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quinta-feira, 5 de maio de 2022

Análise: Monstress #6: A Promessa

Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência
Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda

Monstress é uma banda desenhada de fantasia, com enorme sucesso em todo o mundo e que em Portugal tem estado a ser lançada pela Saída de Emergência. O mais recente livro desta série, da autoria de Marjorie Liu e Sana Takeda, é o volume 6 e intitula-se A Promessa.

E o livro até abre logo com uma bela surpresa: uma pequena minissérie de dois números, uma pequena história, chamada Histórias Faladas, que aparece fora dos eventos do arco principal da série (chamemos-lhe assim) e que nos convida a fazer uma viagem ao passado das personagens Kippa e Maika. Começando já por aí, posso dizer que essa pequena história, que ocupa as primeiras 45 páginas do volume, traz o melhor que, a meu ver, podemos encontrar em toda a saga de Monstress até esta parte. É que a fabulosa arte de Sana Takeda se mantém ao mesmo nível da restante série, mas o argumento de Marjorie Liu é simples, escorreito e muito mais assertivo na forma como conta uma história delicada. Como Monstress seria uma série melhor se este modus operandi fosse sempre utilizado! Mas já lá irei.

Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência
A série tem sido um intrincado jogo político-bélico com inúmeras personagens e eventos que, sejamos sinceros, não são fáceis de acompanhar. Mesmo que se tenha acompanhado a série desde o início. Isto porque a argumentista, Marjorie Liu, parece perder-se muitas vezes na própria complexa intriga, por si criada, não unindo muito bem - na minha opinião, claro - os pontos entre si. E não, o problema não está em ser uma intriga complexa. O problema está na maneira como a mesma é servida ao leitor e explorada. É por isso que considero que o velho lema “less is more” se adequa perfeitamente a toda a série Monstress. Se existissem menos personagens, mas mais bem desenvolvidas e exploradas – e o mesmo pode ser dito em relação aos eventos – Monstress seria muito melhor. E não é que seja má, nem nada que se pareça. Mas torna-se, sem dúvida, uma leitura algo exasperante, pois promete muito e depois não oferece o prometido. Ou, quiçá mais estranho, por vezes até oferece coisas completamente aleatórias.

Neste sexto volume, o Mundo Conhecido continua com as várias intrigas entre as personagens e a protagonista desta história, Maika Meiolobo, está no centro de tudo isto. Neste livro aparecem novas personagens e outras são resgatadas de outros momentos da já longa série. Diria que o ritmo da história se torna mais lento, tendo menos momentos de ação e mais momentos de reflexão e diálogo. Algo que até é positivo. Com efeito, a argumentista aproveita para acrescentar mais revelações e detalhes às personagens e às suas intenções, mas numa ótica mais de fazer novas perguntas – que também ficam sem resposta – do que responder às questões levantadas nos tomos anteriores. Das duas, uma: ou a argumentista no final da série irá conseguir responder a todas as questões que levantou e a série se tornará bombástica em qualidade… ou, ficarão muitas perguntas por responder e pontas soltas por atar. A ver vamos. E depois há outra questão ainda: é que ficamos com a sensação de que os eventos deste livro – tirando a pequena história inicial de infância que já referi e que é deliciosa – já foram lidos por nós em volumes anteriores. Como que um déjà vu.

Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência
E se juntarmos à equação que, para além de todas estas intrigas e perguntas sem resposta, temos muitas personagens, muitas raças e que, não obstante, acabamos por ter algumas personagens fisicamente parecidas entre si e ainda várias trocas no tempo – sem que haja uma distinção gráfica entre o passado e o presente, este livro – ou deverei dizer série? – acaba por se tornar complexo de apreender corretamente. Não digo que, se começarmos a ler todos os livros de forma seguida, do primeiro para o último, a sensação não seja melhor. Certamente o será. Mas, mesmo assim, parece-me que a narrativa apresenta o problema de não saber fechar-se em si mesma.

Quanto às ilustrações de Sana Takeda, este sexto volume continua a igualar aquilo que a autora tem vindo a fazer até aqui. Quer isto dizer que aqueles que já gostam, continuarão a gostar e aqueles que não gostam… bem, manterão a mesma opinião. Já que a autora parece sentir-se como peixe dentro de água a retratar este universo que pisca o olho à art déco e que apresenta belas personagens com um estilo de traço que nos remete para o mangá mas, também, para os comics americanos. Mas sempre com uma personalidade e uma identidade muito próprias. Neste álbum voltam a aparecer mais personagens com cara de animal, onde a autora também brilha na execução. São desenhos absolutamente divinais! É nos grandes planos das personagens – nas caras das mesmas – que a autora aparenta empenhar-se mais, o que contrasta um pouco com os planos afastados das personagens onde as mesmas parecem feitas mais à pressa e com menos detalhe. Mesmo assim, acho que visualmente é uma excelente série e que sabe encher o olho do leitor.

A edição da Saída de Emergência apresenta capa mole, papel brilhante com boa qualidade e uma boa impressão e encadernação. Nada de errado com o trabalho da editora portuguesa, portanto. E se há algo que eu gostaria é que esta editora passasse a apostar noutras séries de banda desenhada uma vez que, atualmente, é Monstress a sua única série de bd.

Em suma, este sexto volume de Monstress continua a enorme saga das autoras Marjorie Liu e Sana Takeda, com um ritmo mais lento do que o habitual, o que permite momentos de maior reflexão que são bem-vindos. Apesar de parecer que Liu cada vez mais se afunda na própria história, por si criada, há que dizer que os desenhos de Takeda continuam lindíssimos e visualmente impressionantes. E convenhamos que a pequena história de 45 páginas que este volume contém é o melhor da série até agora.


NOTA FINAL (1/10):
6.9



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Monstress #6: A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Ficha técnica
Monstress #6: A Promessa
Autoras: Marjorie Liu e Sana Takeda
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 184, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Março de 2022

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Monstress está de volta às livrarias portuguesas




A editora Saída de Emergência prepara-se para lançar, a partir do próximo dia 3 de Março, o sexto e novo volume da saga Monstress, da autoria de Marjorie Liu e Sana Takeda.

Esta é uma série que tem conquistado muitos fãs por todo o mundo.

A editora portuguesa mantém o seu comprometimento na boa cadência de lançamentos da série.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e algumas imagens promocionais.

Monstress #6 - A Promessa, de Marjorie Liu e Sana Takeda

Não há banda desenhada mais satisfatória e maravilhosamente complexa do que MONSTRESS.
A guerra tomou conta do Mundo Conhecido e Maika Meiolobo está no seu epicentro. Enquanto a jovem e os seus amigos tentam lidar com as consequências das suas ações, segredos do passado e reencontros há muito aguardados ameaçam transformar as suas vidas.

Neste sexto volume, Maika e Kippa partilham as memórias de infância que as transformaram no que são atualmente. 

Quando esse passado complicado colide com o presente tumultuoso, Maika terá de escolher sabiamente os seus aliados, num equilíbrio delicado — e mortal — entre a confiança e a prudência.


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Ficha técnica
Monstress #6 - A Promessa
Autoras: Marjorie Liu e Sana Takeda
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 184, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 18,80€

terça-feira, 27 de julho de 2021

Análise: Monstress #5 – Filha da Guerra

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda

A série de enorme sucesso mundial Monstress está de volta às livrarias portuguesas com o lançamento do quinto volume pela editora Saída de Emergência. Se se torna óbvio o appeal desta série para tanta gente, com um grande número de prémios conquistados, não deixa de ser verdade que, quando descascada cada uma das suas camadas, a série tem algumas fraquezas. Especialmente em termos de argumento. Mas já lá irei.

Juntando a um ambiente fantástico, com criaturas de variadas espécies, uma trama complexa, de cariz político-estratégico que, depois, recebe desenhos muito cativantes por parte da ilustradora Sana Takeda, que transformam todo este universo em algo único, é fácil concordar que o “guisado” que aqui é cozinhado funciona bastante bem.

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

O argumento que este volume 5, Filha da Guerra, traz consigo pega a história aonde a mesma tinha sido deixada no volume anterior. Já tínhamos presenciado uma guerra de vasta dimensão em números anteriores, mas agora, parece que a chama entre os Humanos e os Arcânicos renasce e novo embate bélico se prepara. Continuamos a acompanhar a personagem Maika – Meio Lobo – na sua procura pelo conhecimento de si mesma e pela força que habita dentro dela. Os flashbacks são uma constante para que possamos obter algumas respostas, mas, acima de tudo, servem para acrescentar mais algumas questões ao enorme rol de questões que já haviam sido deixadas por responder nos livros anteriores.

E é face a este novo conflito, que tem por génese um cerco à cidade de Ravenna, que Maika terá que tecer novas parcerias e alianças para conseguir resistir a esta investida por parte do exército da Federação.

A trama é bastante complexa, com muitas personagens – que infelizmente, por vezes, se confundem visualmente entre si – muitas fações e pontos de vista. Naturalmente, isso torna Monstress numa série bastante complexa e rica em termos de conteúdo. Embora, não raras vezes, esta característica também torne a ação um pouco all over the place, como dizem os ingleses. Por outras palavras, são muitas as questões que são lançadas para o ar sem que sejam suficientemente trabalhadas/aproveitadas pela argumentista Marjorie Liu.

No fundo considero que há muita “palha” em Monstress. Bem sei que estas séries vivem muito da relação que vão tendo com os leitores, que acabam por ficarem fiéis seguidores das personagens que as habitam. Mas considero, mesmo tendo isso em conta, que poderíamos ter mais coisas a acontecer realmente em Monstress. Parece que as personagens ocupam quase todo o tempo a dizer que vai acontecer algo. E que se perde demasiado tempo e páginas com isso. Atente-se que nas primeiras 90 páginas(!) praticamente só temos páginas com diálogo algo oco e que não causa a tensão que, eventualmente, poderia causar no leitor.

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Há muitos diálogos, muita preparação do leitor para o tal cerco à cidade de Ravenna mas depois, quando a ação realmente acontece, sabe a pouco. A montanha pariu um rato. Dizer isto não é sugerir que a série deveria ter mais ação, ou que não aprecio diálogos ou histórias longas. Não, mesmo! Quantas vezes escrevo aqui no Vinheta 2020 que certas bds precisavam de mais espaço (leia-se páginas) para poderem desenvolver e amadurecer as suas ideias? Mas em Monstress, o meu sentimento é totalmente o inverso. Julgo que são demasiadas páginas para “o pouco” que acontece realmente. Se bem que também é verdade que em volumes anteriores a ação era mais non stop e agora talvez as autoras tenham pretendido, neste quinto volume, ter menos ação em detrimento de uma narrativa mais pausada. Mesmo assim, isso também acaba por não ser aproveitado para grandes introspeções.

E olhando para este volume, Filha da Guerra, é visível que a argumentista parece ter ficado sem algumas ideias depois dos números anteriores. O próprio regresso da guerra parece um lugar comum, na falta de melhor ideia. E caminhando no mesmo sentido, os diálogos também surgem menos inspirados do que em números anteriores. No entanto, admito que gosto da dualidade com que Marjorie Liu pinta as suas personagens. Nenhuma delas é o que parece à primeira vista. E isso será até, por ventura, a grande mais valia do trabalho da autora. Tal como em Game of Thrones, onde ninguém é o que aparenta ser e, quase sempre, há agendas secretas a envolver cada um dos protagonistas.

A arte de Sana Takeda consegue ser verdadeiramente espetacular e refrescante, ao mesmo tempo! De forte inspiração mangá, também tem influências claras dos comics americanos, mas consegue, acima de tudo, ter características próprias. Ter personalidade. Com um traço expressivo e eloquente, Takeda oferece-nos personagens memoráveis e muito bonitas em termos de ilustração. É verdade que, por vezes, algumas dessas personagens são algo confundíveis entre si, mesmo que a autora tente dotar cada uma delas com algum traço ou acessório único. Um destaque também deve ser dado ao cariz duplamente art-déco e vitoriano que envolve os cenários e as personagens e suas indumentárias. Original e (mais) um complemento que funciona bem.

E a maneira como Takeda planifica as suas pranchas também é bastante dinâmica - e, por vezes, positivamente complexa - e, nesse sentido também merece os seus louvores.

Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Só lamento que o enorme talento da artista não seja verificável em todas as situações porque também é verdade que há muitas vinhetas, especialmente de planos de vista mais afastados, que parecem ter sido feitas muito à pressa e que carecem de qualquer detalhe. Takeda parece, pois, que vai do 8 ao 80 em várias ocasiões. Isto é, acaba por ser uma daquelas artistas que, quando "quer", consegue ilustrações maravilhosas, cheias de detalhe e com uma técnica apurada. Mas nem sempre o "quer", aparentemente. Mas quando o quer, ou nas maravilhosas capas de cada capítulo da série, também, a autora é inegavelmente uma virtuosa e a sua arte é gratificante. E o processo das cores também para isso contribui, criando uma ambiência que consegue mesmo transportar o leitor para este universo paralelo. Sem Sana Takeda, estou certo que Monstress não seria o sucesso que é. Marjorie Liu pode (e é) importante por ter criado e imaginado este universo complexo. Mas é graças a Takeda que o mesmo ganhou uma vida própria e personificada.

Em termos de edição, e à semelhança dos restantes livros desta coleção da Saída de Emergência, a encadernação, de boa qualidade, é em capa mole, com papel brilhante, de boa gramagem, e apresenta uma impressão bem conseguida. Como pontos menos positivos, é pena que alguns balões, mais perto do centro do livro, sejam menos legíveis devido a estarem demasiado próximos do interior do livro. Acho que uma margem entre a mancha de impressão e o interior do livro teria resolvido esta questão. Nota ainda para a presença de um erro demasiado presente e que cortou o prazer da minha leitura mais vezes de que o desejável. A palavra “demais” é sempre substituída pelas palavras “de mais”. Espero que este erro constante possa ser revisto nas próximas edições.

Confesso que, compreendendo o porquê do sucesso da série, que assenta num universo do fantástico em que uma intrincada trama lhe dá vida, e que traz consigo maravilhosas ilustrações, não partilho do entusiasmo geral. Simplesmente porque acho que uma leitura (verdadeiramente atenta) encontra variadas imperfeições ou pontas soltas. No entanto, é um produto interessante e que é especialmente aconselhado para um público mais feminino e jovem – embora, naturalmente, possa ser apreciado por qualquer pessoa – que goste do género do fantástico.


NOTA FINAL (1/10):
7.0


Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda - Saída de Emergência

Ficha técnica
Monstress #5 – Filha da Guerra
Autores: Marjorie Liu e Sana Takeda
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 176, a cores
Encadernação: Capa mole
Lançamento: Julho de 2021

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Lançamento: Monstress #5 – Filha da Guerra




A série Monstress, que tem colhido uma legião de fãs em todo o mundo, está de regresso a Portugal com o lançamento do 5º volume, pela editora Saída de Emergência.

A obra deverá estar disponível a partir de 15 de Julho nas livrarias. Mas também pode ser encomendada através do site da editora a um preço especial e com uma oferta aliciante.

Abaixo fiquem com a sinopse da obra e com algumas imagens da versão inglesa da obra.


Monstress #5 – Filha da Guerra, de Marjorie Liu e Sana Takeda
A animosidade latente entre Humanos e Arcânicos renasce violentamente e uma nova guerra toma conta do Mundo Conhecido. 

Maika Meiolobo apercebe‑se de que outro conflito, de proporções cósmicas, está próximo… mas primeiro há que sobreviver a esta batalha.

Neste quinto volume de Monstress, Maika deve colocar de lado traições pessoais e revelações privadas para defender a cidade arcânica de Ravenna, o primeiro grande alvo da Federação. 

Com a batalha iminente, Maika e os seus amigos enfrentam decisões difíceis, forçados a escolher a justiça ou a misericórdia, a segurança ou a liberdade, a família ou a sociedade — e a viver com as consequências.




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Ficha técnica
Monstress #5 – Filha da Guerra
Autores: Marjorie Liu e Sana Takeda
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 176, a cores
Encadernação: Capa mole
PVP: 18,80€