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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

G. Floy vai editar o terceiro volume de Faithless!




É, também, na próxima quarta-feira, dia 14 de Dezembro, que é lançado pela G. Floy Studio o terceiro volume da série Faithless, dos autores Brian Azzarello e Maria Llovet.

Quer o volume 1 como o volume 2 da série já aqui foram analisadas no Vinheta 2020.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Faithless #3, de Brian Azzarello e Maria Llovet
Faith e o diabo enfrentam-se neste último capítulo da série com grande carga erótica, o best-seller do New York Times de Brian Azzarello (Moonshine, Batman Maldito) e Maria Llovet (Luna, Heartbeat) sobre despertares sexuais e mágicos, e aqueles que são apanhados na mira do bem e do mal.

Depois dos quadros de Faith tomarem o mundo da arte de assalto, Faith desaparece tão depressa quanto apareceu, deixando um rasto de má-língua. Será que o seu desaparecimento é um golpe publicitário louco, um pedido de ajuda de uma artista inexperiente, ou outra coisa demasiadamente sinistra para se imaginar? Com Louis Thorn por detrás da sua catastrófica ascensão ao estrelato... quem sabe?

Reúne os números #1-6 de Faithless III.

“[Faithless III] continua a explorar a habilidade do homem de corromper o amor, acrescentando mais subtileza enquanto expande excepcionalmente as personagens.”
—Comics Bookcase

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Ficha técnica
Faithless #3
Autores: Brian Azzarello e Maria Llovet
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 160, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
PVP: 22,00€

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Análise: Moonshine - Série Completa

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal
Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Há poucas semanas a G. Floy Studio editou o quinto e último volume da série Moonshine, da autoria dos incontornáveis autores Brian Azzarello e Eduardo Risso. O que acabou por ser razão mais que pertinente para que eu lesse de enfiada toda a série que esta dupla, célebre pela série 100 Bullets, nos deu.

Confesso que tinha altas expetativas – e isso até pode ser, a priori, um erro de cálculo meu – para este Moonshine. E sendo verdade que a história traçada por Azzarello tem os seus bons momentos, confesso que ficou bastante aquém das minhas esperanças.

Moonshine é um policial noir, com contornos de horror, que lida com gangsters, a Lei Seca dos Estados Unidos – que acabou por gerar uma enorme operação de contrabando – e… lobisomens. Sim, lobisomens. Se parece que “não bate a bota com a perdigota”, deixem-me dizer-vos que é na dualidade desta premissa de, por um lado, situar a ação num período da história dos Estados Unidos da América e, por outro, introduzir o elemento fantástico dos lobisomens (e não só), que esta série mais se distancia das demais. Daquelas que versam sobre gangsters e daquelas que tratam o tema dos lobisomens, entenda-se.

Ora, apresentada a premissa, resta-nos ver se a mesma funciona bem.

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal
Lou Pirlo é um gangster que trabalha para um poderoso mafioso que lucra com o tráfico de bebidas alcoólicas e que pede a Lou que este viaje de Nova Iorque aos confins das paisagens rurais da Virginia para comprar uma bebida feita por Hiram Holt que, ao que parece, é o melhor "moonshine" ("álcool caseiro", chamemos-lhe assim) de que já se ouviu falar. Incumbido dessa tarefa, o protagonista Lou Pirlo lá trata de meter pernas a caminho.

Mas assim que chega a Virginia, as coisas não correm como planeado e Lou Pirlo acaba por dar de caras com um lobisomem que parece atacar quem quer que interfira nos negócios de Hiram Holt. Esta figura vai acabar por mudar a vida do protagonista. Este conhece, entretanto, Delia com quem inicia um romance. Entre perseguições e luta entre a família dos Holt, o seu chefe Joe, o lobisomem e até bruxas e zombies, Lou terá muito com que lidar nesta aventura. E, para juntar a isso tudo, o protagonista também tem perdas de memória que, mesmo permitindo os melhores momentos de texto, em off, de Azzarello, acabam por acrescentar mais incertezas à contenda narrativa.

A história acaba, portanto, por ser muito confusa inicialmente. E deixem-me dizer-vos que não me parece que tal aconteça por ser um “truque narrativo” de deixar o leitor cheio de questões e a suspirar por respostas, mas sim porque as ideias de Azzarello vão sendo introduzidas na trama de modo algo aleatório e sem grande cabimento ou sequência lógica. O que torna a leitura um pouco frustrante para o leitor.

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal
O horror aqui presente nunca se mistura verdadeiramente com o crime, e apenas aparece quase como uma distração da história principal.

Como este é um “guisado” com vários conceitos em paralelo, como o lado urbano dos gangsters na Lei Seca, o lado rural dos fabricantes de bebidas alcoólicas, o lado da história sobrenatural dos lobisomens, o lado do protagonista que tem perdas de memória, o tema da bruxaria vudu… enfim… parece que o leitor passa os cinco volumes à espera de algum élan ou momento apoteótico que, infelizmente, quando chegamos ao final do quinto e último volume da série, acabam por não ser encontrado. Quanto a mim, a história de Moonshine é demasiado dispersa em si mesma e acaba por persistir a ideia de que não estamos perante uma má história ou más ideias, mas sim perante uma história em que as ideias e a sequência da mesma não conseguem passar da mediania por ausência de foco e/ou de boa ligação entre os vários elementos da trama.

A forma como o autor nos relata a vertente mais policial da história pode fazer-nos lembrar algumas obras de Ed Brubaker, como Criminal, The Fade Out ou Reckless, mas, diria que a qualidade do texto, o encadeamento dos eventos e a gestão da trama, fica muito aquém daquilo que Brubaker consegue fazer.

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal
Há que dizer, no entanto, que a partir do quarto volume, Embarrilado, Moonshine começa a encontrar-se mais a si mesma. As coisas deixam de ser tão aleatórias e a história acaba por se focar mais no que interessa verdadeiramente. Diria, portanto, que para quem não conhece a série e a quer experimentar, que o deve fazer logo com o volume 4. Se gostar, lê a série toda. Se não gostar do volume 4, dificilmente gostará do restante que Moonshine tem para nos dar.

As ilustrações de Eduardo Risso estão muito em linha com aquilo que o autor já nos habituou nas séries 100 Balas ou Eu, Vampiro. Traço simplista, por vezes a parecer arcaico e com pouco profundidade visual, mas que tem uma expressividade inequívoca. Destaco ainda que gostei bastante de alguns desenhos onde o autor brinca com os contrastes e as sombras de forma mais acentuada, lembrando-nos séries como Sin City, de Frank Miller.

Por vezes, geralmente no início de cada capítulo, há momentos muito bons que dizem respeito aos flashbacks/pensamentos soltos da personagem principal. Aqui, quer em termos de desenho, quer em termos de cores, temos Eduardo Risso ao seu melhor nível. Se estes momentos são os mais impressionantes e que mais nos ficam na memória, acabam também por nos deixar uma sensação agridoce pelo simples facto do resto da série não ser toda desenhada com esta técnica mais aprimorada e bonita.

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal
O único ponto mais negativo nas ilustrações que importa assinalar é que há várias personagens que se assemelham umas às outras. Por vezes, dei comigo a ter que voltar atrás na leitura para perceber quem era, de facto, determinada personagem, já que as parecenças com outra(s) personagem(ns) eram demasiado grandes.

Em sentido inverso, um destaque positivo deve ser dado à planificação dinâmica de Risso que dá à serie o ritmo que, infelizmente, o argumento não consegue oferecer.

Quanto à edição da G. Floy Studio, estamos perante mais um belo trabalho: capa dura, papel brilhante de boa qualidade, boa encadernação, boa impressão. Nota ainda para o facto dos volumes 1 e 2 incluírem galerias com capas alternativas bem bonitas.

Em suma, e a julgar por um certo entusiasmo que vi em relação a esta série (e sublinho que até fico sempre feliz que qualquer que seja a série de bd, consegue gerar entusiasmo) tenho que dizer que fiquei algo desiludido com Moonshine. Tem boas ideias, tem alguma originalidade e tem algumas belas ilustrações de Risso. Mas tem também um argumento que anda demasiadamente "aos tropeções" até, pelo menos, ao quatro volume da série. A partir daí a coisa melhora bastante, mas será por ventura tarde demais para salvar a série e fazer dela aquilo que poderia ter sido.


NOTA FINAL (1/10):
6.8


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Fichas técnicas
Moonshine #1 – Sangue e Whisky
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Setembro de 2018

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Moonshine #2 – Comboio do Tormento
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Agosto de 2019

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Moonshine #3 - Querer a Lua
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 120, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Maio de 2021

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Moonshine #4 – Embarrilado
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio Portugal
Páginas: 120, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Fevereiro de 2022

Moonshine – Série Completa, de Brian Azzarello e Eduardo Risso - G. Floy Studio Portugal

Moonshine #5 – Bebida de Guerra
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
Lançamento: Julho de 2022

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

A série Moonshine chega ao fim!




A G. Floy Studio acaba de publicar o quinto e último volume da aclamada série Moonshine, da autoria dos consagrados autores Brian Azzarello e Eduardo Risso.

Este é o final da série que tem vindo a ser publicada pela editora desde 2018.

O livro já se encontra disponível nas livrarias e deverá chegar às bancas a partir do próximo dia 31 de Agosto.

Abaixo, deixo-vos com algumas imagens promocionais e com a nota de imprensa da editora.


Moonshine #5 – Bebida de Guerra, de Brian Azzarello e Eduardo Risso
A galardoada equipa criativa por detrás do clássico 100 Bullets traz-nos a conclusão selvática desta série brutal.

Lou Pirlo, o gangster tornado lobisomem, regressa finalmente às raízes em Nova Iorque. E não podia ter voltado em pior altura, com o fim da lei seca e dos dias felizes de quem ganhava a vida com o contrabando de álcool. E, com a guerra iminente entre Joe o chefe e os Holt, a vida de Lou está prestes a tornar-se mais cabeluda ainda.

Brian Azzarello é um dos mais conhecidos argumentistas dos comics americanos. A sua carreira iniciou-se na Vertigo, e um dos seus primeiros sucessos foi Johnny Double, que marcou também a sua primeira colaboração com Eduardo Risso, e que levaria pouco tempo depois ao lançamento de 100 Balas, talvez a mais conhecida obra desta dupla.
Depois de muitos anos de trabalhos diversos para as principais editoras americanas, DC e Marvel, notabilizou-se mais recentemente pela sua colaboração com Frank Miller em The Master Race, a saga de Batman que é a conclusão de O Regresso do Cavaleiro das Trevas.

Eduardo Risso construiu uma longa carreira de sucesso na sua Argentina Natal e na Europa, com destaque para os mercados italiano e espanhol, mas depois de ter ilustrado Johnny Double para Azzarello, o bom entendimento entre ambos levou a que iniciassem a série 100 Balas, que os propulsou para o estrelato dos comics. Ao longo dos anos colaborou extensamente com Azzarello, embora tenha também assinado álbuns para outros escritores, de que um bom exemplo é Wolverine: Logan, publicado pela G. Floy, com argumento de Brian K. Vaughan. Em 2018, Risso desenhou também o primeiro álbum de Torpedo em quase quinze anos, e neste Moonshine assina também as cores.

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Ficha técnica
Moonshine #5 – Bebida de Guerra
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 144, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18 x 27,5 cm
PVP: 20€


quinta-feira, 10 de março de 2022

Moonshine está de regresso!



Outra das novidades da G. Floy Studio é que a série Moonshine, de Brian Azzarello e Eduardo Risso, se prepara para chegar ao mercado!

Este é já o quarto volume, com a série original a ficar-se, por enquanto, nos 5 volumes.

Deverá chegar às livrarias especializadas e generalistas já a partir de 18 de Março e, às bancas, a partir de 30 de Março. 

Mais abaixo, fiquem com a habitual nota de imprensa e com algumas imagens promocionais. 

Moonshine Vol. 4 – Embarrilado, de Brian Azzarello e Eduardo Risso
A série policial de terror que a Nerdist considerou “praticamente perfeita” regressa pela mão da equipa criativa responsável pelo seminal drama policial 100 Bullets.

O gangster lobisomem Lou Pirlo mal sobreviveu ao bayou infestado de zombies de Nova Orleães. Agora, afoga as suas misérias num bairro de lata em Cleveland, onde o primeiro assassino em série dos EUA está à caça, com o famoso Eliot Ness na sua peugada. 

Entretanto, em busca do seu pai desaparecido, Tempest Holt infiltrou-se no antigo gangue de Lou em Nova Iorque. Lobisomens, gangsters, assassinos em série, mafiosos... o que mais se pode desejar numa história?


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Ficha técnica
Moonshine #4 – Embarrilado
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio Portugal
Páginas: 120, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 17,00€


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Análise: Faithless – Vol. 2



Faithless – Vol. 2, de Brian Azzarello e Maria Llovet

Estão a ver aquela sensação de desilusão? Aquele sentimento de estarem à espera de algo bom e receberem algo mau? Ou, por exemplo, quando depois de descobrirem um novo restaurante que vos agradou, visitarem-no uma segunda vez e ficarem totalmente desapontados? Ou quando estão a conhecer alguma pessoa nova, que vos atrai, ficarem subitamente desiludidos? Foram todos esses sentimentos que experienciei neste segundo volume da série Faithless, publicado recentemente em Portugal, pela G. Floy Studio.

Não vou negar que o primeiro volume, que já aqui foi analisado, me deixou bastante entusiasmado pela série. As personagens apresentavam-se cativantes e misteriosas, o enredo não se abria muito mas cativava o leitor e as abundantes cenas eróticas eram bastante gráficas e audazes. Várias perguntas relevantes foram colocadas pela própria história. Enfim, fiquei com uma boa impressão sobre a série.


Na altura da análise a esse primeiro volume, escrevi que “em Faithless há algumas cenas bastante gráficas, admito, mas há um argumento que as sustenta. Algumas cenas, especialmente aquelas mais psicadélicas, poderão ser um pouco gratuitas, mas, pelo menos até agora, ainda é um livro com bastante potencial. Eventualmente, uma daquelas séries que pode ficar verdadeiramente espetacular num segundo volume. Mas que também pode ser totalmente arruinada.”

Infelizmente, creio que sucedeu o segundo caso. Se havia potencial no primeiro volume para que esta série fosse marcante, este Faithless #2 deixa “cair a máscara” e é francamente inferior ao primeiro volume, revelando-nos um Brian Azzarello desinspirado, que parece ter perdido a noção da própria história, em detrimento da vontade de “querer chocar”. Uma coisa é chocar devido à arte ter elementos que chocam… outra coisa é, na conceção artística, procurar elementos que chocam para depois lhes poder chamar arte. É isso que se passa neste Faithless #2. As perguntas interessantes levantadas previamente, no volume anterior, mantêm-se sem resposta e a trama avança de forma completamente aleatória de momento escabroso, em momento escabroso.


Note-se que o problema não são os momentos pornográficos ao longo deste segundo volume. Não me causam nada de negativo e não é nesse sentido que a minha desilusão aparece. O meu problema é que a história passou de interessante a vazia. De cativante a algo completamente insípido. Sinceramente preferia que fosse um livro manifestamente pornográfico e sem as pretensões de ser algo mais profundo do que isso. Porque, na verdade, já vi filmes pornográficos com melhor argumento do que este Faithless #2

Neste segundo volume, Faith viaja para Turim para apresentar a sua criação artística às inteletualidades locais. E começa a sentir a pressão de ser uma artista e de ter muita gente à espera da sua nova criação. Após encontros sexuais com praticamente todas as personagens que gravitam à sua volta, Faith começa a parecer encontrar um caminho artístico em que a cor que dá vida às suas telas é o vermelho presente no sangue que o seu sexo fornece, em quantidades generosas, para pintar telas de grande dimensão. Ou seja, sempre que quer pintar, opta por mergulhar os dedos no seu sangramento vaginal de forma a ter esta "tinta" tão especial. A esta preparação da sua apresentação se junta um acontecimento sobrenatural que parece trazer novamente à tona os poderes psíquicos de Faith, tal como já sucedera no volume anterior.


A ela se junta Poppy, a sua amante, Louis, o pai da sua amante (e que também é amante de Faith), Solomon, o namorado de Faith - que é vocalista de uma banda de rock - e Melchi, um novo amante que a protagonista encontra em Turim, com quem se envolve física e espiritualmente(?). As cenas de sexo são do mais diverso possível, havendo espaço para, praticamente, tudo.

Neste segundo volume, Azzarello apenas consegue levantar uma ideia que, quanto a mim, podia ser muito interessante, mas que, infelizmente, é mais uma “ponta solta”, algo aleatória, que acaba perdida. A de que o poder de Faith pode ser, afinal de contas, o seu sex appeal. Algo que ela possui e que nem controla face aos que a rodeiam. Ora, esta é uma ideia que, bem trabalhada, poderia transformar esta série em algo bem mais apetecível, a meu ver. Mas, ao invés disso, Azzarello perde-se em alegorias algo fáceis do bem contra o mal, do diabo contra o anjo, do negro contra a claridade. E isto já sou eu a ser benevolente nessas ideias avulsas que parecem literalmente "chutadas" para o ar.

Mas se há alguma coisa que salva, de algum modo, todo este guisado de ideias soltas mal-amanhadas na ligação entre si, é a arte de Maria Llovet. Não sendo uma arte que eu considere maravilhosa ou que responda diretamente aos meus gostos pessoais, não há como não admirar o trabalho da autora, especialmente na forma como a mesma utiliza as cores. Portanto, tal como no volume anterior, o meu comentário sobre a arte ilustrativa de Llovet mantém-se inalterado:


“O desenho de Maria Llovet apresenta muita identidade e encaixa que nem uma luva na história. As ilustrações apresentam alguma crueza na sua conceção, tendo-me levado a lembrar o trabalho de Eduardo Risso em 100 Balas, por exemplo. No entanto, algo que distingue bastante a arte ilustrativa de ambas as obras, que contam com argumento de Brian Azzarello, é a utilização em Faithless das cores, muito fortes e garridas, encaixando no psicadelismo e “loucura” que a história pretende passar. As cenas mais eróticas estão muito bem conseguidas pela autora espanhola, revelando uma grande sensibilidade em planos de detalhe e na própria construção das cenas. É um estilo de ilustração audaz, moderno e jovial – quase adolescente –, que dá ao texto as imagens que o mesmo precisa.”

Quanto à edição da G. Floy não me merece nenhum reparo negativo. Capa dura, papel com brilho, algumas ilustrações muito interessantes no final do livro e um grafismo muito bem cuidado. Tudo bem feito.


Se na análise a Faithless #1 referi que “há muito mistério e fantasia que envolve as personagens – muito bem trabalhadas por Azzarello – e que nos deixam sem saber muito bem para onde a história pretende ir” em Faithless #2 tenho que admitir que até o próprio autor Azzarello não parece saber muito bem para onde nos levar. Pelo menos até agora. Gostaria que o terceiro e último volume - que a G. Floy Studio há-de lançar em 2022 - conseguisse “salvar” esta série que até tinha bastante potencial. Mas, infelizmente, creio que tal não acontecerá.

E, tal como eu havia escrito após a leitura do primeiro volume, “o problema [de Faithless] será que a história pode “descambar” em demasia. Seria uma pena porque, regra geral, o interesse do leitor e a pertinência da história é quase sempre mantido (…) , exceto numa ou duas cenas onde “descamba” para lá do aceitável”. E lamentavelmente, depois de lido este segundo volume da série, há que vaticinar que a história “descamba” em demasia. E, quase sempre, de uma forma sem nexo. Parecendo apenas almejar a pretensão de ser uma série erótica que “descamba”. No final, isso é pouco. E não se aproveita o que de bom havia – ou poderia haver em Faithless.


NOTA FINAL (1/10):
5.2


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Ficha técnica
Faithless #2
Autores: Brian Azzarello e Maria Llovet
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 160, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Maio de 2021

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Lançamento: Faithless #2




A série erótica Faithless está de regresso! 

Depois de um primeiro livro que teve coisas muito interessantes e outras não tão bem conseguidas, posso dizer que estou curioso com o que aí vem. 

A série tem argumento de Brian Azzarello, ilustrações de Maria Llovet e é editada em Portugal pela G. Floy Studio.

O livro estará disponível em banca no dia 28 de Julho.

Abaixo fiquem com algumas imagens promocionais e com a sinopse deste segundo volume.


Faithless #2, de Brian Azzarello e Maria Llovet

O poder tem um preço. E Faith só agora começou a pagar...

Faith embarca numa viagem ao interior do exclusivo mundo da arte com consequências demoníacas. depois de embarcar para Turim, o epicentro da magia negra, com os seus amantes Poppy e Louis.

Enquanto arrisca com novas tintas e novos parceiros, o seu próprio poder começa a mostrar quem ou o que é, e o Diabo estará do seu lado para a conduzir pela mão...

O argumentista e campeão de vendas do New York Times Brian Azzarello (Batman: Maldito, 100 Balas) e a artista Maria Llovet (Heartbeat, Luna) apresentam-nos o próximo capítulo do seu aclamado thriller erótico, onde Faith desce ao mundo da magia negra e aos recantos ainda mais negros da alma humana.
“Ancorada por opções estáticas fortes e uma direcção clara, esta história é uma brincadeira erótica a que vale a pena entregarmo-nos. Desfrutem dos painéis.”
- Multiversity Comics

“A aura de mistério intensificou-se. e parece que cada número é um passo corajoso em direcção a algo muito mais negro.”
- Black Nerd Problems

“...erótico e perturbador em igual medida. De leitura obrigatória.”
- Monkeys Fighting Robots

Ficha técnica
Faithless #2
Autores: Brian Azzarello e Maria Llovet
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 160, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 17,00€


 

 




Lançamento: Moonshine #3 - Querer a Lua




Eis uma excelente notícia para muitos! A série Moonshine, de Brian Azzarello e Eduardo Risso, que há muito tinha sido colocada em standby pela editora G. Floy Studio, volta a receber um novo livro, que estará disponível em banca no dia 21 de Julho.

Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e com algumas páginas promocionais.

Moonshine #3 - Querer a Lua, de Brian Azzarello e Eduardo Risso

A série policial de terror que a Nerdist considerou “praticamente perfeita” regressa pela mão da equipa criativa responsável pelo seminal drama policial 100 Bullets!

Delia, a amante do gangster Lou Pirlo, parte numa demanda para o libertar da sua maldição licantrópica.
Para esse efeito, pede ajuda a duas bruxas, que lhe cobrarão um preço bem elevado, mas Lou é um homem cheio de recursos e está disposto a fazer o que for preciso para pagar. No entanto, quando já nem alma se tem para vender, coisas más tendem a acontecer.

Dos antros sórdidos de Nova Orleães aos mais tenebrosos pântanos do bayou, este novo volume de Moonshine está recheado de acção policial sobrenatural! 

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Ficha técnica
Moonshine #3 - Querer a Lua
Autores: Brian Azzarello e Eduardo Risso
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 120, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 15,00€

 


 





quarta-feira, 30 de junho de 2021

À Conversa Com: G. Floy Studio - Novidades para o 2º Semestre de 2021




É tempo de ficarmos a saber quais são os planos da G. Floy Studio para o resto de 2021! 

Se a primeira parte do ano foi algo escassa em termos de número de obras lançadas - pelo menos, comparando com outros anos - o segundo semestre promete ser rico em número de obras editadas. São 13 (!) os novos livros que a editora planeia lançar antes do final do ano!!!

Destaque para várias séries que serão finalizadas e para uma obra em concreto, que promete deliciar inúmeros leitores de banda desenhada!

Fica a conhecer, mais abaixo, que obras são essas, através da entrevista que tive com a responsável da G. Floy Studio, a simpática Christine Meyer.


Entrevista


1. Como foi este primeiro semestre do ano editorial de 2021 para vós? Editaram tudo o que tinham planeado ou houve títulos que foram adiados para o segundo semestre de 2021 (ou mesmo para 2022)?
Os primeiros meses de 2021 foram extremamente lentos devido a mais um confinamento. Mas agora as coisas estão a começar a ficar muito melhores.

Não fomos capazes de lançar tudo conforme tínhamos planeado: em parte, devido ao confinamento, em parte devido ao atraso nos Estados Unidos de alguns ds nossos títulos (Wolverine: Black, White and Blood; Outcast; Family Tree e Sete para a Eternidade). Mas todas estes títulos vão sair durante o segundo semestre de 2021.


2. Sei que ainda é cedo para aferir este tipo de resultados mas, para já, com base na informação e perceção de mercado que vão tendo, que título lançado em 2021 está a ser uma agradável surpresa de vendas?
A adaptação de Ricard Corben de Espíritos dos Mortos, de Edgar Allan Poe, está a vender muito bem e acima das expectativas. :)


3. E que obra é que está a vender mais devagar do que aquilo que tinham planeado?
Todo o resto está a vender conforme o esperado.


4. Quais são os vossos lançamentos agendados para o segundo semestre de 2021?
Aqui está a lista dos títulos que pretendemos lançar durante o segundo semestre deste ano:

Moonshine #3 (Volume 3 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Faithless #2 (Volume 2 de 3)
de Brian Azzarello e Maria Llovet

Stumptown #4 (Último Volume da série)
de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill

Wolverine: Black, White & Blood
de Duggan, Kubert, Shalvey e outros

Criminal Livro 5: Cruel Summer (Último Volume da série)
de Ed Brubaker e Sean Phillips

Gideon Falls #6 (Último Volume da série)
de Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart

Outcast #6 (Último Volume da série; contém os números 7 e 8)
de Robert Kirkman e Azaceta

Family Tree (Contém os números de 1 a 12)
de Jeff Lemire, Phil Hester, Eric Gapstur e Ryan Cody

Carnage: Black, White & Blood (Contém os números de 1 a 4)
de Howard, Percy, Ewing e outros

Sete para a Eternidade #2 (Último Volume da série; contém os números de 10 a 17)
de Rick Remender, Jerome Opeña, James Harren e Matt Hollingsworth


Monsters
de Barry Windsor-Smith

Ascender #2 (Volume 2 de 4)
de Jeff Lemire e Dustin Nguyen

Black Magick: The First Book Of Shadows (Contém os números de 1 a 11)
de Greg Rucka e Nicola Scott


5. Há algum título novo que queiram avançar, em primeira mão, aos leitores do Vinheta 2020, mesmo que seja uma novidade a ser preparada apenas para 2022?
É seguro dizer que publicaremos Moonshine vol. 4, bem como Sara de Garth Ennis durante o primeiro semestre de 2022. :)

Moonshine #4 (Volume 4 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Sara
de Garth Ennis e Steve Epting