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quinta-feira, 24 de março de 2022

Análise: Dylan Dog - O Número Duzentos

Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita

Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita
Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi

Ainda durante o último Amadora BD, entre o (muito) generoso conjunto de bandas desenhadas que a edita A Seita lançou nessa altura, estava este Dylan Dog – O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi. Para mim, que sou fã da série, é sempre uma boa notícia saber que a editora publica mais um livro do Detetive do Pesadelo.

Esta é uma história que, remetendo para as origens de Dylan Dog, se torna obrigatória para melhor conhecer esta personagem emblemática, que tanta gente tem encantado ao longo dos anos. Os que já são fãs da série não poderão perder este livro e os que ainda não deram uma hipótese a Dylan Dog, podem muito bem fazê-lo através deste O Número Duzentos.

Neste livro acompanhamos os primeiros passos de Dylan Dog na sua carreira enquanto investigador do paranormal. Todos os inícios são um pouco atabalhoados e é também dessa forma que o protagonista se inicia nos primeiros casos que lhe aparecem. Um pouco sem saber bem como vai ter sucesso com a sua nova opção profissional. Ficamos também a saber como Dylan Dog conhece Groucho e como este se torna assistente do primeiro. Ou como o herói deixa a polícia e se instala na célebre casa de Craven Road.

Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita
A história de O Número Duzentos é apresentada como sendo uma sequela de Até que a Morte vos Separe, também publicado em Portugal pela mesma editora. Por isso, reagindo aos eventos dessa história marcante, que culminou na morte de Lillie, o amor da vida do herói, a argumentista Paola Barbato avança a partir desse ponto de perda, para nos mostrar um lado sério e trágico em Dylan Dog, ao desvendarmos que o mesmo atravessa um período em que está totalmente consumido pelo alcoolismo. Para lidar com essa fase de autodestruição, as personagens de Groucho e, especialmente, do Comissário Bloch, assumem bastante relevância. Com efeito, diria até que o Comissário Bloch tem neste livro uma sub-narrativa, só para si, e paralela ao percurso de Dylan Dog, que o torna imprescindível para a história.

Acaba por ser um conto sensível e emotivo, bem construído por Barbato, e que se torna muito relevante para o estreitamento da relação que já temos com Dylan Dog. Se já gostávamos dele, acho que ainda gostamos mais, após a leitura deste livro.

Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita
Quanto às ilustrações que nos são dadas por Bruno Brindisi, temos um bom trabalho que cumpre um bom nível ao longo da obra. Não será o Dylan Dog mais bem desenhado ou mais visualmente apelativo de que tenho memória, mas também não há muito em que se lhe possa apontar o dedo de forma negativa. É um desenho bom e eficiente que nos conta bem, em termos gráficos, a história pensada por Barbato.

Devo dizer que a capa deste livro é das coisas mais horríveis que vi nos últimos tempos. O desenho das personagens não é o mais feliz principalmente pelas cores, com demasiado contraste, que fazem com que pareça que Dylan Dog e os seus companheiros apanharam um escaldão na Costa da Caparica. Mas isso ainda é o menos grave. Não consigo lidar com aquele número duzentos no fundo, que parece a numeração de um programa televisivo tipo Preço Certo. E, como se não bastasse, ainda temos um fundo dourado que atribui a esta capa um cariz “azeitolas” como é raro encontrar! 

Não pensem que teço estes comentários para “deitar abaixo”, só porque sim. Não, pois não é esse o meu estilo. Escrevo estes comentários porque, de facto, é uma capa que me mete pena. O interior do livro – que é bom – não merecia uma capa destas. Não me canso de dizer – e de escrever, aqui no Vinheta 2020 – que uma boa capa não faz um bom livro, mas certamente ajuda a cativar o potencial leitor para a compra de um livro. Tal como também ajuda a gostarmos ainda mais de um bom livro. É quase como as relações amorosas. O que mais importa é – ou deveria ser – a beleza interior, mas lá que a beleza exterior também é relevante para a total apreciação do todo, lá isso é verdade! Quero, no entanto, ilibar A Seita da responsabilidade desta capa horrorosa. Falei com um dos editores que me disse que a editora portuguesa até fez um esforço, junto da Bonelli, para que se usasse outra capa. Mas esse esforço foi em vão e A Seita viu-se mesmo obrigada a ter que usar a capa original.

Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita
De resto, a edição da editora portuguesa obedece aos padrões que a mesma delineou para a Coleção Aleph: pequeno formato, cada dura, bom papel e boa encadernação. No final do livro há, como extras, um desenho original por Bruno Brindisi, uma ilustração de uma capa de Dylan Dog e uma boa introdução ao livro, por parte do editor João Miguel Lameiras. Tendo em conta que o livro original foi lançado a cores, devo dizer que gostaria de ter experienciado esta obra dessa forma. No entanto, também é verdade que acho que a arte ilustrativa do livro até funciona bem a preto e branco e também compreendo que a editora tenha querido manter a unidade na coleção, já que todos os livros são a preto e branco. Aceita-se a opção d’A Seita.

Em suma, não se sintam dissuadidos com a lastimável capa deste livro, já que este O Número Duzentos é mais uma boa história do Detetive do Pesadelo e que, por ser um álbum que procura sedimentar o background de Dylan Dog, assume uma maior relevância ainda. A história é bastante bem construída e a arte ilustrativa faz-lhe jus. Recomenda-se, pois está claro!


NOTA FINAL (1/10):
8.6



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Dylan Dog - O Número Duzentos, de Paola Barbato e Bruno Brindisi - A Seita

Ficha técnica
Dylan Dog - O Número 200
Autores: Paola Barbato e Bruno Brindisi
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Outubro de 2021

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Lançamento: Dylan Dog - O Número 200



Já se encontra disponível o novo livro de Dylan Dog!

Intitulado O Número 200, este volume, da autoria de Paola Barbato e Bruno Brindisi, publicado por cá pel'A Seita, já se encontra disponível em banca. 

A história é apresentada como sendo uma sequela de Até que a Morte vos Separe, também publicado em Portugal pela mesma editora.

Quanto às livrarias generalistas, só a partir dos finais do mês de Janeiro é que deverão ter o livro disponível para compra.

Abaixo, deixo algumas imagens promocionais e sinopse da obra.
Dylan Dog - O Número 200, de Paola Barbato e Bruno Brindisi

Criado por Tiziano Sclavi, DYLAN DOG é o célebre investigador do paranormal, o Detective do Pesadelo, uma das mais conhecidas personagens de BD de sempre, cujas aventuras ao mesmo tempo aterradoras, inquietantes e melancólicas, têm encantado leitores - e leitoras - em todo o mundo.

No início da sua carreira como detective do pesadelo, Dylan Dog recorria aos dotes “habilidosos” de Groucho... mas tudo muda quando enfrentam o seu primeiro monstro real. E como deixou ele a polícia, mudando-se para a lendária casa de Craven Road? São muitas as revelações inéditas sobre o passado do Detective do Pesadelo que vão descobrir neste volume, em que o leitor fica a saber tudo aquilo que queria mas nunca tinha ousado perguntar.
O título deste volume, O Número Duzentos, remete para o número da edição original italiana em que foi publicada, mas também ao número do prédio onde o Comissário Bloch vive, e que vai ser cenário dos momentos mais decisivos da história. Nesta história, o leitor vai assistir a um conjunto de revelações inéditas: ficaremos a saber como Groucho se tornou assistente do herói, como Dylan se estabeleceu em Craven Road e se tornou um detective do oculto, descobrimos também que caiu no alcoolismo após a morte de Lillie, e que Groucho e Bloch foram decisivos para que Dylan conseguisse libertar-se do vício. Uma história emotiva e absolutamente definidora da trajectória de uma das mais interessantes personagens dos fumetti, e que, embora possa perfeitamente ser lida de forma autónoma, faz também a ponte com outros episódios marcantes da saga do detective do pesadelo, como Até que a Morte vos Separe (de que é de certa maneira uma sequela) e O Imenso Adeus.
Primeira mulher a escrever uma história de Dylan Dog e uma das mais populares e prolíficas argumentistas da série, Paola Barbato nasceu 1971, e desde que se recorda que sempre escreveu. Em 1996, convenceram-na a apresentar os seus trabalhos em várias editoras, incluindo na Sérgio Bonelli Editore, na redacção de Dylan Dog, série de quem era fã. Contactada pelo editor Mauro Marcheselli, veio a escrever um álbum de Groucho, Il cavaliere di sventura, publicado no Speciale La preda umana. A sua entrada na série mensal ocorreu em 1999 com Il Sonno della ragione (#157), e daí para cá, tornou-se numa das principais autoras da série e numa autora fundamental no desenvolvimento do universo dylaniano. Os seus trabalhos para a Bonelli não se esgotam em Dylan Dog, desenvolvendo argumentos para um extenso conjunto de publicações. Foi galardoada com o Prémio Scerbanenco (que premeia romances policiais) pelo seu romance Mani Nude, e por duas vezes com o Gran Guinigi, primeiro na qualidade de melhor argumentista de 2013, e em 2017, com Corrado Roi, com Ut, para melhor série.

Oriundo de uma família de artistas, Bruno Brindisi nasceu em 1964. Autodidacta, com apenas dezanove anos fundou a Scuola Salernitana com Roberto De Angelis e Luigi Siniscalchi, com quem publicou a revista amadora Trumoon. A sua carreira profissional começa em 1986, desenhando histórias eróticas para a Blue Press e a Ediperiodici. Em 1990, com apenas vinte cinco anos, entra na Bonelli, desenhando alguns episódios de Nick Raider, até entrar na equipa de Dylan Dog, série onde se vai estrear com a aventura Il Male, escrita por Tiziano Sclavi. Desenhou inúmeras outras personagens para a editora, e desnvolveu projectos para o mercado franco-belga. Em 2015, foi galardoado com o prémio Romics d’Oro, apenas um de inúmeros prémios e reconhecimentos que recebeu pelo seu trabalho.

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Ficha técnica
Dylan Dog - O Número 200
Autores: Paola Barbato e Bruno Brindisi
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
PVP: 13,00€

terça-feira, 4 de maio de 2021

Análise: Dylan Dog / Dampyr - O Detective e o Caçador



Dylan Dog / Dampyr - O Detective e o Caçador, de Roberto Recchioni, Giulio Antonio Gualtieri, Daniele Bigliardo, Mauro Boselli e Bruno Brindisi

Quando, em 2017, a Sergio Bonelli decidiu fazer um crossover com duas das suas personagens mais emblemáticas, Dylan Dog e Dampyr, certamente foram muitos os fãs que ficaram radiantes com esta opção. Até porque, na verdade, a editora nunca tinha feito um verdadeiro crossover, isto é, a junção de duas personagens de universos diferentes numa só história. Contrariamente ao mercado americano, onde os crossovers são mais do que habituais, no mercado europeu é algo bem mais raro de acontecer. Portanto, acho que a iniciativa demonstrou coragem e modernidade por parte da editora. 

E embora a minha primeira reação a esta iniciativa tenha sido: “Porreiro, e faz sentido com estas duas personagens”, a verdade é que, vendo bem, até são personagens de universos bastante distintos. Dylan Dog é uma personagem que se move num mundo que considero filosófico, onírico e, até mesmo, poético. Com uma premissa tão aberta como sendo o “detective do pesadelo”, há abertura para uma variedade enorme de situações e aventuras. Já quanto a Dampyr, estamos perante um herói muito mais clássico no seu cerne e que se move num universo com regras e barreiras muito mais específicas e previamente delineadas.

Por este motivo, e com alguma pena minha, parece-me que este crossover assume-se mais como um “Dampyr convida Dylan Dog”, do que o contrário. Ou seja, este O Detective e o Caçador parece-se mais com um clássico livro de Dampyr. A grande diferença é que, neste caso, Dylan Dog aparece como convidado. Como sou muito mais fã de Dylan do que Dampyr, tive alguma pena que assim fosse. Mas, tal como já disse, também compreendo que os envolvidos nesta obra tenham feito esta opção, pois seria mais fácil trazer Dylan Dog para o universo mais fechado de Dampyr, do que o oposto.

Se Dylan Dog é detective do pesadelo, Dampyr é filho de uma humana e de um vampiro e, por ter essa mistura rara, o seu sangue é letal para matar vampiros. O que faz dele um guerreiro verdadeiramente poderoso e temível pelos seus inimigos.

A história, que mais para o fim, especialmente no segundo livro, se torna demasiado rocambolesca, arranca em Londres quando vários vampiros invadem de surpresa um baile de máscaras e começam a fazer vítimas. Entretanto, o maquiavélico Lordbrok – retirado do universo de Dampyr – tem planos nefastos para com o mundo e para com o seu rival Marsden que, nesta aventura, faz com que Harlan Draka, Dampyr, seja involuntariamente seu aliado na luta contra Lordbrok. Dampyr faz-se acompanhar por Kurjak e Tesla. Já do lado do universo de Dylan Dog, aparece-nos o irresistível Groucho e o malvado inimigo John Ghost também faz uma aparição. As belas mulheres que, naturalmente, se apaixonam por Dylan Dog também não faltam. No primeiro livro é a bela Lagertha – cujo aspeto há-de ter sido inspirado em Angelina Jolie – que encanta o detetive do pesadelo. No segundo livro é Selkie com quem Dylan estabelece (mais) um breve romance.

A narrativa arranca com uma fantástica cena de ação e sabe colocar muito bem Dampyr no caminho de Dylan Dog (ou será o oposto que acontece?). De uma forma natural as duas personagens vêem-se na necessidade de trabalharem juntas, mesmo sendo bastante diferentes entre si. Essa dinâmica aparece especialmente bem trabalhada no primeiro álbum, sublinhando as diferenças de ambas as personagens na abordagem aos eventos com que se deparam: Dylan Dog é um romântico e uma persona algo frágil, enquanto que Dampyr é um guerreiro-nato e pragmático, que passa rapidamente para a ação.

Um destaque tem que ser dado a Groucho que aparece em ambos os livros com tiradas muito divertidas, que melhoram a leitura da obra. Diria até que foi a personagem mais bem trabalhada por ambos os autores. Ainda mais do que os dois heróis protagonistas! Interessante também é a dinâmica entre Kurjak – um autêntico brutamontes – e Groucho, que tão bem representa a função de comic relief. Muito bem conseguido.

Depois, e eventualmente, à medida que os eventos se vão desenrolando, ambos os protagonistas têm que ceder um ao outro: Dylan Dog acaba por perceber que os métodos agressivos e pragmáticos de Dampyr são muitas vezes a forma mais eficaz de lidar com o mal. Todavia, em sentido contrário, Dampyr também irá descobrir que há nobreza nos métodos ponderados e sentido de justiça de Dylan Dog.

Há uma coisa que convém desde já dizer e que se torna muito relevante para a análise deste duplo lançamento: é que, o facto deste O Detective e o Caçador ter duas equipas criativas independentes entre si, faz com que ambos os livros difiram muito entre si mesmos. Não só em termos de ilustração (já lá irei) mas, também, em termos de argumento. 

É certo que a história do primeiro livro tem continuação no segundo, mas é uma continuação demasiado livre. Como se a obra se tratasse dum exercício criativo em que os argumentistas de ambos os livros, Roberto Recchioni (que é ajudado por Giulio Antonio Gualtieri ) e Mauro Boselli combinassem entre si, “eu levo a história até aqui… e depois disso faz o que quiseres com a mesma”. Se isso traz alguns elementos de surpresa à trama, devo dizer que o segundo livro é manifestamente inferior em comparação com o primeiro. Parece-me até que a história no segundo volume resolve a trama de uma forma algo preguiçosa, apoiando-se na introdução de vikings mortos-vivos, dragões e demais elementos que acabam por ser inseridos de uma forma algo forçada, sem grande linha condutora. No primeiro livro, como a história ainda nos está a ser apresentada aos poucos, está mais conseguida e funciona melhor. E não me refiro apenas à construção do argumento porque mesmo na construção dos próprios diálogos, a obra apresenta-se menos inspirada no segundo livro.

E, claro, as diferenças não se sentem apenas em termos de argumento. Na parte ilustrativa, as diferenças também são gritantes. Enquanto que Daniele Bigliardo nos dá um trabalho soberbo no primeiro livro, com as personagens, com trato realista, a parecerem que querem sair das páginas do livro, e onde o autor também apresenta um ótimo domínio da luz, dos altos contrastes, das cenas de ação, dos planos de câmara e enquadramentos; Bruno Brindisi, por sua vez, oferece-nos uma ilustração mais clássica, menos estilizada e impactante. Pobre nos detalhes, por vezes até parece ter sido feita algo “à pressa”. Não é que seja má, mas fica, indubitavelmente, muito aquém da arte de Daniele Bigliardo. E ainda que haja um esforço por continuidade na caracterização gráfica das personagens – especialmente das principais – a própria ilustração de algumas personagens, com destaque para os inimigos, por vezes afasta-se entre ambos os livros.

Quanto à edição, a editora A Seita preparou uma edição em linha com os outros livros da sua Coleção Aleph: boa encadernação, capa dura e papel baço. Há também uma entrevista com os argumentistas que está dividida entre os dois livros. 

Mas claro que, em termos de edição, o destaque principal tem que ser dado às fantásticas capas que, quando colocadas ao lado uma da outra, formam uma bonita ilustração entre si. Como se fossem duas peças para um puzzle. No primeiro livro temos Dylan Dog em primeiro plano e, lá em cima, no título temos “Dylan Dog & Dampyr”, como se fosse o primeiro que convida o segundo. No segundo livro temos todos estes elementos inversamente colocados: Dampyr é que aparece em primeiro plano e no título aparece “Dampyr & Dylan Dog”. São duas capas espetaculares que, juntas, tornam os dois “objetos-livro” ainda mais colecionáveis e verdadeiramente apetecíveis. Julgo que A Seita foi inteligente ao escolher esta opção de capas pois dificilmente um leitor só comprará um dos livros.

Concluindo, acho que mais do que uma oportunidade para que os fãs de Dylan Dog conheçam Dampyr, esta obra dupla permite, acima de tudo, que os fãs de Dampyr possam acolher nas páginas do seu herói, a personagem maravilhosa de Dylan Dog, que vem muito bem acompanhada por Groucho. O Detective e o Caçador ficou um pouco aquém das minhas expetativas – mais pela divisão de tarefas entre autores do que por outra coisa - mas não deixa de ser uma boa iniciativa da Sergio Bonelli. E o final da obra deixa uma porta aberta para que uma nova aventura com Dylan Dog e Dampyr possa ocorrer no futuro. A ver vamos.

Desta vez, embora ambos os livros formem um todo, parece-me que a diferença de qualidade por mim percepcionada, merece notas distintas. 


NOTA FINAL LIVRO 1: A Noite de Dampyr: 8.4
NOTA FINAL LIVRO 2: O Detective do Pesadelo: 6.8


NOTA FINAL dos 2 ÁLBUNS (1/10):
7.6



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Fichas técnicas
O Detective e o Caçador vol. 1: A Noite do Dampyr
Autores: Roberto Recchioni, Giulio Antonio Gualtieri e Daniele Bigliardo
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Março de 2021


O Detective e o Caçador vol. 2: O Detective do Pesadelo
Autores: Mauro Boselli e Bruno Brindisi
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Março de 2021

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Lançamento: Dylan Dog / Dampyr - O Detective e o Caçador





Já estão disponíveis os dois álbuns que correspondem ao crossover entre as personagens do fumetti, Dylan Dog e Dampyr, e que assinalam uma interessante aposta dupla da editora A Seita.

O primeiro tomo chama-se O Detective e o Caçador Vol. 1: A Noite do Dampyr e o segundo volume intitula-se O Detective e o Caçador Vol. 1: O Detective do Pesadelo. Uma coisa curiosa é que as equipas criativas mudam: no primeiro livro temos o argumento a cargo de Roberto Recchioni e Giulio Antonio Gualtieri, com desenho de Daniele Bigliardo; e no segundo livro o argumento é de Mauro Boselli e arte ilustrativa fica a cargo de Bruno Brindisi. 

Desde já, destaca-se a capa conjunta que os dois álbuns, alinhados um ao outro, completam entre si. Fantástica ideia.

Abaixo fiquem com a nota do editor e com algumas imagens promocionais.


Dylan Dog / Dampyr - O Detective e o Caçador, de Roberto Recchioni, Giulio Antonio Gualtieri, Daniele Bigliardo, Mauro Boselli e Bruno Brindisi 

Um vive em Londres e é um detective do pesadelo, investigador do paranormal, melancólico, introspectivo e sonhador. 

O outro é filho de uma humana e de um vampiro, e viaja pelo mundo para combater o mal, utilizando o seu sangue letal, capaz de queimar e matar os vampiros. 

Nunca se tinham cruzado, porque o mundo é demasiado grande e os seus mistérios infindáveis. Até ao Verão de 2017, quando a Sergio Bonelli Editore publicou o seu primeiro crossover, uma aventura que junta Dylan Dog e Dampyr numa luta lado a lado contra as criaturas do Mestre da Noite Lodbrok!

Harlan Draka, o Dampyr, e Dylan Dog, cruzam-se finalmente a tempo da chegada de um conjunto de visitantes estranhos – e perigosos! - a Craven Road, que irão mergulhar Londres no terror. E qual o papel do temível Lodbrok, um dos arqui-vampiros que Draka persegue incansavelmente? Dylan Dog acaba por fazer uma promessa que não pode quebrar à morta-viva Lagertha, inimiga jurada de Harlan Draka, o caçador de vampiros. Nas remotas ilhas Hébridas, para onde viajaram em busca de resolver o mistério de Lodbrok, o Senhor da Noite, os nossos dois heróis terão de sobreviver a uma multidão de personagens horrendas, dragões, vikings mortos-vivos, e outras criaturas sobrenaturais.

Esta história, que junta Dylan Dog e Dampyr, duas das mais emblemáticas personagens da Sergio Bonelli Editore, foi o primeiro crossover jamais criado pela editora (já tinham existido alguns team-ups, em que personagens diferentes tinham aparecido nas revistas umas das outras). Assim, esta aventura que junta o detective do pesadelo ao caçador de vampiros acabou por ser uma grande estreia, e o evento dos fumetti do Verão de 2017 em Itália, uma vez que a história foi dividida por duas revistas diferentes, iniciada em Dylan Dog #371 e concluída em Dampyr #209.

Dylan Dog e Dampyr são, no entanto, bem diferentes enquanto personagens e séries. Numa entrevista concedida há uns anos, Mauro Boselli sublinhou que no caçador de vampiros sobressai um lado algo realista, uma vez que as suas aventuras devem dar a ilusão de que acontecem no nosso mundo, na nossa realidade. Ao contrário do que acontece com Dylan Dog, onde o fantástico pode ser apresentado repetidas vezes com contornos menos realistas e onde tudo é possível. 
Por seu lado, Roberto Recchioni acrescenta que a maneira como os dois heróis lidam com o horror também é diferente: de um lado a dureza e intransigência de um Dampyr pragmático frente aos monstros, qual herói clássico, em contraponto com a visão mais irónica, romântica e empática de Dylan Dog, anti-herói por excelência ou herói por acaso, que diz que os verdadeiros monstros somos nós, os seres humanos.

Duas personagens com pouco em comum, mas com um importante ponto de ligação entre ambas: o horror dos ambientes em que se movem. Como tal, não é de estranhar que, mais tarde ou mais cedo, acabariam por aliar forças, o que só não tinha acontecido antes porque, a acreditar nas palavras de Dylan, “o mundo é demasiado grande”.

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Fichas técnicas
O Detective e o Caçador vol. 1: A Noite do Dampyr
Autores: Roberto Recchioni, Giulio Antonio Gualtieri e Daniele Bigliardo
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
PVP: 13,00€

O Detective e o Caçador vol. 2: O Detective do Pesadelo
Autores: Mauro Boselli e Bruno Brindisi
Editora: A Seita
Páginas: 104, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
PVP: 13,00€