É a notícia do dia e uma das notícias do ano para mim! Sambre, a magnífica série de Yslaire, vai ser editada em Portugal, pela Arte de Autor!!!!!
Esta é uma notícia que me acaba de ser dada pela editora, Vanda Rodrigues, e que me deixou felicíssimo da vida! E provavelmente não serei apenas eu a ficar assim feliz, se tivermos em conta que no recente BD Censos 2022, efetuado aqui no Vinheta 2020, a série Sambre ficou em 4º lugar na categoria de séries parcialmente editadas em Portugal que os leitores portugueses mais gostariam de ver reeditadas por cá.
Posso, portanto, avançar que em 2023, a Arte de Autor irá lançar um álbum duplo que reunirá os volumes 5 e 6, Maudit soit le fruit de ses entrailles... e La mer vue du Purgatoire..., respetivamente.
A editora apresenta, portanto, a mesma tática editorial que apresentou aquando o (re)lançamento de Armazém Central. Na altura, a editora também começou por abordar a série lançando o primeiro álbum que se encontrava inédito em Portugal, tendo, depois, acabado por lançar os álbuns anteriores e os restantes e, desse modo, editar a totalidade dos 9 volumes.
Se Sambre obtiver sucesso comercial (e como não, dada a sua qualidade?!) estou certo que a editora lançará os primeiros quatro volumes para que os novos leitores da série a possam adquirir na totalidade.
Para quem não conhece a série, deixem-me dizer-vos que se trata de um drama histórico que foi originalmente criado por Yslaire e Balac (também conhecido por Yann) em 1986. Devido a divergências entre os autores, Balac abandonou o projeto e Yslaire passou a assumir o argumento e os desenhos de Sambre. Esta é capaz de ser a banda desenhada mais romântica, melancólica e charmosa que li na minha vida. Conta-nos a história de uma família francesa da burguesia do século XIX e da enorme paixão - arrebatadora! - que une Bernard Sambre a Julie, uma vagabunda de olhos vermelhos. Se a história é bela e impactante, as ilustrações são maravilhosas.
Relembro que os primeiros quatro tomos foram lançados em Portugal. O primeiro, pela Baleia Azul e os três álbuns seguintes pela Witloof. Entretanto, todas estas editoras acabaram e a série foi deixada a meio, para mal dos pecados de muitos leitores! Por vezes, ainda encontro alguns volumes da Witloof à venda mas vão escasseando cada vez mais. E acho que já é virtualmente impossível encontrar o primeiro volume da Baleia Azul.
Entretanto, em França, já foram lançados oito volumes da série principal e, se não estou em erro, essa mesma série está planeada para ter nove volumes.
Isto, na série principal. Porque também há uma série paralela, denominada, La Guerre des Sambre que reúne 3 ciclos diferentes, cada um com 3 tomos: Hugo & Iris (3 volumes); Maxime & Constance (3 volumes) e Werner & Charlotte (3 volumes). Esta série paralela não conheço tão bem e só li dois volumes. Mas, mesmo não sendo desenhada por Yslaire, parece-me de elevada qualidade, também.
Fazendo uma nota pessoal, relembro com um enorme sentido de satisfação um dos primeiros artigos que escrevi no Vinheta 2020, logo nos primórdios do blog, em que falava das 3 séries que mais gostaria de ver integralmente publicadas em Portugal mas que, lamentavelmente, tinham sido descontinuadas.
Eram elas Armazém Central que, entretanto, já foi totalmente publicada; Peter Pan (Loisel) que também já foi integralmente publicada e era Sambre. Portanto, em pouco mais de dois anos, estas três séries de tão grande relevância nos meus gostos e na minha paixão pela banda desenhada ficaram (ou, mais propriamente, ficarão) integralmente editadas em Portugal.
Não sei se terei ou não alguma responsabilidade para que isto tenha acontecido mas o que é certo é que hoje, quando soube desta notícia relativa a Sambre, não pude deixar de sorrir e de ficar quase emocionado. Gozem à vontade, se quiserem, mas é a verdade.
Estou felicíssimo! Só me resta agora esperar que Sambre receba o carinho que merece por parte dos leitores portugueses de boa banda desenhada!