Deixo-vos aqui um resumo sobre o que realmente interessa:
O prémio será anual e atribuído pela DGLAB (Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas) e tem o valor total de 31.500€.
O Prémio é atribuído nas seguintes categorias:
1) Prémio Carreira que distingue uma pessoa, nacional ou residente em Portugal, com percurso reconhecido no setor da banda desenhada e que tem um valor pecuniário no valor de 10.000€.
2) Prémio Obra do Ano que distingue uma obra de banda desenhada original publicada em Portugal no ano anterior ao concurso, da autoria de criadores portugueses ou residentes em Portugal e que tem um valor pecuniário no valor de 10.000€, acrescidos de 1.500€ "destinados a apoiar uma deslocação ao Festival de Banda Desenhada de Angoulême do ano seguinte ao da atribuição do Prémio".
3) Prémio Inovação em BD que distingue obra, projeto ou trajetória que, no período a que respeita o concurso, demonstre contributo excecional para a inovação na banda desenhada portuguesa, entendida como progresso formal, narrativo, tecnológico, processual, editorial ou de mediação, com impacto comprovado na criação, circulação ou fruição da BD e que tem um valor pecuniário no valor de 10.000€.
O anúncio dos vencedores deverá ocorrer no Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa, 18 de Outubro, e será ainda apresentada uma exposição dedicada aos vencedores.
Posso dizer-vos que esta é uma iniciativa muito importante para o setor, pois não só valoriza e dá destaque ao bom trabalho feito na banda desenhada portuguesa, como ainda o premeia monetariamente. E, tendo em conta que o prémio do Amadora BD tem o valor de 5.000€, este novo Prémio Nacional da Banda Desenhada passa a ser o mais importante prémio da banda desenhada nacional.
Destaco ainda, com satisfação, o esforço da iniciativa em levar a melhor obra nacional portuguesa à maior mostra e mercado europeu que é o Festival de Angoulême. Bem pensado.
Olhando para as categorias, parece-me que todas elas são bem-vindas, se bem que o Prémio Inovação em BD me parece aquele que pode ser menos transparente, uma vez que premiar "obra, projeto ou trajetória" na mesma categoria pode levar a situações algo desiguais, pois são coisas diferentes que serão avaliadas de igual para igual. Seja como for, parece-me uma categoria importante.
Quanto ao júri, este será constituído por "duas personalidades de reconhecido mérito na área da banda desenhada e um representante da DGLAB". Não se sabe, para já, quem serão essas "duas personalidades de reconhecido mérito". Aguardemos por mais novidades.
Consultem o Regulamento completo, aqui:
https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/despacho/13281-2025-945197525
Pessoalmente, não vejo grande interesse no Prémio Carreira. Esse valor poderia ser melhor aplicado no incentivo à criação de novas obras de banda desenhada em Portugal, apoiando autores que estão atualmente em atividade e que precisam de meios para desenvolver trabalhos de qualidade. Investir na produção e na inovação teria, a meu ver, um impacto mais duradouro no crescimento do setor. O estado precisa é de incentivar quem está a produzir agora, não de premiar retrospectivamente quem já tem percurso feito.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário. Levanta pontos importantes e que fazem total sentido.
EliminarA mim cheira-me que o prémio carreia vai calhar a uma pessoa que já se sabe quem é. Fora o Louro, temos assim tanta gente viva que nos últimos anos tem sido vangloriada de igual forma? Concordo de igual com o seu restante comentário.
EliminarPara os que começam há incentivos, bolsas, prémios, editoras novas, quem tem "carreira" nunca teve nada disso.
EliminarO Sr. Luis Louro já deve estar a pensar aonde é que vai gastar os 10000€
EliminarOlá, por acaso o Luís louro com excepção do prémio deste ano do AmadoraBD, nunca recebeu um tostão de incentivos, bolsas e afins, em 40 anos de carreira. Viveu sempre exclusivamente dos royalties das suas obras de Banda desenhada.
EliminarQuem serão os especialistas, lá voltamos aos 3 jurados
ResponderEliminarPois...
EliminarNão é que a iniciativa seja má em si, mas como já o disseram outras pessoas, acho que os apoios deviam estar mais centrados na publicação, divulgação e exportação no estrangeiro de BD portuguesa. O número de leitores tem de crescer dentro e fora de Portugal, senão serão sempre os mesmos. E a precariedade da profissão tem de ser combatida, os valores recebidos pelos autores em PT são irrisórios e ultrajantes. Tudo a trabalhar para aquecer. Não creio que será um prémio esporádico para três pessoas por ano que vá resolver nenhum destes problemas estruturais.
ResponderEliminarComo todos os reconhecimentos é um incentivo
EliminarTudo isto é discutível e relativo. Quanto apoia o Estado outras áreas criativas? É por aqui que temos que medir a verdadeira relevância (ou falta dela) desta medida. Serão €31.500 um valor ajustado ou significativo para começar a financiar/apoiar uma área que tem sido sucessivamente ignorada? Penso que não. E, desse valor, qual a percentagem orientada a valorizar, promover e a estimular a actividade dentro e além fronteiras? Provavelmente irrisório. A estratégia de apoio á produção, edição, distribuição, e promoção de obras de autores nacionais tem de ser enquadrada em outras políticas globais de apoio ao livro, não "marginalizando" a 9ª Arte mas colocando-a ao mesmo nível das demais.
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