sexta-feira, 30 de maio de 2025

Novo número da revista de BD H-alt é lançado no Festival de Beja!



Tal como é tradição, será lançada durante o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja a nova edição da revista H-alt!

Este é o 14º volume desta antologia de banda desenhada que assinala também o seu 10º aniversário! Parabéns a todos os envolvidos!

Como tal, deixo-vos com a nota de imprensa e com algumas imagens promocionais.


H-alt #14, de vários autores

A apresentação oficial da H-alt 14 vai ocorrer no festival internacional de beja de BD. A H-alt faz 10 anos, uma data bonita de uma publicação já com alguma história.
Como sempre a temática da revista é ficção especulativa (Ficção científica, terror, fantasia, história/realidade alternativa, surrealismo..).

A imagem da capa é da autoria de Bárbara Lopes, uma renomeada ilustradora e autora de BD, é possível também ler uma curta entrevista dela na publicação.

Para estarem sempre actualizados a respeito de novidades podem ver sempre o site da H-alt ( http://h-alt.weebly.com/ ).

Lista das 15 bandas desenhadas presentes nesta edição

O silêncio da areia
Argumento: Marcello Bondi
Legendagem: Lorenzo Zazzeri
Tradução: Sérgio Santos
Arte: Massimo Moda

A morte de um pinguim
Argumento: André Mateus
Legendagem: Filipe Duarte
Arte: Filipe Duarte

DM Bordeaux
Argumento: Marco Calhorda
Legendagem: Pedro N.
Arte: Pedro N.

A vida juntos
Argumento: Marcello Bondi / Andrea Garagiola
Legendagem: Salvatore Lanzo
Tradução: Sérgio Santos
Arte: Salvatore Lanzo

DESCULPA
Argumento: Tomás Sousa
Legendagem: Tomás Sousa
Arte: Tomás Sousa
Cores: Tomás Sousa

Balões
Argumento: Miguel Pinto Ferreira
Legendagem: Miguel Pinto Ferreira
Arte: Miguel Pinto Ferreira

O poço
Argumento: Paulo Diogo
Legendagem: Paulo Diogo
Arte: Paulo Diogo

Shadows of the kingdom -2 parte
Argumento: Francisca Franco
Legendagem: Francisca Franco
Arte: Francisca Franco
Cores: Francisca Franco

Alter
Argumento: Inês Pestana
Legendagem: Inês Pestana
Arte: Inês Pestana

Take my agony
Argumento: Mari dos Santos
Legendagem: Mari dos Santos
Arte: Mari dos Santos
Cores: Mari dos Santos

A ursa e a velha
Argumento: Alex-Imé
Legendagem: Alex-Imé/ Sérgio Santos
Tradução: Sérgio Santos
Arte: Alex-Imé

Esperança
Argumento: Fernando Fiães
Legendagem: Fernando Fiães
Arte: Fernando Fiães / Agonia Sampaio
Cores: Fernando Fiães

Mar
Argumento: Paulo Montes
Legendagem: Phermad
Arte: Phermad
Cores: Phermad

Na contramão de Gaia
Argumento: Sandro Leonardo
Legendagem: Ciberpajé
Arte: Ciberpajé
Cores: Ciberpajé

Resurectis
Argumento: Samir Karimo/ Felipe Arambarri
Legendagem: Felipe Arambarri
Arte: Miguel Ángel Sánchez

Amanhã sai com o jornal Público uma BD sobre Pepe Mujica!



A Levoir lança amanhã, com o jornal Público, o primeiro de dois volumes da obra Pepe Mujica e as Flores da Guerrilha, Matías Castro e Leo Trinidad.

Esta é uma obra que está a despertar o meu interesse, pois sou um grande admirador da vida e exemplo de Pepe Mujica, antigo Presidente da República do Uruguai, que, curiosamente, faleceu este mês.

O segundo volume deverá chegar às bancas na semana seguinte.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.

Pepe Mujica e as Flores da Guerrilha, de Matías Castro e Leo Trinidad

A Levoir e o Público lançam a 31 de Maio o volume 1 da novela gráfica Pepe Mujica e as Flores da Guerrilha, e a 7 de Junho o 2º volume. Celebramos a vida de um activista e político impar.

Morreu, este mês, o antigo presidente uruguaio José Mujica, mais conhecido por ‘Pepe Mujica’. Quem foi este homem que a todos impressionava? Símbolo da esquerda latino-americana foi guerrilheiro, refém, filósofo, Presidente humanista apelidado de “o Presidente mais pobre do Mundo, por ter entregado a quase totalidade dos rendimentos de chefe de Estado a um programa de habitação social, José Mujica fez do Uruguai um Estado pioneiro na adoção de medidas progressistas.

O escritor Matías Castro e o ilustrador Leo Trinidad apresentam esta obra como sendo, na opinião de Alfonso Zapico, ”Um relato envolvente e construtivo, uma narrativa original e inteligente.” Para Paco Roca, a quem os autores agradecem no início do livro, “Esta história é uma complexa teia de perguntas sem resposta, um retrato fiel de Pepe Mujica que também desenha o Uruguai da segunda metade do século XX e esboça o rosto do novo país. Aqui estão os dilemas e as contradições do antigo presidente, mas também a sua grandeza e humanidade.”

Ao terminar o prefácio a esta obra, Rui Tavares, faz uma pergunta: “Na sua crítica ao consumismo e na defesa de uma prosperidade simples, na sua visão de um mundo em que trabalhemos menos e tenhamos mais tempo para viver, não terá Mujica sido o primeiro presidente eco-socialista do mundo?”

Sigamos o exemplo do homem que dizia viver como pensava e oiçamos um dos seus conselhos: "A vida é bela, mas gasta-se e acabamos por cair. É preciso recomeçar sempre que se cai, e, se houver raiva, transformá-la em esperança. Lutem pelo amor, não se deixem enganar pelo ódio."

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Ficha técnica
Pepe Mujica e as Flores da Guerrilha - Volume 1 (de 2)
Autores: Matías Castro e Leo Trinidad
Editora: Levoir
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 195 X 270 mm
PVP: 15,90€

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Vem aí o regresso dos Smurfs à banda desenhada!



Ou dos Schtroumpfs, vá, para aqueles que, como eu, os começaram a ler com esse nome.

Devo dizer que embora não pegue num livro de BD destas pequenas e irresistíveis personagens criadas por Peyo há umas boas décadas, a verdade é que esta era uma das minhas séries preferidas durante a minha infância. Como tal, estou satisfeito que estas personagens sejam novamente publicadas por cá.

Não serão os álbuns do Peyo, mas uma recente retoma da série pelos autores Thierry Culliford e Falzar, que a chancela Nuvem de Letras - pertencente ao Grupo Editorial Penguin - se prepara para lançar a partir do próximo dia 9 de Junho.

E não será apenas um, mas dois os livros que a editora vai lançar. Cada um dos livros é composto por três histórias.

Por agora, ambos os livros já se encontram em pré-venda no site da editora, aqui e aqui.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopses dos dois livros.


Somos os Smurfs: Dias Bons e Felizes! e Somos os Smurfs: Juntos somos Melhores!, de Thierry Culliford e Falzar

Dias bons e aventuras incríveis são… garantia de diversão com os Smurfs!
Três aventuras em banda desenhada que exploram questões como a impaciência ou a perda, com empatia e humor.

Inclui uma secção final onde pais e educadores podem explorar cada tema com os mais pequenos.

Na aldeia dos Smurfs, todos os dias podem ser bons, basta estarem todos juntos! Mas o que acontece quando a impaciência de um Smurf estraga uma surpresa? E quando o descuido de outro Smurf magoa um pássaro? E quando um deles perde uma grande amiga?

Uma banda desenhada repleta de humor e de algumas lições sobre como ser autêntico, com uma secção final onde pais e educadores podem explorar cada tema com os mais pequenos.

Inclui tópicos de discussão para conversas entre pais e filhos.


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Fichas técnicas
Somos os Smurfs: Dias Bons e Felizes!
Autores: Thierry Culliford e Falzar
Editora: Nuvem de Letras (Grupo Penguin)
Páginas: 112
Encadernação: Capa dura
Formato: 168 x 210 mm
PVP: 14,65€


Somos os Smurfs: Juntos somos Melhores
Autores: Thierry Culliford e Falzar
Editora: Nuvem de Letras (Grupo Penguin)
Páginas: 112
Encadernação: Capa dura
Formato: 168 x 210 mm
PVP: 14,65€





ASA prepara-se para lançar BD de ficção científica!



Chama-se Vertigeo e é da autoria dos franceses Amaury Bündgen e Lloyd Chéry, que adaptam para banda desenhada o romance original de Emmanuel Delporte!

Esta é mais uma das novidades de banda desenhada da ASA, que já se encontra em pré-venda no site da editora, devendo chegar às livrarias a partir do próximo dia 10 de junho.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Vertigeo, de Amaury Bündgen e Lloyd Chéry

Um cataclismo. Já não há sol. Já não há vida.

A humanidade esteve perto da extinção.

Os últimos homens construíram as fundações da torre Vertigeo.

Assim começou… a construção em altura.

Seguindo a mais pura tradição da ficção científica distópica e pós-apocalíptica, Vertigeo é uma metáfora brutal sobre a sociedade do trabalho, digna herdeira de referências como Soleil Vert e Transperceneige.

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Ficha técnica
Vertigeo
Autores: Amaury Bündgen e Lloyd Chéry
Editora: ASA
Páginas: 144, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Formato: 320 x 23
PVP: 27,50€

Antologia "Ditirambos" está de volta!




Este é um dos projetos da BD nacional independente que mais acarinho e que acaba de lançar o seu 4º volume!

Já aqui escrevi sobre os volumes dois e três desta antologia. Aquilo que aprecio no projeto Ditirambos é que, embora independente, a qualidade das histórias ao nível do aprumo narrativo-visual é, quanto a mim, superior às restantes antologias portuguesas de banda desenhada. E refiro isto, claro, sem desprimor para todas as antologias de banda desenhada que, naturalmente, também são importantes.

Ditirambos é, quanto a mim, uma antologia que, embora independente, parece feita por uma editora profissional. A este nível, coloco também o projeto Umbra, de qual também sou muito admirador.
Este quarto volume, intitulado Noite, já foi apresentado no passado fim de semana, no Maia BD, e terá nova apresentação no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que arranca já nesta sexta-feira.

Por agora, deixo-vos, mais abaixo, com a nota de imprensa deste Ditirambos #4 - Noite.


Ditirambos #4 - Noite, de Joana Afonso, Ricardo Baptista, André Caetano, Nuno F. Cancelinha, Diogo Carvalho, Raquel Costa, Francisco Ferreira, Sónia Mota, Sofia Neto e Carla Rodrigues


Um ditirambo é um canto coral exortativo que nos chega da antiguidade clássica grega. Nele, uma multitude de vozes une-se em homenagem ao deus Dioniso.

É também uma multipremiada antologia de banda desenhada de autores portugueses, cujas distintas técnicas e vozes narrativas obedecem, para além do mote, a um único requisito: 4 páginas.
O primeiro volume explorou o conceito de “Êxtase”, com as contribuições de Ricardo Baptista, Nuno Filipe Cancelinha, Diogo Carvalho, Raquel Costa, Francisco Ferreira e Sofia Neto.

Para o segundo volume – “Abismo”, juntaram-se-lhes as vozes dos autores e ilustradores Joana Afonso, André Caetano e Carlos Drave e da autora Sónia Mota.

No terceiro volume – “Fauna” a colaboração de Carlos Drave dá lugar à da autora e ilustradora Carla Rodrigues.


O Volume 4 – Noite, repete, em 2025, a dose, com Joana Afonso, Ricardo Baptista, André Caetano, Nuno F. Cancelinha, Diogo Carvalho, Raquel Costa, Francisco Ferreira, Sónia Mota, Sofia Neto e Carla Rodrigues.


Histórias incluídas:

“Ciclo”, Joana Afonso
“A Esfinge”, Ricardo Baptista
“Que o Sol Volte a Brilhar”, André Caetano
“Caçadores”, Raquel Costa (arte) / Nuno F. Cancelinha (argumento)
“Prima Nocte”, Diogo Carvalho
“Presas”, Francisco Ferreira (arte) / Sónia Mota (argumento)
“Perseidas”, Sofia Neto
“Pesadelo”, Carla Rodrigues

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Ficha técnica
Ditirambos #4 - Noite
Autores: Joana Afonso, Ricardo Baptista, André Caetano, Nuno F. Cancelinha, Diogo Carvalho, Raquel Costa, Francisco Ferreira, Sónia Mota, Sofia Neto e Carla Rodrigues
Editora: Edição Independente
Páginas: 52, a cores
Encadernação: Capa mole
Formato: 168 x 258 mm
PVP: 14,00€ (Edição limitada a 200 exemplares)

ASA prepara-se para lançar "Os Filhos do Império"



A partir do próximo dia 10 de junho, começa a chegar às livrarias portuguesas a banda desenhada Os Filhos do Império, da jovem autora coreana Yudori.

Confesso que não conheço a obra, nem a autora, mas que fiquei agradado com aquilo que pude ver das ilustrações desta obra.

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Os Filhos do Império 1, de Yudori

Coreia, 1929.

Na capital, que então se chamava Gyeongseong, enquanto o Ocidente difunde pouco a pouco a sua cultura «moderna», o Japão impõe a lei do ocupador. Arisa Jo, filha de um rico negociante, e Jun Seomoon, o jovem herdeiro de uma nobreza destituída, encarnam essas influências contrárias e os violentos conflitos interiores que elas fazem despontar em cada coreano.

Ao contar-nos a história do destino de dois jovens que tudo põe em confronto na Coreia ocupada dos anos trinta, Yudori confirma o seu talento de autora e a incrível beleza do seu trabalho gráfico.


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Ficha técnica
Os Filhos do Império 1
Autora: Yudori
Editora: ASA
Páginas: 224, a cores
Encadernação: Capa mole
Formato: 241 x 170
PVP: 18,90

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Vem aí o clássico mangá "Akira"!




A espera de muitos vai finalmente chegar ao fim: Akira está de volta!

Já está disponível para pré-venda no site da editora, a sua mais recente aposta que dá pelo nome de Akira e que é um dos maiores clássicos do mangá de sempre.

A edição desta obra obrigatória de Katsuhiro Otomo é feita pela editora Distrito Manga, do grupo editorial Penguin. Recordo que esta obra já havia sido lançada por cá há várias décadas, primeiro pela Meribérica e depois pela JBC.

O livro deverá chegar às livrarias a partir do próximo dia 9 de junho.

Por agora, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

Akira – Livro 1, de Katsuhiro Otomo

Na megalópole hostil e caótica de Neo-Tóquio, as vidas de Tetsuo e os seus companheiros mudam para sempre quando se veem envolvidos no enigma de Akira e no terrível segredo que ele esconde. 

A edição definitiva de uma obra-prima da banda desenhada japonesa.

Estamos em 2019, em Neo-Tóquio, uma cidade construída sobre as cinzas de uma Tóquio aniquilada por uma explosão de origem desconhecida que desencadeou a Terceira Guerra Mundial. 

As ruas estão povoadas por jovens delinquentes que se dedicam a espalhar o terror e o caos.

A vida de dois amigos adolescentes malandros, Tetsuo e Kaneda, muda para sempre quando habilidades paranormais começam a despertar em Tetsuo, tornando-o alvo de uma agência sombria que fará de tudo para evitar outra catástrofe como a que destruiu Tóquio. No centro da motivação da agência está um medo cru, e que tudo consome, de um poder impensável e monstruoso conhecido apenas como Akira.

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Ficha técnica
Akira – Livro 1
Autor: Katsuhiro Otomo
Editora: Distrito Manga
Páginas: 352, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 178 x 256 mm
PVP: 28,85€


ASA prepara-se para publicar livro de Sean Murphy!



É uma excelente notícia para aqueles que, como eu, são grandes fãs do autor americano!

A editora ASA vai editar o livro Zorro - O Regresso de Entre os Mortos, de Sean Murphy. A obra foi originalmente lançada em 2024, enquanto minissérie, em números de 24 páginas, e foi depois reunida em álbum.

Esta é uma história que reimagina a personagem de Zorro, ou Diego de la Vega, uma figura mítica, numa banda desenhada que promete agradar a muita gente.

Pessoalmente, considero-me um grande admirador de Sean Murphy. Por cá, já três obras foram lançadas deste autor: Jesus Punk Rock Batman: Cavaleiro Branco (pela editora Levoir) e Off Road (pela editora Kingpin). E sendo todas obras bastante diferentes entre si, todas elas me agradaram muito - em especial Jesus Punk Rock Batman: Cavaleiro Branco -portanto estou muito, muito curioso para este Zorro!

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora e deverá chegar às livrarias na segunda metade de junho.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Zorro - O Regresso de Entre os Mortos, de Sean Murphy

Diego é um jovem que está convencido que é o Zorro. 

Em criança, Diego sofre uma crise psicótica depois de assistir ao cruel assassinato do seu pai pelo Barão do cartel de droga da sua cidade – De la Vega.

Para lidar e recuperar do trauma, encarna na lenda com mais de 200 anos do ZORRO colocando uma máscara, treinando a arte da esgrima, e declarando guerra aos “Narcos” como forma de salvar o povo da sua cidade.

Este é um livro onde o Dom Quixote se encontra com Narcos (cartel da droga sul-americano) no livro de Sean Gordon Murphy “Zorro: O regresso de entre os mortos”



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Ficha técnica
Zorro - O Regresso de Entre os Mortos
Autor: Sean Murphy
Editora: ASA
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 326 x 212 mm
PVP: 24,90€

A Levoir vai lançar uma nova coleção de BD com o jornal Público!


Foi há poucos dias que a editora Levoir fez saber que, a partir do próximo dia 6 de Junho, vai lançar uma nova coleção de banda desenhada com o jornal Público! E trata-se de uma aposta nova e refrescante que, naturalmente, aplaudo!

Será uma coleção quinzenal - sairá às sextas-feiras - e contará com sete histórias mudas em banda desenhada. Ou seja, todos os livros terão histórias contadas sem o recurso às palavras, aos balões de fala e às legendas. O conjunto de autores reunido é significativo no que à qualidade diz respeito, contando com Thomas Ott, Joe Pinelli, Jacques Tardi, Landis Blair, Nina Bunjeac, Lucas Harari e o português Vasco Colombo.

Os livros serão lançados em cada dura, com um preço bastante simpático de 13,90€ (exceto para o livro do autor português Vasco Colombo, que terá um preço de 15,90€). Andei a pesquisar a edição original destas obras e encontrei preços que vão desde os 19,90 aos 22.0€. Bem mais acima da edição portuguesa, portanto, que, segundo a Levoir, terá um "tamanho semelhante à edição francesa e um papel igual". 

A coleção chama-se 25 Imagens e são estes os títulos que poderemos encontrar:

terça-feira, 27 de maio de 2025

Autor português volta a ser nomeado para os Eisners!!!



É uma notícia fantástica, já conhecida há alguns dias: o português Filipe Andrade, autor de Rare Flavours, com argumento de Ram V, volta a estar nomeado para aqueles que são os prémios americanos mais importantes da banda desenhada!

Recordo que o autor já havia sido nomeado para estes prémios pelo seu trabalho no fantástico As Muitas Mortes de Laila Starr, que contou igualmente com argumento de Ram V.

Filipe Andrade recebe este ano duas nomeações nas categorias Best Limited Series e Best Penciller/Inker or Penciller/Inker Team.

Esta é mais uma notícia maravilhosa para a banda desenhada nacional que, pouco a pouco, passo a passo, vai vendo os seus autores a serem reconhecidos no estrangeiro. Mesmo que, para tal, os mesmos tenham que trabalhar para o mercado estrangeiro, neste caso, para o americano.

Os vencedores serão conhecidos no dia 25 de Julho, na gala que ocorrerá na Comic Con, em San Diego.

Dou os meus parabéns ao Filipe Andrade e desejo-lhe a melhor das sortes!


Faltam 3 dias para o Festival de Beja 2025!


É já na próxima sexta-feira, dia 30 de Maio, que arranca o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja! E este ano, a celebração é em grande, pois este imprescindível evento inteiramente dedicado à banda desenhada celebra o seu 20º aniversário!

Só isso já me permite enviar por aqui os meus parabéns e agradecimento a todos os envolvidos, em particular ao Diretor do Festival, Paulo Monteiro, um amigo, pelo seu trabalho, dedicação e entrega à 9ª arte!

Entre os ilustres convidados internacionais que este ano o evento recebe, estão Achdé (ilustrador atual de Lucky Luke e Aii!), Mana Neyestani (autor de Uma Metamorfose Iraniana e   Os Pássaros de Papel), Pierre-Henry Gomont (autor de Afirma Pereira e Slava), Theo (autor de Murena) e Uli Oesterle (autor de Le Lait Paternel).

Aproveito também para informar que vou estar por lá, não só para acompanhar e cobrir o Festival, como também para apresentar o meu livro Muitos Anos a Virar Páginas no sábado, dia 31 de Maio, às 10h45, a que se seguirá uma sessão de autógrafos das 16h30 às 17h30. 

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa do certame e com informação referente às exposições, às sessões de autógrafos e a toda a programação. Já agora, parabéns à Susa Monteiro por mais um belo cartaz!

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Análise: Alack Sinner - Bófia ou Detetive

Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir

Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir
Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo

A segunda obra lançada na Coleção Angoulême, que a Devir tem vindo a editar neste ano, não só é um clássico da banda desenhada sul-americana, como um clássico da banda desenhada internacional que muito influenciou outras obras que lhe sucederam. Falo de Alack Sinner, que é da autoria de José Muñoz e Carlos Sampayo.

Esta obra emblemática da banda desenhada noir, uma série da qual este livro lançado pela Devir é o segundo de um total de sete volumes, mistura crítica social e política, ao mesmo tempo que tem um estilo gráfico singular, que ainda hoje impacta pela sua original utilização do preto e branco puro.

Esta obra com mais de 40 anos tem como protagonista o detetive particular Alack Sinner, um ex-polícia cínico, solitário e introspectivo que opera numa Nova Iorque infestada de decadência, injustiça e corrupção. Além de ser uma narrativa policial protagonizada por uma cativante personagem desencantada com a vida, a obra consegue ir além dessa valência, procurando ser igualmente uma crónica sobre a condição humana e sobre a sociedade contemporânea. E mesmo passadas várias décadas desde o seu lançamento, é um daqueles livros que envelheceu bem e que se mantém atual e relevante no tempo atual.

Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir
Para isso, também contribui o facto do protagonista, Alack Sinner, ser uma figura que foge aos arquétipos convencionais do "detetive-herói". Ao contrário de outras personagens de histórias de detetives, Alack Sinner é imperfeito, alcóolico, melancólico, contraditório e em constante transformação ao longo dos capítulos. E chamo a atenção para esta última característica da personagem. À medida que vamos avançando no livro (e relembro que este é apenas um de sete volumes) vamos vendo uma personagem em mutação constante, que se vai definindo aos poucos. Se isso é interessante e enriquecedor para o leitor, pois está perante uma personagem multidimensional e, consequentemente, muito (mais) verossímil, a verdade é que isso também causa uma certa aleatoriedade, quer na personagem, quer nas suas aventuras que nos são apresentadas como histórias avulsas, embora com alguma ligação entre si. 

E é especificamente a primeira história - ou o primeiro capítulo - deste Bófia ou Detetive, em que Alack Sinner, ainda polícia em atividade, se vê confrontado com um classe trabalhadora corrupta que silencia aqueles que querem acusar as corrupções existentes no seio da polícia, que eleva a obra para um patamar cimeiro. Há toda um dicotomia nesta primeira vivência da personagem, que faz com que a leitura seja impactante e enriquecedora. O facto da sua jornada profissional se misturar com a sua trajetória pessoal, em que as questões éticas o invadem, faz da obra uma banda desenhada quase existencial e filosófica. Alack Sinner acaba por ser mais vítima do que herói, numa abordagem desencantada que aproxima o leitor da experiência realista e amarga de viver numa sociedade desigual.

Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir
A crítica social está bem presente em toda a obra: temas como o racismo, a desigualdade, a violência policial, a guerra, o capitalismo predatório e a alienação das pessoas no meio urbano são presença constante. A cidade de Nova Iorque é-nos dada como um local onde os marginalizados não têm voz e os poderosos se mantêm impunes. A denúncia política é feita sem grandes dramatismos ou atitudes panfletárias, através da mera representação da vida quotidiana como ela é e dos casos que Sinner investiga, que muitas vezes revelam mais sobre a falência do sistema do que sobre o crime em si.

Há um certo charme nestas histórias - ou não fosse esta uma história noir - que é sublinhado pela  música - o jazz em particular - que atravessa a obra como elemento estético e simbólico. Sinner frequenta bares onde músicos tocam temas melancólicos que dialogam com o estado de espírito das personagens. Essa ligação com o jazz remete à improvisação e à fluidez narrativa da obra, o que reflete o que já referi acima: há um lado bom em ler estas histórias, pois não sabemos bem para onde as mesmas nos vão levar -, mas também há um lado menos positivo: lá por adorarmos uma curta história que nos aparece, isso não quer dizer que não possamos achar enfadonha ou desinspirada a história seguinte. Mas assim é a vida e é isso que mais admiro na obra Alack Sinner, pois considero que esta progressão não linear, com a personagem a envelhecer e a mudar de opinião sobre vários assuntos, é rara, o que confere à obra um caráter quase literário, com a passagem do tempo e o desgaste físico e emocional do protagonista a funcionarem como uma clara metáfora da passagem histórica e das mudanças (ou da estagnação) sociais.

Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir
Se o protagonista e o tema são aliciantes, o estilo visual da obra também não nos deixa indiferentes. Especialmente se pensarmos que por esta altura ainda nem existia a obra-prima de Frank Miller - Sin City - fica fácil de compreender que Alack Sinner influenciou muito Sin City - para além do próprio nome das obras.

O estilo gráfico de Muñoz, expressivo e muito inovador, oferece traços carregados, contrastes acentuados entre um preto e branco puros, uma boa exploração do espaço negativo visual e uma estética expressionista ousada, contribuindo decisivamente para a atmosfera pesada e emocional da narrativa. Os rostos caricaturais, as sombras densas e os espaços urbanos claustrofóbicos refletem a tensão interna das personagens e o ambiente hostil que as cerca. A arte não serve apenas como pano de fundo, mas participa ativamente na construção de significado, funcionando como metáfora visual da decadência social. 

Reconheço que, aqui e ali, há algumas vinhetas que se tornam um pouco complexas de decifrar, seja pelas poses algo deformadas das personagens, seja por um expressionismo mais exacerbado do que o habitual, mas também não deixa de ser verdade que, noutros casos, os desenhos de Muñoz são belíssimos.

A edição da Devir é em capa dura baça, com bom papel baço, boa encadernação e boa impressão. O formato mantém-se nos 17 x 24 cms - e será este o formato de todos os livros da Coleção Angoulême - o que será bastante reduzido para algumas obras da coleção. Mesmo assim, e ao contrário de A Trilogia Nikopol que saiu mais prejudicada por este formato diminuto, Alack Sinner não sofre tanto com este formato.

Em suma, Alack Sinner é uma obra madura, densa e de uma profundidade rara em banda desenhada, rompendo com fórmulas fáceis, desconstruindo aquilo que normalmente consideramos ser "um herói", ao mesmo tempo que nos oferece uma abordagem visual original, de enorme dimensão estética. Muñoz e Sampayo desenvolveram um universo sombrio, mas profundamente humano, em que cada página carrega uma reflexão sobre o mundo, a moralidade e o fracasso da modernidade. É uma leitura que exige envolvimento e recompensa com camadas de significado. Totalmente recomendável!


NOTA FINAL (1/10):
9.3



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Alack Sinner - Bófia ou Detetive, de Muñoz e Sampayo - Devir

Ficha técnica
Alack Sinner: Bófia ou Detetive
Autores: Muñoz e Sampayo
Editora: Devir
Páginas: 168, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Formato: 17 x 24 cm
Lançamento: Abril de 2023