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quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

À Conversa Com: Penguin Random House - Novidades para 2024!



Hoje trago-vos as novidades de banda desenhada que a Penguin Random House prepara para o próximo ano!

Para tal, partilho mais abaixo a entrevista que fiz à editora para vos dar conta dessas mesmas novidades de BD que esta gigante editorial (com múltiplas chancelas que publicam banda desenhada como a Iguana, a Topseller, a Fábula, a Cavalo de Ferro, a Companhia das Letras, a Elsinore, a Nuvem de Letras, a Booksmile, e outras) está a preparar para 2024.

Falei com a simpática Rebeca Bonjour, responsável pelo Marketing e Comunicação da Penguin, que, não abrindo muito o jogo quanto às novas obras que a editora prepara para o próximo ano, deu, ainda assim, respostas muito interessantes às minhas perguntas que merecem ser lidas mais abaixo.

Como notícias positivas, destaca-se o aumento de autores nacionais a publicar pela editora!

Não deixem de ler, mais abaixo, a entrevista.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Análise: As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy



As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy, de Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa

Já era uma coisa algo esperada há uns bons tempos, mas finalmente aconteceu: a Companhia das Letras (pertencente ao grupo editorial Penguin Random House) lançou recentemente, numa edição de luxo e num único volume, todas as aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy, a aclamada série de banda desenhada que iniciou Filipe Melo e Juan Cavia no género.

Os livros originalmente lançados pela editora Tinta da China encontravam-se esgotados há muito tempo e são obras que, dada a sua relevância para a banda desenhada nacional, deviam (devem/deverão) estar sempre disponíveis.

Não vos vou mentir. Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ler nenhum livro do Dog Mendonça e que leram o Balada para Sophie – que não me canso de classificar como a melhor banda desenhada portuguesa de sempre – o Filipe Melo e o Juan Cavia que vão encontrar em Dog Mendonça são diferentes dos autores de Balada para Sophie. Isto porque na altura do lançamento da série de aventuras eram autores mais inexperientes, que ainda estavam a trilhar o seu caminho. É certo que Dog Mendonça é uma série muito divertida e de aventura à antiga – daí que seja natural que sejamos remetidos para tantos e tantos clássicos de aventura do cinema norte-americano dos anos 70 e 80 – mas Filipe Melo não era, à altura, o autor que, entretanto, se fez. Já era uma lufada de ar fresco na banda desenhada e um autor com imenso potencial… mas ainda estava no começo. E mesmo Juan Cavia, que já nos oferecia desenhos de enorme fulgor artístico por esta altura, também evoluiu muito do primeiro Dog Mendonça até ao último Balada para Sophie. Mas isto que acabo de dizer é algo do foro de La Palisse, tendo em conta que estamos a falar da primeira e da última obra dos autores. É natural que haja evolução. Faz parte e ainda bem que assim o é.

O primeiro Dog Mendonça data de 2010 e, a partir do momento em que foi lançado, conquistou um enorme sucesso. E não admira! O conceito de criar uma personagem carismática a resolver mistérios do foro fantástico e sobrenatural, com muita ação, um toque de humor e uma enorme quantidade de referências e piscadelas de olho a obras do cinema, banda desenhada, videojogos e literatura da cultura popular, revelou-se um guisado perfeito. Até porque os desenhos de Juan Cavia – modernos e fortemente derivados dos comics americanos – também sabiam puxar bem pelo appeal comercial da obra. Estava na cara que Dog Mendonça seria um sucesso!

Depois veio o segundo volume e depois veio o terceiro volume, Apocalipse e Requiem, respetivamente. Todos eles continuaram (ou aumentaram, mesmo) o sucesso da franquia, enquanto iam desenvolvendo mais as personagens principais – um detetive gordo e diletante, um rapaz que trabalhava como distribuidor de pizzas, um demónio que tomou posse de um corpo de criança e uma cabeça de gárgula hilariante - e somando novos inimigos e aventuras.

Lendo agora os três álbuns de seguida é, pois, curioso verificar o aumento de qualidade de um álbum para o outro. É no terceiro volume que Filipe Melo se apresenta mais desenvolto na escrita, dando-nos aquela que é a melhor das três histórias, quanto a mim. Se os desenhos de Juan Cavia já eram cativantes logo no primeiro volume, também é notória a evolução do autor que foi tornando as ilustrações dos volumes 2 e 3 em algo mais fluído, natural e menos digital.

Devo dizer que não gosto tanto da história do segundo volume, Apocalipse, por me parecer demasiado over the top e, portanto, menos inspirada, mas gostei especialmente que, no terceiro volume, tenha havido uma história mais humanizante em relação às personagens. Já tinha este sentimento quando li os livros na altura do seu lançamento original e mantenho a mesma opinião.

Depois do terceiro volume, foi ainda editado um conjunto de quatro breves histórias, originalmente lançadas para o mercado norte-americano pela Dark Horse, que se ligam entre si, e que são incluídas neste volume. Chamam-se Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy e são um complemento deveras interessante, onde temos Filipe Melo num tom ainda mais cómico e sarcástico do que o habitual. Devo, ainda assim, dizer que me pareceu um erro a inclusão destes breves contos entre a primeira e a segunda história da série principal. Creio que cortam um pouco o ritmo natural da história principal e que, por esse motivo, deveriam ter sido incluídos a seguir à terceira história e antes do conto ilustrado. Mas é apenas um detalhe e uma opinião meramente pessoal.

E, por falar em conto ilustrado, permitam-me falar-vos da joia da coroa desta edição integral que é o conto As Fabulosas Aventuras de Madame Chen. Neste caso, não estamos perante uma banda desenhada, mas perante um conto ilustrado, ou seja, uma história de texto em prosa que é complementada por ilustrações.

E, meus caros, deixem-me dizer-vos que a dupla Melo/Cavia consegue, mais uma vez, surpreender-nos pela positiva! A história é sobre a personagem de Madame Chen, que vai tendo importância na série principal de Dog Mendonça mas cuja vida e percurso não são explorados na série. Talvez tenha sido por isso, para explorar com profundidade as raízes da personagem, que Filipe Melo tenha decidido criar este género de spinoff. A história até foi inicialmente pensada para ser uma banda desenhada, mas rapidamente ficou decidido pelos autores que apostariam num registo de conto ilustado.

E o resultado é lindo e cheio de belos momentos, nos quais ficamos a pensar já depois de finda a leitura. Quanto às ilustrações de Cavia, que remetem para a pintura tradicional chinesa, posso dizer-vos que são do outro mundo! Os desenhos são belos e estão carregados de uma singular eloquência que tem o dom de melhorar ainda mais a escrita de Filipe Melo que, compreensivelmente, está ainda mais delicada, apurada, mais doce, mais bela. Por incrível que possa parecer, consegui ler mais o Filipe Melo de Balada para Sophie neste As Fabulosas Aventuras de Madame Chen, do que o Filipe Melo do Dog Mendonça. Isto porque esta história é mais madura, mais profunda, mais marcante. É uma história com um bom ritmo, que faz pensar e sonhar num universo carregado de autêntica beleza. A própria colocação das ilustrações junto do texto – ou será o oposto? – está feita com muito bom gosto em termos de grafismo e paginação.

Relembro que esta é uma história inédita, com mais de 60 páginas. Se alguém poderia achar que seria uma história com o intuito de servir como filler comercial desta edição especial, desengane-se prontamente. É uma história de uma riqueza profunda e tanto assim é que antevejo que a mesma tenha força e apelo comercial para ser lançada de forma independente num futuro próximo. Se isso não acontecer, será até uma oportunidade perdida da editora, quanto a mim, já que este conto funcionará muito bem de forma independente, podendo ser lido por crianças e por adultos. Dado até o tema que aborda, até acredito que, se lançado independentemente, pode ser (mais) um sucesso de vendas de Filipe Melo e Juan Cavia.

Se reler todos os Dog Mendonça neste volume integral foi uma sensação deveras saborosa, foi o conto As Fabulosas Aventuras de Madame Chen que me deixou com o gosto mais delicado e aveludado na memória. Parabéns aos autores!

A edição da Companhia das Letras é verdadeiramente espetacular. Estamos perante um enorme volume com mais de 450 páginas, que reúne todas as histórias e todos os prefácios feitos por gente célebre como John Landis, Lloyd Kaufman, George A. Romero e Tobe Hooper. A capa é dura, e o texto da mesma tem relevo e cor prateada. No miolo, o papel é brilhante, exceto no conto ilustrado onde, de forma acertada, se optou por um papel baço. A encadernação e a impressão são de boa qualidade. Há ainda uma fita de tecido preto que serve como marcador de livro. 

Nota positiva para o facto de o formato do livro ser substancialmente maior face aos livros originais lançados pela editora Tinta da China, o que permite uma leitura mais fluída. Para além do já abordado conto ilustrado As Fabulosas Aventuras de Madame Chen, o livro ainda inclui um texto introdutório de Filipe Melo e um bom posfácio da autoria de João Miguel Lameiras que aborda com belos detalhes todo o percurso desta série, desde o momento em que era pensada até à chegada do último capítulo, sob a forma de um conto ilustrado. Este texto final ainda é acompanhado por páginas do guião, esboços e estudos que fazem com que a leitura deste enorme volume acabe de forma soberba.

Quanto ao preço da obra, que tem o PVP de 48,45€, considero-o um pouco “pesado” para a carteira do leitor português. Embora, não devamos descurar que, na prática, este livro é composto por 5 livros: os três Dog Mendonça, o livro de contos e o livro ilustrado. Se dividirmos o preço por 5 livros, já ficamos com um valor abaixo dos 10€ por cada livro. E, claro, não esqueçamos ainda que, em termos de "objeto livro", este lançamento é muito bem conseguido. Se a editora tivesse conseguido lançar o livro abaixo dos 40€ (tipo 39,99€) teria sido fantástico. 48,45€ é um preço “pesado”, reconheço, mas, a meu ver, também a qualidade da obra e da edição é “pesada”, o que significa um bom investimento em banda desenhada. E estou certo que vai vender bem.

Em suma, esta magnífica edição que reúne todas as histórias de Dog Mendonça é um autêntico sonho molhado para os fãs da série e assume-se como altamente recomendada numa biblioteca que almeje ser constituída pela melhor banda desenhada portuguesa alguma vez feita!


NOTA FINAL (1/10):
9.4



Convite: Passem na página de instagram do Vinheta 2020 para verem mais imagens do álbum. www.instagram.com/vinheta_2020



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Ficha técnica
As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy
Autores: Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa
Editora: Companhia das Letras (Penguin Random House)
Páginas: 456, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18,8 x 26 cm
Lançamento: Junho de 2023

terça-feira, 23 de maio de 2023

Já há preço e data de lançamento para o integral de Dog Mendonça!




O muito aguardado volume integral de Dog Mendonça e Pizzaboy, de Filipe Melo e Juan Cavia chega às livrarias já no próximo dia 5 de Junho!

O livro já se encontra em pré-venda no site da editora.

Custa 48,45€ e reúne numa só edição de luxo os três volumes da série, nomeadamente As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 1), As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 2) e As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 3). 

Acrescenta-lhe ainda as histórias curtas que foram originalmente publicadas na Dark Horse - e mais tarde reunidas numa edição da Tinta na China, com o nome Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy e um novo conto inédito ilustrado sobre a personagem de Madame Chen.

Mais abaixo, deixo-vos a sinopse da obra e algumas imagens promocionais, incluindo algumas páginas do conto ilustrado.

As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy, de Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa

O volume completo da colecção de aventuras que lançou e consagrou a grande dupla de bd em portugal!

Corria o longínquo ano de 2010 quando Filipe Melo e Juan Cavia se fizeram à estrada desta improvável aventura, protagonizada pelo mais improvável quarteto: um lobisomem, um distribuidor de pizzas, um demónio com seis mil anos e a cabeça de uma gárgula.

Assim foram nascendo, em sucessivos volumes, as incríveis, as extraordinárias, as fantásticas aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy, rematadas pelos singulares contos inéditos. 

A cada volume, a mais célebre dupla da BD em Portugal conquistou novos leitores e expandiu fronteiras, sedimentando um trabalho cada vez mais inventivo, depurado e magistral.

Esta edição exclusiva reúne pela primeira vez num único livro todas as histórias, há muito esgotadas. 

Aqui se estreia ainda a magnética Madame Chen: uma personagem sublime e arrebatadora, que vem mudar as regras do jogo, num novo conto ilustrado que confirma a mestria de Filipe Melo e Juan Cavia, e a alquimia absoluta que continua a germinar entre ambos os criadores.
«O livro que estão prestes a ler é brilhante — verdadeira liberdade de expressão com belíssimos recursos brechtianos. Os autores não só quebram a quarta parede, como a rebentam pelos ares!» Lloyd Kaufman

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Ficha técnica
As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy
Autores: Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa
Editora: Companhia das Letras (Penguin Random House)
Páginas: 456, a cores
Encadernação: Capa dura
Formato: 18,8 x 26 cm
PVP: 48,45€


sexta-feira, 28 de abril de 2023

Dog Mendonça está de volta!

Tem sido muita a expetativa em torno do novo Dog Mendonça e Pizzaboy, da dupla formada por Filipe Melo e Juan Cavia, que a Companhia das Letras (do grupo Penguin Random House) se prepara para editar.

Ainda não foram avançadas muitas informações concretas, mas já se sabem várias coisas sobre este belo lançamento.

Chamar-se-á As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy e, tal como o nome indica, será o volume integral que reunirá, numa só edição, em capa dura e em edição de luxo, os três volumes da série, originalmente lançados pela editora Tinta da China.


Nomeadamente, As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 1), As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 2) e As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (Volume 3).

Incluirá ainda as histórias curtas que foram originalmente publicadas na Dark Horse - e mais tarde reunidas numa edição da Tinta na China, com o nome Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy.

Esta nova edição será complementada por um posfácio, de várias páginas, da autoria de João Miguel Lameiras.

E, finalmente, incluirá uma história inédita dedicada à personagem de Madame Chen, com cerca de 60 páginas. Porém, deixem-me dissipar uma dúvida que tenho visto pela internet. Esta história nova não é em banda desenhada como tenho visto alguns sites e blogs a anunciar. É uma história em prosa, isso sim, com belíssimas ilustrações do Juan Cavia. Um conto ilustrado, se preferirem.

Já no último Amadora BD o autor mostrou-me algumas destas ilustrações e posso adiantar-vos que estão magníficas.

No total, o livro contará com cerca de 450 páginas e deverá chegar às livrarias no próximo mês de Junho.

Adicionem-no à vossa lista de compras, caros leitores.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Filipe Melo e Juan Cavia: mais 2 nomeações internacionais e Dog Mendonça de regresso!


Trago-vos, não uma, mas duas boas (excelentes!) notícias a rodearem o universo de Filipe Melo e Juan Cavia!

Depois de Filipe Melo ter entrado para a história da banda desenhada nacional ao ser nomeado para os Eisners de 2022 - tal como Filipe Andrade, convém relembrar - o autor continua a fazer história com o seu fantástico livro Balada para Sophie, aquele que é o melhor livro de banda desenhada na história da bd portuguesa, como aliás já tenho vindo a escrever desde o primeiro dia em que pus a vista em tão magnífica obra-prima.

Após a obra ter somado 4 nomeações para os Prémios Eisner, nas categorias de melhor álbum de banda desenhada, melhor edição americana de material estrangeiro, melhor argumentista (Filipe Melo) e melhor ilustrador/artista de multimédia (Juan Cavia), Balada para Sophie continua a encantar a crítica internacional!

Desta feita, a organização dos prémios Harvey - uns dos mais honrosos e conhecidos prémios de banda desenhada de todo o mundo - anunciou que Balada para Sophie está nomeada para Álbum do AnoMelhor Livro Internacional! Enche-me de prazer ver isto, pois é bom ficar com aquela ideia do "See? I told you so!" e ver o quão longe este magnífico livro, o melhor livro de banda desenhada na história da bd portuguesa, relembro, está a chegar.

Parabéns ao Filipe e ao Juan!

Mas não ficamos por aqui! Como disse no início deste artigo, há mais notícias a envolver a dupla criativa!

Filipe Melo anunciou recentemente que a sua série Dog Mendonça & Pizzaboy, também feita em parceria com Juan Cavia e originalmente publicada pela Tinta-da-China em três volumes (mais um pequeno volume de histórias curtas, originalmente lançadas pela Dark Horse), vai ser lançada num só volume, numa edição de luxo com mais de 500 páginas!

O lançamento será feito pela Companhia das Letras, editora atual dos autores, incluindo os 3 volumes da trilogia, bem como os episódios feitos originalmente para a Dark Horse.

Mas se o lançamento e recuperação deste material numa só edição de luxo já seria uma ótima notícia, a coisa ainda melhora substancialmente pelo facto dos autores estarem a preparar uma história inédita de 60 páginas que também marcará presença nesta edição. Tratar-se-á de um spinoff dedicado à personagem Madame Chen.

Ainda não há uma data fechada para o lançamento deste livro mas é esperado que venha a acontecer ainda no primeiro semestre do próximo ano.

Resta-nos esperar, com água na boca.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Já está disponível, há alguns dias, mais uma reedição de uma das obras de Filipe Melo e Juan Cavia.

Primeiro foi Balada para Sophie, depois foi Comer / Beber e agora chega-nos a reedição de Os Vampiros que, tratando-se de um livro ambientado na guerra colonial, era mais uma dos obras que, lamentavelmente, se encontrava esgotada nas livrarias portuguesas.

A Companhia das Letras veio alterar essa situação. Esta excelente obra é exatamente a mesma mas há algumas diferenças entre as duas edições, que passarei a enumerar.

Em primeiro lugar, o que salta mais à vista é a mudança de capa com a substituída da ilustração de capa. 

Quanto a preferências sobre ambas as capas, acho que cada um terá a sua, com base nos seus gostos pessoais. A mim, a ilustração da capa original parece mais artística e de maior beleza mas a nova versão também me agrada e até me parece ter mais appeal comercial, pois talvez chame mais facilmente à atenção. 

O lettering do título também mudou. Provavelmente porque os direitos do letttering original estejam na posse da Tinta da China. Prefiro o original, com o pormenor da bala e das ervas nas letras. Mas, mais uma vez, é uma questão subjetiva.

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

O que é mais objetivo é a questão da mudança de formato que, na nova edição, passou a ser mais pequeno, como podem ver na imagem acima. Se isto me fez torcer o nariz à partida, tenho boas notícias para os que possam estar cépticos perante esta alteração: é que o tamanho das vinhetas no interior do livro é exatamente o mesmo. 

Ou seja, a mancha de impressão não foi diminuída. O que foi diminuído foram as margens à volta das vinhetas. Mesmo que me possam dizer que, desta forma, talvez as ilustrações não "respirem" tão bem, a verdade é que acaba por ser uma coisa que, do meu ponto de vista, não afeta praticamente nada a leitura. E, claro!, prefiro esta opção ao ter-se diminuído as ilustrações para manter a mesma margem. 

Bem pensado, portanto, como podem ver abaixo.

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Em termos de qualidade de papel, de impressão e de encadernação, se há mudanças entre as duas edições, não as percecionei. Papel brilhante de boa qualidade, capa dura baça e fita de tecido marcadora - que passa da cor preta para a cor vermelha na nova edição. Tudo se mantém com boa qualidade.

A contracapa também foi alterada como podem ver abaixo. Mais uma vez, prefiro a edição original embora também ache que a nova versão está bem conseguida do ponto de vista gráfico e comercial.

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Por fim, convém dar conta da maior alteração entre as duas versões e que oferece à nova edição uma grande mais valia: o novo dossier sobre os acontecimentos históricos do ultramar e que também inclui esboços preparatórios de Juan Cavia e fotografias da época!

Está uma verdadeira delícia e considero que enriquece muito a leitura da obra.

Ora vejam:

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Os Vampiros pela Companhia das Letras e pela Tinta da China


Em suma, se o objeto-livro da edição da Tinta da China me parece, por uma questão de gosto pessoal, mais bonito, a verdade é que esta nova edição da Companhia das Letras se torna, devido ao seu muito interessante e bem-vindo dossier de extras, mais apelativa. 

Quer para aqueles que já leram ou compraram a primeira edição, quer para os novos leitores que poderão agora ler uma das melhores obras da banda desenhada portuguesa.

Obviamente, recomenda-se vivamente!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Já é conhecido o vencedor do Prémio Jorge Magalhães!



A editora Ala dos Livros promove o Prémio de Argumento para Banda Desenhada Jorge Magalhães, que é um prémio com dois claros e importantes objetivos: 1) o de homenagear essa personalidade incontornável da banda desenhada em Portugal que foi Jorge Magalhães, avô dos editores, e 2), o de procurar assinalar e destacar os melhores trabalhos da banda desenhada portuguesa, ao nível do argumento. 

Por estes dois motivos, esta iniciativa, cuja primeira edição é esta mesmo, é algo que considero mais que relevante e que espero que se possa manter futuramente!

Foi também por achar que é algo muito pertinente e bem-vindo que aceitei fazer parte do júri que selecionou as melhores obras, ao nível do argumento, da banda desenhada de 2020. Não poderia estar mais bem acompanhado no júri, ou não fosse este painel composto por nomes tão ilustres da banda desenhada nacional como João Miguel Lameiras, Paulo Monteiro, Pedro Cleto ou Maria José Magalhães. Bem, na verdade, o único nome menos ilustre deste conjunto, é o meu!

Mas, deixando a constituição do júri de lado e focando-me no(s) vencedor(es), informo que o grande vencedor deste primeira edição do Prémio de Argumento para Banda Desenhada Jorge Magalhães foi Filipe Melo, com o seu Balada para Sophie, que arrecadou o prémio de melhor argumento de 2020. Este livro foi inicialmente publicado pela Tinta da China embora, neste momento, esteja a ser editado pela chancela Companhia das Letras, da Penguin Random House.

Vencedor: Balada para Sophie 
de Filipe Melo e Juan Cavia
Companhia das Letras (Originalmente publicado pela Tinta da China)



Também dignas de relevo e louvores são as duas obras que receberam uma menção honrosa por parte do júri: Desvio, da Planeta Tangerina, com argumento de Ana Pessoa, e O Penteador, da Escorpião Azul, com argumento de Paulo J. Mendes.

Menção Honrosa: Desvio
de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho
Planeta Tangerina

 
Menção Honrosa: O Penteador
de Paulo J. Mendes
Escorpião Azul



Parabéns aos autores vencedores, às editoras que apostaram nestas obras e aos criadores deste Prémio!

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China


Hoje regresso com mais um comparativo.

Desta feita, com duas edições diferentes da mesma obra portuguesa. Falo de Comer/Beber, de Filipe Melo e Juan Cavia, originalmente lançado pela editora Tinta-da-China, que já aqui foi analisado, e que acaba de receber uma nova edição por parte da Companhia das Letras (Grupo Penguin Random House).

Este lançamento traz com ele duas boas notícias para os leitores portugueses:

1) O legado criativo de dois dos autores mais relevantes na banda desenhada portuguesa volta a estar disponível no mercado. Tendo em conta a qualidade da obra, considero impensável que a mesma não esteja (sempre) disponível nas lojas para os interessados. E não falo apenas deste Comer / Beber, Já aconteceu com Balada para Sophie, que já se encontra disponível no mercado através de uma nova edição - que também já aqui analisei - e acontecerá, expetavelmente ainda em 2021, com a obra Os Vampiros. Quanto a Dog Mendonça e Pizza Boy ainda não há certezas quanto a datas ou opções de edição mas sei que uma edição integral (com os 3 volumes + o volume das mini-histórias) estaria no intento dos autores. Embora não haja ainda qualquer confirmação relativamente a isso. Portanto, aguardemos, para já. 

2) E, claro, a segunda boa notícia é que, tratando-se de Comer / Beber, a grande novidade é que, finalmente, muitos leitores poderão apreciar convenientemente este livro, muito interessante, que é composto por duas histórias: Majowski e Sleepwalk. A edição original da editora Tinta-da-China foi bem conseguida em termos de qualidade de encadernação e materiais mas a verdade é que a dimensão do livro era demasiado pequena.

Passemos, então, para o comparativo entre ambas as edições. 

A coisa que saltará mais à vista é a diferença nos formatos. Por muito cute e original que a edição da Tinta-da-China possa ter sido, a verdade é que, em termos de legibilidade, apresentava alguns problemas, já que as bonitas ilustrações de Juan Cavia não sobressaiam tanto dessa forma e o próprio texto era muito pequeno para ler. Não tendo eu - até agora - dificuldades de visão, tinha que enfiar o livro quase nos olhos para o conseguir ler. Agora, isso já não acontece. O formato tornou-se bem mais amplo e é fácil ler e acompanhar estas duas belas histórias.

Para além da diferença de tamanho, outra coisa que salta à vista é a mudança de papel. O papel das duas edições é de boa qualidade mas, na nova versão, e ao contrário da versão original onde era brilhante, o papel passou a ser baço. Ora, este é um assunto que quase sempre divide os leitores, bem sei. Uns preferem o papel brilhante, outros preferem o papel baço. No meu caso, e tendo em conta o tipo de história, bem como o tipo de arte visual, tenho preferência pelo papel baço. O que também não quer dizer que não considere que o papel brilhante poderia ter funcionado bem. São gostos. Mas deixo a nota. 

Para além do tipo de papel, o papel também foi mudado em termos cromáticos. Na primeira versão, cada folha tinha um aspeto amarelado e envelhecido. Na atual versão, as páginas passaram a ser simplesmente brancas. É verdade que gostei do tal aspeto envelhecido que dava um teor de documento perdido - que fazia ainda mais sentido se tivermos em conta o primeiro conto Majowski - mas compreendo que talvez se coadunasse mais com o formato pequeno dessa primeira edição que sempre me remeteu para o famoso diário do pai do Doctor Jones, em Indiana Jones. Ou, mais recentemente, no igualmente famoso diário de Nathan Drake em Uncharted. Olhando para a nova versão da Companhia das Letras, talvez este aspeto de diário envelhecido não ficasse tão bem devido à dimensão maior do formato. Portanto, aceito bem esta alteração, tendo em conta que o tamanho do livro foi bastante aumentado. Não se pode ter tudo.


Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China


Faço ainda uma nota positiva para o facto da ilustração que figurou numa segunda edição, em capa mole, por parte da Tinta-da-China, tenha aqui sido resgatada e recuperada nesta nova edição da Companhia das Letras, conforme podem ver abaixo. É um plus simpático.


Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China


Olhando, agora, para o exemplo de duas páginas de banda desenhada, é facilmente veificável como a edição em maior formato ganha legibilidade e permite apreciar ao detalhe a arte de Juan Cavia. As cores também parecem ligeiramente mais claras na nova edição. 


Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China


Relativamente aos extras, são exatamente os mesmos.


Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

A única diferença é que o prefácio da primeira edição, feito por Carlos Vaz Marques, deixa de constar na edição da Companhia das Letras. 

Em contrapartida, na nova edição há duas novas páginas dedicadas às biografias dos autores.

Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

As lombadas são praticamente iguais mudando apenas, claro está, a altura das mesmas.

Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Finalmente, o texto da contracapa foi reescrito e aparece complementado por duas citações de Gonçalo Frota, do jornal Público, e de José Mário Silva, do jornal Expresso.

Comparativo: Comer / Beber pela Companhia das Letras e pela Tinta da China

Concluindo este comparativo, acho que é justo e consensual dizer-se que esta edição melhora em muito a leitura deste bom livro que é Comer / Beber e a sua compra é recomendada para todos: os que ainda não leram devido à edição anterior se encontrar esgotada; e também aqueles que adquiriram a primeira edição mas que tiveram uma certa "luta ótica" com o livro devido ao reduzidíssimo formato dessa versão.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

As obras de Filipe Melo e Juan Cavia recebem reedição!




Já era algo expetável desde que a dupla formada por Filipe Melo e por Juan Cavia cessou a sua relação com a editora Tinta da China e se juntou ao catálogo da Companhia das Letras, do grupo Penguin Random House.

Depois de uma nova edição de Balada para Sophie, é agora a vez de Comer / Beber, receber uma nova edição da Companhia das Letras. Neste caso, importa realçar que esta nova edição apresenta um formato maior (193 x 266mm) em relação às edições anteriores da obra. O que é fantástico para que possamos apreciar as ilustrações de Juan Cavia com mais detalhe. 

Mesmo que o pequeníssimo formato da edição anterior fosse simpático e cute, a verdade é que quando estamos a falar de banda desenhada quase sempre é preferível um formato maior. São, aliás, raras as exceções a esta regra.


Além de Comer/Beber, que já se encontra disponível nas livrarias portuguesas, deverá chegar ao mercado - possivelmente no mês de Dezembro - a reedição d' Os Vampiros. Partilho, abaixo, a capa e contra-capa dessa obra que Filipe Melo já me fez chegar.



Fica apenas a faltar um integral da obra Dog Mendonça e Pizza Boy que possa incluir os três volumes (mais o 4º volume de histórias curtas) desta fantástica série. Julgo ser um desejo de muitos, muitos fãs da série. Nos quais eu me incluo. Aguardemos pacientemente.

Abaixo, fiquem com a sinopse e imagens promocionais desta nova versão de Comer/Beber.


Comer / Beber, de Filipe Melo e Juan Cavia
Durante a Segunda Guerra Mundial, o polaco Franz Majowski esconde uma garrafa de champanhe no cofre do seu popular restaurante em Berlim. 

Quatro décadas mais tarde, uma célebre tarte de maçã é o motor da viagem de um homem pelo interior da América. 

Paladar e memória cruzam-se nestas duas histórias de magnífica simplicidade, uma delas real e a outra imaginada, em que a comida e a bebida são pretexto de reflexão sobre algo maior.
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Ficha técnica
Comer / Beber
Autores: Filipe Melo e Juan Cavia
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 80, a cores
Encadernação: Capa dura
PVP: 18,80€

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Comparativo: Balada para Sophie, pela Tinta da China e pela Companhia das Letras


Esta semana chegou às livrarias uma nova edição (a terceira) da obra-prima da banda desenhada portuguesa, Balada para Sophie, da autoria de Filipe Melo e Juan Cavia, que já se encontrava esgotada há vários meses, depois da editora original, a Tinta da China, que sempre tinha trabalhado com a dupla de autores até à presente data, ter lançado uma segunda edição da obra. Que também esgotou rapidamente.

Os autores mudaram então de editora, entrando no grupo editorial Penguin Random House e, mais concretamente, na chancela Companhia das Letras.

Como não podia deixar de ser, faço aqui um comparativo entre ambas as edições.

E convém, em primeiro lugar, dizer que o objetivo primeiro desta nova edição é, acima de tudo, vir preencher uma necessidade subjacente: a de colocar novamente a obra Balada para Sophie nas lojas. E isso serão boas notícias pois, como desde cedo afirmei, considero esta a melhor obra portuguesa de banda desenhada de sempre! Obrigatória em todas as estantes dos que adoram bd. E, também - porque não? - nas estantes daqueles que até não ligam muito a banda desenhada. De qualquer maneira, este fantástico livro já foi devida e exaustivamente analisado por mim no artigo que escrevi há uns meses. Portanto, para mais informações sobre a obra em si, aconselho uma (re)visita a esse artigo.

Assim, e tendo presente que o real objetivo deste lançamento é a recolocação de uma obra obrigatória no mercado, posso dizer que esta é uma fantástica notícia para todos nós!

Mas, claro, como houve uma mudança de editora, denotam-se algumas alterações entre as edições.


Em primeiro lugar, e talvez o que chama mais a atenção, o novo livro apresenta uma dimensão mais pequena como, aliás, é verificável nas imagens que aqui coloco. A nova edição, da Companhia das Letras, é mais pequena em cerca de 1 cm. Quer na altura, quer na largura. Não tenho presentes quais terão sido as razões para esta mudança. Pode ter que ver com custos (embora me pareça que sendo um diferença tão pequena talvez não seja essa a razão da alteração) ou pode estar relacionado com a vontade da nova editora em utilizar um formato mais estandardizado. Como não tive informações sobre o porquê desta alteração, estou apenas a especular. E tenho que ser sincero: para mim, quanto maior o formato, melhor a experiência de leitura de uma banda desenhada. 

Não nego que há certos tipos de banda desenhada - ou artes ilustrativas - que até podem funcionar melhor num formato mais pequeno. Mas, quase sempre, prefiro a versão grande. A maior possível. Portanto, acho que talvez tivesse funcionado melhor se se tivesse mantido exatamente o mesmo formato. Mas dizendo isto, também não posso afirmar que seja uma alteração que estrague ou dificulte a experiência de leitura. Nada disso. É uma alteração ínfima. Aceita-se.

Depois, e ainda na capa, salta a vista a alteração do lettering. Do tipo de letra utilizado quer para o nome dos autores, quer para o título da obra. E, se no caso do nome dos autores, a mudança do tipo de letra quase não se percebe, em relação às letras do título a mudança é mais notória. E, devo dizer, foi uma mudança para melhor. Eu já gostava da primeira versão mas esta segunda versão do lettering, com um tipo de letra mais clássico e com a ideia muito feliz e inspirada de inverter uma clave de sol para, com isso, formar o "S" de "Sophie" foi mais que bem conseguida. Um detalhe delicioso e que consegue melhorar algo que já roçava a perfeição.

O logótipo da Companhia das Letras, sendo mais horizontal do que o da Tinta da China não fica tão bem "arrumado" nesta segunda versão da capa. Mas esta é mais uma coisa ínfima, diria.

Finalmente, o amarelo desta nova capa é ligeiramente diferente do da capa original. Um pouco mais claro.


Rodando o livro, encontramos uma lombada ligeiramente diferente. Temos o lettering que, naturalmente, também é diferente entre edições. E temos o fundo da lombada que é de um tom de castanho mais escuro do que o da primeira versão. Mais uma vez, também prefiro a nova versão. Já era bom mas ficou ainda melhor.

A tira de tecido que serve como marcador de livro também mudou de cor. Passou de preto para vermelho/cor de vinho. É mais uma mudança mínima mas, atendendo às minhas escolhas futebolísticas, prefiro a versão vermelha, está claro!



Na contracapa, o texto foi alterado. Aqui não tenho a certeza de qual das versões gosto mais. Talvez até prefira o texto da primeira edição mas acho que o desta nova versão também está apelativo.

Existem também mais citações de análises e artigos que foram escritos sobre a obra. Sendo de publicações de prestígio (Expresso, Público e Time Out), considero que já li melhores comentários sobre esta obra fantástica. Blink, blink.



Todo o resto do livro é basicamente igual. O mesmo número de páginas e o mesmo preço de venda ao público. O papel, se não é o mesmo, é extremamente semelhante e cada uma das páginas é igual, até mesmo no dossier de extras. 

E por falar em dossier de extras, neste ponto é que gostaria que tivesse sido introduzida alguma coisa adicional para valorizar ainda mais esta edição. Mais alguns esboços do Juan Cavia, ou uma entrevista do Filipe Melo sobre a obra, ou mais citações da imprensa ou até mesmo uma nova ilustração original de Cavia para esta edição, teriam sido excelentes ideias.

Sei que sempre se diz: "em equipa que ganha, não se mexe". Se a primeira edição da Tinta da China estava sublime, porquê alterar o que quer que fosse? Verdade. Mas acho que teria sido simpática a introdução de algo mais. Mesmo que fosse uma pequena coisa. Mais duas ou quatro páginas já seria muito bom.

Seja como for, volto ao cerne do meu texto: sendo o objetivo primordial desta nova edição, a disponibilização da obra em loja novamente, então são excelentes notícias para os leitores de banda desenhada.

Se ainda não compraram, aqui têm uma excelente oportunidade. Se, enquanto leitores de bom gosto que são, já têm um Balada para Sophie nas vossas estantes, então podem sempre aproveitar para oferecer esta obra a uma pessoa que vos é querida.

Balada para Sophie continua maravilhoso e, não me canso de repeti-lo, a merecer o estatuto, atribuído por mim, de melhor livro de banda desenhada na história da bd portuguesa!

Indispensável!