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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Hoje é lançado comic sobre Eduardo Lourenço!



Decorre hoje, no Amadora BD, pelas 18h, o lançamento de um comic sobre Eduardo Lourenço, o filósofo, que conta com a arte de Daniel Maia e Susana Resende.

Não conhecendo muito bem o projeto, posso apenas dizer que a capa do livro está magnífica. Bem ao jeito do talento de Daniel Maia! E as pranchas promocionais também estão muito apelativas!

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de imprensa sobre este lançamento.

Eduardo Lourenço: Ficção de Si – Intro, de Diogo Figueira, Sabrina D. Marques, Daniel Maia e Susana Resende
Em 2023, a apresentação de Celebrar Eduardo Lourenço no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa anunciou o projecto ‘A Arte ao Encontro de Eduardo Lourenço’, apontando criações em várias disciplinas artísticas, como a literatura, teatro, cinema e dança, e ainda a banda desenhada, inspiradas na personalidade e nos pensamentos daquele que é considerado o último grande pensador português.

Produzido por Edicarte e Longshot, Eduardo Lourenço: Ficção de Si – Intro é assinado pelos escritores Diogo Figueira (By Flávio) e Sabrina D. Marques (Os Fotocines), e artistas Daniel Maia (CoBrA: Operação Goa) e Susana Resende (Aurora Boreal em Reflexos Partilhados), assumindo-se como uma ficção não-autorizada que visa realçar a personalidade transgressora do filósofo e da sua obra.
Com sentido de actualidade, reconstruindo livremente uma vida de afectos intelectuais e de acérrima defesa de ideais, inspirada pela musa e esposa Annie Salomon, em que se cruza manifestações oníricas e antecipações de vários tempos, esta ficção abre um grito real contra um mundo em colapso.

Com a obra em produção, os editores Ana Faria, em representação da Edicarte, (Memória do Açúcar na Madeira) e Vasco Sequeira (Eduardo Lourenço - O Labirinto da Saudade) publicam esta amostra da BD, complementada por esboços e diário de produção exclusivos, em edição limitada. A produção do projecto pode ser seguida na conta Instagram de Longshot e dos respectivos autores.

A edição – e o projecto – vão ser apresentados no dia 25 de Outubro, às 18h, no 35º festival Amadora BD. O comic está disponível no stand comercial d’A Seita pela duração do evento.


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Ficha técnica
Eduardo Lourenço: Ficção de Si [Intro]
Autores: Diogo Figueira, Sabrina D. Marques, Daniel Maia e Susana Resende
Editores: Edicarte/Longshot
Páginas: 20, a cores
Encadernação: Capa mole (formato revista)
PVP: 3,50€ (No Festival Amadora BD) / 4,00€ (Pós Festival Amadora BD)

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Coletivo Tágide prepara-se para lançar o 9º número de Outras Bandas!



Com o regresso do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja - que arranca hoje, já agora - o Coletivo Tágide traz-nos o 9º volume da sua antologia Outras Bandas.

Esta  publicação será apresentada no dia 4 de Junho, às 14h30 no Festival.

Mais abaixo, deixo-vos com a nota de divulgação do projeto.


Outras Bandas #9, de Vários Autores

O fanzine Outras Bandas #9 celebra o 4º aniversário com este 10º número produzido pelo Tágide, grupo de autores do Montijo.

A edição contém sete bandas desenhadas curtas, inéditas, com um leque variado de temas e estilos gráficos, entre o macabro e humor negro.

“Otto P.I.,” de António Coelho, transforma o típico pulp noir num conto de humor; “Longa Vida,” de Daniel Maia, torna uma sequência quotidiana numa história de horror; “Curso Prático de Super-Herói,” de Jorge Rodrigues, introduz nesta história cómica o original super-herói português Homem-Merda; “Vinhedos,” de José Macedo Bandeira, com argumento de António Cunha, faz uma adaptação parcial da peça O Jardim das Cerejas, por Andrei Chekov; “Luar Fatal,” de Henrique Gandum, é um exercício narrativo que conclui em conto de terror; “O Segredo,” de Mário André, reflecte sobre temores sobrenaturais numa aldeia perdida; e “A Câmara,” de Yves Darbos, conta uma história cómica com desfecho sinistro.

A ilustração de capa é da autoria de Jorge Rodrigues. Pela primeira vez, o Outras Bandas tem um patrocinador, a produtora vinícola Quinta do Cerrado da Porta, que surge ilustrada por José Bandeira na contracapa.

Outras Bandas #9 é apresentado no 18º Festival Internacional BD de Beja no dia 4/6, Domingo, às 14h30. O catálogo do Tágide está disponível no Mercado do Livro, podendo igualmente ser encomendado online via contactos habituais.


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Ficha técnica
Outras Bandas #9
Autores: António Coelho, Daniel Maia, Henrique Gandum, Jorge Rodrigues, José Macedo Bandeira, Mário André e Yves Darbos
Escritor convidado: António Cunha
Ilustração de Capa: Jorge Rodrigues
Edição/Produção: Daniel Maia e Susana Resende
Fanzine de BD | 40 páginas | Impressão a P/B
1ª Edição: Maio de 2023 | 200 ex. | PVP: 3,00€
Contacto: TagideBD@gmail | TagideBD.blogspot.com

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Vinheta 2020 apresenta nova imagem criada por autor português!



O hábito está instalado! De seis em seis meses a imagem do cabeçalho do Vinheta 2020 muda.

Sempre pelas mãos habilidosas de um autor português.

Desta vez, o contributo foi feito por Daniel Maia, cujos talentos e virtuosismo para o desenho são conhecidos por todos os adeptos de banda desenhada em Portugal, diria. 

Daniel Maia é o autor de CoBrA – Operação Goa ou participante na Antologia Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, entre muitos outros projetos.

O virtuoso ilustrador decidiu premiar o Vinheta 2020 com uma ilustração de Flash Gordon e do Metabarão.

E que ilustração maravilhosa é!

Daniel Maia junta-se assim a um conjunto de autores que já ilustraram a imagem do Vinheta 2020 que são Joana Afonso, Ricardo Santo, Luís Louro, Osvaldo Medina e Telmo Estrelado.

Obrigado, Daniel!

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Análise: Aurora Boreal em Reflexos Partilhados

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores

NOTA INTRODUTÓRIA: Nem de propósito. Quando ontem comecei as escrever as palavras que vos apresento abaixo pensei: “que fantástico que o Mestre José Ruy ainda esteja no ativo com 92 anos e que tenha participado neste Aurora Boreal em Reflexos Partilhados”. Mal sabia eu que, passadas umas horas, quando me preparasse para publicar esta análise, tivesse conhecimento do falecimento de José Ruy. A contribuição de José Ruy para esta antologia data de 2012, mas quer-me parecer que, em termos de publicação em livro, talvez seja este Aurora Boreal em Reflexos Partilhados o último livro a sair durante a vida de José Ruy. O que é assinalável.

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Por alturas do último Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, em Maio, foi lançada a antologia Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, que conta com a participação de vários autores portugueses como José de Matos-Cruz, José Ruy, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende.

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga
Devo admitir que o alcance das histórias deste livro me surpreendeu. E quando digo que me surpreendeu não tem de ser, forçosamente, uma coisa positiva nem negativa. Surpreendeu-me pois não conhecia todo o envolvimento em torno da personagem de Aurora Boreal. E talvez por esse motivo, fiquei quase atordoado com toda a viagem onírica que esta personagem transporta consigo e que está bem patente nas várias histórias que constituem esta antologia.

Dito por outras palavras, se esperam encontrar uma leitura simples e leve, como é, muitas vezes, apanágio das antologias de banda desenhada, Aurora Boreal em Reflexos Partilhados não será para vós. Por outro lado, se apreciam poesia, questões do metafísico e banda desenhada… é bem provável que devam conhecer esta antologia.

A personagem que dá mote a estas histórias foi criada em 2012 por José de Matos-Cruz e apareceu na sua trilogia de livros dedicados a O Infante Portugal. É uma figura feminina e sensual, carregada de elementos cósmicos, que a fazem parecer uma deusa do imaginário. 

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga
Não diria que exista nestas histórias uma linha narrativa que nos conte uma história concreta à volta da personagem. Ao invés, vão-nos sendo dado abordagens diferentes que colocam Aurora Boreal em variadas situações. Mas há sempre um toque de fantástico, de exótico e de transcendente nestas histórias.

Em muitos casos – não há como não – o leitor acaba por se perder na própria premissa, já que a mesma é demasiado lata e abstrata. No entanto, por vezes também sabe bem deixarmo-nos levar por narrativas mais psicadélicas. É o caso.

O estilo de ilustração que aqui podemos encontrar é expetavelmente muito variado, dada a quantidade de autores que participam na antologia. 

Destacam-se o belo estilo de sketch a carvão de Susana Resende, o estilo realista de Daniel Maia, o estilo mais clássico de José Ruy, ou a abordagem mais estilizada e abstrata de Renato Abreu.

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga

Como história, propriamente dita, fiquei agradavelmente surpreendido com Aurora Boreal e o Reverso do Universo, com desenho de José Macedo Bandeira, que nos dá um belo conto ambientado na temática de Fernando Pessoa.

Já quanto aos desenhos, enquanto confesso fã das ilustrações de Daniel Maia, posso dizer que as mesmas não desiludem e que revelam como o autor é virtuoso na execução de belos desenhos. Além disso, também tem a capacidade para ilustrar vários tipos de ambientes e histórias diferentes, o que revela que é um autor com um potencial enorme, ainda por explorar.

Em termos de edição, tendo em conta que é independente, parece-me que o trabalho é bastante decente. Este livro a preto e branco tem capa mole e um papel brilhante que me parece adequado. Acho apenas que deveria ter sido feita uma maior divisão entre histórias, uma vez que, por vezes, ainda estamos mergulhados numa história e já o conto seguinte começou. Julgo que mesmo que não fosse dada uma página branca entre histórias, ao menos poderia ter sido feita uma divisão gráfica mais inequívoca.

Em suma, Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, pelo universo alegórico-fantástico que traz consigo, é uma antologia bastante original na sua génese. Nem sempre de fácil de leitura, relembro, mas audaz nos intuitos de significados profundos que procura atingir.


NOTA FINAL (1/10):
5.5


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores - Kafre e Arga Warga

Ficha técnica
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados
Autores: José de Matos-Cruz, José Ruy, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende
Edição: Kafre e Arga Warga
Páginas: 52, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Maio de 2022

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Inauguração da exposição sobre CoBrA: Operação Goa!


Nem só da Amadora BD vive o adepto da banda desenhada! 

E tanto assim é que, mesmo durante a semana em que decorre o festival de banda desenhada da Amadora, a banda desenhada CoBrA: Operação Goa, dos portugueses Marco Calhorda e Daniel Maia, publicada em Portugal pela Ala dos Livros, terá uma apresentação e exposição na Moita.

O evento terá lugar amanhã, dia 27 de Outubro, pelas 21h, no auditório da Biblioteca Municipal Bento Jesus Caraça, na Moita.

Mais abaixo, deixo-vos com toda a informação.

CoBrA: Operação Goa - Apresentação e Exposição na Moita

A convite da Câmara Municipal da Moita e da Biblioteca Municipal Bento Jesus Caraça, no dia 27 de Outubro, às 21h, no auditório daquele estabelecimento, tem lugar uma apresentação do livro CoBrA: Operação Goa, com presença do escritor Marco Calhorda e do ilustrador Daniel Maia, seguida de sessão de autógrafos. Até 11 de Novembro, fica patente na Junta de Freguesia da Moita uma breve mostra da obra, com informação histórica.

CoBrA: Operação Goa (Ala dos Livros) foi nomeado em Melhor Ilustração em Obra Nacional no 4º Prémio Bandas Desenhadas e em Melhor Obra de BD de Autor Português no Prémio de BD da Amadora ‘2022. A obra é baseada em acontecimentos reais decorridos há 60 anos, entre Dezembro de 1961 e 1962, na sequência da invasão da província portuguesa de Goa pela União Indiana, e narra as acções clandestinas da agência secreta CoBrA, do controverso empresário Jorge Jardim, no engendrar do repatriamento dos soldados portugueses cativos em deploráveis campos de prisioneiros, na Índia.

Morada: R. Dr. Alexandre Sequeira 36 2860, 2860-412 Moita
Contactos: 210 817 040 / div.cultura@mail.cm-moita.pt

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Coletivo Tágide lança 8º número de Outras Bandas!


A antologia de banda desenhada Outras Bandas está de volta com o seu oitavo lançamento!

Como é habitual, são vários os autores nacionais que nela participam.

Mais abaixo deixo-vos a nota de divulgação do projeto.


Outras Bandas #8

O fanzine antológico Outras Bandas está de volta à comunidade de banda desenhada, com uma edição repleta de histórias inéditas.

Assinado e publicado pelo colectivo Tágide, o Outras Bandas #8 reúne seis BDs curtas sobre cenas da vida quotidiana, que variam entre nuances de humor, de desespero e de esperança, com autoria de Daniel Maia, Jorge RoD! Rodrigues, Maria João Claré, Mário André, Yves Darbos e Susana Resende, em que participam também os argumentistas convidados Patrícia Portela e os norte-americanos Liliana e Travis Johnson. O título inclui ainda uma selecção das melhores BDs humorísticas do webcomic “Century One,” por António Coelho, e uma galeria de fan-art com trabalhos de Patrícia Costa.

A ilustração de capa deste número é da autoria de José Bandeira, numa homenagem a bandas desenhadas clássicas.

Outras Bandas #8 pode ser adquirido por contacto directo em tagidebd@gmail e, em Outubro, vai ser apresentado no 33º AmadoraBD, com presença dos autores do colectivo e sessão de autógrafos.

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Ficha técnica
Outras Bandas #8
Autores: António Coelho, Daniel Maia, Jorge Rodrigues, Maria João Claré, Mário André, Patrícia Costa, Susana Resende e Yves Darbos
Escritores convidados: Liliana Johnson, Patrícia Portela e Travis Johnson
Ilustração de Capa: José Bandeira
Edição/Produção: Daniel Maia e Susana Resende
Páginas: 40, a preto e branco
PVP: 3,00€




quinta-feira, 26 de maio de 2022

Antologia a ser lançada no FIBDB conta com alguns nomes ilustres da BD nacional!



Irá ser apresentada no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja a antologia Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, que conta com a paticipação de vários autores portugueses como José de Matos-Cruz, José Ruy, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende.

Trata-se de uma co-edição Kafre / Arga Warga.

Mais abaixo, deixo-vos com algumas imagens promocionais e a nota oficial desta lançamento.


Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, de vários autores
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados é uma antologia de banda desenhada, em coedição de Kafre/Arga Warga. A personagem literária foi criada em 2012 por José de Matos-Cruz, com transfiguração original de Susana Resende. Participam nesta colectânea de obras curtas, inéditas ou já divulgadas como conteúdo extra, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende, também autora da capa e do grafismo, além de mestre José Ruy, numa colaboração especial.

A apresentação de Aurora Boreal em Reflexos Partilhados decorre no Domingo, 29 de Maio, às 16h30, no 17º FIBDB.

Aurora Boreal surgiu no universo romanesco/ilustrado d’O Infante Portugal (As Tramóias Capitais; 2007, A Íntima Capitulação; 2010, As Sombras Mutantes; 2012, pela editora Apenas Livros), concebido por José de Matos-Cruz, tendo nascido de uma relação efémera e sensual entre Oktobraia, uma heroína soviética exilada em Lisboa, e o Malsão, um portento cósmico que avassala o marasmo lusitano.

Menina e loira, emancipada em tríptico imaginado/literário (O Princípio Infinito; 2017-2018, O Eterno Paradoxo; 2019, O Círculo Imperfeito; 2020, por Apenas Livros), logo uma auspiciosa Aurora Boreal - irradiando além das luzes e das trevas - rompe os ciclos da infância e da identidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação… Nessa aprendizagem mágica e germinal, Aurora Boreal suspende as coordenadas sobre o tempo e o lugar em que decorrem tais derivas e interferências. Do passado ao futuro, ou em actualidade virtual, a sua aparência torna-se então Presente - ainda adolescente, adulta ou idosa -, desafiando todas as rotinas, como um fenómeno telúrico e transfigurador!

Entretanto, Aurora Boreal compareceu no clímax pelos quadradinhos d’O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017), com desenho de Daniel Maia, também coautor da história com José de Matos-Cruz, que elaborou o texto. Esta banda foi distinguida pelos XVI Troféus Central Comics, na categoria Melhor Obra Curta (2018).

Aurora Boreal em Reflexos Partilhados culmina, assim, uma incursão fantástica pelos meandros da realidade e em dimensões alternativas. Afinal, com mais simbólica ênfase de reinvenção - ao conferir, pela banda desenhada, uma abordagem múltipla e propícia às expectativas de cada criador artístico.

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Ficha técnica
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados
Autores: José de Matos-Cruz, José Ruy, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende
Páginas: 52, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
PVP: 10,00€

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Análise: CO.BR.A. – Operação Goa

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros
CO.BR.A. – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia

Sei agora que este livro já andava a ser preparado há bastante tempo. No entanto, só tive conhecimento dele no Amadora BD, em Outubro, quando o editor da Ala dos Livros, Ricardo M. Pereira, o anunciou entre as várias novidades que a editora tinha em mente para 2022. Da autoria de Marco Calhorda, que se estreia enquanto autor de banda desenhada, e do já bem mais experiente e conhecido, neste meio, Daniel Maia, posso dizer que CO.BR.A. – Operação Goa é uma das belas surpresas do ano!

Este é um livro de cariz histórico-bélico que nos coloca no Portugal dos anos 60, que se aproximava, sem volta a dar, de um processo de descolonização dos seus antigos territórios espalhados pelo mundo. E tudo começou na Índia, alguns anos antes de Portugal iniciar a Guerra do Ultramar. Até então, Portugal tinha estado presente, durante mais de 450 anos, na Índia, com os territórios de Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar Aveli. Começo até por dizer que este tema dos militares portugueses na Índia até é um assunto que, com alguma pena minha, poucas vezes é abordado. E não me refiro apenas à banda desenhada. Refiro-me a todos os media, na verdade. Um dos meus tios foi um dos militares que esteve na Índia durante este tempo, vivendo todos estes eventos na primeira pessoa, portanto até posso dizer que, por motivos pessoais, também é um tema relevante para mim.

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros
Ainda sob a égide de Salazar, tornou-se impossível para o governo português assegurar Goa enquanto colónia e isso culminou na invasão deste território por parte do exército indiano. Os militares portugueses acabaram por não ter alternativa senão renderem-se, tendo sido feitos prisioneiros. À margem da atuação oficial do Estado Português, entra em cena Jorge Jardim, um autêntico agente secreto a la 007, ao serviço de sua majestade, Salazar, que teria como objetivo a negociação da repatriação de milhares de prisioneiros portugueses que estavam detidos em condições precárias.

Se o assunto é fresco em banda desenhada, o argumento da autoria de Marco Calhorda prima por conseguir reunir um bom conjunto de eventos que antecedem a Operação Goa. Assim, o autor tenta oferecer-nos uma contextualização dos eventos político-militares que eram vividos por esta altura, em 1961, bem como uma visita à base de operações do CO.BR.A cujo nome, para passar despercebido, tinha o significado de “Comissão Contra a Brutalidade Animal”. 

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros
O ritmo da narrativa assume o andamento de um filme de espiões, com bastante política e ação à mistura. Um guisado bem conseguido – e não tão comum assim na banda desenhada nacional. Gostei da forma utilizada embora me pareça que, mantendo este registo, talvez um maior número de páginas tivesse sido benéfico para dosear melhor a informação e os eventos que aqui decorrem. Fica, portanto, a sensação que vemos a ação desfilar apenas diante dos nossos olhos sem que a relação entre leitor e livro se possa estreitar. E como a história está constantemente a saltitar entre inúmeros locais – Luanda, Goa, Vimieiro, Sacavém, Madrasta, Nova Deli, Mumbai, Lisboa, Lourenço Marques, Estoril – por vezes o leitor anda ali, de cabeça à roda, como se estivesse a assistir a uma partida de ténis. Ainda estamos a ambientarmo-nos a um local e Marco Calhorda já está a agarrar em nós e a transportar-nos para outro local, com outros intervenientes. 

Não é que a trama esteja mal ligada, mas é um daqueles casos em que acredito que uma voz off, de um qualquer personagem, mesmo que fictício, que pudesse contar-nos a história e o que se passa de um local para o outro, teria feito a narrativa mais fluída e elevado este livro a um nível (ainda) melhor. E não digo isto para puxar a obra para baixo. Pelo contrário, digo-o para puxá-la para cima. Já é um excelente livro mas acredito que com algumas melhorias do ponto de vista do argumento, seria ainda melhor. No entanto, não me espanto se este livro for considerado com uma das obras mais interessantes da banda desenhada portuguesa dos últimos anos.

Até porque não dá para falar deste CO.BR.A. – Operação Goa sem mencionar o mais óbvio e aquilo que está mais presente assim que folheamos o livro: é que os desenhos de Daniel Maia são soberbos e uma verdadeira maravilha para os olhos! Não é, aliás, exagero nenhum afirmar que Daniel Maia se encontra entre os melhores ilustradores de Portugal!

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros
Com um traço realista certeiro, confiante, a tinta, que me fez lembrar, com as devidas distâncias, o igualmente belíssimo trabalho de Sébastien Verdier na obra Orwell, também publicada pela Ala dos Livros, os desenhos de Daniel Maia apresentam-se como belíssimos, da primeira à última vinheta. A caracterização das expressões, da linguagem corporal das personagens, dos cenários, das cenas de ação, dos enquadramentos, do jogo de sombra e luz... enfim tudo... roça a perfeição. São desenhos maravilhosos.

E se a abordagem imagética parece clássica, remetendo-nos para algumas bandas desenhadas dos anos oitenta, a planificação da história, com ilustrações que suplantam os limites das vinhetas; o próprio modo de organização das pranchas, com vinhetas bastante dinâmicas na forma e dimensão; ou, até, a existência das páginas 22 e 23, que são páginas com texto corrido e que até têm um QR code para que melhor possamos pesquisar sobre o assunto em questão, revelam-nos a faceta moderna e cuidada, não só de Daniel Maia como, também, de Marco Calhorda. Ou seja, em termos gráficos parece que este livro nos consegue dar o melhor do clássico e do moderno.

Se me posso queixar de algo nos desenhos desta obra é que, por vezes, tive alguma dificuldade em perceber que personagem era quem. E para isso até contribuem algumas coisas que são alheias ao ilustrador. O facto de ser um livro a preto e branco, que anula logo a cor enquanto elemento diferenciador de personagens; o facto de ter um grande número de personagens; e, especialmente, o facto de ser um livro cujo argumento é, por vezes, algo rápido demais para que possamos estabelecer uma relação prolongada com as personagens. 

COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros
É verdade que isto não é um grande “problema”, pois o livro continua a ser bastante acessível para acompanhar. E, diga-se em abono da justiça, até me fui dando conta da meticulosa preocupação de Daniel Maia em diferenciar as personagens. Lembro-me que no meio de uma cena de ação me perdi, sem saber quem eram os portugueses e quem eram os indianos. Mas depois percebi que me bastaria ver as diferenças nos capacetes dos militares para perceber quem era quem. Portanto, uma certa dificuldade em diferenciar as personagens será um pequeno ponto fraco, mas nada que abale a fantástica experiência gráfica que é CO.BR.A. – Operação Goa. Porque se não é perfeito, não anda muito longe disso.

A Ala dos Livros está, portanto, de parabéns por esta aposta de qualidade. Depois de passar a editar um autor tão relevante para a banda desenhada nacional como Luís Louro, é com bons olhos que vejo esta segunda aposta em banda desenhada nacional, por parte da editora. 

De resto, a edição deste  CO.BR.A. – Operação Goa tem uma qualidade acima da média, relativamente às edições de autores portugueses que costumamos encontrar por cá. A capa é dura e coberta por tecido e, para além disso, ainda é guarnecida por uma sobrecapa. Tem, também, papel de excelente gramagem e com boa qualidade na encadernação e nos acabamentos. Há ainda espaço para um prefácio de autor, por parte de Marco Calhorda, quatro páginas com esboços e vinhetas descartadas de Daniel Maia, bem como uma página com testemunhos de homens que viveram de perto os eventos relatados na obra. Há ainda (mais) uma belíssima ilustração com a legenda: “CoBrA regressa em Operação _____” deixando no ar a ideia de que os autores vão voltar a este tema. Que assim seja! E tão depressa quanto possível!

Em suma, CO.BR.A. – Operação Goa é uma autêntica passerelle para o enorme talento de Daniel Maia enquanto ilustrador de banda desenhada. Diria que só pelos seus lindos desenhos, este álbum já merecia ser comprado. Mas há mais do que isso! Há também um tema da história recente de Portugal que muitas vezes parece esquecido e que é oportunamente trazido à tona por Marco Calhorda. Um livro que merece ser apreciado por todos os fãs de banda desenhada em Portugal. E não só. Sem dúvidas de que é uma obra que se recomenda vivamente! Será posta à venda a partir do próximo dia 25 de Abril. Data mais que ajustada pelo seu simbolismo.


NOTA FINAL (1/10):
8.9


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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COBRA – Operação Goa, de Marco Calhorda e Daniel Maia - Ala dos Livros

Ficha técnica
CO.BR.A. – Operação Goa
Autores: Marco Calhorda e Daniel Maia
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 72, a preto e branco
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Dezembro de 2021

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Depois de Luís Louro, a Ala dos Livros aposta no lançamento de mais bd portuguesa!



Ora bem, já todos sabíamos - especialmente aqueles que leram a minha entrevista com Ricardo M. Pereira, acerca das novidades da Ala dos Livros para 2022 - que a editora tinha nos planos para este ano, o lançamento de CO.BR.A. - Operação Goa, da dupla de autores portugueses Marco Calhorda e Daniel Maia.

O que não sabíamos - e falo por mim! - é que o livro estaria já tão perto da sua conclusão. Achei que o mesmo só viria lá mais para o final do ano e, por esse motivo, fiquei muito satisfeito quando hoje verifiquei que o livro já estava, de facto, pronto!

O livro será lançado a 25 de Abril. Uma data simbólica e bem escolhida, quanto a mim. Relativamente às imagens promocionais e à sinopse da obra, partilharei essa informação convosco mais em cima do lançamento da obra.

Mas, por agora, e só para vos aguçar o apetite, deixem-me mostrar-vos uma página do livro e as duas capas da obra cuja edição da Ala dos Livros - para não fugir à regra - é fantástica.

Ainda só pude folhear o livro mas já dá para ver que as ilustrações de Daniel Maia estão espantosas!

Estou muito curioso com a obra.

Daqui a uns dias já saberão a minha opinião.