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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Análise: O Combate de Henry Fleming

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros
O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor

A editora Ala dos Livros editou há poucos dias o novo livro de Steve Cuzor, de quem a editora já havia publicado, no ano passado, o belíssimo Uma Estrela de Algodão Preto. Como tal, estava muito desejoso de ler este livro. E, assim que o recebi, não perdi tempo e mergulhei na leitura.

Inspirado em The Red Badge of Courage, um dos grandes clássicos da literatura americana, da autoria de Stephen Crane, esta é uma obra que se tornou especialmente célebre pelo tratamento inovador que dá ao tema da guerra, narrando de forma psicológica a experiência de um soldado comum no campo de batalha, em detrimento de outras obras ou relatos que, até então, falavam da guerra como algo grandioso e que elevava o espírito. A história é ambientada durante a Guerra Civil Americana e segue a jornada de Henry Fleming, um jovem soldado que lida com os dilemas internos e o medo da sua própria cobardia.

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros
O que é curioso é que, inicialmente, Henry Fleming até tem uma visão romântica e idealizada da guerra. Por conseguinte, toma a iniciativa de se alistar com a esperança de alcançar glória e heroísmo. Porém, não passa muito tempo até que seja confrontado com o horror e o caos da guerra e alarmado perante a violência da mesma, Henry não hesita e foge da frente de combate. Todavia, mesmo depois deste ato desesperado, Henry capitula face à sua escolha devido a ficar consumido pela culpa e pela vergonha. Afinal de contas, em termos de guerra, pior que o inimigo são os dissidentes que são olhados pelos demais como cobardes, fracos e traidores. Henry tenta, então, superar-se e encontrar algum tipo de redenção através de um ato que confirme a sua coragem. Para si mesmo e para os outros. 

A própria "insígnia vermelha de coragem", referida no título original da obra, poderá ser vista como uma metáfora para as feridas de guerra, que simbolizam para Henry a prova da sua bravura. A obra explora, pois, e em profundidade, o medo, a vergonha e a busca por redenção do protagonista. E ao contrário de muitas narrativas que glorificam a guerra, aqui é-nos dada uma visão realista e quase anti-heroica do conflito bélico, mostrando-o como uma experiência desumanizante, cheia de caos e terror, mais ligada ao instinto de sobrevivência do que a qualquer sentido nobre de dever patriótico.

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros
Henry Fleming, mesmo podendo parecer uma personagem fraca e vulnerável, é um espelho daquilo que, certamente, muitos de nós faríamos se estivéssemos em pleno campo de batalha. E é, por ventura, por essa mesma razão, que esta é uma obra tão marcante e verossímil. 

Entretanto, com a forma como os eventos se vão desenrolando, o próprio Henry Fleming vai mudando de opinião e de estado de espírito, num frenesim tal, que começa a veicular todas as suas forças para o campo de batalha, passando de cobarde a herói. No entanto, é importante notar que a sua coragem surge mais de um instinto de autopreservação e desespero do que de uma motivação altruísta ou nobre. A obra questiona, assim, a própria natureza do heroísmo, sugerindo que a coragem muitas vezes está ligada ao medo e ao desejo de aceitação social.

O trabalho de ilustração de Steve Cuzor é verdadeiramente poético! Da mesma forma que Stephen Crane utiliza descrições intensas, carregadas de um grande nível sensorial para descrever a confusão vivida num campo de batalha, também Steve Cuzor, através das suas ilustrações, desenha esse mesmo caos, levando-nos a senti-lo, a mergulhar nele. Por vezes, em longas cenas sem qualquer legenda. O trabalho acaba, pois, por ser verdadeiramente sublime.

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros
Cuzor adapta fielmente o enredo de Crane, oferecendo uma nova dimensão à obra e enriquecendo a experiência da mesma com visuais impactantes que nos ficam na retina mesmo depois de finda a leitura do livro. O autor utiliza uma arte rica e detalhada para capturar a brutalidade e a confusão da guerra. Fiquei especialmente bem impressionado com a forma como Cuzor ilustra os destroços e os disparos das batalhas. Sentimo-nos imersos no caos e calor da batalha, com cenas dinâmicas que muitas vezes transmitem mais do que aquilo que as palavras poderiam fazer. 

A utilização de cores também desempenha um papel importante nesta adaptação. Os tons sombrios predominam, refletindo o ambiente árido e desolador da guerra. Esta bicromia pode remeter-nos para dois livros de Manu Larcenet, lançados também, curiosamente, pela Ala dos Livros: O Relatório de Brodeck e A Estrada. A paleta de cores transmite a melancolia e a tensão presentes no conflito, acentuando o estado emocional de Henry Fleming e a atmosfera opressiva da narrativa. Cuzor usa com habilidade as expressões faciais e a linguagem corporal para transmitir o conflito interno do protagonista.

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros
Embora haja cor nesta obra - onde imperam os tons amarelados e esverdeados, consoante a cena em questão - é o preto que tem mais primazia na concepção das ilustrações, com o autor a executar as sombras - e todo o espaço negativo que das mesmas advém - com uma técnica, uma precisão e um dramatismo que são fascinantes e raros de encontrar em banda desenhada.

Como ponto menos positivo, é verdade que este é um livro que se torna pesado no tema e que pode causar uma certa sensação de repetição no leitor, pois as imagens que nos são dadas são sempre do campo de batalha. Às tantas, quando a meio do livro viramos uma nova página, pode dar a ideia de que já vimos desenhos iguais ou muito parecidos com aqueles. Denota-se que não é "defeito", é "feitio", pois foi certamente algo pensado pelo autor e que não foi deixado ao acaso. No entanto, acho que a sensação de repetição prejudica um pouco a leitura. Quase sempre digo que vários livros deveriam ter mais páginas para melhor explanar uma ideia. No caso deste O Combate de Henry Fleming, talvez algumas páginas a menos fizessem bem ao livro.

Em termos de edição, o trabalho da Ala dos Livros é imaculado. O livro apresenta capa dura baça, bom papel brilhante e encadernação e impressão de alto nível. No final, há um interessante texto de José-Louis Bocquet sobre a obra original escrita por Stephen Crane.

Em conclusão, O Combate de Henry Fleming é uma obra profundamente introspectiva, que desafia as concepções tradicionais de guerra e heroísmo, através de um realismo que nos remete para os dilemas morais enfrentados por um soldado em pleno campo de batalha. A par disso, apresenta um trabalho de ilustração belíssimo por parte de Steve Cuzor, altamente recomendado e que todos deviam conhecer!


NOTA FINAL (1/10):
9.2



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor - Ala dos Livros

Ficha técnica
O Combate de Henry Fleming
Autor: Steve Cuzor
Baseado na obra original de Stephen Crane
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 235 x 310 mm
Lançamento: Agosto de 2024

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Ala dos Livros lança adaptação para BD de O Combate de Henry Fleming!


Já se encontra em pré-venda o novo livro da editora Ala dos Livros que dá pelo nome de O Combate de Henry Fleming!

Da autoria de Steve Cuzor - de quem a mesma editora já publicou o belíssimo Uma Estrela de Algodão Branco - este novo livro adapta para banda desenhada o romance original de Stephen Crane. 

Conhecendo a celebridade da obra original, é um livro que ainda não tive oportunidade de conhecer e que, portanto, me deixa muito curioso para esta BD que tem recebido críticas muito positivas!

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora e deverá chegar às livrarias a partir do próximo dia 27 de Agosto.

Para já, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

O Combate de Henry Fleming, de Steve Cuzor

«E vocês? Que tipo de gente são vocês para se lançarem assim às cegas no vosso próprio túmulo?»

Virgínia, Primavera de 1863. 
190 000 soldados americanos defrontam-se no caos mortífero de uma guerra civil fratricida. Uns envergam o uniforme cinzento, os outros vestem o uniforme azul. 

Entre estes últimos, o jovem Henry Fleming vai pela primeira vez para a linha da frente. Doravante, a fronteira entre a vida e a morte dependerá apenas da trajectória de uma bala de espingarda ou de um estilhaço de obus. 

Na multidão anónima de homens transformados em combatentes de ocasião, Henry saberá realmente por que motivo deve lutar? Contra quem? Por quem? E o primeiro dos seus combates não será aquele que deve empreender contra o seu próprio inimigo interior? Entre o som do canhão e o canto do colibri, entre a loucura dos homens e a sensatez da natureza, entre a exaltação e o terror, entre a coragem e a cobardia, Henry terá de encontrar o seu lugar no terreno. E travar a sua própria guerra interior.

Em O Combate de Henry Fleming, Steve Cuzor baseia-se no romance fundador da literatura americana moderna, The Red Badge of Courage, escrito em 1894 por Stephen Crane. Com força e sensibilidade, a arte narrativa de Steve Cuzor reinterpreta esta história de aprendizagem num ambiente apocalíptico onde se misturam o pó e o sangue, a raiva e o medo.

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Ficha técnica
O Combate de Henry Fleming
Autor: Steve Cuzor
Baseado na obra original de Stephen Crane
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 235 x 310 mm
PVP: 33,00€


terça-feira, 5 de setembro de 2023

Análise: Uma Estrela de Algodão Preto

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros
Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor

Foi apenas há alguns dias que a Ala dos Livros nos presenteou com o lançamento de Uma Estrela de Algodão Preto, dos autores Yves Sente e Steve Cuzor. Este era um livro que eu não conhecia, mas que logo me deixou muito interessado. Até porque, confesso, até à leitura de A Vingança do Conde Skarbek, lançado pela Arte de Autor, que foi um dos meus livros preferidos do ano passado, eu não catalogava mentalmente o trabalho do Yves Sente como "espetacular". E se calhar isso era uma injustiça da minha parte. É certo que aquilo que tinha lido do autor em séries clássicas como XIII, Blake e Mortimer ou Thorgal não tinha sido mau, mas também não tinha sido fantástico. Foi, portanto, depois de ler A Vingança do Conde Skarbek que fiquei agradavelmente surpreendido com as boas ideias narrativas do argumentista.

Como tal, devido a este meu background de leitor, parti com boas expetativas para este Uma Estrela de Algodão Preto que, convenhamos, nada tem a ver com aquilo que eu lera do argumentista até então. A história acontece em dois tempos, no séc. XVIII, nos Estados Unidos, por alturas em que George Washington e os seus apoiantes tentam criar um país independente; e no séc. XX, em plena Segunda Guerra Mundial.

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros
A história é deveras peculiar. Começa em Filadélfia, em 1776, quando George Washington encomenda a Betsy Ross a feitura da primeira bandeira dos futuros Estados Unidos. Uma bandeira é sempre uma afirmação política e um elemento distintivo de um qualquer Estado que se quer independente. Como tal, a tarefa é de sobeja relevância para todos os envolvidos. Entretanto, Angela Brown, uma negra que representa as tarefas de empregada doméstica de Betsy Ross, vive dias de angústia na sua condição de negra que vê, diariamente, um cem número de injustiças a serem perpetradas por uma sociedade controlada pelos brancos. A situação ultrapassa os limites do aceitável quando os seus dois irmãos são vítimas de mais uma injustiça oriunda de um profundo sentimento de racismo. Como retaliação silenciosa, mas também como statement político, Angela decide prestar um tributo secreto a toda a comunidade negra que, goste-se ou não, é parte integrante na conceção do próprio projeto dos Estados Unidos da América. E esse atributo assenta na secreta tarefa de coser uma estrela de algodão preto por baixo de uma das estrelas brancas da famosa bandeira. É uma afirmação silenciosa – e quase poética – mas de extrema relevância para a raça negra nos Estados Unidos.

Entretanto, passam-se quase dois séculos e estamos em plena Segunda Guerra Mundial. Pelo lado dos EUA, os negros também são chamados à guerra, mas, ao contrário dos brancos, apenas assumem funções menos dignas e menos heroicas ao serviço do exército norte-americano. Lincoln, Tom e Johnson são três negros que estão fartos destas missões menos relevantes e que querem ter um papel mais preponderante na Grande Guerra. E é quando um deles, Lincoln, recebe uma carta da sua irmã, Johanna, que fica a saber desta misteriosa estrela preta bordada na bandeira dos Estados Unidos. Caberá depois, aos três soldados, que são comandados por um quarto soldado de etnia branca, levar a bom porto uma missão de resgate à referida bandeira que, miraculosamente, caiu nas mãos de um oficial das SS. Se aquilo que os três soldados queriam era ter alguma ação, certamente as suas preces são ouvidas porque esta missão que, à partida, parece uma causa perdida e irrelevante a muitos dos soldados com quem se cruzam pelo caminho, leva os quatro soldados ao coração do conflito, passando por Paris e pelas Ardenas, num clima de constante perigo e destruição.

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros
Yves Sente constrói uma boa narrativa, interligando muito bem as peças deste Uma Estrela de Algodão Preto. No fundo, estamos perante um cativante drama de guerra que oferece uma mistura de ficção histórica e intriga. A obra acaba por ter o potencial de agradar aos fãs do drama histórico, mas também aos fãs dos livros de guerra e ação. Está cá tudo.

E até uma aura política está contida na obra, já que aqui é retratada a luta racial dos negros nos Estados Unidos da América e a maneira como foram marginalizados, mesmo quando desempenharam um papel fundamental, muitas vezes oculto, na formação da nação. Mesmo hoje em dia – e isso talvez seja o sentimento mais triste que o livro passa ao leitor – esta luta está longe de estar terminada e as injustiças perante a raça negra continuam a existir nos EUA. Por esse motivo, pode-se dizer que o livro está mais que atual e que traz consigo uma boa reflexão. Não só sobre o passado, mas também sobre o presente e sobre o futuro.

Quanto ao ilustrador desta obra, Steve Cuzor, embora certas séries do autor já tenham prendido o meu interesse, como Blackjack ou O’Boys, apenas tinha apreciado com mais critério o trabalho do autor numa das histórias que compõem a antologia Go West – Young Man, que a Gradiva publicou recentemente por cá. Contudo, agora que li com rigor este Uma Estrela de Algodão Preto, que tem quase 200 páginas, pude constatar os belos dotes do autor enquanto ilustrador, conseguindo um bom equilíbrio entre o chamado desenho mais clássico franco-belga, mas conseguindo também, uma boa dose de modernismo, com um desenho estilizado onde as tramas assumem papel relevante na criação de boas sombras.

Posso, pois, dizer que em relação às ilustrações constantes na obra, Steve Cuzor dá-nos um trabalho de exclência, muito competente e bem conseguido. Em Uma Estrela de Algodão Preto, o seu traço é semi-realista e a versatilidade de desenho do autor é excelente, quer nas cenas de maior ação bélica, onde sentimos a tenção latente a um cenário de guerra, quer nas cenas mais calmas e históricas. Curioso é o facto de as personagens principais masculinas nos remeterem, de forma muito direta, para a fisionomia dos atores Denzel Washington e Forest Whitaker. Mesmo assim, se me posso queixar de algo é que, por vezes, tive alguma dificuldade em distinguir algumas das personagens masculinas.

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros
Gostei particularmente das cores do álbum – que são asseguradas por Meephe Versaevel – que, nas cenas de guerra, variam entre tons mais esverdeados nas partes que se passam na base militar e entre tons mais azulados e frios nas partes que se passam em cenários repletos de neve. Nas cenas mais históricas, as ilustrações apresentam tons mais amarelados e acastanhados, estilo sépia. A mistura cromática entre estes diferentes momentos da narrativa acaba por funcionar muito bem e dar harmonia visual ao livro.

Em termos de edição, a Ala dos Livros volta a fazer um trabalho imaculado. O livro apresenta capa dura baça, com lombada arredondada e bom papel brilhante no miolo. A qualidade da impressão e da encadernação também são excelentes. No final, são ainda incluídas sete grandes ilustrações, de página dupla, que dignificam a edição portuguesa.

Em suma, Uma Estrela de Algodão Preto é um impactante (e preocupante) romance histórico que explora temas de patriotismo, identidade e sacrifício, entrelaçando dois períodos distintos da história norte americana que não foram propriamente bons para os negros. Mas, lá está, que período é que o foi? Não é que este livro ou as personagens do mesmo resolvam a questão do racismo. O mundo não funciona dessa maneira simples, infelizmente. Todavia, através do que é mostrado, Sente e Cuzor mostram-nos bem o quão ridículo e infundamentado é o racismo. Especialmente num país que se alicerçou no esforço conjunto de tantas raças – incluindo a negra – para se afirmar como uma super potência mundial. Uma excelente leitura que se recomenda vivamente!


NOTA FINAL (1/10):
9.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor - Ala dos Livros

Ficha técnica
Uma Estrela de Algodão Preto
Autores: Yves Sente e Steve Cuzor
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 192, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato:235 x 310 mm
Lançamento: Setembro de 2023

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Ala dos Livros prepara-se para lançar Uma Estrela de Algodão Preto!



Este é um livro desconhecido para mim mas que, sobre o qual, já li muitas coisas boas e que, por isso, e pela aposta da Ala dos Livros - que, convenhamos, não costuma errar nas suas apostas - me está a aguçar o interesse!

Os autores são o consagrado Yves Sente (A Vingança do Conde Skarbek, O Guardião, entre outros) e Steve Cuzor, um dos autores que participou na antologia Go West - Young Man.

Uma Estrela de Algodão Preto promete a proeza de recontar momentos importantes da história dos Estados Unidos e é um livro que ganhou muitos prémios aquando o seu lançamento original em 2018. Dada a sua história peculiar, está a ser preparada uma adaptação desta obra ao cinema, com realização de Reginald Hudlin. 

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

Uma Estrela de Algodão Preto, de Yves Sente e Steve Cuzor

«Dizia muitas vezes ao Justin e ao Tommy que eles eram como duas estrelas na minha vida.
Quando me sentia desanimada, olhava para eles. E juro-lhe, Mrs Betsy, que mesmo pretas, elas brilhavam…»

Filadélfia, 1776. 
George Washington encomenda a Betsy Ross a primeira bandeira dos futuros Estados Unidos da América. A sua criada, Angela Brown, adiciona-lhe secretamente uma homenagem à comunidade negra: uma estrela de cinco pontas de algodão preto, por baixo de uma das estrelas brancas.
Douvres, 1944. 
O soldado Lincoln recebe uma carta contendo as memórias de Angela Brown. A estrela que ela menciona existirá realmente? A História deverá ser reescrita à luz desta revelação? Da Paris libertada às Ardenas cobertas de neve, inicia-se para três soldados afro-americanos um perigoso périplo com um desfecho inesperado.

Em sintonia com a pujança gráfica de Steve Cuzor, o forte argumento de Yves Sente utiliza os clichês de guerra para melhor destacar os desequilíbrios de um mundo cego por ideologias muito sombrias.

Uma Estrela de Algodão Preto é uma história com ressonâncias estranhamente actuais.

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Ficha técnica
Uma Estrela de Algodão Preto
Autores: Yves Sente e Steve Cuzor
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 192, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato:235 x 310 mm
PVP: 35,00€