Mendes
O Corvo VII – O Despertar dos Esquecidos, de Luís Louro

2. Melhor Argumento Original de Autor Português
Fojo, de Osvaldo Medina
O Atendimento Geral, de Paulo J. Mendes
O Corvo VII – O Despertar dos Esquecidos, de Luís Louro
Sol, de Diogo Carvalho

3. Melhor Argumento Adaptado de Autor Português
A Dama Pé de Cabra, de Manuel Morgado
Carta a El-Rei D. Manuel sobre o Achamento do Brasil, de André Morgado
Farsa de Inês Pereira, de André Morgado
O Crime do Padre Amaro, de André Oliveira

4. Melhor Ilustração de Autor Português
A Dama Pé de Cabra, de Manuel Morgado
Boarding Pass, de Ricardo Santo
Fojo, de Osvaldo Medina
O Corvo VII – O Despertar dos Esquecidos, de Luís Louro

5. Obra Revelação da Banda Desenhada Nacional
Amor, de Filipa Beleza
Last Call, de Gonçalo Fernandes
O Arauto #1, de Ruben Mocho
Paciência é o Meu Nome do Meio, de Inês Fetchónaz

6. Melhor Curta De BD de Autor Português
A Armação, de Daniel Silvestre
A Insubordinação Mais Bela, de Daniel Maia
Deadones , de João Gordinho
There Are Waves in the Cosmos, de Daniel da Silva Lopes

7. Melhor Álbum Estrangeiro
A Estrada, de Manu Larcenet
As Guerras de Lucas, de Renaud Roche e Laurent Hopman
Erva, de Keum Suk Gendry-Kim
Na Cabeça de Sherlock Holmes, de Cyril Lieron e Benoit Dahan

8. Melhor Série de Banda Desenhada
O Árabe do Futuro, de Riad Sattouf
Jonas Fink, de Vittorio Giardino
Spirou - A Esperança Nunca Morre..., de Émile Bravo
Trilogia de Nova Iorque, de Mikaël

9. Melhor Obra de Humor em Banda Desenhada
Gaston #22 - O Regresso de Lagaffe, de Delaf
Lucky Luke - Os Indomados, de Blutch
Lucky Luke - Um Cowboy Sob Pressão, de Achdé e Jul
O Atendimento Geral, de Paulo J. Mendes

10. Melhor Edição de Banda Desenhada
Na Cabeça de Sherlock Holmes, de Cyril Lieron e Benoit Dahan
O Inferno de Dante, de Gaëtan e Paul Brizzi
Shi - Livro 1, de Zidrou e Homs
Thorgal - Adeus Aaricia, de Robin Recht

11. Melhor Reedição de Banda Desenhada
Fábulas das Terras Perdidas - Sioban, de Dufaux e Rosinsky
O Mercenário, de Vicente Segrelles
Toda a Mafalda, de Quino
Verão Índio, de Pratt e Manara

12. Melhor Banda Desenhada Infanto-Juvenil
A Bibliotecária de Auschwitz, de Salva Rubio e Loreto Aroca
A Minha Mamã está na América e encontrou o Buffalo Bill, de Jean Regnaud e Émile Bravo
Nascidas Rebeldes - Miúdas de Punho Erguido, de Vários Autores
O Vento nos Salgueiros, de Michel Plessix

13. Melhor Obra de Estilo Mangá publicada em Portugal
Bairro Distante, de Jiro Taniguchi
Boa Noite, Punpun, de Inio Asano
Monster , de Naoki Urasawa
Sunny, de Taiyo Matsumoto

14. Melhor Loja Portuguesa de Banda Desenhada
BD Mania (Lisboa)
Dr. Kartoon (Coimbra)
Kingpin Books (Lisboa)
Mundo Fantasma (Porto)

Luís Louro recebe prémio histórico!



Definitivamente, o ano 2025 será um ano de celebração e consagração para o autor português Luís Louro!

Depois de, no ano passado, a sua obra mais célebre, O Corvo, ter comemorado 30 anos de existência; depois de ter recebido o Troféu de Honra do Município da Amadora, nos últimos Prémios de Banda Desenhada do Amadora BD; e depois de, já neste ano de 2025, o autor assinalar 40 anos de carreira... surge mais um prémio, mais uma honraria, para Luís Louro!

Falo da Medalha Municipal de Mérito Cultural que o autor agora vê ser-lhe atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa

E tal acontecimento é histórico pois, segundo o que pude apurar, e corrijam-me se estiver equivocado, esta homenagem nunca havia sido dada a um autor de banda desenhada por parte do Munícipio de Lisboa!

Deixo-vos a nota oficial que me chegou sobre este importante feito, enquanto aproveito para dar os parabéns a Luís Louro por toda a carreira ao serviço da banda desenhada que, justamente, é digna de todos os louvores e homenagens!


LUÍS LOURO É AGRACIADO COM A MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

40 anos a desenhar a sua cidade, onde nasceu e cresceu, Luís Louro conseguiu através da Banda Desenhada captar toda a beleza e essência de Lisboa.

Criou o primeiro Herói Lisboeta no activo, O Corvo, cuja missão é proteger a cidade e cujo superpoder é ajudar os outros.

Também recentemente, com O Corvinho, fez chegar a força desse herói aos mais pequenos, encaminhando-os até à magia da cidade.

O seu traço arejado, único e reconhecível, a par do uso de cores vibrantes que também o caracteriza, revela em cada monumento, casa, telhado, janela, rua, ou viela, a luz tão especial que banha a cidade e, principalmente, o seu amor por Lisboa.

Luís Louro e as suas histórias fazem de Lisboa uma cidade ainda maior e dão a Portugal um brilho que vai muito além do papel, marcando na memória de cada um, abarcando até a beleza da fealdade, como fez magistralmente em Alice, Watchers ou Sentinel.

É a primeira vez que a Banda Desenhada é distinguida com esta Insígnia pela cidade de Lisboa, mas não é só Luís Louro que é homenageado, é também a cidade das sete colinas que honra assim a nona arte. 

Sempre Lisboa!

Já há data e hora para "A Gala" dos VINHETAS D'OURO 2024!

 


Trago-vos boas notícias! A Gala dos VINHETAS D'OURO 2024 será transmitida já no início da próxima semana!

Será na próxima segunda-feira à noite, dia 31 de Março, pelas 22h00, que será transmitida a tão esperada Gala

Como habitualmente, poderão esperar uma noite de premiação e celebração da melhor banda desenhada lançada em Portugal durante o ano 2024. Para quem não sabe, as escolhas são feitas por um vasto e alargado conjunto de jurados que é criador de conteúdos sobre banda desenhada. Razão pela qual estes prémios passaram a ser apelidados por Prémios da Banda Desenhada da Crítica Portuguesa.

Este ano, voltamos à transmissão híbrida dos prémios, no Youtube, no Facebook e no Instagram, pois dei-me conta de que há quem prefira ver numa e noutra plataforma. E não queremos que vos falte nada!

Aqui fica o link para o youtube:

Se quiserem acompanhar a Gala diretamente nas Redes Sociais, sigam as páginas do Vinheta 2020 no facebook e/ou no instagram.

Até segunda-feira!



quarta-feira, 26 de março de 2025

ASA prepara-se para lançar Hoka Hey!



Digo-vos já à cabeça que estamos perante um dos lançamentos de BD do ano!

Já tive oportunidade de ler este fantástico livro que a ASA se prepara para lançar, e posso dizer-vos que deve constar na lista de compras de qualquer amante de banda desenhada que se preze. Brevemente poderão ler a minha análise por aqui.

Além disso, interessa dizer-vos que o livro deverá chegar às livrarias no próximo dia 31 de Março e, por agora, já se encontra em pré-venda no site da editora.
  
Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.
Hoka Hey!, de Neyef

Já em 1850, jovens nativos americanos foram internados à força em internatos católicos para assimilá-los na nação americana. Em 1900, a população nativa na América do Norte diminuiu 93%. A maioria morreu de novas doenças importadas pelos colonos, de extermínios subsidiados pelo Estado e durante as deportações.

Georges é um jovem Lakota criado pelo pastor que administra a sua reserva. Aculturado, o jovem esquece gradualmente as suas raízes e sonha com um futuro inspirado no modelo americano em rápida expansão. Porém, a sua vida cruza-se com Little Knife, um nativo americano frio e violento em busca do assassino da sua mãe. Acompanhado por mais dois amigos, ele arranca Georges da sua vida e leva-o na sua jornada em busca de vingança.

Ao longo do seu percurso, o homem e o menino vão abrir-se um ao outro e encontrar o que lhes é essencial: o apaziguamento da raiva através da transmissão da sua cultura para cada um e a descoberta da sua identidade e das suas origens para o outro.

A conjuntura pretende trazer uma abordagem dos nossos tempos ajustada a este novo mundo, tratando de temas como a igualdade de género, o impacto ambiental, o racismo. Nas livrarias a 31 de março.

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Ficha técnica
Hoka Hey!
Autor: Neyef
Editora: ASA
Páginas: 224, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 319 x 240 mm
PVP: 30,90€

terça-feira, 25 de março de 2025

Distrito Manga inicia-se no mangá direcionado a raparigas!



A Distrito Manga, a chancela dedicada ao mangá do grupo editorial Penguin Random House, irá lançar no próximo dia 31 de Março a sua primeira obra shōjo, isto é, um mangá que é especialmente direcionado a um público feminino. 

Não quer isto dizer, claro, que não seja uma obra que possa ou deva ser apreciada por um público masculino. Simplesmente tem essa catalogação.

A série chama-se Sinais de Afeto e é da autoria de suu Morishita.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da obra em questão.
Sinais de Afeto - Livro 1, de suu Morishita

Um livro ternurento sobre a capacidade de se expressar e comunicar com os outros. A história apaixonante de um amor feito de gestos está a chegar!

Uma história de slice-of-life, romance e vida escolar, adaptada a um anime, com grande sucesso.

Perfeita para leitores amantes de histórias do dia a dia, romance e amizades.

Poderá um encontro inesperado no comboio tornar-se algo mais?

Yuki é surda e comunica através de língua gestual e mensagens escritas. Quando, um dia, um turista lhe pede informações em inglês, ela atrapalha-se, sem saber o que fazer… até que alguém aparece para ajudar.

O nome dele é Itsuomi e, por coincidência, frequentam a mesma faculdade. Viajante carismático, Itsuomi fala três línguas, mas nunca conheceu uma pessoa surda. Os dois sentem-se imediatamente atraídos um pelo outro.

Poderão estes sentimentos tornar-se algo mais sério?

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Ficha técnica
Sinais de Afeto - Livro 1
Autora: suu Morishita
Editora: Distrito Manga (Penguin Random House)
Páginas: 176, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
PVP: 10,95€