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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Análise: Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros
Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon

O livro da famosa saga de François Bourgeon, Os Passageiros do Vento, intitulado O Sangue das Cerejas (Tomo 2) que a Ala dos Livros publicou há umas semanas, pode muito bem ser a grande desilusão das minhas leituras de 2023. E é com pena que digo isto, já que esta é uma série de banda desenhada que marcou bastante a minha adolescência. Mas, convenhamos, se tivermos a frieza de fingir que não é o nome de François Bourgeon que consta na capa do livro enquanto autor nem, tampouco, que se trata de um volume de Os Passageiros do Vento, essa série marcante da banda desenhada europeia, pelo menos em termos de história/narrativa/enredo, este é um livro mal concebido.

É certo que muitas vezes as (des)ilusões estão muito interligadas com a expetativa que temos para algo. É assim com tudo na vida, aliás. E, sim, as minhas expetativas eram altas. Até porque esta é uma série longa, com quase 10 tomos, que já nos deu muito. Relembro que Os Passageiros do Vento se pode dividir em 3 ciclos. O primeiro deles tem 5 tomos (e é o melhor) e foca-se na escravatura do século XVIII. O segundo ciclo, A Menina de Bois-Caïman, com 2 tomos, centra-se na Guerra da Secessão Americana. E o terceiro ciclo, este O Sangue das Cerejas, também é constituído por dois tomos, que tem a sua ação a decorrer em Paris no período de tempo em que a sociedade de então esteve dividida pela Comuna de 1871.

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros
Já aquando o lançamento do primeiro volume do díptico, em 2020, percebi que havia algumas questões no livro que não estavam executadas da forma a que autor nos habituou. Mesmo assim, pelo renovado cariz político ou das interligações entre as personagens, que me pareciam aliciantes, acabei por ficar com uma sensação positiva perante a obra. Também gostei particularmente do ambiente boémio da cidade de Paris e das personagens Zabo (ou Clara) e Klevi.

Mas as primeiras 20 páginas deste segundo tomo quase me fizeram desistir de o ler. São confusas, com informações completamente “all over the place”, em que se tenta contextualizar as personagens – sem que se tenha sucesso na tarefa – e em que se procura dar também um enfoque a questões políticas, mas não sem que isso seja feito de forma algo atabalhoada. Há inúmeras referências ao primeiro ciclo da série, especialmente, mas parecem metidas “a martelo” na história. 

Em termos de história, continuamos a acompanhar o percurso de Zabo/Clara, mergulhando no drama que a mesma viveu quando, depois de abrigar um soldado jovem, acabou por ser violada pelos soldados do regime que não a deixaram sem que visse (ou ouvisse) o assassinato do seu próprio bebé. Entretanto, Zabo é deportada, juntamente com muitos outros presos políticos. 

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros
Indo ao âmago da história, o enredo até é simples. Mas Bourgeon parece fazer questão de complicar o simples. É que uma coisa é ser-se confuso pelo facto do tema ou da trama serem complexos e intrincado, outra coisa é ser-se confuso por má expressão escrita ou por frases proferidas de forma vaga e sem conexão. Se este não fosse o último álbum da série, ainda poderíamos congeminar que talvez o autor estivesse propositadamente a deixar pontas soltas para as fechar mais tarde, noutro livro. Agora, como não é isso que aqui acontece, a sensação é menos positiva.

Temos muitos diálogos desnecessários como, por exemplo, quando as personagens conversam sobre os horários dos comboios que, depois, nem sequer dão origem a nada de relevante para a história. Além de que tudo o que é dito, é dito de forma muito palavrosa e com um texto bastante redundante. Sei que os balões e legendas carregados de texto sempre foram uma tendência do autor, mas, no caso concreto deste livro, parece que Bourgeon abusou mais desta característica do que nos álbuns anteriores da série. E isso faz com que os diálogos não adquiram a verosimilhança desejável e que se tornem aborrecidos. É um livro difícil de ler. Porque ninguém fala como estas personagens falam.

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros
Como tal, esta minha análise algo negativa da minha parte, acaba por me doer bastante ter que escrever. Porque é claro e inegável que o autor consegue – ou, pelo menos, conseguia – construir uma obra tão melhor. E é isso que dói. Imaginem que vão ao vosso restaurante preferido e são confrontados com um prato que está tantos furos abaixo do que normalmente vos apresentam nesse restaurante, que ficam incrédulos. Os Passageiros do Vento até pode não ser a minha série de BD preferida, mas, mesmo assim, está facilmente, quanto a mim, entre um conjunto não muito alargado das melhores séries de BD franco-belga. Portanto, se não fosse esta uma das séries mais aclamadas da banda desenhada europeia em todo o mundo, talvez a coisa passasse mais de “fininho”. Além de que, tendo também em conta que este é o final para uma série de culto com mais de quarenta anos, ou o autor foi muito negligente – não ouvindo opiniões/sugestões alheias, pois tenho a certeza que não posso ser só eu a apontar “o elefante na sala” – ou não teve inspiração e capacidade de terminar a série da merecida forma.

Se a relação entre Zabo e Klevi até sustentou bem o primeiro tomo do díptico, este segundo tomo mete “as mãos pelos pés”, baralha mais do que resolve e tem diálogos incrivelmente grandes para aquilo que efetivamente importa dizer. Até porque a densidade histórica que pontua o relato, parece não ter o equilíbrio certo entre algo educativo e algo meramente de enquadramento. Ou seja, se Bourgeon não pretende ser tão educativo assim, porquê introduzir tanta informação histórica? Ou, por outro lado, se o objetivo é que o livro seja educativo, para quê colocar as coisas de forma tão vaga e tão desenquadrada? Fica-se pelo meio.

Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros
Em termos de ilustração, acho que o livro funciona bem e mantém os níveis desejáveis. O estilo do autor com cuidadosos pormenores ao nível do desenho dos cenários, das personagens, da indumentária das mesmas, ou dos animais, quando aparecem, é digno de louvor. Não será o melhor livro do autor, pois são várias as expressões das personagens que parecem meio toscas e talvez precisassem de mais aprumo visual por parte de Bourgeon, mas, mesmo assim, funcionam bem e remetem-nos, de forma inequívoca, para o estilo conhecido do autor. Não é aí que o livro falha, quanto a mim. E também seria injusto da minha parte não admitir que, apesar de algumas personagens apresentarem expressões, como já disse, algo atabalhoadas, também há exemplos opostos onde determinadas expressões ou gestos das personagens adquirem uma realidade impressionante, parecendo que o autor retirou um frame concreto das expressões que fazemos na nossa vida. E isso humaniza as personagens, claro.

De resto, e recuperando o que já havia escrito para o primeiro tomo deste O Sangue das Cerejas, com uma tónica clássica na execução, diria que o desenho “se trata de uma arte, quiçá, mais destinada a um público mais maduro e com uma cultura de banda desenhada franco-belga já bem presente. A maneira como o autor desenha os cenários, as personagens ou as situações que se vão passando com o desenrolar da história, é muito convincente e atenta ao detalhe.”

Quanto à edição, o trabalho da Ala dos Livros é irrepreensível. O livro tem capa dura brilhante, com papel couché de boa qualidade. A impressão e a encadernação também são boas. Uma nota para a legendagem que é particularmente custosa de ler – como, aliás, tem sido apanágio na obra de Bourgeon. Embora, isso seja algo a que a Ala dos Livros é alheia, uma vez que a legendagem original, quer ao nível da font, quer ao nível da balonagem, é exatamente igual.

Em suma, e com muita pena minha, pois estava muito empolgado com este último volume de Os Passageiros do Vento, este livro fica muito aquém do expectável, com um enredo desnecessariamente complexo, que se perde a si mesmo e que faz com que a apoteose que se poderia esperar de uma série tão relevante como esta, seja, de certo modo, um "tiro no pé" de um autor tão inquestionável como Bourgeon. É como se a montanha tivesse parido um rato. E é pena que assim seja.


NOTA FINAL (1/10):
6.0



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020


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Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon - Ala dos Livros

Ficha técnica
Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2
Autor: François Bourgeon
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 136, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 235 x 310 mm
Lançamento: Outubro de 2023

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Ala dos Livros lança o último livro d' Os Passageiros do Vento!


A editora Ala dos Livros prepara-se para lançar o último volume da série Os Passageiros do Vento!

Este novo álbum é o segundo volume do díptico O Sangue das Cerejas, o último da série de François Bourgeon.

Por cá, o primeiro volume deste último ciclo da série já havia sido lançado em 2020 pela mesma editora.

Mais abaixo, deixo-vos com a sinopse da obra e com algumas imagens promocionais.


Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2, de François Bourgeon


Paris, 16 Fevereiro de 1885. Jules Vallès, escritor, jornalista e político ligado à Comuna Francesa, fundador, entre outros, do jornal Le Cri du Peuple falecera em Paris dois dias antes. 

A amnistia aos antigos elementos da Comuna verificara-se cinco anos antes, em 1880, e os Communards estão de regresso à capital francesa onde o ambiente é conturbado. 

Zabo, que há vinte anos se encontrava no Louisiana, está, também ela, no meio da imensa multidão que assiste ao funeral de Vallès, respondendo agora pelo nome de Clara. 

E quando Zabo vê uma jovem bretã recém-chegada a Paris ser maltratada, intervém…
Para situarmos a narrativa desenvolvida por François Bourgeon ao longo de Os Passageiros do Vento, convém recordar que esta série é actualmente composta por 8 livros divididos por 3 ciclos. No primeiro ciclo (5 tomos), cujo tema central é a escravatura do século XVIII, vemos a jovem e rebelde Isabel de Marnaye embarcar num navio da Maryne Royale e mais tarde num navio negreiro, acabando por chegar a S. Domingo; no segundo, o ciclo A Menina de Bois-Caïman, composto por dois tomos, acompanhamos os passos de Zabo, a bisneta de Isa, em plena guerra de Secessão Americana; e neste terceiro ciclo, denominado O Sangue das Cerejas, previsto para dois tomos, Zabo faz-se chamar Clara e vive em Paris, onde a Comuna divide a sociedade.

Traduzida em 20 línguas e com mais de 6 milhões de exemplares vendidos desde o início da sua publicação, a série Os Passageiros do Vento, de François Bourgeon, é uma das grandes séries de culto da Banda Desenhada franco-belga.

“Com o ‘O Sangue das Cerejas – Livro 2’, o criador de ‘Os Passageiros do Vento’ conclui de forma emocionante, após quarenta e três anos de viagens, a sua grande saga marítima.”
Le Figaro

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Ficha técnica
Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 2
Autor: François Bourgeon
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 136, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 235 x 310 mm
PVP: 28,00€

terça-feira, 28 de julho de 2020

Análise: Os Passageiros do Vento - Vol. 8 - O Sangue das Cerejas (Livro 1)



Os Passageiros do Vento – O Sangue das Cerejas – Livro 1, de François Bourgeon

A Ala dos Livros tem sido uma editora que sabe surpreender os leitores, apresentando, de forma, por vezes, quase abrupta, as suas novidades, que deixam os fãs de banda desenhada franco-belga entusiasmadíssimos. E fê-lo, novamente, quando há pouco mais de uma semana, anunciou que iria lançar o 8º livro da série Os Passageiros do Vento, de François Bourgeon. Trata-se de O Sangue das Cerejas, que é o primeiro tomo de um álbum duplo que, espera-se, conclua a série. A série está dividida em três ciclos. O primeiro ciclo, constituído por 5 livros (A Rapariga do Tombadilho, O Pontão, A Feitoria de Judá, A Hora da Serpente e Ébano), foi previamente publicado pela Meribérica. Mais recentemente, esse mesmo ciclo foi reeditado pela ASA, juntamente com a publicação do 2º Ciclo, A Menina de Bois-Caïman (dividido em 2 livros). A série encontra-se por isso totalmente publicada em Portugal. O que é um bom indicador.

Neste O Sangue das Cerejas, a história desenrola-se em Paris, em 1885, no período da história de França em que a Comuna de 1871 ainda dividia a cidade de Paris e acabou por marcar um período de repressão social. Traz-nos Zabo, que já tinha sido a protagonista de A Menina de Bois-Caïman, e que agora se encontra em Paris, utilizando o nome de Clara. Apresenta-nos também uma jovem bretã, Klervi, que chega à cidade das luzes completamente desorientada e sem saber falar a língua francesa. Invariavelmente, esta jovem solitária e perdida, acaba nas garras de um proxeneta que lhe controla a vida. Klervi é então ajudada por Clara, que lhe dá guarida na sua habitação em Montmartre. E é na relação entre ambas as personagens, que o desenvolvimento da trama deste primeiro tomo se torna muito agradável de ler. Primeiramente, Klervi apresenta uma forte desconfiança em relação a Clara mas, mais adiante, perceberá como ela é tão importante na sua vida, muito embora, Clara se mantenha muito fechada em relação a contar-lhe detalhes da sua vida íntima. É aos poucos que Clara vai contando a sua história pessoal a Klervi. A narrativa vai-se, pois, adensando e, no final deste primeiro tomo, embora se resolvam algumas questões na narrativa, é deixado muito em aberto para o segundo tomo. O que é um bom motivo para que os leitores queiram terminar a história.

Sendo uma banda desenhada do estilo histórico, e mesmo tendo em conta que se centra em acompanhar as aventuras e desventuras das personagens Clara e Klervi, as referências históricas estão muito presentes, o que imprime veracidade e maturidade a toda a história que nos é dada. Não obstante, diria que algumas das referências históricas me parecem algo forçadas. Ou, melhor dizendo, frequentemente, parece-me que alguma da informação que nos é dada, não é muito auto-explicativa, deixando o leitor comum – que certamente saberá algo sobre este período da história de França mas sem ser um expert – um pouco à deriva. Não é algo que estrague a leitura de todo, mas considero que 1) ou as informações histórias deveriam ter sido introduzidas com um cariz mais informativo ou, 2) caso o objetivo da presença de tais informações históricas fosse apenas o de criar uma contextualização para a narrativa, as informações poderiam ser menos detalhadas. Assim, parece que se fica a meio da ponte.

Quanto à arte aqui presente, vai ao encontro daquilo a que o autor já nos habituou. Também aqui, Bourgeon, um nome célebre na banda desenhada europeia, presenteia-nos com um desenho realista de mestre. Com uma tónica clássica na execução, diria que se trata de uma arte, quiçá, mais destinada a um público mais maduro e com uma cultura de banda desenhada franco-belga já bem presente. A maneira como desenha os cenários, as personagens ou as situações que se vão passando com o desenrolar da história, é muito convincente e atenta ao detalhe. Sendo eu um amante da cidade de Paris, foi também com especial gosto que vi esta representação fiel da cidade durante o período da Belle Epoque, em que merecem destaque, por parte do autor, as transformações arquitetónicas e paisagistas que a cidade recebeu durante este período, com a construção da Basílica de Sacré-Cœur, bem como, com a construção da Torre Eiffel, a propósito da organização da Exposição Universal de 1889. O ambiente boémio da zona de Montmartre, com os cabarés e libertinagem noturna que lhe são conhecidos, também está muito bem representado por Bourgeon. Aparecem algumas personagens famosas da cultura francesa durante este período, tais como Renoir, Satie ou Lautrec, que são mais um detalhe apetecível na obra. 

Embora o livro seja fantástico, há, no entanto, um ponto negativo que, infelizmente, condiciona bastante este O Sangue das Cerejas: é que muitos dos diálogos são em bretão e a solução encontrada para isso, não foi a melhor. Por opção do autor - uma vez que no livro original tal também acontece e, por esse motivo, isto não deva ser imputado à editora Ala dos Livros – os diálogos em bretão não estão traduzidos, e acabamos por ser obrigados a rumar constantemente às três últimas páginas do livro, que reúnem um glossário, para saber o que se está a querer dizer, sempre que há um diálogo em bretão. Ora, isto foi claramente uma escolha mal acertada por parte do autor. Estraga por completo a fluidez na leitura. E havia muitas outras opções para fazer isto de uma forma melhor para o leitor. Se o objetivo era dar a ideia de que se estava a falar numa outra língua, que não o francês, poder-se-ia ter utilizado balões de uma cor diferente, como foi feito, por exemplo, na recentemente publicada série Operação Overlord, que utiliza balões doutra cor, sempre que os soldados alemães falam entre si. Na minha opinião, isso funciona muito bem. Mas mesmo que o objetivo - mais purista - do autor passasse por nos dar as expressões em bretão dentro dos balões de diálogo, julgo que as traduções para essa mesma língua, e eventuais notas do autor e/ou tradutor, deveriam - e poderiam - ter sido colocadas na própria página onde os diálogos acontecem, para que os mesmos fossem automaticamente retidos pelo leitor. Assim, como está, os leitores ver-se-ão obrigados a estar constantemente com um dedo, ou um marcador de livro, a marcar as últimas páginas para irem descodificando os diálogos em bretão com que se deparam. Este é um daqueles caprichos dos autores que me ultrapassam. Incompreensível mesmo.

Mas, seja como for, tirando este percalço na leitura, esta é uma obra verdadeiramente recomendável para os amantes de banda desenhada franco-belga. Este O Sangue das Cerejas marca o bom regresso de Bourgeon à mítica série Os Passageiros do Vento que deverá terminar, no próximo segundo tomo. 

Quanto à editora Ala dos Livros, esta assume uma vez mais, que "está aqui para as curvas", com a tomada de mais uma série de prestígio para o seu catálogo de bd, que vai sendo gradualmente maior e melhor. A edição da obra está feita em grande formato e com um papel de boa qualidade, à semelhança daquilo a que a Ala dos Livros já nos tem habituado.

Em suma, esta é mais uma proposta de qualidade que os amantes de bd franco-belga acharão imperdível.


NOTA FINAL (1/10):
8.7

Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020

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Ficha Técnica
Os Passageiros do Vento - Vol. 8 - O sangue das cerejas (Livro 1)
Autor: François Bourgeon
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 96, a cores
Encadernação: capa dura
Lançamento: Julho de 2020  

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Lançamento: Os Passageiros do Vento - Vol. 8 - O sangue das cerejas (Livro 1)



Quando na rubrica "À Conversa Com:" a Ala dos Livros falou com o Vinheta 2020, ficou no ar a promessa de que a Editora ainda tinha duas novas cartas na manga para lançar durante este ano. Mas os nomes das cartas foram mantidos em segredo nessa altura. Agora isso mudou e já conhecemos, pelo menos, uma dessas novas propostas da Editora portuguesa: trata-se do 8º volume da série Os Passageiros do Vento!

Uma excelente surpresa! Relembro que a série é composta por 8 livros e dividida em 3 ciclos. O primeiro ciclo tem 5 tomos (A Rapariga do Tombadilho, O Pontão, A Feitoria de Judá, A Hora da Serpente e Ébano); o segundo ciclo A Menina de  Bois-Caïman é dividido em 2 tomos.

Este O Sangue das Cerejas, que está previsto para dois tomos, vem continuar a série que, até agora, se encontra integralmente publicada em português.

Fiquem com as imagens promocionais e com a nota da editora.

Os Passageiros do Vento - Tomo 8 - O sangue das cerejas (Livro 1), de François Bourgeon

Paris, 16 Fevereiro de 1885. Jules Vallès, escritor, jornalista e político ligado à Comuna Francesa, fundador, entre outros, do jornal Le Cri du Peuple falecera em Paris dois dias antes. A amnistia aos antigos elementos da Comuna verificara-se cinco anos antes, em 1880, e os Communards estão de regresso à capital francesa onde o ambiente é conturbado. Zabo, que há vinte anos se encontrava no Louisiana, está, também ela, no meio da imensa multidão que assiste ao funeral de Vallès, respondendo agora pelo nome de Clara. E quando Zabo vê uma jovem bretã recém-chegada a Paris ser maltratada, intervém…

Para situarmos a narrativa desenvolvida por François Bourgeon ao longo de Os Passageiros do Vento, convém recordar que esta série é actualmente composta por 8 livros divididos por 3 ciclos. No primeiro ciclo (5 tomos), cujo tema central é a escravatura do século XVIII, vemos a jovem e rebelde Isabel de Marnaye embarcar num navio da Maryne Royale e mais tarde num navio negreiro, acabando por chegar a S. Domingo; no segundo, o ciclo A Menina de  Bois-Caïman, composto por dois tomos,  acompanhamos os passos de Zabo, a bisneta de Isa, em plena guerra de Secessão Americana; e neste terceiro ciclo, denominado O Sangue das Cerejas, previsto para dois tomos, Zabo faz-se chamar Clara e vive em Paris, onde a Comuna divide a sociedade.

Traduzida em 20 línguas e com mais de 6 milhões de exemplares vendidos desde o início da sua publicação, a série Os Passageiros do Vento, de François Bourgeon, é uma das grandes séries de culto da Banda Desenhada franco-belga.

"Uma das grandes sagas da banda desenhada histórica.”
Le Figaro

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Ficha Técnica
Os Passageiros do Vento - Vol. 8 - O sangue das cerejas (Livro 1)
Autor: François Bourgeon
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 96, a cores
Encadernação: capa dura
PVP: 22,00€