Mostrar mensagens com a etiqueta Yann. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Yann. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Análise: Thorgal - A Selkie

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita
Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux

Depois d’ A Seita ter lançado o volume O Eremita de Skellingar, que apresentava o ilustrador Fred Vignaux à emblemática série Thorgal, a editora portuguesa voltou a apostar num novo livro feito pela mesma dupla de autores. Desta vez, trouxe-nos A Selkie, o álbum que, temporalmente, sucede a O Eremita de Skellingar.

Como disse na altura em que analisei este álbum, parece-me que foi uma boa aposta d’A Seita em começar por publicar esta série a partir dos volumes assinados por Vignaux e Yann. Claro que é verdade que esta série clássica e célebre da banda desenhada europeia começou por ter sucesso e reconhecimento pelo trabalho encetado pelos autores originais Van Hamme e Rosinski. E que muitos desses álbuns foram lançados em Portugal por várias editoras. No entanto, Thorgal é uma série que, infelizmente, se encontra publicada por cá de forma muito intermitente. E tendo em conta que havia 38(!) álbuns por (re)publicar, caso uma editora quisesse apostar na série de forma integral, compreende-se bem a escolha sóbria por parte da editora portuguesa em apostar na série a partir dos álbuns mais recentes. Entretanto, para além destes dois editados pel' A Seita, já são 3 os novos Thorgal da dupla Yann/Vignaux que eu gostaria que a editora portuguesa não deixasse escapar. Sabe-se, no entanto, que a editora já confirmou o lançamento para 2024 do álbum de homenagem a Thorgal intitulado Adieu Aaricia, de Robin Recht e Gaétan Georges.

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita
Mas voltemos a este A Selkie que por cá foi editado ainda no ano de 2022. Continuando o belo trabalho começado em O Eremita de Skellingar, este é mais um belo álbum que reacende o espírito de aventura clássico da série, enquanto é brilhantemente desenhado por Vignaux e magnificamente colorido por Gaétan Georges.

Começando, até, por falar na valência visual da obra, tenho que dizer que acho estes novos Thorgal um verdadeiro mimo da ilustração. E não é que Thorgal alguma vez tenha sido mal ilustrado. Na verdade, o trabalho de Rosinski sempre foi verdadeiramente magnífico e especial! E, por isso mesmo, não era uma herança fácil de assumir, para qualquer que fosse o autor que o fizesse. Mas acho que Vignaux tem passado o teste com distinção. Fê-lo em O Eremita de Skellingar e fá-lo, novamente, com este A Selkie.

As suas ilustrações são verdadeiramente belíssimas, ao nível das personagens, das suas expressões, das cenas de ação, dos ambientes, das paisagens e tudo mais. E, ao mesmo tempo, consegue assegurar duas coisas, nem sempre fáceis de alcançar: por um lado, o autor consegue uma relação de continuidade com o trabalho anterior de Rosinski e, por outro lado, também consegue inovar, tornando o aspeto visual da obra em algo mais contemporâneo. Talvez os mais puristas da série se choquem com a minha próxima afirmação, mas a verdade é que se eu tivesse que convidar um jovem com menos de 18 a conhecer a série Thorgal, não o faria com um álbum de Rosinski, mas sim com um álbum de Vignaux. Pelo menos, se tivesse apenas em conta a componente visual da obra. É que o "novo" Thorgal, e neste caso este A Selkie, em particular, têm um estilo de ilustração mais moderno e contemporâneo, mas sem perder a continuidade e o cariz de aventura épica que associamos à série.

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita
Contudo, não posso falar dos desenhos de Vignaux sem mencionar as mangíficas cores de Gaétan Georges. Sem o trabalho deste último, as ilustrações continuariam a ser belas, mas não seriam tão importantes. Gaétan faz, quanto a mim, um trabalho soberbo a nível de cores. Fê-lo em O Eremita de Skellingar e continua a fazê-lo neste volume. São livros bonitos só de olhar para eles!

Mas como nem só de belos desenhos vive uma banda desenhada, abordemos a questão do argumento e da história. Yann já trabalha em Thorgal há bastantes anos, tendo até assinado alguns tomos ainda com o ilustrador original, Rosinski, antes de trabalhar com Vignaux. E a aposta do autor tem sido simples: congeminar argumentos que estimulem a aventura clássica, introduzindo vários elementos da mitologia nórdica. É apenas isso. E não utilizo a palavra “apenas” como sendo algo de negativo. Nada disso. Até porque não considero que seja, de todo, uma tarefa fácil. Refiro este ponto porque Thorgal continua a ser uma série de história simples, com personagens por vezes unidimensionais, mas que servem bem o intuito de aventura clássica que a série almeja ser.

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita
Este A Selkie é mais um exemplo disso. A história é simples e linear. Loba, a filha de Thorgal, é raptada e levada para uma ilha selvagem do arquipélago de Faroé. E, naturalmente, Thorgal parte em salvamento da sua filha. Mas esta ilha para onde Loba foi levada, está envolta num grande misticismo onde os habitantes locais temem a maldição levantada por Kopakanan, a Selkie, que é uma criatura mítica, metade mulher, metade foca marinha. A força da maldição desta Selkie parece tanta que até as embarcações se veem incapazes de navegar ao largo da estátua erguida por este povo devido ao seu temor à criatura. Achei a premissa especialmente curiosa por me remeter para o tempo dos Descobrimentos em que as armadas lusitanas não conseguiam passar pelo Cabo das Tormentas, que "era" controlado por Adamastor, e que só haveria de ser apelidado de Cabo da Boa Esperança depois do feito pioneiro de Bartolomeu Dias.

Portanto, e voltando a este Thorgal – A Selkie, é esta a sua história. Simples, direta, sem grandes nuances e que serve bem as ilustrações de Vignaux. Não é uma história que marque uma vida certamente, mas acho que não é esse o seu propósito. E sendo o objetivo o entretenimento através da aventura clássica, considero que estamos perante um belo livro. Fica, quanto a mim, uns furos abaixo de O Eremita de Skellingar, mas, mesmo assim, recomenda-se vivamente.

Quanto à edição d’ A Seita, a editora volta a dar-nos um bom trabalho, tal como já fizera com o álbum anterior. O livro apresenta capa dura baça, bom papel baço, servido por uma boa impressão e encadernação. E, no final, volta a haver um dossier de extras com 8 páginas, onde há espaço para estudos e esboços de personagens, processo de evolução das duas capas da obra (em França houve uma capa especial para as lojas FNAC) e duas pranchas em esboço onde podemos ver a evolução do trabalho do autor.

Em conclusão, Thorgal - A Selkie volta a mostrar uma dupla de autores que parece estar a levar a bom porto o trabalho dos artistas originais desta série clássica de aventuras da banda desenhada europeia. Se o objetivo é entreter, dando-nos um magnífico trabalho ilustração, então este livro volta a passar no teste com distinção!


NOTA FINAL (1/10):
8.9



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


-/-

Thorgal - A Selkie, de Yann e Fred Vignaux - A Seita

Ficha técnica
Thorgal: A Selkie
Autores: Yann e Fred Vignaux
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 215 x 285 mm
Lançamento: Setembro de 2022

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Análise: O Grão-Duque (Série Completa)

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público
O Grão-Duque, de Yann e Hugault

Foi já na reta final do ano 2022 que a editora ASA lançou, em conjunto com o jornal Público, a série O Grão-Duque, da autoria da dupla formada por Yann e Hugault. Diga-se que, de há uns tempos para cá, esta parceria entre a editora e o jornal português já nos deu séries muito boas como, por exemplo, Peter Pan, de Loisel, Long John Silver ou Rio, entre outras.

O que têm em comum estas séries é que costumam ser curtas (reunindo entre 3 a 6 volumes) e que são todas de origem e estilo franco-belga. Coisa que, para além de me deixar feliz a mim, também deixará muitos leitores felizes, estou certo.

Desta vez a aposta recaiu em O Grão-Duque, uma minissérie de guerra, com 3 volumes, cujo argumento é de Yann e as ilustrações são de Romain Hugault. Sobre este último, convém dizer que o autor já tinha visto duas das suas obras publicadas por cá, pela editora já extinta Vitamina BD: o volume one shot O Último Voo e o primeiro volume do díptico Do Outro Lado das Nuvens que, lamentavelmente, ficou incompleto, devido ao fecho das portas por parte da Vitamina BD.

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público
E, já nesses álbuns, era possível admirar a capacidade, por vezes desconcertante, de Hugault para um desenho super-realista, onde o maior detalhe e enfoque do autor parece residir, especialmente, em duas vertentes: no desenho de belas e luxuriantes mulheres e no desenho de aviões. Entre estas duas coisas, diria que o meu principal gosto são as belas mulheres, mas também não nego que aprecio um bom desenho de veículos terrestres ou aéreos. Portanto, é uma mistura que funciona bem. Especialmente se estivermos a falar de uma BD de guerra, como é o caso.

Começando, pois, este texto dando destaque ao desenho de O Grão-Duque, posso dizer-vos que aqueles que já conhecem o trabalho do autor, decerto não se sentirão defraudados com aquilo que ele nos dá nesta série. O detalhe e perfeição dos desenhos de Hugault chega a ser tanto que nos merece longos períodos a olhar para cada uma das suas belas ilustrações. Os aviões, quer em terra, quer em combate, são representados com um cuidado extremamente perfecionista e as mulheres, que miraculosamente possuem todas seios fartos e magnificamente bem delineados, são representadas com extremo detalhe e beleza. 

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público
Se corpos femininos, aeronaves, veículos, cenários, fardas dos soldados são desenhadas na perfeição por Hugault, sinto apenas que certas expressões faciais me parecem, por vezes, pouco naturais. Ou, melhor dizendo, sinto que essas expressões mesmo estando bastante boas na sua conceção, não conseguem estar ao nível da perfeição dos restantes tipos de desenhos que acabo de enunciar no parágrafo acima.

Quanto à planificação, o autor também faz bom uso de diferentes opções de organização de espaço, com a introdução de vinhetas de página inteira, vinhetas sobrepostas, vinhetas ao alto, vinhetas sem limite e até da utilização de margens pretas em alguns momentos da narrativa. Tudo isto faz com que a leitura seja rápida, do ponto de vista narrativo, mas que, como já referi, nos faça acalmar o ritmo devido a toda a beleza gráfica que emana dos desenhos do autor e que merece ser observada com tempo e calma.

Falando, agora, um pouco sobre o argumento que esta série nos oferece, importa referir que a história nos coloca bem no cerne da Segunda Guerra Mundial, entre 1943 e 1945, mostrando-nos, em simultâneo, o lado dos russos e o dos alemães.

Acompanhamos a caminhada de um piloto alemão, Wulf, que, durante a Segunda Guerra Mundial, e aos comandos do mítico avião Heinkel He-219, apelidado por si como "Grão-Duque", tem um improvável encontro com uma combatente inimiga de origem russa, Lilya, também ela piloto, que sendo uma mulher linda e sensual, também é uma feroz guerreira, com um enorme ódio pelos soldados alemães.

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público
Wulf é uma personagem bastante interessante porque, embora combata pelo exército alemão, tem uma postura antinazi, recusando-se a ostentar a cruz suástica no seu avião. Logicamente, este tipo de atitude vai despertar algumas inimizades e dissabores junto dos seus camaradas de armas. Mas Wulf não quer saber disso. A sua única preocupação ainda é a sua filha Romy. 

E é então que se cruza com Lilya, uma soldado pertencente ao regimento feminino russo apelidado como “As Feiticeiras da Noite”. O exército russo tem que combater em aviões completamente obsoletos e isto também faz surgir uma certa sensação de injustiça em Wulf.

Se Lilya começa por renegar a bondade que Wulf demonstra para com ela, a verdade é que ambos acabam por criar uma forte relação amorosa. Depois, há algumas reviravoltas na história que não vou referir, pois não quero estragar o prazer da leitura àqueles que, depois deste texto, forem ler a obra.

Parece-me, isso sim, que o argumentista Yann faz aqui um trabalho bastante decente. A história pode apresentar alguns clichets, aqui e ali, reconheço, mas não deixa de ter os seus bons momentos, bem doseados por Yann e duas personagens que, estando em lados opostos do conflito, acabam por fazer nascer uma certa sensação de empatia nos leitores.

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público
A edição que a ASA nos propõe neste O Grão-Duque é em tudo semelhante às edições mais recentes da editora: capa dura brilhante, bom papel brilhante, boa encadernação e boa impressão. A editora optou por incluir, no final de cada volume, uma página com a tradução das expressões alemãs e russas que são utilizadas ao longo da série. Se, por um lado, aplaudo a iniciativa, por outro lado, julgo que teria sido mais conveniente se as traduções das expressões fossem aparecendo em nota de rodapé em cada uma das páginas em que são efetivamente ditas pelas personagens. Esta forma de estar a consultar constantemente a "folha de cábula" no final do livro, parece-me que torna a leitura menos fluída e, às tantas, o leitor até já desiste de ir tantas vezes à página em questão, ficando "às escuras" em relação ao que é dito. Teria apreciado também que o conjunto das três lombadas formasse um desenho ou, pelo menos, o logótipo da série. Mas, não obstante, e gostos à parte, tudo isto que refiro são detalhes e a verdade é que a edição está bastante bem conseguida.

Em suma, a aposta da ASA em séries franco-belgas situadas temporalmente na Segunda Guerra Mundial – como Operação Overlord, Airborne 44 ou U-Boot – tem neste O Grão-Duque uma das suas melhores séries, possivelmente suplantada apenas por Airbone 44. Portanto, para os fãs do género, diria que é uma série de compra obrigatória. Do lado da editora – e partindo do princípio que a série vendeu (ou está a vender) bem – a boa notícia é que há, pelo menos, mais duas séries de Hugault, que apresentam o mesmo cariz bélico e o mesmo aprumo visual, e que a editora poderá optar por editar numa coleção semelhante a este O Grão-Duque: Angel Wings (7 volumes) e Le pilote à l'Edelweiss (3 volumes). É uma questão de aguardarmos para ver se tal acontece ou não.


NOTA FINAL (1/10):
8.7



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


-/-

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público

Fichas técnicas
O Grão-Duque #1 - As Feiticeiras da Noite
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Novembro de 2022

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público

O Grão-Duque #2 - Camarada Lilya
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Novembro de 2022

O Grão-Duque, de Yann e Hugault - ASA e jornal Público

O Grão-Duque #3 - Wulf & Lilya
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Novembro de 2022

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Thorgal está de volta!



Já se encontra em livraria o novo livro da série Thorgal, da autoria de Yann e Vignaux, intitulado A Selkie!

É para mim uma bela notícia, visto que esta nova incursão na série por esta dupla de autores, me deixou bastante convencido, depois de ter lido o álbum anterior - e que A Seita também editou por cá - O Eremita de Skellingar.

Destaque para o facto da edição portuguesa incluir um caderno de extras que não aparece na edição normal francesa. Parece-me, também, que o preço de 16,00€ está bastante simpático para um livro deste género. O que é louvável.

Mais abaixo, deixo-vos com algumas imagens promocionais e com a sinopse da obra.
Thorgal: A Selkie, de Yann e Fred Vignaux

Atingida por uma tempestade em mar alto, uma expedição viking encontra um bebé numa embarcação misteriosa, a quem vão chamar Thorgal. Colocado constantemente à prova pelos Deuses, Thorgal torna-se num guerreiro temível que nunca abdicará de clarificar o mistério da sua existência, de lutar pela liberdade e pela justiça, e de tentar viver uma existência pacífica junto dos seus. No segundo volume da nova fase das aventuras de um dos mais emblemáticos heróis da banda desenhada franco-belga, Thorgal é confrontado ao mesmo tempo com o rapto da sua filha, Loba, levada para uma ilha selvagem do arquipélago de Faroé, e com a maldição ancestral de Kopakanan, a Selkie, a criatura mítica que controla sob o seu maléfico domínio toda a população dessa ilha perdida, onde, entre o vento lancinante e agreste, e as ondas de um mar revolto, perpassa uma constante mensagem de morte....

O argumento de Yann é de novo uma bela homenagem à época que trouxe o sucesso à série, continuando a explorar a mitologia nórdica, enquanto o desenho de Fred Vignaux se impõe definitivamente, provando ser o herdeiro natural de Grzegorz Rosinski, co-criador da série, ao apresentar pranchas dinâmicas que captam a atenção do leitor, continuando a demonstrar que com esta nova dupla de autores a série está em muito boas mãos!

A edição portuguesa d’A Seita inclui um caderno de extras de final inédito na versão normal francesa.



-/-

Ficha técnica
Thorgal: A Selkie
Autores: Yann e Fred Vignaux
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 215 x 285 mm
PVP: 16,00€

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Falha na distribuição do segundo volume da colecção Grão - Duque, da Asa e Público

Acaba de me ser reportada a informação de que houve uma falha na distribuição do segundo volume da coleção Grão-Duque, da ASA e do Público.

Informo-vos que a empresa de distribuição VASP cometeu uma falha na distribuição do segundo volume, intitulado Camarada Lilya, da coleção de Yann e Hugault, O Grão-Duque.

Era suposto o livro ter chegado hoje às bancas mas tal não aconteceu.

De qualquer maneira, peço aos interessados que fiquem calmos e serenos pois o livro poderá ser encontrado nos sítios habituais, a partir de amanhã.

Não sendo o Jornal Público ou a editora ASA os culposos desta situação, ambos apresentam as suas desculpas a todos os leitores.

Para mais informações sobre esta série, que me parece deveras interessante, visitem este link.


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

ASA e Público arrancam hoje com uma nova série de BD!!!



Hoje sai com o jornal Público o primeiro número da nova aposta de banda desenhada por parte da ASA!

Falo da mini-série O Grão-Duque, da autoria de Yann e Romain Hugault. Trata-se de uma série em três volumes, originalmente lançada em 2008, e que nos leva, novamente, para o cenário bélico da Segunda Guerra Mundial.

Vai provando a forte aposta da ASA na banda desenhada de guerra, depois de Operação Overlord, Airborne 44 ou a mais recente U-Boot.

Neste caso, é de realçar que os desenhos de O Grão-Duque são da autoria de Hugault, um autor muito talentoso, especialmente na bela ilustração de aviões e raparigas pin-up, que já por cá foi lançado, pela Vitamina BD, com as obras O Úlimo Voo ou Do Outro Lado das Nuvens.

Posso dizer que, assim sendo, estou muito curioso para o que aí vem.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da versão original.


O Grão-Duque, de Yann e Hugault

A partir de 9 de novembro chega às bancas a nova coleção de Banda Desenhada ASA Público. Trata-se da coleção “O Grão-Duque”, epopeia de um piloto alemão que, durante a II Guerra Mundial, e aos comandos do mítico Heinkel He-219, a que carinhosamente chama "Grão-Duque", tem um improvável encontro com uma combatente inimiga que tem tanto de encantador como de temível.
Tudo se passa entre os anos de 1943 e 1945, num combate de morte entre o Terceiro Reich à beira do colapso e o Exército Vermelho que não olha a meios humanos e recursos bélicos para exterminar a “besta fascista”. Esse frente-a-frente tem rostos humanos, traduzindo-se num confronto entre dois veteranos dos ares (que, aliás, se desconhecem durante algum tempo) – Wulf, herói da Luftwaffe que não esconde o seu distanciamento face ao ideário nazi, e Lilya, uma mulher piloto soviética de enorme coragem e inquestionável beleza física.

Este é o fio condutor da nova coleção de banda desenhada franco-belga que a ASA e o Público lançam em parceria. A série, composta por três álbuns inéditos em Portugal (com texto de Yann e desenho de Romain Hugault), dá a conhecer de forma inteligente, sensível e original, a realidade cruel e brutal da guerra. Os álbuns serão publicados à quarta-feira com o jornal Público, por mais 10,90 euros.

Fichas técnicas
O Grão-Duque #1 - As Feiticeiras da Noite
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90
Lançamento: 9 de Novembro


O Grão-Duque #2 - Camarada Lilya
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90
Lançamento: 16 de Novembro


O Grão-Duque #3 - Wulf & Lilya
Autores: Yann e Hugault
Editora: ASA
Páginas: 46, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 10,90
Lançamento: 23 de Novembro

quarta-feira, 23 de março de 2022

Análise: Thorgal - O Eremita de Skellingar

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita
Thorgal - O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux

Depois de vários anos sem que nenhuma obra desta série de culto fosse publicada em Portugal, A Seita voltou a pegar nas rédeas de Thorgal, editando O Eremita de Skellingar. Convém começar por dizer que Thorgal sempre foi uma série um pouco maltratada pelas editoras em Portugal. Já foi publicada pela ASA, Bertrand e Futura, mas sempre de uma forma demasiadamente intermitente. A ASA ainda fez um esforço mais sério perante a série, ao lançar uma coleção com o jornal Público há uns anos, mas, tanto quanto sei, as vendas ficaram um pouco aquém das expetativas e ficou-se por ali. Talvez também por isso, li vários Thorgal ao longo dos anos, mas nunca fiquei com uma relação muito estreita com a série. Era gira e lia-se bem, mas não mais que isso.

Mas agora A Seita decidiu apostar nesta série e fez uma escolha muito inteligente e sensata, na minha opinião, ao apostar neste O Eremita de Skellingar, da autoria de Yann e Vignaux. Aliás, a escolha d’ A Seita merece louvores por duas razões: primeiro, porque a aposta num volume auto-conclusivo (tendo em conta a dimensão da série que, neste momento, já conta com 39 volumes na edição original) é muito mais fácil para que os leitores queiram conhecer o livro - especialmente, se não conhecerem muito bem a série. E, em segundo lugar, os editores decidiram incluir uma introdução à série e às personagens da mesma que, numa só página, consegue resumir muito bem as aventuras vividas por Thorgal até então. Fantástico trabalho editorial!

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita
A juntar a isso, esta bela edição em capa dura, baça e espessa, inclui um ótimo papel baço e uma excelente qualidade de impressão. Há ainda, no final do livro, um dossier de extras com vários esboços de Vignaux e uma capa da edição exclusiva da FNAC, em França. Bem sei que esta capa é exclusiva e, por ventura, A Seita não poderia tê-la usado na edição portuguesa. Mas é uma pena que não o tenha feito. Isto porque a capa deste livro, sendo bonita – e, portanto, não é isso que está em causa - tem alguns problemas na legibilidade. Especialmente porque o título a preto, num fundo bastante escuro, se torna pouco visível e porque as próprias sombras na cara do personagem Thorgal, tornam-na demasiado escura. Olhando para a imagem em formato digital e comparando-a, depois, com a capa do livro à minha frente, fico com a ideia que talvez isto tenha acontecido devido à impressão que acabou por escurecer um pouco a capa do livro. Bem sei que estou aqui a dar ênfase a um pequeno detalhe numa edição tão boa. Mas considero uma (pequena) coisa relevante. A “culpa” é um bocado da própria ilustração original (pouco friendly para a impressão, por usar tons escuros e tantas sombras) e da própria impressão. Acredito que, se A Seita tem usado a capa exclusiva da FNAC em França, estávamos aqui a falar de uma das mais belas capas do ano.

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita
Porque sim, as ilustrações de Vignaux são verdadeiramente maravilhosas! Arrebataram-me da primeira à última página. Estou familiarizado com o traço de Grzegorz Rosinski que, salvo erro, ilustrou todos os 36 álbuns anteriores da série, e que tem uma qualidade enorme no desenho e na forma como parece ser mais um "pintor" do que propriamente um "desenhador". É igualmente fantástico! Só acho que tem um certo problema, se é que se pode chamar de “problema”: é que o seu género de pintura, sendo bastante maduro, assume um tom adulto que pode não encaixar tão bem em séries de aventuras para um público juvenil, afastando, consequentemente, jovens para a série Thorgal. É demasiado sóbrio, demasiado adulto. 

E Vignaux consegue a proeza de honrar o trabalho miraculoso de Rosinski e ainda conseguir trazer algumas inovações no estilo e no traço, mais definido e delineado, que colocam este Thorgal num patamar mais comercial e com a capacidade de angariar mais (jovens) leitores para a série. E atenção! Dizer isto, não é dizer que a série se direcionou para um público mais jovem. Nada disso! Na verdade, até está muito fiel ao original. Mas sublinho que apresenta um estilo mais moderno, mais contemporâneo e, até, mais dinâmico nas cenas de ação. Não consigo dizer se é melhor ou pior, mas posso dizer que, a meu ver, os desenhos de Vignaux até funcionam de forma mais orgânica – para a série em questão, que é, apesar de tudo, de ação – do que os de Rosinski. Dito por outras palavras, mais depressa apresentaria a um leitor mais jovem do que eu, que quisesse conhecer Thorgal, este O Eremita de Skellingar do que por exemplo, Alinoë.

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita
Vignaux maravilhou-me, portanto, ao longo de toda a leitura desta obra, revelando uma qualidade incrível no belo tratamento das personagens, quer nas suas expressões faciais, quer na sua linguagem corporal. Também o tratamento dos cenários, a reprodução das cenas de ação, a dinâmica da planificação, a bela utilização da luz e da sombra, dos diferentes estados do clima, das cenas navais… enfim, tudo é maravilhoso e roça a perfeição! E este será – assim acredito - um dos livros mais maravilhosamente bem ilustrados que chegará aos leitores portugueses de banda desenhada em 2022. Para tal, também contribui o trabalho fantástico de cores, por parte de Gaétan Georges. Com efeito, se este O Eremita de Skellingar tem ilustrações sublimes, isso também é permitido pelo perfeito jogo de cores que oferece aos desenhos de Vignaux tudo aquilo que era necessário para o livro ser ainda melhor. Absolutamente moderno e clássico ao mesmo tempo. 

Abordando agora a história, Yann dá-nos um argumento bastante bem conseguido. Que sabe pegar em alguns eventos que Thorgal viveu em aventuras anteriores e apresentá-los num enredo que, embora simples e clássico na forma, funciona bastante bem.

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita
Ambientado num universo que junta elementos da mitologia escandinava com o fantástico e a ficção científica, esta série, cujo argumento foi elaborado, originalmente, pelo consagrado Jean Van Hamme, apresenta-nos a personagem de Thorgal, que é um herói clássico no sentido que defende ideais como a justiça, a família, a bondade, o correto e a liberdade. 

E, em O Eremita de Skellingar, até acaba por ser o ideal da liberdade o tema fulcral, já que neste volume Thorgal tudo fará para se libertar do seu passado demoníaco, em que teve ações que não eram totalmente controladas por si mesmo, mas que deixaram marcas e mágoa em tanta gente. Agora, Thorgal, para cumprir o último desejo de uma jovem e expiar os crimes do seu alter-ego Shaigan ruma à ilha de Skellingar, onde um misterioso eremita controla a população local, através da sua mística negra.

Tendo em conta que estamos perante um álbum com 50 páginas de banda desenhada, acho notável a forma como Yann conseguiu fabricar um bom argumento. Com um vilão emblemático, com belos momentos de ação e de mistério, e com um constante piscar de olho ao passado do personagem. Não é um livro para refletir na vida ou que, tampouco, vai mudar a nossa para melhor. Mas também não creio que seja esse o intuito de uma série como Thorgal. Tendo em conta aquilo que a série representa, acho que Yann esteve à altura do que lhe era pedido.

Em conclusão, posso dizer que adorei este livro. Já não lia Thorgal há muitos anos e esta foi uma ótima oportunidade para mergulhar novamente neste universo fantástico de aventuras. Com um argumento sólido e desenhos de cortar a respiração, de tão belos que são, esta é já uma aposta ganha por parte d’A Seita. A ler por todos os que já conhecem a série e, também, por todos os que nunca leram um livro de Thorgal na vida. Vai na volta e ainda ficam fãs!


NOTA FINAL (1/10):
9.3



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



-/-

Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux - A Seita

Ficha técnica
Thorgal - O Eremita de Skellingar
Autores: Yann e Vignaux
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Dezembro de 2021

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Thorgal está de volta a Portugal!


Depois de vários anos sem que nenhuma obra desta série de culto fosse publicada em Portugal, eis que há grandes notícias para os seguidores de Thorgal! A Seita aposta nesta franquia e traz-nos O Eremita de Skellingar, da autoria de Yann e Vignaux.

Este é o primeiro lançamento do ano para a editora e deverá chegar às livrarias amanhã, já estando em pré-venda em algumas lojas. De realçar que esta nova série da popular personagem é composta por álbuns auto-conclusivos o que será, sem dúvida, uma boa oportunidade para aqueles que ainda não conhecem Thorgal, poderem mergulhar na série.

Mais abaixo, fiquem com a nota de imprensa e algumas imagens promocionais.
Thorgal: O Eremita de Skellingar, de Yann e Vignaux

A liberdade não tem preço! É a única riqueza que nunca se pode esgotar nem derrubar e sobretudo... a única pela qual vale a pena lutar e morrer!

Atingida por uma tempestade em mar alto, uma expedição viking encontra um bebé numa embarcação misteriosa, a quem vão chamar Thorgal. 

Colocado constantemente à prova pelos deuses, Thorgal torna-se num guerreiro temível e honrado, que nunca abdicará de clarificar o mistério da sua existência, de lutar pela liberdade e pela justiça, e por poder viver um dia em paz junto da sua família.
Neste volume, Thorgal terá de confrontar um estranho eremita que pode ou não ser verdadeiramente um místico possuidor de poderes sobrenaturais, mas que mantém sob a sua sombra e influência um dos pequenos reinos das ilhas que o nosso herói habita... e que talvez tenha a chave para que Thorgal possa por fim libertar-se de um dos demónios que assombram o seu passado!

Um dos mais emblemáticos heróis da banda desenhada franco-belga regressa a Portugal, com um álbum que é um novo início das suas aventuras. O Eremita de Skellingar é o primeiro volume da nova série de Thorgal, constituída por álbuns auto-contidos, criados pela equipa do escritor Yann e do artista Fred Vignaux. Os leitores portugueses, novos e velhos, familiares ou não com esta personagem, poderão mergulhar nesta aventura e apreciá-la, sem nunca terem tido de ler uma página das histórias do Viking que veio das estrelas, e perceber porque é dos mais adorados heróis do panteão da BD mundial. 
A edição portuguesa d’A Seita inclui um caderno de extras de final inédito na versão normal francesa.

-/-

Ficha técnica
Thorgal: O Eremita de Skellingar
Autores: Yann e Vignaux
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 14,00€



terça-feira, 20 de julho de 2021

Thorgal está de volta!




Já depois de ter anunciado belas novidades para o segundo semestre de 2021, bem como a continuação da parceria editorial com a Arte de Autor que terá mais 3 obras co-editadas por ambas as editoras, a editora A Seita parece ter ainda algumas cartas na manga reservadas para os leitores portugueses de bd.

Nos últimos dias a editora tem publicado na sua página oficial alguns teasers do que poderá vir aí nos próximos tempos.

E é já sabido que Thorgal estará de volta!

Não, não será uma publicação integral da série (que já conta com 38 álbuns) mas sim a publicação a partir do volume 37, originalmente intitulado L'Ermite de Skellingar, e que marca um recomeço na série, com alterações na equipa criativa.


A primeira dupla criativa desta série, que depressa se tornou célebre, era constituída por Jean Van Hamme e Rosinski, e assinou os primeiros 29 álbuns da série. Em 2007, e a partir do volume 30, Yves Sente passou a ocupar o lugar de Jean Van Hamme. Xavier Dorison ainda assinou o argumento de um álbum de Thorgal, Le Feu Écarlate, antes de Yann se juntar a Rosinski para o álbum número 36, denominado Aniel.

Foi então, depois deste álbum, que Rosinski se afastou da série e entrou para o seu lugar, Fred Vignaux, que passou a fazer equipa com Yann. E até agora esta dupla já lançou dois álbuns: L'Ermite de Skellingar e La Selkie. Segundo aquilo que A Seita avançou até ao momento, podemos esperar que este dois álbuns serão publicados por cá. E como é uma série em curso, a boa notícia é que deverão haver mais álbuns de Thorgal, assinados por esta dupla, nos próximos tempos.