Ainda em tempo de compras de natal, trago-vos hoje um artigo que procura centrar-se em boas compras em termos de banda desenhada nacional. Ou banda desenhada feita por autores portugueses, vá. Isto porque - e expetavelmente - duas das propostas que vos trago não foram inicialmente feitas pelo (ou para) o mercado nacional, mas foram concebidas por autores portugueses. Portanto, e nomenclaturas à parte, também resultam da criação nacional.
Há ainda dois livros nesta lista que são reedições e que, portanto, não trazem propriamente material novo. Mas são, ainda assim, belas obras da BD nacional que, desde este ano, voltaram a estar disponíveis para o público e que, portanto, constituem ótimos presentes de natal.
Seja para oferecermos aos que nos rodeiam, seja para os comprarmos para nós mesmos!
Relembro que, na semana passada, preparei o meu habitual Guia de Compras de Natal onde sugeri 3 livros por editora. Convido-vos a visitarem esse artigo também.
Mas, por agora, eis 20 bandas desenhadas feitas pelo talento nacional, que foram lançadas este ano, e que dão ótimos presentes de natal:
Margarida Madeira
"7 Senhoras é um livro que recomendo totalmente e que se afirma, desde já, como candidato claro a todos os prémios de banda desenhada que, em 2023, premeiem os Autores/Obras Revelação. Por falar em "revelação", Margarida Madeira revela-se, pois, ao mundo da banda desenhada e fá-lo em grande estilo!"
Análise completa, aqui.
João Miguel Lameiras e Joana Afonso
"Auto da Barca do Inferno consegue a dupla proeza de adaptar com bastante rigor a obra original de Gil Vicente, enquanto que as suas belíssimas ilustrações dão personalidade e interpretação própria a um universo de personagens que continuam bastante atuais. É, de longe, o melhor livro da coleção dos Clássicos da Literatura em BD da Levoir e da RTP e, como tal, merece ser lido por todos!"
Análise completa, aqui.
Nuno Duarte e Osvaldo Medina
"Este é, quanto a mim, um dos melhores livros da banda desenhada nacional de sempre e merece, portanto, figurar em qualquer boa coleção de banda desenhada! Originalmente lançado em dois volumes, esta edição integral inclui ainda 16 novas páginas que prometem ser um epílogo (ou será um prólogo?) para melhor entendimento do belíssimo argumento de Nuno Duarte, que é servido com as maravilhosas ilustrações de Osvaldo Medina."
José Ruy
"Só por ser o último livro que o saudoso José Ruy fez, já era bom motivo para que este livro merecesse ser conhecido por todos os apreciadores de banda desenhada. Mas este A Passagem Impossível vai mais além, pois não é um livro qualquer. Trata-se de uma obra de enorme fulgor, com mais de 100 páginas, que foi um dos grandes projetos e sonhos de José Ruy e que, infelizmente, foi deixada inacabada. Mesmo assim, a Ala dos Livros achou por bem editar esta obra numa belíssima edição onde ficam claros - e especialmente para gerações vindouras - a relevância e talento do autor português."
Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa
"Esta magnífica edição que reúne todas as histórias de Dog Mendonça é um autêntico sonho molhado para os fãs da série e assume-se como altamente recomendada numa biblioteca que almeje ser constituída pela melhor banda desenhada portuguesa alguma vez feita!"
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Ram V e Filipe Andrade
"As Muitas Mortes de Laila Starr (já) é, por vários motivos, um livro incontornável na banda desenhada portuguesa. Ou de origem portuguesa, como preferirem. Porque nos dá uma história ambientada num tema e cenário pouco habitual, porque nos dá uma bela e sensível reflexão sobre a vida e sobre este passeio efémero que ela é e, por último, porque se assume como uma obra icónica e relevante para o autor português Filipe Andrade, que tem um enorme talento e merece a exposição e louvores que tem recebido em todo o mundo!"
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Derradé e Beatriz Duarte
"Que bom é voltar à divertida personagem Bubas, da autoria de Derradé, que tem o duplo efeito de, por um lado, fazer-nos recuar, com nostalgia, até aos tempos da nossa juventude e/ou vida académica e, por outro lado, fazer-nos rir perante certos comportamentos que, nos dias de hoje, são recriminados e dignos de "cancelamento". Talvez por isso, Bubas - Addicted to Love se torne ainda mais relevante e mereça destaque junto de todos."
Pedro Moura e João Sequeira
"Como Flutuam as Pedras é um livro complexo e que, quiçá, não será para todos os leitores de banda desenhada, mas que, e apesar disso, nos traz uma excelente reflexão sobre a vida e sobre a morte e o quão ténue é aquilo que separa os vivos dos mortos. A sustentar a história, temos um João Sequeira que, possivelmente, nos oferece nesta obra o seu melhor trabalho de sempre."
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Ferreira Fernandes e Nuno Saraiva
"Crónicas de Lisboa assume-se como um projeto de enorme valor, que funciona muito bem, que é destinado tanto aos que leem banda desenhada, como àqueles que querem simplesmente obter informações curiosas, num registo divertido, sobre a história da cidade de Lisboa. Faço votos para que este seja o primeiro de várias Crónicas de Lisboa. Isto, se os autores não enveredarem para as “Crónicas de Portugal”. Também faria sentido, uma vez que este pequeno país está cheio de personagens, coisas e locais com belas histórias para contar."
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Raquel Sem Interesse
"E Agora? sedimenta Raquel Sem Interesse como uma autora plena de potencial, que nos dá um trabalho honesto, sentimental e que tem o condão de poder servir como carta de apresentação de tantos jovens portugueses que, num país que vai estando ciclicamente em crise após crise, têm que "fazer pela vida" da melhor forma que conseguem."
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Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho
"Depois de ler este Mar Negro, há que admitir uma coisa: Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho parecem estar a jogar um campeonato à parte na banda desenhada nacional. Escrevem e desenham histórias de uma forma que ninguém escreve ou desenha, e parecem direcionar-se para um público diferente do público habitual de banda desenhada. E isso terá todas as desvantagens, para alguns, mas também tem todas as vantagens para outros."
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Rita Alfaiate
"Rita Alfaiate dá-nos neste seu Neon uma obra marcante que é um autêntico festim de luz, cor, desenho e ambiente, num álbum que passa a ser um marco da banda desenhada nacional em termos visuais e, sem dúvida, um dos livros mais obrigatórios da editora Escorpião Azul que, nos últimos tempos, parece ter encontrado um rumo mais certo na bitola qualitativa do seu catálogo."
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Carlos Páscoa
"Se Vazio já nos havia mostrado o potencial de Carlos Páscoa, O Acordo continua a reiterar que o autor tem boas cartas para se afirmar ainda mais no espectro da banda desenhada nacional. Quem ainda não deu uma hipótese a Carlos Páscoa, não deveria perder mais tempo."
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Luís Louro
"O Silêncio dos Indecentes continua a dar aos fãs d’ O Corvo tudo aquilo que eles querem: uma história divertida e desprendida – apesar da bem conseguida introdução de alguma maior seriedade no argumento – soberbamente ilustrada e com belíssimas cores, por um dos nomes mais relevantes da banda desenhada nacional! Recomenda-se, claro."
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Ted Adams e Jorge Coelho
"Se querem que vos diga – e sabendo de antemão o quão estas afirmações implicam coragem de quem as profere – este O Grande Gatsby, de Jorge Coelho e Ted Adams, é bem capaz de ser a melhor BD desenhada por um português. De sempre! Da mesma forma que defendi – e defendo – que Balada para Sophie é o melhor livro da banda desenhada portuguesa, acho que, olhando apenas para as ilustrações, O Grande Gatsby é, reitero, a melhor BD desenhada por um português. Absolutamente imprescindível! Para os que leem e para os que não leem banda desenhada, este é um livro obrigatório para comprar e/ou oferecer! "
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Joana Mosi
"O Mangusto é um dos livros relevantes da banda desenhada nacional de 2023! Joana Mosi aparece quase irreconhecível em relação ao que tinha feito no passado e dá-nos a sua obra mais madura e de maior fôlego. É um livro que nos pede para pararmos para pensar na melhor forma de enfrentarmos os “elefantes na sala” que todos temos, de uma forma ou de outra, mas aos quais fazemos vista grossa."
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Álvaro
"Porra… Voltei! promete não deixar ninguém indiferente. Se o início do livro é verdadeiramente impressionante, o último terço do mesmo parece mais forçado e mostra-nos um autor que não soube fechar tão bem a obra como a soube abrir. Não obstante, será injusto da minha parte se não classificar este como o melhor livro do autor e uma das mais pertinentes e obrigatórias bandas desenhadas nacionais do ano. Sou fã do registo mais leve e ligeiro do autor, mas é neste registo mais intenso – e com uma arte que arrisca mais – que eu quero ler mais livros de Álvaro!"
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Penim Loureiro e Carlos Silva
"O segundo volume de Umbigo do Mundo consegue ser melhor do que o anterior, procurando unir algumas das pontas soltas do primeiro livro, enquanto, como não podia deixar de ser, nos dá um belo trabalho de desenho por parte de Penim Loureiro. É uma série de motor diesel, que aquece mais lentamente, mas que parece ter rodas para rolar à medida que os álbuns se vão sucedendo. Mas, para atestarmos esta minha afirmação, teremos que aguardar pela conclusão da série, no terceiro e último volume."
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Mário Freitas e Alice Prestes
"Vinil Rubro é uma autêntica pérola que merece ser conhecida e lida por todos os amantes de uma bela narrativa em banda desenhada. É uma das belas surpresas do ano - onde Mário Freitas nos dá, possivelmente, o seu melhor argumento até à data e onde Alice Prestes entra pela porta grande da BD nacional, oferecendo-nos ilustrações belíssimas e únicas - e só peca mesmo por ser curto em dimensão, não obstante as variadas leituras que, para uma melhor compreensão da inteligente trama, pressupõe do leitor. Quero mais!"
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André Oliveira e André Caetano
"Ainda que sejam a primeira e segunda parte de uma trilogia, Volta #1 e Volta #2 são bastante diferentes entre si. Do ambiente taciturno e misterioso do primeiro volume, passamos para um registo do fantástico, com inúmeros monstros e criaturas mitológicas que, mesmo criando uma certa rutura algo brusca com o volume anterior e tendo algumas pontas soltas ao nível do argumento, são o engodo para a confirmação do enorme talento desta dupla criativa em termos de banda desenha nacional. Se é que tal “confirmação” ainda é necessária."
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