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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Análise: Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita
Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi

Desde Outubro que o Comissário Ricciardi, personagem emblemática dos fumetti – da Sergio Bonelli Editore – se encontra publicado em Portugal pela primeira vez. E vénias sejam feitas à editora A Seita pela aposta.

Esta é uma série, relativamente recente, que adapta para banda desenhada uma famosa série de romances policiais italianos, da autoria de Maurizio de Giovanni.

E, ainda que este primeiro livro me tenha sabido a pouco, pois é constituído por três pequenas histórias que servem mais como apetitivo e delineação da premissa da personagem, devo dizer que gostaria que a série vingasse, em termos comerciais, em Portugal. O Comissário Ricciardi é uma personagem carismática, com uma personalidade bem vincada e com uma premissa de história deveras original, que merece ser conhecida.

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita
Premissa essa que é a seguinte: "o Comissário Ricciardi possui um dom que é, ao mesmo tempo, uma maldição: desde criança que consegue ver os últimos instantes de quem morreu de morte violenta". Essa é a singular capacidade do protagonista desta história e, como tal, não admira que opte por uma carreira profissional enquanto comissário da polícia, com o primordial intuito de investigar crimes hediondos. E esta capacidade de conseguir visualizar os últimos momentos de uma vítima, antes desta ser assassinada, vai permitir-lhe desvendar injustiças e mistérios com uma precisão ainda maior do que a de um Sherlock Holmes ou a de um Hercule Poirot.

A premissa é gira e funciona bem, fazendo com que visualmente se torne interessante para o leitor, já que nos é dada a possibilidade de visualizar as próprias visões do protagonista. Ou seja, só Ricciardi e nós, leitores, é que sabemos aquilo que aconteceu antes de um crime violento acontecer. Em detrimento de todas as outras personagens que, naturalmente, não conseguem descortinar o que realmente aconteceu.

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita
Como já disse, este livro é constituído por três histórias auto-contidas, que se desenrolam na cidade de Nápoles e que têm o propósito de nos dar a conhecer a personagem do Comissário e de como funciona o seu poder. Não são histórias arrebatadoramente boas – nem, tão pouco, são más histórias – mas são eficazes enquanto como cartão de visita da personagem e do universo da mesma. E isso traz duas coisas, uma negativa e outra positiva, por arrasto: é que, por um lado, é um livro que sabe a pouco. Mas, por outro lado, deixa no ar muita expetativa para uma história maior, que possa desenvolver melhor a trama e que venha a ser publicada futuramente. 

Estas breves histórias parecem quase 3 trailers de filmes de cinema, estão a ver? Embora, repito, sejam histórias completas, portanto é um daqueles livros que se pode comprar à confiança e que me leva a considerar que A Seita fez uma aposta inteligente ao iniciar esta personagem com este volume seminal.

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita
A primeira história, Dez Cêntimos, foi a que achei mais marcante. Nesta história é revelado o porquê da opção profissional de Ricciardi que até queria, inicialmente, estudar filosofia. No entanto, percebendo o seu dom, opta por licenciar-se em direito. Em Os Vivos e os Mortos, Ricciardi investiga as mortes que ocorreram num incêndio de uma pizzaria e, utilizando o seu dom, consegue perceber o que desencadeou, verdadeiramente, estes crimes macabros. Por fim, em Mammarella, o Comissário investiga o crime de uma prostituta, que foi encontrada morta num quarto trancado e que, no momento derradeiro da sua vida, dizia a enigmática frase “desejas-me como Mammarella (mãezinha)?”.

São histórias interessantes, de fácil leitura, e que nos deixam ávidos de conhecer o que se passou realmente com as personagens, à medida que vamos acompanhando a investigação do Comissário.

Em termos de ilustração, Daniele Bigliardo ilustra as duas primeiras histórias e Luigi Siniscalchi ilustra a última. Ambos fazem um bom trabalho de desenho - e com unidade entre si - mas tenho que dizer que, especificamente o trabalho de Bigliardo, com um traço mais detalhado do que o de Siniscalchi, me deixou rendido. 

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita
Tudo graças um desenho realista, num traço fino e elegante que oferece às histórias o ambiente perfeito para que nelas possamos mergulhar. Os grandes planos das expressões faciais, a caracterização fiel e detalhada na construção dos cenários, a brilhante utilização da luz e do espaço negativo, a maneira variada e dinâmica como utiliza a planificação, tudo é feito com um enorme rigor nestes fabulosos desenhos a preto e branco.

A edição d’A Seita é interessante. Num livro de capa dura e bom papel e encadernação, nos mesmos padrões de qualidade de todos os outros títulos desta coleção Aleph, temos, também, uma entrevista ao próprio criador da personagem, Maurizio de Giovanni.

Concluindo, posso dizer que acolho com os braços abertos a vinda do Comissário Ricciardi para a banda desenhada lançada em português. Se me posso queixar de alguma coisa é que este livro soube a pouco, o que me faz esperar com curiosidade por um livro com uma só história que possa desenvolver melhor o argumento e a própria curiosa e original premissa da série.


NOTA FINAL (1/10):
7.6


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi - A Seita

Ficha técnica
Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos
Autores: Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi
Editora: A Seita
Páginas: 128, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Outubro de 2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Lançamento: Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos



Já chegou às livrarias o livro Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos. O Comissário Ricciardi é mais uma das personagens da Bonelli que  editora A Seita estreia em Portugal, desta feita numa série que adapta à BD uma série de romances policiais de grande sucesso em Itália, escritos por Maurizio de Giovanni.

Este primeiro volume desta personagem (e nono da nossa colecção Aleph) inclui uma entrevista a Maurizio de Giovanni, e recolhe três histórias separadas que se focam nas primeiras investigações do Comissário Ricciardi e sobre a sua juventude, sendo portanto um volume inicial para apresentar a personagem aos leitores portugueses.

Aí está uma bd da qual já ouvi falar muito mas que ainda não tive a oportunidade de conhecer. Tem tudo para funcionar bem mas só depois de a ler é que emitirei a minha opinião. E isso acontecerá brevemente!
Abaixo, fiquem com a sinopse da obra e algumas imagens promocionais.


Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, de Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi

“Precisava entender as razões do infeliz legado da minha mãe… a capacidade indesejada de ver quem morre por morte violenta… de sentir na pele a sua dor.”

O Comissário Ricciardi possui um dom que é, ao mesmo tempo, uma maldição: desde criança que consegue ver os últimos instantes de quem morreu de morte violenta.
Chegado a Nápoles, o assassínio de uma pequena vendedora de flores vai mudar o seu destino para sempre.

Criado pelo escritor Maurizio de Giovanni em 2005, o Comissário Ricciardi é uma das personagens mais conhecidas da literatura policial italiana, tendo protagonizado doze romances, todos ambientados na cidade de Nápoles dos anos 1930, sendo esta cidade, aquela em que o escritor nasceu e sempre viveu, não apenas o cenário, mas uma personagem fulcral das suas histórias. Ao mesmo tempo, a ascensão do fascismo de Mussolini funciona como pano de fundo destes contos de ambiente noir. Constituído por três histórias separadas que focam todas uma parte da origem desta série na juventude do seu protagonista, este volume é a porta de entrada ideal para o mundo do Comissário Ricciardi, e inclui uma bela entrevista e contextualização da série pelo seu autor, Maurizio de Giovanni.
Para além do protagonista, o comissário Luigi Alfredo Ricciardi, encontramos neste mundo da Nápoles dos anos 1930 um notável elenco de personagens. Algumas podemos descobri-las já neste primeiro volume, como o Sargento Raffaele Maione, braço-direito do comissário; o Doutor Bruno Modo, médico-legista, cujas opções políticas e a frontalidade com que as exprime lhe causam inúmeros dissabores; o carreirista António Garzo, chefe de Ricciardi; e ainda algumas das mulheres da vida do Comissário, como a sua ama Rosa Vaglio, e a jovem vizinha Enrica Colombo, por quem Ricciardi nutre uma paixão platónica.

A Seita orgulha-se, assim, de apresentar pela primeira vez em Portugal a adaptação das aventuras do Comissário Ricciardi à banda desenhada, num ambicioso projecto da Sergio Bonelli Editore, que mereceu de Maurizio de Giovanni apenas uma condição: que os desenhadores fossem todos napolitanos.
Um requisito que não foi difícil de cumprir, uma vez que Nápoles é a cidade da famosa Scuola Italiana di Comix e terra natal de nomes conceituados do fumetto italiano como Daniele Bigliardo, Alessandro Nespolino, Luigi Siniscalchi e Lucilla Stellato, a equipa que deu rosto a Ricciardi.

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Ficha técnica
Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos
Autores: Sergio Brancato, Claudio Faco, Daniele Bigliardo e Luigi Siniscalchi
Editora: A Seita
Páginas: 128, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
PVP: 13,00€