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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

TOP 10 - A Melhor BD lançada pela Devir nos últimos 5 anos!


Depois de umas curtas férias, estou de volta para vos trazer mais um TOP 10 dedicado à melhor banda desenhada editada em Portugal nos últimos 5 anos que, como sabem, é o período de existência do Vinheta 2020.

E hoje o enfoque vai todo para a editora Devir!

Trata-se da editora portuguesa com o maior catálogo em obras mangá, mas nos últimos anos tem apostado também no alargamento da sua oferta editorial, com o lançamento de obras americanas e europeias e num conjunto de outras novas obras que, mesmo tendo como origem o Japão, se direcionam a um público mais maduro.

Por estes motivos, considero que a Devir se apresenta em grande forma no tempo mais recente.

Convém relembrar que este conceito de "melhor" é meramente pessoal e diz respeito aos livros que, quanto a mim, obviamente, são mais especiais ou me marcaram mais. Ou, naquela metáfora que já referi várias vezes, "se a minha estante de BD estivesse em chamas e eu só pudesse salvar 10 obras, seriam estas as que eu salvava".

Faço aqui uma pequena nota sobre o procedimento: considerei séries como um todo e obras one-shot. Tudo junto. Pode ser um bocado injusto para as obras autocontidas, reconheço, e até ponderei fazer um TOP exclusivamente para séries e outro para livros one-shot, mas depois achei que isso seria escolher demasiadas obras. Deixaria de ser um TOP 10 para ser um TOP 20. Até me facilitaria o processo, honestamente, mas acabaria por retirar destaque a este meu trabalho que procura ser de curadoria. Acabou por ser um exercício mais difícil, pois tive que deixar de fora obras que também adoro, mas acho que quem beneficia são os meus leitores que, deste modo, ficam com a BD que considero ser a "crème de la crème" de cada editora.

Assim sendo, deixo-vos, então, com o meu TOP 10 da melhor banda desenhada editada pela Devir nos últimos 5 anos:

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

The Walking Dead está de volta!




A Devir prepara-se para nos trazer o quinto volume (de um total de 8) da célebre série The Walking Dead, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn!

Em pouco tempo, a editora Devir deixa assim os muitos adeptos portugueses desta série com mais de metade da mesma publicada por cá. Relembro que, no total, serão oito livros, com cada um deles a reunir 4 volumes da série, que soma 32 volumes. Por agora, ficarão publicados 20 volumes, divididos pelas 5 coletâneas já editadas.

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora, mas deverá chegar às livrarias apenas a partir do próximo dia 6 de Fevereiro.

Por agora, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

The Walking Dead – Coletânea 5, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn

O mundo tal como o conhecíamos desapareceu.

Uma epidemia de proporções apocalípticas varreu o globo, fazendo com que os mortos se animem e se comecem a alimentar dos vivos.

Numa questão de meses, a sociedade esboroou-se, deixou de haver governo, deixaram de haver lojas de mantimentos, deixou de haver correio, já não há televisão por cabo.

Num mundo governado pelos mortos, somos forçados a finalmente começar a viver.

Coletânea dos volumes 17, 18, 19 e 20.

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Ficha técnica
The Walking Dead – Coletânea 5
Autores: Robert Kirkman, Chrlie Adlard e Cliff Rathburn
Editora: Devir
Páginas: 538, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 17 x 26 cm
PVP: 39.99€

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Devir lança novo volume de The Walking Dead!




Está de regresso a série de zombies mais famosa do mundo!

A Devir prepara-se para lançar, no próximo dia 28 de Outubro, a quarta coletânea da série The Walking Dead, de Robert Kirkman, que reúne os volumes 13 a 16. Dito por outras palavras, em pouco tempo a editora editou metade de toda a série, ficando a faltar outras quatro coletâneas.

O que é um feito admirável, se tivermos em conta o número de páginas editadas em tão poucos meses.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais da mesma.

The Walking Dead - Coletânea 4 (volumes 13 a 16), de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn

O mundo tal como o conhecíamos desapareceu.

Uma epidemia de proporções apocalípticas varreu o globo, fazendo com que os mortos se animem e se comecem a alimentar dos vivos.

Numa questão de meses, a sociedade esboroou-se, deixou de haver governo, deixaram de haver lojas de mantimentos, deixou de haver correio, já não há televisão por cabo.

Num mundo governado pelos mortos, somos forçados a finalmente começar a viver.

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Ficha técnica
The Walking Dead - Coletânea 04
Autores: Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn
Editora: Devir
Páginas: 536 páginas, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 17 x 26 cm
PVP: 39,99€


quinta-feira, 23 de maio de 2024

Análise: The Walking Dead - Coletânea 2

The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir


The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir
The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn

Depois de quase 7 anos de espera, eis que a editora portuguesa Devir voltou a The Walking Dead! Julgo que isso, por si só, já será uma excelente notícia para muitos leitores e adeptos desta série que, rapidamente, se tornou, à escala global, um enorme sucesso, não só em termos de banda desenhada como, também, em termos de série televisiva.

Este é um livro enorme em dimensão pois, tendo mais de 500 páginas, agrega 4 volumes num só livro. Denomina-se, por isso, de “coletânea”, sendo esta a segunda de um total de oito. Relembro que, em 2016, a editora lançou a primeira coletânea e que a mesma continua disponível para venda.

Recolhi por essa internet fora várias reações negativas face ao enorme interregno temporal que houve entre o lançamento da primeira e, agora, da segunda coletânea. Naturalmente, compreendo que um leitor de banda desenhada queira continuar a ler as séries do seu interesse de forma ininterrupta, mas também devo dizer que essas críticas apontadas à Devir são algo infundadas porque, na verdade, este interregno não foi bem uma escolha editorial da Devir, já que a negociação dos direitos da série esteve "embrulhada" pelo lado americano, durante um grande tempo.

The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir
É lógico que, por outro lado, também compreendo que muitos dos leitores portugueses que se viram privados de continuar a ler a série em português, tenham optado por fazê-lo em inglês ou noutra língua. Mas, lá está, esta é uma série que apela a um grande público e quer-me, por isso, parecer, que ainda há uma franja de público considerável que ainda não leu a série (ou que deixou de a ler) e que, agora que The Walking Dead foi retomada, pode mergulhar numa série de enorme sucesso. Portanto, deixando as críticas de lado, acho que, neste caso, e conhecendo as causas antes de opinar, talvez seja mais avisado dar louvores às Devir por não deixar a série no limbo e por regressar à publicação da mesma.

The Walking Dead é uma série de zombies criada por Robert Kirkman que se tornou num autêntico fenómeno mundial. É quase impossível que haja alguém que não saiba o que é The Walking Dead – e para isso também contribui o facto de a série televisiva ser das mais célebres dos últimos anos. A causa deste mundo pós-apocalíptico é uma epidemia de proporções mundiais que varreu o globo, fazendo com que os mortos ganhassem vida e começassem a alimentar-se dos vivos. Dito assim, pode parecer uma ideia algo pobre e, até mesmo, simplória, mas garanto-vos que a questão dos zombies é um mero engodo narrativo para um autêntico tour de force em termos de narrativa e estudo sociológico.

The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir
Esta Coletânea 2 começa a partir do quinto capítulo, intitulado A Melhor Defesa. Rick Grimes, o protagonista, e as personagens que circundam à sua volta mantêm-se a ocupar uma prisão, tornando-a num lar e num forte defensivo contra a praga de zombies que parece não cessar de os rodear. As personagens secundárias recebem mais atenção nesta fase da série, permitindo uma exploração mais rica das suas histórias e motivações. E isso não só adiciona profundidade à trama, como também amplia o espectro emocional da narrativa. As interações entre os membros do grupo refletem, pois, a diversidade de respostas humanas ao trauma e à adversidade, passando por atitudes altruístas ou profundamente maléficas. Lori, Glenn, Andrea e outros membros do grupo enfrentam os seus próprios demónios e desafios, revelando camadas complexas de personalidade e resiliência.

E, claro, com a figura do Governador, Kirkman consegue atribuir valentes camadas de violência psicológica à série. Se um bom herói é espírito e vida de uma boa série, não tenho dúvidas de que um bom vilão é o que torna a história mais impactante e, por conseguinte, inolvidável para o leitor. Pelo menos é isso que acontece comigo. "Chapéus (e heróis) há muitos…" mas bons vilões nem sempre aparecem nas histórias que leio. E a personagem de o Governador é um desses vilões que resiste ao teste do tempo. Nunca mais o esquecemos depois de lermos The Walking Dead.

The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir
Além disso, o que é absolutamente fabuloso em The Walking Dead, não é especialmente o facto de esta ser uma série de zombies, mas sim a própria narrativa que, sendo complexa, consegue explorar bem a psique e o instinto de sobrevivência das personagens, bem como as suas relações interpessoais num mundo pós-apocalíptico. Kirkman aprofunda o desenvolvimento de várias personagens, mas com especial ênfase em Rick Grimes, dando destaque às suas lutas internas e a decisões difíceis que precisam de ser tomadas para proteção da sua família e do seu grupo.

A tensão psicológica é constantemente elevada, com dilemas éticos que desafiam a humanidade das personagens, forçando-as a redefinir os seus conceitos de certo e errado. The Walking Dead é, pois, um autêntico tratado a nível sociológico, onde fica bem visível a enorme habilidade de Kirkman para combinar o horror e o drama numa história que ressoa nos leitores. O simbolismo da horda de zombies como uma representação da inexorável decadência da civilização e da moralidade humana também é uma constante presença poderosa na narrativa, que se desenrola com um ritmo intenso, onde a segurança é efémera e as ameaças são constantes. Tanto dos mortos como dos vivos.

As ilustrações de Charlie Adlard cumprem bem a sua tarefa, servindo a narrativa e proporcionando ao leitor alguns bons momentos, mas tenho que relembrar que o trabalho de Tony Moore, que ilustrou apenas o primeiro capítulo da série, com o seu estilo mais “cartoonizado” - o que possibilitou às personagens a obtenção de uma expressividade marcante - nunca mais foi igualado. O trabalho de Adlard é bom, mas inferior ao de Moore, a meu ver. É claro que tendo Charlie Adlard assumido, depois, a partir do segundo capítulo e até ao fim, os desígnios da ilustração da série, acabou por lhe incutir muito do seu cunho pessoal. Tratar-se-á de uma questão algo subjetiva - e, portanto, pessoal - mas, quanto a mim, sempre lamentei que Tony Moore tivesse deixado o projeto.

The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir
Seja como for, a planificação é bastante cinematográfica e o jogo de luz proporcionado pelo preto e branco de Adlard - que depois recebe ainda os tons a cinza de Cliff Rathburn - tem vários momentos bem conseguidos que fazem jus ao argumento dinâmico de Kirkman, conseguindo dar à série o aspeto sombrio, com atmosferas desoladas, que a narrativa pedia.

Em termos de edição, o livro apresenta capa mole com badanas e um papel bastante fino que quase lembra o papel que encontramos em revistas! Isto pressupõe que tenhamos que ter algum cuidado no manuseamento do livro para que não fiquemos com uma página na mão. Compreendo, por outro lado, que é uma opção editorial que funciona bem para conseguir reunir num só livro, 4 capítulos e mais de 500 páginas, sem que o mesmo pareça uma “lista telefónica”. Nesse ponto, funciona bem, de facto, mas fica o aviso para terem cuidado no manuseamento do livro. Mesmo assim, tenho que admitir também que, com as devidas precauções, o livro resiste bem e, pelo menos, não fica com aquele vinco típico que costuma aparecer nas lombadas dos livros grossos de capa mole. De resto, a impressão e a encadernação apresentam boa qualidade.

Em suma, The Walking Dead continua a explorar a ideia de que os verdadeiros monstros nem sempre são os zombies, mas os próprios humanos, quando se deixam levar ao extremo pelas suas fantasias, amarguras e desejos mais diabólicos. A habilidade de Kirkman em criar situações de alta intensidade emocional faz com que os leitores se envolvam profundamente com as personagens e com as suas jornadas, possibilitando que esta série continue a ser um estudo fascinante da condição humana em tempos de crise extrema e oferecendo-nos uma leitura que é ao mesmo tempo emocionante e profundamente reflexiva.


NOTA FINAL (1/10):
9.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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The Walking Dead - Coletânea 2, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn - Devir

Ficha técnica
The Walking Dead - Coletânea 02
Autores: Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn
Editora: Devir
Páginas: 544 páginas, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 17 x 26 cm
Lançamento: Março de 2024

terça-feira, 12 de março de 2024

Walking Dead está de volta!!!



A editora Devir vai (mesmo) continuar a editar a série The Walking Dead, de Robert Kirkman!!!

aqui tinha sido avançada esta bela notícia para os muitos fãs da célebre série de zombies arquitetada por Robert Kirkman, mas agora já há mesmo uma data de lançamento, que é daqui a poucos dias!

Este espesso livro, com mais de 500 páginas, será uma coletânea que reunirá os volumes 5, 6, 7 e 8, e terá uma venda antecipada na Comic Con. Deverá, depois, chegar às livrarias a partir do próximo dia 25 de Março. Por agora, já se encontra em pré-venda no site da editora.

Relembro que a editora já havia lançado, em 2016, a primeira coletânea com os livros de 1 a 4. No total, serão 8 coletâneas que a editora deverá lançar.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.

The Walking Dead - Coletânea 02, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn

A Devir retoma a publicação de The Walking Dead.

Esta é a segunda coletânea da série, que coleta os livros 5 a 8. A coleção ficará completa com 8 volumes compilados da aclamada série de zombies.

Uma epidemia de proporções apocalípticas varreu o globo, fazendo com que os mortos se animem e se comecem a alimentar dos vivos.

A sociedade esboroou-se, deixou de haver governo, deixaram de haver lojas de mantimentos, deixou de haver correio, já não há televisão por cabo.

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Ficha técnica
The Walking Dead - Coletânea 02
Autores: Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn
Editora: Devir
Páginas: 544 páginas, a preto e branco
Encadernação: Capa mole
Formato: 17 x 26 cm
PVP: 39,99€

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Análise: Outcast (Série Completa)

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal
Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta

Ao longo de cerca de 4 anos, mais coisa menos coisa, a G. Floy Studio publicou a totalidade da série Outcast, que é assinada por Robert Kirkman – o célebre criador de The Walking Dead – e Paul Azaceta. No total, são 8 números embora a G. Floy Studio os tenha editado em 6 livros, já que os dois últimos são duplos e incluem, portanto, dois números cada.

Outcast é uma série que conquistou um sucesso considerável no mundo, tendo até chegado a uma série televisiva com duas temporadas. A série televisiva, por sua vez, não conquistou tanto sucesso, tendo sido cancelada no final da segunda temporada.

Esta é uma série de terror que nos coloca na pele de Kyle Barnes que, desde a sua infância, é perseguido por influências demoníacas que lhe transtornam a vida pessoal e, também, a vida de todos os seus entes queridos. Quando Kyle ainda era criança, uma estranha possessão da sua mãe, acabou por trazer efeitos nefastos na vida do protagonista, que não mais foi o mesmo. E tornou-se óbvio que Kyle tinha poderes sobrenaturais que, já em idade adulta, acabam por ser postos à prova quando o reverendo Anderson lhe pede a sua ajuda lidar com uma criança possuída pelo demónio. A partir dessa sessão be, sucedida de exorcismo, gera-se um conjunto de eventos que arrastam Kyle para a luta conta estas forças do mal que, afinal, atacam como se fosse uma pandemia, já que são muitas as pessoas que começam a aparecer dessa forma na cidade de Rome, na Virgínia Ocidental. E, isto, entre muitas outras coisas, remete-nos para The Walking Dead. É que sendo séries aparentemente diferentes entre si, também têm bastantes pontos em comum.

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal
Também em Outcast, Kirkman faz um belo trabalho ao nível da criação e tratamento de boas personagens. O protagonista, Kyle, é uma boa personagem mas diria que o reverendo Anderson e o próprio Sidney são as estrelas da série, demonstrando um carácter muito próprio e muito bem definido pelo autor.

Posso dizer que esta série tem dois grandes momentos ou arcos narrativos. O primeiro, em que a ação é mais lenta e o mistério é maior – e em que temos a fantástica personagem de Sidney, que é verdadeiramente inesquecível e maléfica. E o segundo momento, em que novas personagens aparecem, em que o grupo de pessoas se isola numa quinta remota para melhor planear a sua estratégia perante a "Grande Fusão" iminente e em que há mais ação. Posso dizer que, quanto a mim, é na primeira parte da série que está o suco e a fatia mais marcante. Apreciei bastante o ritmo lento e carregado de mistério – que deixa o leitor a fazer perguntas - e em que Kirkman é muito inteligente na forma como doseia a história. Verdadeiramente apetecível. 

Já na segunda parte, pareceu-me que o mistério deu lugar a uma mera ficção científica do bem contra o mal, que envolve poderes especiais e raios de energia enquanto armas, e que, no fundo, acaba por ser menos impactante e mais previsível. De repente toda a gente tem poderes sobrenaturais, até mesmo a filha, o pai e a mulher de Kyle. Pareceu-me um pouco too much e que o autor Kirkman se perdeu um pouco na sua própria história. E até porque, convenhamos, a tal "Grande Fusão", que é prometida ao longo de toda a série, acaba por ser, no final, bastante anti climática.

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal
Valha-nos, no entanto, a saída airosa como o autor consegue encerrar a história. Não é que seja um final maravilhoso, mas, pelo menos, tem a capacidade de fechar convenientemente a história. É verdade que há muitas perguntas que ficam sem resposta, muitas coisas que ficam mal fechadas ou que surgem de forma aleatória e um pouco sem nexo – como aquilo que acontece à personagem de Allison, por exemplo. Ainda assim, assinalo como positiva a forma como o autor consegue encerrar Outcast.

Outra coisa onde a série me surpreendeu pela positiva foi no levantamento de algumas questões do foro religioso, que permitiram uma certa reflexão entre as ideias de um crente e as ideias de um ateu. Isto sem a tentativa de preconizar o que quer que seja. Kirkman apenas levanta questões pertinentes. E quando, lá mais para o final, Kyle começa a ler a bíblia, parece-me óbvio que fica subentendido, o respeito e mente aberta que Kirkman oferece à história. Quer de um lado, quer do outro. Bem feito.

Quanto aos desenhos de Azaceta, posso dizer que fiquei bastante agradado. Se é verdade que, na primeira vez que folheei o primeiro livro da série, não fiquei muito impressionado com o estilo de desenho, também é verdade que, à medida que vamos mergulhando no universo de Outcast, as ilustrações de Azaceta começam a ficar cada vez mais familiares e acabei a apreciar bastante o trabalho no autor. 

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal
Especialmente na capacidade para criar um ambiente fechado, tenso, negro e, também, na destreza do autor para oferecer à história algumas soluções narrativas como, por exemplo, as pequenas vinhetas que vão surgindo por toda a série e que servem para nos oferecerem grandes planos de detalhe das personagens, de forma a passar para o leitor as reações faciais dos protagonistas, face aos acontecimentos. Na nota final do livro, Robert Kirkman revela que esta ideia surgiu porque a série televisiva, que estava a ser feita praticamente em simultâneo com a banda desenhada, permitia esses planos das caras das personagens e, então, Kirkman achou que seria uma coisa interessante se esses planos pudessem constar, também, nos livros. E Azaceta resolveu essa questão muito bem, quanto a mim.

É certo que as ilustrações do autor também apresentam alguns problemas, especialmente devido à existência de várias personagens idênticas e que são difíceis de distinguir entre si. Quer nas personagens femininas, quer nas personagens masculinas. Lembro-me, por exemplo que Kyle, Simon – o seu pai – e o próprio chefe de polícia são, todos eles, muito difíceis de distinguir, dificultando a fluidez da leitura. 

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal
Já o processo de cores, feito por Elizabeth Breitweiser, funciona bastante bem para o tipo de série em questão, oferecendo as cores adequadas a cada uma das tensas cenas que nos vão sendo dadas. 

No final, acho que se pode dizer que a arte ilustrativa de Outcast não é particularmente bonita, mas que esse também não é o intuito dos autores. O intuito passa por nos dar um punhado de ilustrações que se coadunem ao tema da obra e que nos passem os eventos, a atmosfera e as personagens de forma eficaz. E nisso, excetuando aquela questão de demasiada semelhança entre algumas personagens, acaba por funcionar muito bem.

Quanto às edições com que a G. Floy nos foi brindando nesta série, a qualidade das mesmas é muito boa, ao nível das capas duras, do papel brilhante de boa qualidade e da boa encadernação e impressão. Eu gostaria mais que a série fosse toda ela publicada em álbuns duplos mas isso será um mal menor.

Em suma, acho que se Outcast tivesse, de alguma forma, terminado após os primeiros quatro volumes, seria uma série perfeita, por todo o ambiente de mistério, horror e de tensão que traz consigo. A segunda parte da série é um pouco all over the place, como diriam os ingleses, com a série a afastar-se do horror e a aproximar-se da ficção científica. Não obstante, no seu todo, acho que, ainda assim, é uma série sólida e com uma história que entretém.


NOTA FINAL (1/10):
8.2



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Fichas técnicas
Outcast #1 – As Trevas que o Rodeiam
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 152, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Janeiro de 2017

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast #2 – Uma Ruína sem Fim
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Maio de 2017

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast #3 – Uma Pequena Luz
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Dezembro de 2017

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast #4 – Sob a Asa do Diabo
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 128, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Outubro de 2018

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast #5 – O Novo Caminho | Invasão
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 248, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Maio de 2019

Outcast (Série Completa), de Robert Kirkman e Paul Azaceta - G. Floy Studio Portugal

Outcast #6 – A Escuridão Cresce | Fusão
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 240, a cores
Encadernação: Capa dura
Lançamento: Dezembro de 2021

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A série Outcast, de Robert Kirkman, chega ao fim!



A série Outcast, de Robert Kirkman e Paul Azaceta, publicada em Portugal pela G. Floy Studio, regressa para o seu derradeiro capítulo!

É mais uma série que a G. Floy Studio termina por cá. E, portanto, é mais um bom exemplo de como deve ser o comprometimento entre editora e leitores! Deverá chegar às bancas a partir do próximo dia 16 de Fevereiro.

Abaixo, fiquem com a nota de imprensa e imagens promocionais.


Outcast vol. 6 – A Escuridão Cresce | Fusão, por Robert Kirkman e Paul Azaceta

A conclusão da série de terror de Roberto Kirkman, criador de The Walking Dead!
A G. Floy Studio Portugal orgulha-se em terminar mais uma série de banda desenhada em Portugal, num maravilhoso álbum duplo de 240 páginas!

Proscritos de todo o país viajam até Rome, na Virgínia Ocidental, mas não estão prontos para o que lá os espera. A Grande Fusão está à porta, e possessões nunca antes vistas deixam Kyle e os demais perplexos. 

O fim de tudo aproxima-se. 

“E, sim, chegamos à edição final. Olhando para trás, estou muito orgulhoso por termos tido uma equipa consistente para cada número desta série. Esta equipa foi capaz de crescer e desenvolver os nossos talentos tal como as personagens da série. Ela durou quase sete anos... e muita coisa aconteceu durante esse tempo. Por exemplo... quem teria pensado que teríamos uma pandemia global durante a publicação desta série? Eu não, com certeza.” 
- Robert Kirkman

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Ficha técnica
Outcast vol. 6 – A Escuridão Cresce | Fusão
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Editora: G. Floy Studio
Páginas: 240, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: €32


quarta-feira, 30 de junho de 2021

À Conversa Com: G. Floy Studio - Novidades para o 2º Semestre de 2021




É tempo de ficarmos a saber quais são os planos da G. Floy Studio para o resto de 2021! 

Se a primeira parte do ano foi algo escassa em termos de número de obras lançadas - pelo menos, comparando com outros anos - o segundo semestre promete ser rico em número de obras editadas. São 13 (!) os novos livros que a editora planeia lançar antes do final do ano!!!

Destaque para várias séries que serão finalizadas e para uma obra em concreto, que promete deliciar inúmeros leitores de banda desenhada!

Fica a conhecer, mais abaixo, que obras são essas, através da entrevista que tive com a responsável da G. Floy Studio, a simpática Christine Meyer.


Entrevista


1. Como foi este primeiro semestre do ano editorial de 2021 para vós? Editaram tudo o que tinham planeado ou houve títulos que foram adiados para o segundo semestre de 2021 (ou mesmo para 2022)?
Os primeiros meses de 2021 foram extremamente lentos devido a mais um confinamento. Mas agora as coisas estão a começar a ficar muito melhores.

Não fomos capazes de lançar tudo conforme tínhamos planeado: em parte, devido ao confinamento, em parte devido ao atraso nos Estados Unidos de alguns ds nossos títulos (Wolverine: Black, White and Blood; Outcast; Family Tree e Sete para a Eternidade). Mas todas estes títulos vão sair durante o segundo semestre de 2021.


2. Sei que ainda é cedo para aferir este tipo de resultados mas, para já, com base na informação e perceção de mercado que vão tendo, que título lançado em 2021 está a ser uma agradável surpresa de vendas?
A adaptação de Ricard Corben de Espíritos dos Mortos, de Edgar Allan Poe, está a vender muito bem e acima das expectativas. :)


3. E que obra é que está a vender mais devagar do que aquilo que tinham planeado?
Todo o resto está a vender conforme o esperado.


4. Quais são os vossos lançamentos agendados para o segundo semestre de 2021?
Aqui está a lista dos títulos que pretendemos lançar durante o segundo semestre deste ano:

Moonshine #3 (Volume 3 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Faithless #2 (Volume 2 de 3)
de Brian Azzarello e Maria Llovet

Stumptown #4 (Último Volume da série)
de Greg Rucka, Justin Greenwood e Ryan Hill

Wolverine: Black, White & Blood
de Duggan, Kubert, Shalvey e outros

Criminal Livro 5: Cruel Summer (Último Volume da série)
de Ed Brubaker e Sean Phillips

Gideon Falls #6 (Último Volume da série)
de Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart

Outcast #6 (Último Volume da série; contém os números 7 e 8)
de Robert Kirkman e Azaceta

Family Tree (Contém os números de 1 a 12)
de Jeff Lemire, Phil Hester, Eric Gapstur e Ryan Cody

Carnage: Black, White & Blood (Contém os números de 1 a 4)
de Howard, Percy, Ewing e outros

Sete para a Eternidade #2 (Último Volume da série; contém os números de 10 a 17)
de Rick Remender, Jerome Opeña, James Harren e Matt Hollingsworth


Monsters
de Barry Windsor-Smith

Ascender #2 (Volume 2 de 4)
de Jeff Lemire e Dustin Nguyen

Black Magick: The First Book Of Shadows (Contém os números de 1 a 11)
de Greg Rucka e Nicola Scott


5. Há algum título novo que queiram avançar, em primeira mão, aos leitores do Vinheta 2020, mesmo que seja uma novidade a ser preparada apenas para 2022?
É seguro dizer que publicaremos Moonshine vol. 4, bem como Sara de Garth Ennis durante o primeiro semestre de 2022. :)

Moonshine #4 (Volume 4 de 5)
de Brian Azzarello e Eduardo Risso

Sara
de Garth Ennis e Steve Epting