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terça-feira, 12 de agosto de 2025

TOP 10 - A Melhor BD lançada pela Levoir nos últimos 5 anos!



Hoje trago-vos a melhor banda desenhada que, nos últimos 5 anos, foi lançada em Portugal pela Levoir!

Porquê cinco anos? Bem, porque não só é um número redondo, como é o tempo de existência do Vinheta 2020. E isso tem sido estímulo para que nos últimos dias eu tenha feito um TOP 10 por editora. Afinal de contas, foram muitas e muitas as obras de BD com grande qualidade que, durante 5 anos, foram editadas em Portugal!

Mas centremo-nos na Levoir.

Depois de uma entrada em peso no lançamento de banda desenhada em Portugal, com a edição de inúmeras séries de comics americanos ou das icónicas coleções de Novelas Gráficas, entre outros lançamentos relevantes, a Levoir registou um período mais calmo por volta de 2020. Essa calma deu depois lugar a uma gradual retoma da atividade editorial por parte da editora.

Convém relembrar que este conceito de "melhor" é meramente pessoal e diz respeito aos livros que, quanto a mim, obviamente, são mais especiais ou me marcaram mais. Ou, naquela metáfora que já referi várias vezes, "se a minha estante de BD estivesse em chamas e eu só pudesse salvar 10 obras, seriam estas as que eu salvava".

Faço aqui uma pequena nota sobre o procedimento: considerei séries como um todo e obras one-shot. Tudo junto. Pode ser um bocado injusto para as obras autocontidas, reconheço, e até ponderei fazer um TOP exclusivamente para séries e outro para livros one-shot, mas depois achei que isso seria escolher demasiadas obras. Deixaria de ser um TOP 10 para ser um TOP 20. Até me facilitaria o processo, honestamente, mas acabaria por retirar destaque a este meu trabalho que procura ser de curadoria. Acabou por ser um exercício mais difícil, pois tive que deixar de fora obras que também adoro, mas acho que quem beneficia são os meus leitores que, deste modo, ficam com a BD que considero ser a "crème de la crème" de cada editora.

Sem mais demora, deixo-vos então com as minhas 10 obras preferidas que a Levoir editou entre o período de 2020 a 2025:

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Análise: Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu

Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva

Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva
Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Philippe Xavier e Matz

Depois de o sétimo álbum da série Tango ser aquele que, até agora, mais me agradou em toda a franquia - devido a permitir um melhor desenvolvimento da história, possibilitado pela opção de se lançar um díptico em vez de um álbum autocontido - estava especialmente empolgado para ler este oitavo volume, intitulado O Tesouro do Mar de Sulu, que termina a história começada no anterior A Flecha de Magalhães.

Este oitavo volume que continua a trazer-nos a escrita de Matz (autor da série O Assassino e de O Desaparecimento de Josef Mengele, por exemplo) e as ilustrações de Philippe Xavier, coloca-nos no ponto onde o anterior volume nos deixou, e procura ser uma conclusão coesa para a história que colocou John Tango e Mario na senda do capacete de Fernão de Magalhães, o navegador português que liderou a primeira expedição a circunavegar o globo, provando que a Terra é redonda e conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico através do estreito que hoje detém o seu nome. Sobre o próprio Fernão de Magalhães, relembro que a Gradiva também já havia lançado a banda desenhada Magalhães.

Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva
O enfoque deste O Tesouro do Mar de Sulu mantém-se, portanto, sólido, através da combinação de ação e aventura, num ambiente exótico, propício à exploração de um universo com histórias de tesouros escondidos e perseguições mortais. Bem ao jeito de Uncharted (onde as próprias personagens principais da banda desenhada lembram as do videojogo), de Tomb Raider ou do mais velhinho Indiana Jones.

Neste volume, a narrativa desenrola-se no Mar de Sulu, uma região repleta de piratas, lendas e riquezas submersas, onde John e Mario tentam ajudar o seu amigo filipino Crisanto a encontrar o capacete de Magalhães, um autêntico tesouro histórico-arqueológico. Talvez justamente pelo valor intrínseco deste artefacto, o que começa como uma expedição promissora rapidamente se transforma numa luta pela sobrevivência, já que Tango e os seus companheiros chamam a atenção dos criminosos locais. A partir desse ponto, a história desenvolve-se em ritmo acelerado, com algumas reviravoltas no enredo que procuram ser inesperadas.

Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva
Não há aqui espaço para grandes reflexões ou mensagens subliminares. Convenhamos que também não é isso que Tango procura ser, mas antes uma série de puro entretenimento que se lê bem. E é isso mesmo que acaba por ser, com este livro a ser uma leitura fácil, escorreita e agradável. É verdade que o volume anterior trouxe uma certa densidade dramática à série, desenvolvendo o enredo com mais cuidado, que neste O Tesouro do Mar de Sulu parece, infelizmente, menos presente. Mesmo assim, o fim satisfatório deste díptico faz com que não me restem dúvidas de que a aventura que envolve Fernão de Magalhães é mesmo a mais interessante que John Tango já viveu.

As ilustrações de Philippe Xavier continuam a apresentar um bom nível qualitativo. Neste livro em particular, a própria ambientação do Mar de Sulu permite que Xavier nos ofereça cenários vibrantes, onde a natureza exuberante contrasta com as energéticas cenas de ação e tiroteios. Gostei especialmente dos momentos mais calmos do livro, em que o nosso protagonista faz mergulho nas águas cristalinas locais com vista a encontrar o famigerado tesouro.

Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva
As personagens também estão muito bem desenhadas, com expressões inequívocas e com um carisma muito próprio - especialmente quando olhamos para o protagonista da série. A bela Lani, a personagem feminina com quem John Tango vai vivendo um relacionamento amoroso pouco assumido, é especialmente cativante. Nota ainda, muito positiva, para a belíssima capa - uma das melhores, se não mesmo a melhor, de toda a série.

A edição da editora Gradiva mantém-se em linha com os restantes livros da coleção, apresentando capa dura baça, bom papel brilhante no interior, boa encadernação e boa impressão.

Em suma, fica claro que Tango funciona melhor se as aventuras deste carismático protagonista forem lançadas em díptico, dado que isso permite uma construção mais aprimorada da história. Portanto, o meu desejo é que volte a acontecer o mesmo nos próximos livros.  E mesmo que este O Tesouro do Mar de Sulu fique alguns furos abaixo de A Flecha de Magalhães, vale, ainda assim, a pena por terminar a aventura que coloca John Tango em busca de um artefacto do célebre navegador português.


NOTA FINAL (1/10):
8.5



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Tango #8 – O Tesouro do Mar de Sulu, de Xavier Dorison e Matz - Gradiva

Ficha técnica
Tango #8 - O Tesouro do Mar de Sulu
Autores: Matz e Philippe Xavier
Editora: Gradiva
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 23,30 x 31,30
Lançamento: Agosto de 2024

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Análise: O Desaparecimento de Josef Mengele

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público
O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet

Espanta-me que se fale pouco deste livro já que, quanto a mim, está entre os melhores livros lançados pela Levoir durante este ano. Aliás, já são vários os livros de qualidade superior que, durante 2024, a editora tem feito chegar até nós, o que revela que a mesma parece estar a chegar, paulatinamente, à sua melhor forma.

O Desaparecimento de Josef Mengele é uma adaptação para banda desenhada da obra homónima de Olivier Guez. Os responsáveis por esta banda desenhada são Jörg Mailliet, do qual eu não conhecia nada, e Matz. Este último, um conhecido argumentista em Portugal devido às séries O Assassino ou Tango.

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público
Como o título assim faz crer, a história que temos em mãos é sobre Josef Mengele, o célebre "Anjo da Morte", que, durante o Holocausto, era oficial das SS e um dos médicos do regime que não teve pruridos em fazer infames testes e experiências aos prisioneiros de Auschwitz, o emblemático campo de concentração nazi. Mengele era especialmente ávido em fazer experimentações em crianças gémeas ou em mulheres grávidas. Após a Segunda Guerra Mundial, o Anjo da Morte foi perspicaz o suficiente para, à semelhança de tantos outros oficiais alemães, fugir da Alemanha derrotada e procurar guarida na Argentina. Primeiro, na Argentina, e depois no Paraguai e, mais tarde, no Brasil. Acabou por nunca ser apanhado nem tampouco julgado pelos seus crimes, tendo morrido em 1979, mais de 30 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, sem ter enfrentado a justiça. Embora a Mossad o tenha conseguido encontrar para depois, e por razões burocráticas internas, o ter deixado fugir. 

O Desaparecimento de Josef Mengele mais do que se centrar nos atos de Mengele perante os prisioneiros do campo de concentração nazi, procura focar-se no período após a guerra, dando-nos a conhecer como foi feita a fuga deste psicopata (não tenho outra palavra melhor para o descrever) para a América Latina. São utilizados factos verídicos e históricos, mas também uma boa dose de ficção já que há muitas coisas na história de Mengele que permanecem com resposta incerta.

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público
Quando Mengele chega à Argentina, as coisas até lhe começam por correr bem. O país sob o regime de Peron concede a todos aqueles que por lá se refugiam uma vida boa, carregada de prazeres e mordomias. Álcool  a rodos e prostitutas de luxo passam a fazer parte do quotidiano de Mengele.

O retrato que Matz nos dá, através da adaptação do romance original de Olivier Guez, é muito verosímil, mostrando-nos a intimidade, bem como os desejos e medos de Mengele. Rapidamente o leitor mergulha na forma como o infame médico pensava e agia. 

E o que mais me apraz na leitura deste livro é que, à semelhança daquilo que Inglorious Basterds, de Quentin Tarantino, nos oferece, há um certo sentimento de "consolo vingativo" na mente do leitor. Se bem que, no caso deste O Desaparecimento de Josef Mengele, e contrariamente ao filme de Tarantino, embora parte da história seja especulada, há um claro fundo de verdade. Ao esconder-se do mundo de forma a não ser encontrado, Mengele acabou sozinho, abandonado por todos, esquecido pela família, pela mulher e pelo filho e tendo que viver em condições precárias e junto das comunidades pobres e tão longe da perfeição ariana que Mengele defendia. Então, pergunto: haverá maior justiça divina do que isto? Melhor do que ter sido justado em Tribunal de Guerra, melhor do que ter sido capturado, melhor do que ter vivido numa cadeia, a prisão que Mengele se autoimpôs, de forma a não ser descoberto, acabou por o arredar do mundo, dos seus confortos, dos seus prazeres e de tudo o que é bom. Acabou, no fim, por ter aquilo que merecia.

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público
E, portanto, a leitura deste O Desaparecimento de Josef Mengele é pródiga em nos dar um certo sentimento de justiça feita, pese embora a mesma possa estar a ser romanceada. Primeiro, pelos autores da obra, e segundo, pelo leitor. Seja como for, serve-me de consolo que Mengele tenha acabado por ser um autêntico "rato", como assim é descrito no livro.

O ex-oficial das SS luta ferozmente para esconder a sua identidade e se reinventar num mundo que acaba por rejeitá-lo, fazendo com que Josef seja constantemente perseguido por fantasmas do passado, refletindo uma busca desesperada por normalidade enquanto vive em num estado de medo constante.

O livro acaba, pois, por funcionar muito bem como um todo, já que a prosa é envolvente e rica em detalhes, e o enredo combina elementos de thriller psicológico e biografia. A narrativa é construída de forma a criar uma atmosfera de tensão e suspense, permitindo ao leitor acompanhar a angustiante jornada de Mengele por diferentes países, sempre à sombra da sua história.

Os desenhos que nos são oferecidos por Jörg Mailliet encaixam bem nesta história, com um traço que varia entre o semi-realista e o semi-caricatural e nos remete para autores sonantes da América Latina como Eduardo Risso ou Leandro Fernández, por exemplo. 

O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público
O estilo gráfico é sombrio e atmosférico, capturando a tensão e a angústia que permeiam a vida de Mengele. As ilustrações ajudam a transmitir a desesperança e a paranoia que caracterizam a sua fuga. Os rostos e expressões das personagens são retratados de forma a enfatizar emoções profundas, o que acrescenta uma camada extra à narrativa.

É verdade que, em alguns casos, certas expressões faciais das personagens possam parecer um pouco "toscas" e a precisar de algum aprimoramento, mas também é verdade que é esse o estilo do autor e, portanto, podemos considerar a arte como consistente e homogénea. Mesmo assim, devemos ainda ter em conta que, em alguns casos, as ilustrações de Mailliet passam de boas a excecionais, especialmente na forma como os ambientes e os cenários são retratados em vinhetas que nos convidam a dispensar-lhes algum tempo para que as absorvamos melhor.

A edição da Levoir é em capa dura baça, com bom papel baço no miolo. A impressão e a encadernação também são bem executadas. No início da obra há um prefácio de Olivier Guez, autor do romance original.

Em suma, ainda não li o livro Chumbo, de Matthias Lehmann, do qual tenho grandes expetativas, mas posso dizer que este O Desaparecimento de Josef Mengele será certamente uma das melhores obras da mais recente Coleção de Novelas Gráficas que a Levoir tem vindo a editar com o jornal Público. A história deste livro é, ao mesmo tempo, informativa e angustiante, desafiando o leitor a confrontar a natureza da maldade humana e a busca por redenção. É um livro que ressoa não apenas no contexto histórico, mas também nas questões éticas e morais que permanecem relevantes até hoje. Excelente aposta!


NOTA FINAL (1/10):
9.3




Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet - Levoir e Público

Ficha técnica
O Desaparecimento de Josef Mengele
Autores: Matz e Jörg Mailliet
Adaptado a partir do romance original de: Olivier Guez
Editora: Levoir
Páginas: 192, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 195 mm x 270 mm
Lançamento: Setembro de 2024

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Já saiu a 6ª Novela Gráfica da Levoir e do Público!



Foi na sexta-feira passada que chegou às bancas, juntamente com o jornal Público, aquela que é a sexta obra lançada nesta 8ª Coleção de Novelas Gráficas da Levoir.

A obra em questão dá pelo nome de O Desaparecimento de Josef Mengele e é assinada pela dupla de autores Matz e Jörg Mailliet.

Uma obra que me está a deixar bastante curioso, diga-se, tendo em conta que considero Josef Mengele como um dos maiores psicopatas que já habitou o planeta.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa da editora e com algumas imagens promocionais.


O Desaparecimento de Josef Mengele, de Matz e Jörg Mailliet

Esta é a edição de um livro cativante e instrutivo, que não vai deixar os leitores indiferentes.

Matz e Jörg Mailliet, adaptaram de forma brilhante o romance que tinha dado a Guez o Prémio Renaudot em 2017. Adaptar um romance a uma banda desenhada é uma arte que poucos dominam, mas a dupla entrou nas palavras escritas pelo autor para extrair a essência: um Mengele no fim da sua corda, mas ainda monstruoso.

A 13 de Setembro a Levoir e o Público editam a adaptação do romance de Olivier Guez, O Desaparecimento de Josef Mengele.

Quem é que não conhece o nome de Josef Mengele, o Anjo da Morte de Auschwitz?
O que poucos sabem é como é que ele conseguiu fugir à justiça durante 30 anos sem nunca o terem apanhado, como aconteceu com outros criminosos de guerra, como por exemplo Adolf Eichmann.

Em 1949 a Argentina era o Eldorado dos criminosos de guerra nazis. Em fuga, longe de perderem a arrogância e convencidos da grandeza dos seus feitos e da sua ideologia, acalentam um sonho. Regressar à Europa e fundar o Quarto Reich. 

Quando Mengele chegou à Argentina encontrou um país onde a vida era boa, o champanhe corria livremente, os bordéis floresciam em cada esquina e os antigos altos dignitários do regime fundado por Hitler não se poupavam a prazeres. 

A Argentina de Perón é benevolente e ali sentem-se seguros.
O mundo inteiro quer esquecer os crimes nazis. Mas a caça recomeça e Josef Mengele tem de fugir para o Paraguai e depois para o Brasil. As deambulações continuaram até à sua morte misteriosa numa praia, em 1979.

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Ficha técnica
O Desaparecimento de Josef Mengele
Autores: Matz e Jörg Mailliet
Adaptado a partir do romance original de: Olivier Guez
Editora: Levoir
Páginas: 192, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 195 mm x 270 mm
PVP: 15,90€

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Gradiva prepara-se para lançar novo álbum de Tango!



E, desta feita, devo dizer que é a vez em que estou mais empolgado com o lançamento de um álbum da série!

Isto porque, por um lado, se trata do lançamento da segunda parte de um díptico e porque, por outro lado, o álbum anterior, A Flecha de Magalhães, foi, quanto a mim, e de forma demarcada, o melhor álbum de Tango, até agora.

Resta agora saber se ambos os autores conseguem com este O Tesouro do Mar de Sulu fechar bem a história que vai a meio e que tem o português Fernão de Magalhães como peça fundamental no enredo.

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora, mas só deverá chegar fisicamente às livrarias a partir do próximo dia 27 de Agosto.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da edição francesa.



Tango #8 - O Tesouro do Mar de Sulu, de Matz e Philippe Xavier

Bornéu, oceano Pacífico. 

Tango e Mario, agora acompanhados pelo seu amigo filipino Crisanto e pela encantadora Lani, continuam a perseguir o capacete de Magalhães. 

Um aventureiro inglês fornece-lhes as peças que faltam no puzzle. Vigarista ou verdadeiro caçador de tesouros?

É quando atingem o seu objetivo que as coisas se complicam seriamente...


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Ficha técnica
Tango #8 - O Tesouro do Mar de Sulu
Autores: Matz e Philippe Xavier
Editora: Gradiva
Páginas: 64, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 23,30 x 31,30
PVP: 20,99€

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Análise: Tango #7 - A Flecha de Magalhães

Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva


Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva
Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz

À sétima foi de vez! Finalmente a série Tango, da autoria de Xavier e Matz, deu o salto qualitativo pelo qual a minha pessoa esperava! O mais recente tomo A Flecha de Magalhães está melhor, a todos os níveis, do que os restantes tomos de Tango!

Não me entendam mal, já aqui analisei todos os outros volumes desta série e as minhas análises foram sempre positivas. Mesmo assim, tirando o carisma visual que o protagonista da série tem, sempre me pareceu que faltava algo a Tango para que a série fosse “muito boa” em vez de “boa”. Ou razoavelmente boa. Não digo que esse feito já tenha sido alcançado com este A Flecha de Magalhães – até porque ainda só estamos perante metade da história de um díptico - mas é sem dúvida o melhor álbum da série - a todas as valências - e, portanto, o livro que mais próximo está de poder ser considerado, na minha opinião, como "muito bom”.

Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva
E a primeira razão para tal é uma alteração ao que vinha a ser feito nos álbuns anteriores. Antes deste sétimo volume, os livros eram todos auto-conclusivos. Mesmo havendo alguma ligação entre histórias de um tomo para o outro, cada um dos livros poderia ser lido de forma isolada e independente, pois cada uma das aventuras de John Tango acabava fechada. Contudo, no caso deste A Flecha de Magalhães, temos um livro que nos deixa pendurados na última página. E porque é que isso é bom? Bem, porque permitiu a Matz dar-nos uma história e um ritmo narrativo mais lento do que nos álbuns anteriores, o que lhe proporcionou desenvolver melhor a trama e as personagens. Os momentos de ação continuam a marcar presença, claro está, mas estes são entrecortados por momentos mais calmos que são bem-vindos para a boa fruição da obra. Dito por outras palavras, a série ficou mais madura e menos unidimensional como tinha sido até agora.

A história, neste caso, leva John Tango e o seu companheiro Mario até Manila, nas Filipinas. O que os leva a este destino paradisíaco é apenas o gosto pela viagem e pelo descanso, mas, invariavelmente Tango vê-se no meio de uma aventura quando ouve falar do capacete do português Fernão de Magalhães e da flecha que o terá matado nas Filipinas. A própria morte de Fernão de Magalhães nas condições propostas por Matz é toda ela uma forma de reescrever a História que conhecemos, o que torna o enredo mais interessante no seu âmago. A utilização de flashbacks pare (re)contar a história do célebre navegador português também dá variedade à narrativa.

Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva
Senti uma aproximação – bem-vinda – a séries clássicas de aventuras como Indiana Jones, Tomb Raider ou Uncharted, em que o protagonista procura por artefactos antigos, vendo-se depois envolvido em grandes aventuras. É claro que depois surgem neste A Flecha de Magalhães alguns dos clichets do género, porém, nunca me senti tão mergulhado num livro de Tango como neste caso.

Para mim ainda não é certo que esta história seja excelente – provavelmente acabará por não o ser - mas é óbvio que estamos no bom caminho para a série. Resta agora saber o que faz o argumentista com esta história no próximo volume, já que há algumas pontas soltas por amarrar.

Se a história pareceu ficar melhor, também as ilustrações de Phillipe Xavier estão melhores neste livro. Nunca foram más, como é claro, mas vê-se que o autor se sente cada vez mais à vontade na série e que, cada vez mais, experimenta algumas coisas novas em termos de desenho. 

Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva
Não é que seja nada disruptivo ou que contraste com aquilo já feito na série até à data, mas é, digamos, mais audaz. E isso fica patente na utilização de mais tramas, no jogo de sombra e luz cada vez melhor e numa certa sujidade no desenho que o torna mais dinâmico e belo, quanto a mim. Também ajuda que o trabalho de cores de Jérome Maffre esteja especialmente inspirado neste tomo. As cenas noturnas são verdadeiramente belas!

A edição da Gradiva está em linha com o trabalho desenvolvido até aqui nesta série: capa dura baça, bom papel brilhante e bom trabalho a nível da encadernação e impressão. Nada de errado a referir. Nota positiva ainda para o facto de, com a edição deste sétimo tomo da série, a Gradiva ter alcançado o ritmo de lançamento da série no mercado original. Quer isto dizer que, à data, não falta à editora portuguesa publicar nenhum volume desta série e que bom é verificar que nós, enquanto leitores portugueses de BD, não estamos atrasados nas publicações das obras!

Em suma, Tango aproxima-se com este sétimo tomo da qualidade potencial que, até agora, os autores ainda não tinham conseguido extrair da série. Espero, pois, que este primeiro tomo de uma história em dois volumes seja o prenúncio para uma série mais impactante!


NOTA FINAL (1/10):
8.7



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Tango #7 - A Flecha de Magalhães, de Xavier e Matz - Gradiva

Ficha técnica
Tango #7 - A Flecha de Magalhães
Autores: Philippe Xavier e Matz
Editora: Gradiva
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 23,30 x 31,30 cm
Lançamento: Novembro de 2023

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Análise: O Assassino (Série Completa)

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon

Quando a ASA anunciou que iria lançar a série O Assassino, dos autores franceses Matz e Luc Jacamon, devo dizer que fiquei muito satisfeito! Esta série, composta por 13 volumes, até já tinha sido parcialmente lançada em Portugal mas, como em tantos outros casos, a sua publicação ficou a meio. Ou nem isso. Os dois primeiros volumes foram lançados pela extinta editora Booktree, enquanto que os volumes 3 e 4 foram lançados num só volume duplo pela ASA, numa das coleções dedicadas aos Incontornáveis da Banda Desenhada, em que cada álbum continha dois tomos de uma série/autor de relevância. Foi até com esses tomos 3 e 4 que me iniciei na leitura desta série. Mais tarde, cheguei a ler os primeiros dois volumes, mas a minha leitura da série ficou-se por aí.

Foi, pois, com entusiasmo que recebi a notícia desta nova aposta da ASA que lançou, a partir do passado mês de Novembro, toda a série em volumes duplos, juntamente com o jornal Público. Este lançamento acontece na altura em que chegou ao cinema e à Netflix a adaptação da obra para cinema, pelas mãos do realizador David Fincher, que conta com o ator Michael Fassbender no papel de protagonista da história. De resto, o sétimo e último volume desta coleção, como já só tinha o tomo 13 para publicar, acabou por incluir um generoso dossier de extras sobre a série. Mas já lá irei. Por agora, focar-me-ei na história deste O Assassino.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
A série começa por nos apresentar o protagonista que é um assassino solitário contratado, profundamente frio, metódico e calculista. Inicialmente, começamos até por conhecer a personagem através dos seus monólogos que são a sua única companhia enquanto espera pelo momento certo para ceifar as vidas das suas vítimas. E apesar de ser muito bem sucedido na sua atividade profissional - que lhe rende muito dinheiro, naturalmente - alguns pequenos erros que a personagem comete, levam o leitor a ser transportado para uma maior trama, onde a personagem terá que medir cada um dos seus passos para não ser apanhada por ninguém. Eventualmente, o Assassino acaba por travar amizades com os membros de um cartel de drogas da Colômbia, para quem executa alguns trabalhos - em especial, fica amigo de Mariano, que terá um papel importante ao longo de toda a série. Surgem ainda algumas paixões e amores na vida do protagonista que dão cor e vida à trama.

A primeira parte da série está pois mais centrada nos trabalhos para os quais o Assassino é contratado mas, mais para a frente, sensivelmente a meio da série, a história assume um lado mais político, com uma certa posição algo panfletária da personagem na justificação de regimes ditatoriais da América do Sul. Neste ponto, parece-me que Matz se excede um pouco, tentando muitas vezes justificar certas afirmações da personagem em demasia. Como se estivesse a escrever não para o leitor, mas para alguém em concreto. Ou paa si mesmo.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
No entanto, são mais as coisas boas do que as coisas más que o argumentista nos oferece neste O Assassino. E, em rigor, a escrita e carisma desta série até me leva a constatar com surpresa que, em comparação, Tango, a outra série do autor que é publicada em Portugal pela Gradiva, é muito mais "sem sal," em termos de argumento.

Acho, pois, que o maior destaque deste O Assassino é a maravilhosa concepção de uma personagem tão carismática como este Assassino que é bem apoiada pela escrita intensa e impactante dos seus monólogos, que nos vão permitindo conhecer os pensamentos e carácter da personagem. É verdadeiramente fascinante mergulhar na mente desta personagem. A forma fria e pessimista como vê o mundo, bem como a própria atividade que leva, a maneira como encara a vida e a sociedade atual, apontando críticas à forma como vivemos e como as economias e nações se alimentam dos mais fracos, é razão de sobra para que queiramos ler toda a série.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
Todavia, esta não é uma daquelas séries que se mantém em altas até ao fim. Quer dizer, mantém sempre qualidade, mas vai caindo alguns furos. Assim, lá mais para o meio, a trama parece focar-se mais nas atividades empresariais e políticas da personagem principal, afastando-o um pouco dos seus trabalhos de assassino solitário contratado e da sua vida na sombra. A personagem passa a pertencer a um conglomerado empresarial e a ter uma vida mais pública. Quanto a mim, isto agasta um pouco a série, fazendo com que a mesma caia um pouco em termos qualitativos e perca aquilo que, realmente, a diferenciava. Não é algo “gritante” ou que estrague a série, mas, quanto a mim, impede a mesma de ser perfeita. Sente-se um certo arrastamento dos negócios com o petróleo e de algumas personagens de quem o Assassino se foi rodeando ao longo da história. O próprio final da série, pareceu-me pequeno e a carecer do impacto mais assinalável que a série merecia.

Mesmo assim, tenho que dizer que é nesta questão dos monólogos desiludidos da personagem que todos os tomos acabam por funcionar bem. São essas considerações do Assassino que alimentam toda esta série e que dão força e relevância à mesma, unindo muito bem as peças. Mesmo nos momentos menos bons, a série é boa.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
Mas, claro, o trabalho de Luc Jacamon também é mais do que meritório. Na primeira vez que, há uns anos, olhei para as ilustrações do autor, lembro-me que não fiquei logo rendido. Pareciam-me ilustrações algo arcaicas e, por vezes, toscas, face a várias expressões faciais das personagens. No entanto, à medida que fui mergulhando na leitura, vi que a minha opinião sobre o trabalho de Jacamon mudara totalmente. E, na verdade, considero as ilustrações desta série muito bem conseguidas e inspiradas, com o autor a revelar a dinâmica necessária para momentos tão díspares como as cenas de ação, as cenas mais calmas, as paisagens paradisíacas ou os momentos de sensualidade íntima. 

É verdade que, aqui e ali, podemos encontrar uma ilustração que parece ter sido feita mais à pressa do que o pretendido. Mas, de tempos a tempos, também somos surpreendidos pelo desenho de uma paisagem ou de uma cena de ação que nos tiram o fôlego. E uma outra coisa que merece admiração é que o autor consegue um certo signature style. É fácil identificarmos o estilo do autor olhando para os seus desenhos durante alguns segundos apenas. E isto é algo de que, como sempre digo, nem todos os autores se podem gabar.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
A única coisa que não me agradou tanto no trabalho de Luc Jacamon foi que, ao longo da série, com especial incidência na segunda metade da mesma, se sente uma tendência do autor para uma maior digitalização da sua arte. Se as ilustrações continuam a ser bonitas - e algumas até apresentam detalhes mais belos - também adquirem uma aura mais "plástica" e menos em linha com os primeiros álbuns, onde os desenhos pareciam mais crus e honestos. Mesmo assim, é justo dizer que O Assassino é, em termos gráficos, uma série bastante original que quase sempre nos dá bons momentos. Por vezes, até nos dá momentos geniais. As cores também são uma mais-valia da obra e contribuem para a imersão na mesma, quer a ação se passe na Venezuela, em Cuba, na Argentina, em França ou nos Estados Unidos. Parece, pois, existir sempre a cor certa para cada um dos locais a retratar.

Aprecio também, e muito, a planificação bastante variada, dinâmica e cinematográfica do autor. Por esse mesmo motivo (e não só), não me admira, portanto, que David Fincher se tenha entusiasmado com a série. E já que menciono novamente a adaptação para o cinema desta série, tenho que dizer que a mesma fica muito, muito, muito aquém da banda desenhada. Se gostaram do filme, vão adorar a BD. Se não gostaram do filme, poderão, mesmo assim, gostar desta excelente série de BD.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
Com efeito, a aposta neste O Assassino parece-me uma boa jogada editorial da ASA a vários níveis: em primeiro lugar, a editora teve o bom sentido de oportunidade de lançar uma série de BD quando a adaptação da obra para cinema estava no auge do seu hype; por outro lado, acho sempre positivo que as editoras terminem séries cuja edição tinha sido cancelada. Estou ciente de que as editoras não o têm de fazer, logicamente, mas é positivo que o façam pois, desta forma, capitalizam os leitores que já têm/tinham interesse na série, bem como restituem a confiança dos leitores portugueses nas editoras que, compreensivamente, tinha sido abalada durante anos em que a prática de deixar séries a meio era recorrente. Por último, e talvez o mais importante, a ASA está de parabéns por ter lançado uma série de excelente qualidade. Não tenho nada contra as obras de Jean-Yves Delitte (Black Crow e U-Boot) em que a ASA apostou recentemente. São, aliás, séries decentes. No entanto, não têm uma qualidade diferenciada. Por outras palavras, há mais e melhores séries onde apostar. Como este O Assassino, por exemplo. Já agora, aproveito para relembrar que, embora esta série tenha ficado fechada, os dois autores continuaram as aventuras de O Assassino numa nova série, de nome O Assassino - Assuntos de Estado, que começou a ser lançada em 2019 e já conta com cinco volumes na edição original. Quiçá, poderá vir a ser uma boa ideia para a ASA a continuação desse spin-off por cá, também. Fica a sugestão.

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público
Continuando no tema da edição, a editora optou por lançar a série em livros de capa mole, com badanas, e em papel brilhante de boa qualidade. O conjunto das 7 lombadas forma uma imagem, o que é sempre vantajoso, a meu ver. O sétimo e último volume, tal como já referi, tem um enorme “Making Of”, um dossier de extras, em que nos é dado um belo e completo conjunto de conteúdos adicionais. No total, são 40 páginas, com textos dos autores, estudos de capa, esboços e uma curiosa e breve história em que nos é revelada a razão da única discórdia que a feitura desta série gerou entre os seus dois autores.

Além do já referido, uma das coisas que, em termos de edição, gerou alguma polémica na comunidade bedéfila, foi a opção da editora por lançar a série em capa mole quando, curiosamente, e de há uns anos para cá, a ASA até foi revelando o hábito de lançar este tipo de séries com o jornal Público em capa dura. Ora bem, não estou em condições de dizer se esta opção pela capa mole neste O Assassino se deveu a questões de orçamento, isto é, contenção de custos, ou não. Posso, no entanto, dizer que em 95% dos casos prefiro sempre que um livro de BD seja lançado em capa dura. Porque lhe dá mais robustez - que culminará numa maior resistência à erosão natural do tempo - e porque também lhe atribui um certo requinte. Como tal, sim, também preferia que este O Assassino tivesse sido lançado em capa dura. Não obstante, e antevendo que esta foi uma forma de poder lançar álbuns duplos pelo preço incrível de 12,95€ - que permite que cada tomo tenha, na prática, um preço inferior a 6,5€ (!) - devo dizer que a opção pela capa mole não me choca nada, nem acho o “ultraje editorial” que, aparentemente, tanta gente achou. Não é a minha preferência, repito, mas também não é algo assim tão mau. Até vou mais longe: prefiro que a ASA continue a lançar séries de qualidade semelhante a O Assassino, mas em capa mole, do que a apostar em séries de qualidade mais questionável, como Black Crow ou U-Boot, mas em capa dura. São escolhas. Adoro a qualidade das edições, mas a qualidade das obras é sempre o mais importante, quanto a mim.

Agora, uma questão que subsiste é a seguinte: qual é o critério da editora para optar por capa dura ou mole? Essa sim, é a questão que deveremos fazer. Para esta questão eu posso ter suspeitas, mas não tenho respostas diretas. Portanto, a dúvida ficará a pairar no ar.

Concluindo, e colocando esta questão da capa mole, mais superficial, de lado, uma coisa há que ser dita: O Assassino é uma belíssima série de banda desenhada que se recomenda veementemente por variadíssimas razões: porque tem uma bela história, bem arquitetada por Matz - que, nesta série, aparece 10 vezes mais inspirado do que em todas as outras obras que pude ler do autor (I’m looking at you, Tango); e porque é verdadeiramente bem ilustrada pelos magníficos desenhos de Luc Jacamon que, especialmente na primeira metade da série, são verdadeiramente diferenciados e dinâmicos. Mas o melhor desta série é mesmo a própria personagem deste Assassino. Uma daquelas personagens que ficam connosco, anos depois de lermos a obra.


NOTA FINAL (1/10):
9.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

Fichas técnicas
O Assassino #1 e #2 - Debaixo de Mira | A Engrenagem
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Novembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #3 e #4 - A Dívida | Laços de Sangue
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Novembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #5 e #6 - Com a Morte na Alma | Modus Vivendi
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Dezembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #7 e #8 - O Comum dos Mortais | A Ordem Natural das Coisas
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Dezembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #9 e #10 - Concorrência Desleal | A Mão na Massa
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Dezembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #11 e #12 - Quando o Passado nos Persegue | A Mão que Alimenta
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Dezembro de 2023

O Assassino (Série Completa), de Matz e Luc Jacamon - ASA e Público

O Assassino #13 - Pontos de fuga | Making Of
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 96, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Janeiro de 2024

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Termina hoje a série O Assassino!




Chega hoje às bancas o sétimo e último volume da série O Assassino, de Matz e Jacamon, que a ASA tem vindo a lançar com o jornal Público!

Refiro que este último volume não é um álbum duplo mas, em compensação, reúne um interessante e extenso dossier de extras, fechando com chave de ouro esta bela coleção que, em boa hora, a ASA decidiu lançar por cá.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais. Partilho também as imagens e sinopses referentes ao penúltimo livro que, por motivos pessoais, não tive oportunidade de partilhar.

O Assassino #13 - Pontos de fuga | Making Of, de Matz e Luc Kacamon

O fim do caminho: eis o volume final da grande saga do Assassino. Cuba, Argentina, Chile… Abalado com a morte do seu ex-comparsa colombiano, o Assassino entrega-se à introspecção durante algumas semanas de errância pela América Latina, ao sabor dos seus impulsos. Entrar na legalidade e envolver-se mais na sua parceria com Haywood na empresa petrolífera cubana Petroleo Futuro Internacional? Tentar desaparecer, de uma vez por todas no coração da floresta, com a sua companheira e o seu filho? Contudo, não terá a possibilidade de remoer durante muito tempo sobre o seu niilismo radical.

Devido ao seu passado violento, é apanhado por dois agentes secretos franceses na capital chilena, pelo que este solitário inveterado não terá alternativa senão seguir o caminho traçado por si muitos anos antes, optando categoricamente pela independência e o anonimato definitivo, de armas na mão…

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Ficha técnica
O Assassino #13 - Pontos de fuga | Making Of
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 96, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 12,90€
O Assassino #11 e #12 - Quando o Passado nos Persegue | A Mão que Alimenta, de Matz e Luc Kacamon

11.Quando o Passado nos Persegue
A Petroleo Futuro Internacional, a grande empresa petrolífera na qual o Assassino aceitou trabalhar publicamente, funciona em pleno há quatro anos e os seus lucros ultrapassam todas as expectativas. 

O Assassino tornou-se agora um homem rico e poderia finalmente retirar-se, para se dedicar apenas à família. Mas uma pessoa não se desliga de um passado adquirido com tanta dedicação. Mariano, o amigo colombiano do Assassino, tornou-se ministro no seu país e aspira a subir na hierarquia, ainda que tenha de eliminar alguns concorrentes incómodos.

Assim, o ex-mafioso decide recorrer ao talento do Assassino, que, por amizade e ociosidade, aceita «ajudar» Mariano…


12. A Mão que Alimenta

O Assassino voltou ao serviço. Mas a eliminação (pertinente) de um agente da CIA tem um inconveniente: dar nas vistas. 

Haywood, o sócio do Assassino na empresa petrolífera Petroleo Futuro Internacional, aconselha este último a ser discreto e a esquecer temporariamente o seu amigo comum, Mariano, demasiado envolvido na sua nova carreira política na Colômbia…
E, de facto, quando se cruza com Mariano em Bogotá, o Assassino sente claramente que a relação entre ambos mudou. A começar pelo ingrediente indispensável quando se partilham tantos segredos incómodos: a confiança. E, depois de ser seguido por desconhecidos na Martinica e nos Barbados, o Assassino poderá confirmar que a sua intuição estava certa. Mas não como ele imaginava: Mariano, cujo guarda-costas foi eliminado, desapareceu subitamente…

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Ficha técnica
O Assassino #11 e #12 - Quando o Passado nos Persegue | A Mão que Alimenta
Autores: Matz e Luc Jacamon
Editora: ASA
Páginas: 112, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 12,90€