quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Guia de Compras de Natal 2025 - 3 Livros por Editora

Uma das rubricas lançadas pelo Vinheta 2020 tornou-se num dos artigos mais procurados pelos leitores deste blog. Falo do Guia de Compras de Natal em que, anualmente, escolho os meus três livros preferidos desse ano, para cada editora.

Naturalmente, como devem imaginar, há editoras em que esta escolha é relativamente fácil, seja por serem óbvias quais as três melhores obras editadas esse ano por essa editora, seja nos casos em que haja poucos lançamentos por parte de uma casa editorial. Nestas situações, torna-se (mais) fácil elencar as melhores obras.

E por falar em poucos lançamentos, é com bastante pena que este ano me vi forçado a excluir várias editoras deste Guia de Compras de Natal, devido ao decréscimo de edições. Sim, é verdade que os grandes grupos, como a LeYa (ASA), a Penguin (Iguana, Distrito Manga, entre outras chancelas), a Devir e até a Editorial Presença, têm vindo a reforçar a sua aposta em banda desenhada. Mas fico triste por ver que editoras como a Gradiva, a G. Floy Studio, a Kingpin Books e a Relógio D'´Água, quatro editoras que figuraram no meu Guia de Compras de Natal 2024, não tenham editado, sequer, três(!) livros de banda desenhada durante 2025. Faço votos para que esse cenário se altere já em 2026.

Não quer dizer que os livros que apresento abaixo sejam aqueles que considero os "melhores" livros de cada editora. São apenas 3 livros (ou séries) que foram lançados em 2024 e que considero excelentes compras por serem, a meu ver, belíssimas adições a uma boa biblioteca de banda desenhada. Simplesmente, impus-me a regra de 3 livros/séries por editora. E, em alguns casos, foi difícil deixar de fora algumas obras de muita qualidade, acreditem!

Aqui está, então, o meu Guia de Compras de Natal para 2025.



A Seita


A Fera 2
Zidrou e Frank Pé

Fera #2 completa de forma deslumbrante este "Marsupilami de autor", em que o desejo de reencontrar a pureza, a empatia e a compaixão num mundo que as perdeu, se transforma numa parábola sobre o medo do diferente e sobre a ternura como forma de resistência. O animal Marsupilami, criatura inventada e impossível, torna-se o símbolo do que ainda resta de inocência em nós. E talvez seja essa a maior força da obra: lembrar-nos que a verdadeira fera nunca é o animal, mas o homem que o tenta capturar.

Análise completa a esta obra, aqui.



Dom Quixote de la Mancha
Paul e Gaëtan Brizzi

Esta adaptação de Dom Quixote de La Mancha não é apenas um reencontro com um clássico; é uma celebração do mesmo. Consegue tornar a obra mais acessível para os leitores contemporâneos, nunca abdicando da sua densidade simbólica, nem do seu humor, nem da sua poesia. Para quem já conhece o original, é (mais) uma nova forma de o amar; para quem nunca o leu, é uma majestosa porta de entrada. Os irmãos Brizzi conseguem dar nova vida à história de Dom Quixote sem a desvirtuar. Quase apetece dizer que Cervantes, se pudesse ler esta adaptação, teria dado a sua bênção sem pestanejar. Há aqui uma compreensão sincera do que significa sonhar contra o mundo... e falhar. E, mesmo assim, continuar a sonhar. E essa é a primordial lição que Dom Quixote continua a ensinar-nos!

Análise completa a esta obra, aqui.



Os Filhos de Baba Yaga
Luís Louro

Os Filhos de Baba Yaga é uma obra absolutamente fantástica, um marco incontornável da banda desenhada portuguesa contemporânea. Louro atinge aqui um novo patamar criativo, superando-se tanto a nível narrativo como visual. Conhecido há décadas como um dos nomes mais relevantes da BD nacional, o autor consegue que este livro transcenda as suas obras anteriores, impondo-se, sem qualquer hesitação, como o seu melhor livro até à data! É uma obra madura, ambiciosa e profundamente envolvente, que não só confirma o talento de Luís Louro, como o eleva. É uma leitura que marca, que desafia e que perdura - como só os grandes livros conseguem fazer. Que ótima maneira de assinalar os 40 anos de carreira de Luís Louro!

Análise completa a esta obra, aqui.



Ala dos Livros



O Fogo
David Rubín

Ao fechar o livro, fica a sensação de um incêndio que consumiu não apenas as páginas, mas também parte de nós. É impossível sair ileso desta leitura. Há um eco persistente das suas imagens e palavras, uma angústia que nos acompanha já depois de chegarmos à última página. Esta é uma dessas obras raras que, ao invés de simplesmente serem lidas, são sentidas na pele e na alma. Por tudo isso, O Fogo é um livro de uma potência rara. Não se trata apenas de uma história, mas de uma experiência emocional e estética que desafia o leitor a confrontar-se com a própria efemeridade da existência. Com uma força bruta e uma honestidade cortante, David Rubín oferece-nos uma obra que nos faz sentir mal – e que, justamente por isso, se torna inesquecível.

Análise completa a esta obra, aqui.



O Meu Irmão
JeanLouis Tripp

O Meu Irmão é um dos livros do ano, uma obra obrigatória a conhecer, que nos amargura por dentro, que nos faz sentir raiva e que persiste na nossa memória ao longo de uma vida. Como se já não fosse maravilhoso que esta obra fosse publicada em Portugal, a Ala dos Livros ainda teve o mérito de apostar numa edição de luxo, onde tudo é pensado ao pormenor, superando em todos os quadrantes a edição original da francesa Casterman.

Análise completa a esta obra, aqui.



Peças
Víctor L. Pinel

Peças é um livro que se lê com a suavidade de uma história simples, mas que se entranha no leitor com a complexidade de um argumento muito bem montado. E que, como no xadrez, nos lembra que a vida é um avanço contínuo, às vezes lento, às vezes inesperado, quase sempre imprevisível. Uma obra delicada e inteligente, que confirma que, no fim de tudo, somos sempre peças em movimento. É uma das BDs que mais prazer me deu ler no corrente ano e, sem dúvida, uma das grandes surpresas do ano. Antes de a ler, achava que seria boa, mas não tão boa. Adorei.

Análise completa a esta obra, aqui.




Arte de Autor



1629 - Vol. 2 - A Ilha Vermelha
Xavier Dorison e Thimothée Montaigne

No conjunto, ambos os tomos de 1629 nos revelam uma obra que é muito mais do que uma recriação histórica e que consegue oferecer-nos uma poderosa reflexão sobre o poder, a moralidade e os instintos mais profundos e irascíveis do ser humano quando empurrado para os seus limites. A dupla formada pelos autores Dorison e Montaigne demonstra um domínio notável da linguagem da banda desenhada, presenteando-nos com uma obra que é visualmente arrebatadora e narrativamente inquietante! A não perder!

Análise completa a esta obra, aqui.



O Castelo dos Animais #4 - O Sangue do Rei
Xavier Dorison e Félix Delep

O Castelo dos Animais entra para aquele pequeno círculo de bandas desenhadas que não se fecham quando a contracapa se fecha. Ficam na cabeça, no coração e no modo como olhamos o mundo. Dorison prova aqui ser um argumentista no auge, capaz de arquitetar uma história que, mesmo sendo uma fábula, nos atinge como sendo a mais pura das realidades. E este último volume não só conclui uma série magnífica. Coroa-a. Com beleza, com coragem, com inteligência e com alma. É difícil não lhe dar nota máxima. É difícil não recomendar esta série como uma das BDs que mais valem a pena ler nos dias de hoje. Porque precisamos deste tipo de histórias. Histórias que nos lembram que o poder sem limites pode ser feroz, mas que a esperança, quando encontra companhia, se torna imparável.

Análise completa a esta obra, aqui.



Sou Um Anjo Perdido
Jordi Lafebre

Sou Um Anjo Perdido confirma aquilo que já suspeitávamos: Jordi Lafebre é um contador de histórias único, capaz de equilibrar humor, policial, poesia e humanidade com uma facilidade que desconcerta. Este livro não é apenas uma boa leitura, é um espaço emocional onde gostamos de regressar porque Eva Rojas nos dá mais do que uma aventura - dá-nos um pouco de vida. E continuo apaixonado por ela!

Análise completa a esta obra, aqui.




ASA



Hoka Hey!
Neyef

Hoka Hey! é absolutamente obrigatório (até mesmo para quem não tem o hábito de ler western) e um daqueles livros que deixam uma marca duradoura em quem os lê. Com desenhos belíssimos, cores vibrantes, uma história cinematográfica e personagens memoráveis, Neyef entrega uma obra-prima da banda desenhada contemporânea, que merece ser apreciada e revisitada inúmeras vezes.

Análise completa a esta obra, aqui.



Um Oceano de Amor
Lupano e Panaccione

Um Oceano de Amor revela-nos a quantidade de coisas que podemos dizer sem emitir qualquer palavra, a quantidade de sons que podemos emitir sem produzir qualquer ruído e a quantidade de amor, emoção e ternura que um conjunto de rabiscos coloridos - vulgo, desenhos - conseguem produzir no leitor. É magia aquilo que Lupano e Panaccione conseguem fazer neste livro, transformando-o numa obra prima da banda desenhada e num livro absolutamente obrigatório!

Análise completa a esta obra, aqui.



Zorro - O Regresso de Entre os Mortos
Sean Murphy

Zorro - O Regresso de Entre os Mortos é uma das mais excitantes e visualmente arrebatadoras bandas desenhadas do ano. Pode não ser uma história para refletir profundamente sobre a existência humana, mas é um exemplo perfeito de como a narrativa gráfica pode ser envolvente, bem construída e esteticamente arrebatadora. Às vezes, tudo o que precisamos é de um herói mascarado, uma espada afiada e uma boa dose de ação. E Sean Murphy oferece-nos isso como ninguém! Adorei!

Análise completa a esta obra, aqui.




Devir


Anaïs Nin - No Mar das Mentiras
Léonie Bischoff

Esta é uma obra esplêndida, poética, onírica e verdadeiramente sensual. Se por vezes se pode dizer que ficamos automaticamente fãs de um(a) autor(a) só por causa de um livro, eu posso dizer que, à conta deste fabuloso Anaïs Nin - No Mara das Mentiras, fiquei fã de Léonie Bischoff e faço sinceros votos para que sejam publicadas em Portugal mais obras desta brilhante autora suíça.

Análise completa a esta obra, aqui.




Estes Dias que Desaparecem
Timothé Le Boucher

Estes Dias Que Desaparecem é uma leitura refrescante e original. Consegue pegar numa ideia ousada e desenvolver um enredo envolvente, maduro e coerente. Mesmo que o desenho não acompanhe plenamente a qualidade do argumento, o livro impõe-se como uma proposta verdadeiramente  interessante da banda desenhada europeia contemporânea. É uma prova de que, quando bem tratadas, as boas ideias não se perdem: ganham profundidade, intensidade e permanência. Recomenda-se!

Análise completa a esta obra, aqui.




Monster 
Naoki Urasawa

Esta série que já vai no sexto de nove volumes continua a saber como conduzir o leitor por um crescendo de tensão e revelações que aprofundam não só o mistério em torno de Johan, mas também a jornada moral de Tenma, tudo com uma elegância que raramente se encontra no género. Cada página é marcada por um equilíbrio notável entre suspense e reflexão, com personagens secundárias que surgem vivas e significativas, enriquecendo o enredo sem o saturar, e mostrando que a verdadeira monstruosidade pode residir nos detalhes mais silenciosos.

Análise completa brevemente.



Distrito Manga



Akira
Katsuhiro Otomo

A Distrito Manga merece uma vénia pela aposta neste mangá. Relevante ainda hoje, Akira mantém a sua frescura pela forma como aborda questões universais: a luta pelo poder, a fragilidade da amizade, o medo do desconhecido e a desconfiança nas instituições. A estética visual continua impressionante, e a narrativa, carregada de urgência, não perdeu intensidade com o passar das décadas. A mestria de Otomo está em equilibrar o seu espetáculo visual com uma reflexão profunda sobre o poder e a violência. Essa combinação garante que Akira permaneça, ainda hoje, não apenas uma leitura “apetecível”, mas um clássico indispensável da banda desenhada mundial.

Análise completa a esta obra, aqui.




The Ghost In The Shell
Shirow Masamune

The Ghost in the Shell irradia uma vitalidade intelectual e estética que torna esta obra imediatamente distinta: é um mergulho vertiginoso num futuro onde humanidade e tecnologia se entrelaçam com uma complexidade rara, conduzido por uma narrativa que combina ação fulgurante, humor subtil e reflexões filosóficas sobre identidade, consciência e livre-arbítrio. O resultado é um livro que não entretém apenas, mas que desafia os leitores, deixando claro porque é que esta obra se tornou num marco incontornável da ficção científica em mangá.

Análise completa brevemente.



Um Homem Em Declínio
Usamaru Furuya

Um Homem em Declínio destaca-se como uma obra que, apesar da sua aparente simplicidade narrativa, atinge uma profundidade emocional surpreendente, revelando com uma sensibilidade quase literária a lenta erosão interior de um protagonista que tenta encontrar sentido num quotidiano que o ultrapassa. A combinação entre subtileza estética e honestidade emocional que a obra enverga, permite-lhe conquistar um certo encanto especial que transforma a leitura numa experiência silenciosa, mas marcante, que permanece connosco muito depois de virar a última página.

Análise completa brevemente.



Editorial Presença


A Menina Que Veio do Outro Lado
De Nagabe

Esta série que já conta com 11 volumes, apresenta uma poesia e uma melancolia muito próprias que a distinguem das demais. Também a arte de Nagabe se mantém hipnotizante, com o seu traço etéreo e contrastes de luz e sombra que conferem a cada página uma atmosfera quase mítica, enquanto a narrativa avança com um belo equilíbrio entre ternura, tensão e simbolismo. É uma obra que, acima de tudo, encanta pela sensibilidade e pela beleza silenciosa, deixando o leitor simultaneamente comovido e maravilhado.

Análise completa brevemente.



O Meu Casamento Feliz 
Akumi Agitogi e Rito Kohsaka

O Meu Casamento Feliz é um romance carinhoso e belo, carregado de ternura, que transforma uma premissa simples numa jornada emocional rica e elegante, acompanhando a lenta e delicada abertura de Miyo para o mundo à sua volta. Aprecio especialmente a atmosfera íntima e quase etérea da narrativa; que consegue oferecer uma leitura envolvente e sensível, e que faz com que esta seja uma obra de fácil entrada até para os leitores que não lêem banda desenhada.

Análise completa brevemente.



Sensor
Junji Ito

Sensor, de Junji Ito, destaca-se como uma das suas obras mais hipnóticas e visualmente arrebatadoras, onde o terror cósmico se entrelaça com uma aura quase mística para criar uma experiência narrativa singular. Ito conduz o leitor por uma espiral de imagens deslumbrantes enquanto desenvolve uma história que, apesar de sua estranheza onírica, bem ao seu jeito, diga-se, mantém uma cadência envolvente e quase litúrgica. É uma obra que consegue o duplo feito de combinar horror com simbolismo e transcendência, oferecendo uma atmosfera que é ao mesmo tempo inquietante e sedutora, e que reafirma a capacidade de Junji Ito de transformar o desconhecido numa beleza perturbadora que permanece na memória muito depois da leitura se findar.

Análise completa brevemente.



Escorpião Azul



Butterfly Chronicles
João Mascarenhas

Butterfly Chronicles afirma-se como possivelmente o trabalho mais marcante de João Mascarenhas desde O Menino Triste. Embora muito diferente em temática, estética e ambição, partilha com essa obra maior uma sensibilidade rara e uma capacidade de provocar reflexão profunda no leitor. Trata-se de uma narrativa intelectualmente desafiadora e uma das contribuições mais significativas do autor para a banda desenhada contemporânea de inspiração científica.

Análise completa a esta obra, aqui.




Homem de Neandertal
André Diniz

Estamos perante um silencioso mas igualmente ruidoso trabalho de André Diniz que nos relembra que talvez a única coisa que verdadeiramente deixamos após a nossa vida - além da nossa descendência biológica - seja a nossa criação artística. São as nossas criações, sejam elas quais forem, que deixam vestígios da imaginação e da expressão humanas, que atravessam o tempo e permanecem como legado. É essa arte que fala por nós quando já cá não estivermos. E André Diniz, ao contar essa história sem palavras, homenageia precisamente essa herança silenciosa mas eterna.

Análise completa a esta obra, aqui.



O Esqueleto
Roberta Cirne

O Esqueleto é uma aposta interessante da editora Escorpião Azul numa obra de fôlego e densidade, que une literatura clássica ao estilo do terror gótico. Além de adaptar para banda desenhada um texto esquecido da literatura brasileira, Roberta Cirne consegue revitalizar a história e impactar o leitor ao longo da sua leitura. Não sendo sempre perfeito, é um livro que me deixou colado à sua leitura, da primeira à última página.

Análise completa a esta obra, aqui.




Iguana



Corpo de Cristo
Bea Lema

Corpo de Cristo é uma obra maior sobre o amor, a doença e a humanidade. Pela sua forma inovadora, pela honestidade emocional e pela sensibilidade estética, Bea Lema oferece-nos uma banda desenhada memorável que todos devem conhecer. Num mundo ainda reticente em falar de saúde mental, esta é uma obra que se impõe como um gesto de coragem e uma prova de que da fragilidade pode nascer a beleza e de que, mesmo nas trevas, o amor continua a ser o nosso fio de salvação.

Análise completa a esta obra, aqui.




Céleste e Proust
Chloé Cruchaudet

Céleste e Proust é uma leitura profundamente sensível e visualmente arrebatadora que adorei e recomendo totalmente! Chloé Cruchaudet constrói uma homenagem discreta, mas poderosa, à mulher que esteve à sombra de um dos maiores escritores da modernidade. Ao fazer de Céleste a protagonista, a autora repara uma injustiça histórica e convida-nos a refletir sobre a importância do cuidado, da paciência e da presença feminina na arte. É uma obra que, tal como Em Busca do Tempo Perdido, nos lembra que o essencial, muitas vezes, se encontra nos detalhes e nos silêncios. Excelente aposta e, possivelmente, a melhor BD do ano por parte da Iguana!

Análise completa a esta obra, aqui.




O Indispensável do Snoopy
Charles M. Schulz

O Indispensável do Snoopy é uma celebração primorosa do génio de Charles M. Schulz, reunindo numa edição de luxo algumas das tiras mais emblemáticas e intemporais de Peanuts, e oferecendo ao leitor uma viagem afetiva e luminosa pelo universo de Snoopy, Charlie Brown e companhia. Este livro comemorativo, e especialmente apetecível para colecionadores, não só honra a evolução artística e emocional do autor Schulz, como também evidencia a subtileza do seu humor, a ternura das suas observações sobre a vida e a força poética que emerge da aparente simplicidade gráfica. 

Análise completa brevemente.



Levoir



A Cor das Coisas
Martin Panchaud

A Cor das Coisas, de Martin Panchaud, é uma obra verdadeiramente singular que rompe com qualquer convenção visual ao transformar uma narrativa intimista e emocionante num exercício de inovação gráfica absolutamente cativante: contada através de códigos cromáticos, formas minimalistas e uma linguagem visual quase infográfica, a história ganha uma força inesperada, revelando como a simplicidade aparente pode carregar uma profundidade emocional extraordinária. Panchaud consegue controlar essa estética única com uma precisão narrativa brilhante, guiando o leitor por uma história que nos prende e demonstrando que a originalidade formal não só enriquece a obra, como a eleva a um patamar raro: o de livros que reinventam a própria experiência de leitura.

Análise completa brevemente.



O Desassossegado Senhor Pessoa
Nicolas Barral

O Desassossegado Senhor Pessoa é mais do que uma simples biografia ilustrada. É uma meditação que respeita a memória de Pessoa sem a enclausurar. Nicolas Barral, com sensibilidade e mestria, oferece-nos uma história que não pretende decifrar o poeta, mas acompanhá-lo nos seus últimos passos, através de uma carta de amor à Lisboa dos anos 30, ao mistério da criação artística, e ao homem que, do seu baú, deu voz a muitos outros homens e que continua, desassossegadamente, a falar connosco. Saibamos nós ouvi-lo.

Análise completa a esta obra, aqui.




Nellie Bly - A História de uma Pioneira
Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel

Nellie Bly - A História de uma Pioneira assume-se como uma leitura enriquecedora que combina narrativa envolvente e arte expressiva para contar a história de uma mulher extraordinária que desafiou as convenções da sua época e deixou um legado duradouro no jornalismo e na luta pelos direitos das mulheres. Excelente aposta da Levoir!

Análise completa a esta obra, aqui.



Polvo



Como Pedra
Luckas Iohanathan

Como Pedra é uma BD demarcadamente poética. Não é apenas uma leitura, mas uma experiência emocionalmente desgastante e, quer queiramos, quer não, necessária. Luckas Iohanathan constrói um retrato brutal e poético do Sertão, onde a fé, a fome, a esperança e a loucura se entrelaçam. É uma obra que dói, que pesa e que exige bastante de nós, leitores. 

Análise completa a esta obra, aqui.



Living Will
André Oliveira, Joana Afonso e Pedro Serpa

Living Will é uma obra maravilhosa e que, além de testar coisas novas, também é ímpar na banda desenhada nacional devido à qualidade que dela advém. O texto de André Oliveira é soberbo, tocante, pleno de significados e comovente até. Cada diálogo, cada palavra, parece ser meticulosamente introduzida na série, pelo autor. O argumento e qualidade do texto de André Oliveira são do melhor que já foi feito em termos de banda desenhada em Portugal. A arte de Joana Afonso é magnífica. É uma banda desenhada que adoro. 

Análise completa a esta obra, aqui.



O Progresso da Humanidade
João Sequeira e Rui Cardoso Martins

O Progresso da Humanidade é uma obra vibrante e profundamente perspicaz, que combina ironia e uma observação social afiada para traçar um retrato multifacetado da condição humana que, no tempo atual, parece viver cada vez mais enclausurada nas suas próprias incongruências e discursos polarizados. O livro brilha pela sua capacidade de entreter e provocar pensamento ao mesmo tempo, sendo o melhor dos três livro que João Sequeira adaptou a partir de contos da autoria de Rui Cardoso Martins. 

Análise completa brevemente.





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