quarta-feira, 30 de julho de 2025
TOP 10 - A Melhor BD lançada pela Arte de Autor nos últimos 5 anos!
segunda-feira, 23 de maio de 2022
A Arte de Autor prepara-se para publicar na íntegra uma das melhores séries de BD!
Abaixo deixo-vos com a sinopse de cada um dos volumes que compõem este último livro duplo da série. Nota ainda para o facto deste livro incluir um álbum fotográfico como extra.
Aprendemos, entre muitas outras surpresas, o que acontece ao barco do velho Noël, o que atormentou tanto o jovem padre Réjean, ou o que esteve por detrás da inesperada gravidez de Marie...
sexta-feira, 1 de abril de 2022
A Arte de Autor anuncia uma mão cheia de novidades para os próximos meses!
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Armazém Central está de volta!!!
Acho que toda a gente que segue o Vinheta 2020 já sabe da minha enorme paixão por esta série fantástica de banda desenhada!
Armazém Central #2 e #3 - Erneste Latulippe e Charleston, de Loisel e Tripp
Enquanto isso, Marie diverte-se loucamente em Montreal, sai e multiplica os amantes. Mas ela tem saudades da aldeia ...
sexta-feira, 30 de julho de 2021
Análise: Armazém Central – Volumes 1, 2 e 3
Lembro-me que, nessa altura, também vi vários leitores céticos com o facto da editora ter começado a editar Armazém Central a partir dos volumes 4 e 5. Mas agora já ninguém pode chorar com isso. Menos de um ano se passou desde então e a Arte de Autor já lançou o primeiro volume, Marie, logo no primeiro semestre de 2021 e, há umas semanas, lançou mais um álbum duplo que contém os tomos 2 e 3, Serge e Os Homens. Ora, se tivermos em conta que no próximo mês de Setembro deverá chegar-nos o próximo álbum duplo com os volumes 6 e 7, Ernest Latulippe e Charleston, e que é expetável que no início de 2022 seja publicado o último volume, que reunirá os números 8 e 9 As Mulheres e Notre-Dame-des-Lacs, podemos dizer que, em pouco tempo, cerca de um ano e meio, teremos uma série de qualidade máxima, composta por 9 volumes, começada e finalizada pela Arte de Autor. Não será isso fantástico?! Logicamente que é!
Como já escrevi, embora seja uma série em 9 volumes, é uma saga muito equilibrada entre si, não havendo propriamente "altos e baixos". Na verdade, e a meu ver, apenas existem "altos". Portanto, é um daqueles casos em que me parece que os autores souberam contar uma bela história e ilustrá-la com altos padrões de qualidade, também. É, pois, justo, analisá-la, descrevê-la, catalogá-la e mencioná-la sempre como um todo porque, de facto, não sinto que se possa dizer que os tomos x são y é espetaculares e que os tomos a ou b são mais fracos. Não é isso que acontece aqui porque Armazém Central acaba por ser uma grande história que simplesmente se divide em 9 volumes. Como se fossem 9 capítulos de uma mesma história. Por isso, compreendam que falar de um tomo ou de outro será sempre muito semelhante e é por isso que optarei por aqui transcrever parte daquilo que já escrevi na análise a Confissões e Montreal e que é transmissível a toda a série:
Armazém Central propõe-nos, senão uma resposta a todas estas questões, pelo menos, um cuidado vislumbre para que, na pele de algumas personagens fictícias inesquecíveis, possamos ver o reflexo de nós mesmos. Esta é uma rara e singular obra-prima da banda desenhada. Como que um poema em que os versos são vinhetas e os sonetos são pranchas. O coração enche-se, o nó na garganta instala-se e o resultado desta leitura é algo que, dificilmente, deixará leitores insatisfeitos. Diria que, para conseguir apreciar este portento da 9ª arte, apenas é solicitado uma coisa aos leitores: que tenham sensibilidade e maturidade. Sem isso, talvez esta banda desenhada não possa ser apreciada. Afinal, aqui não há uma ação rápida. Nem pensar! As coisas vão acontecendo de forma lenta, suave e subtil. Assim são as mudanças numa sociedade, certo?»
«O resultado é uma ilustração bastante detalhada, embora muito “riscada”, numa base de esquisso, que acentua as sombras de forma muito demarcada e rabiscada, conseguindo obter uma aura muito artística. E a este processo magnífico e cuidado de ilustração ainda se juntam umas cores suaves que atenuam a força das sombras dos desenhos. É um estilo de ilustração que serve perfeitamente o tom humanizante e dramático das situações que habitam esta narrativa.
Nestes primeiros três volumes, é-nos apresentada a pequena aldeia de Notre-Dame-des-Lacs, situada numa pequena província do Quebeque, no Canadá, no ano de 1926. Esta é uma aldeia perdida no tempo, completamente rural, onde existe um equilíbrio natural – embora ténue, porque assim é o equilíbrio das sociedades criadas pelos Homens – quer a nível de valores, quer a nível económico, quer a nível sociocultural.
Se o primeiro tomo é uma porta de entrada já por si fascinante para o mundo imaginado por Loisel e Tripp, é no segundo tomo, com a chegada de Serge, que irá proporcionar um abalo, a todos os níveis, na pequena aldeia de Notre-Dame-des-Lacs, que Armazém Central ainda se torna mais delicioso de acompanhar. Serge é diferente em tudo em relação à população da aldeia: é instruído, viajado, culto e parece saber um pouco sobre todos os assuntos. Logicamente, a sua chegada despoleta comportamentos e reações novos para aqueles que os rodeiam.
Estes são os elementos base do enredo destes primeiros três livros. Mas é nas entrelinhas, naquilo que fica por dizer, que Armazém Central sobe ao Olimpo das melhores bandas desenhadas que já li. Afinal, e como já escrevi, «esta é uma história magnífica, adulta, profunda, madura e que se pode comparar a uma boa telenovela ou série de tv, daquelas em que criamos uma relação profunda com as personagens. E onde o enredo é tecido de forma magistral pelos autores Loisel e Tripp. O ritmo de ação é lento e comedido, convidando o leitor a mergulhar naquilo que aqui se passa. E o que se passa é de tudo um pouco: temas como a emancipação das mulheres, o desafio dos valores impostos, as opções sexuais, os problemas de foro psicológico, a luta entre homens e mulheres, o papel da religião, a solidão, etc.»
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Lançamento: Armazém Central #2 e #3 - Serge e Os Homens
quarta-feira, 9 de junho de 2021
À Conversa Com: Arte de Autor - Novidades para o 2º Semestre de 2021
sexta-feira, 7 de maio de 2021
Comparativo: Armazém Central pela ASA e pela Arte de Autor
À semelhança do que já aqui fiz, há uns dias, quando elaborei um comparativo entre as edições antigas e a nova de Peter Pan, da autoria de Régis Loisel, hoje faço um comparativo entre a edição do primeiro tomo de Armazém Central que, recentemente, foi publicado pela Arte de Autor. A primeira versão da obra, que neste momento já não se encontra no mercado, era da ASA.
Portanto, este não é um artigo de análise à obra. Este é um comparativo entre edições.
Não obstante, nunca me canso de aconselhar esta fantástica série de banda desenhada, também da autoria de Régis Loisel (em parceria com Jean-Louis Tripp). É uma das minhas bandas desenhadas favoritas de sempre. Está, sem dúvida, no meu TOP 10 e até aconselho a leitura da análise que escrevi a propósito do lançamento dos Tomos 4 e 5, no ano passado.
Olhando então para estas duas edições da mesma obra, há algumas coisas que interessa referir.
Em termos de capa, como se pode ver na imagem acima, ambos os livros são muito idênticos. A grande diferença está no acabamento da capa. Na edição da ASA temos o clássico acabamento brilhante. Já quanto à capa da Arte de Autor, o acabamento é baço, numa textura aveludada. Não escondo que é dos meus tipos de acabamento preferidos e que considero que encaixam bem em quase todo o tipo de obras de bd. Aqui isso não é exceção. E além de ficar, a meu ver, mais bonito e suave ao toque, também permite que as ilustrações sejam observadas de melhor forma.
Além do acabamento, a Arte de Autor fez pequenas alterações ao nível da cor do título, que passou a ser azul, e do tipo de letra escolhido para o subtítulo do volume, que neste caso é Marie.
Na contracapa (ver imagem abaixo) apenas muda a cor do fundo. O texto da sinopse também foi alterado.
Se até aqui há muitas semelhanças entre ambas as edições, abaixo enumero aquelas que me parecem ser as duas grandes diferenças entre as duas edições, para além da textura da capa, claro.
As cores da edição da Arte de Autor parecem-me melhores e menos escuras. Talvez isso se deva à melhoria das técnicas de impressão - compreensivelmente mais aperfeiçoadas hoje em dia do que há quase 20 anos, quando a primeira edição da ASA foi produzida. Se olharem para as duas imagens abaixo, verificarão que as cores da versão da direita - a da Arte de Autor - são ligeiramente mais claras, permitindo observar melhor cada um dos desenhos, deixando-nos dissecá-los com mais e melhor detalhe. Pode não parecer uma diferença assim tão gritante, olhando para as páginas que coloco abaixo, mas posso dizer que a experiência de leitura na edição da Arte de Autor sai claramente beneficiada.
Outra coisa que me parece relevante sublinhar é que, embora os livros tenham exatamente a mesma dimensão, a Arte de Autor optou por imprimir as pranchas em maior dimensão, aumentando assim a mancha pictórica a ser impressa e aproveitando melhor as margens das folhas. Foi uma boa opção pois quem ganha com esta alteração é o leitor que assim pode ver e absorver as ilustrações numa dimensão maior que apresenta mais detalhe.
A versão da Arte de Autor também tem um novo tipo de letra. Confesso que ambas as fonts são bonitas e encaixam bem no tema e ambiente da história.
A única coisa que lamento na edição da Arte de Autor é que a editora tenha retirado a página dedicada à breve biografia de ambos os autores. Mas, claro, isto é uma coisa de ínfima importância.
Em suma, embora a edição da Arte de Autor apresente uma certa harmonia com a edição que a ASA publicou primeiramente, julgo que, em termos globais, melhorou subtilmente a edição ao apresentar-nos uma textura de capa maravilhosa e ao ter aproveitado melhor a página para redimensionar as pranchas da história. As cores também estão melhores e mais bem visíveis.
Claro que o que mais vale nisto tudo é a obra e a sua fantástica qualidade e poesia. Mesmo que a Arte de Autor imprimisse esta série em papel higiénico eu já ficaria satisfeito. Mas, claro, e deixando-me de exageros, também é fantástico que, para além de apostar numa obra maravilhosa, a editora tenha optado por lançá-la numa edição sublime.
Estão a ler isto e ainda não compraram este livro? Façam um favor a vós próprios, caros leitores.
De nada.